Florianópolis, 4 de julho de 2016
O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), em Florianópolis, comemora não haver fila de espera para a realização de quimio e radioterapia. Atualmente, pacientes do Cepon levam, no máximo, 10 dias para iniciar quimioterapia e 15 dias para radioterapia. No Brasil, a média para começar um tratamento de rádio está na faixa de 120 dias; já a legislação nacional prevê um tempo de resposta de até 60 dias para o início de qualquer tratamento oncológico.
De acordo com dados do Sistema Nacional do Câncer (Siscan), quatro em cada 10 casos registrados esperam mais de 60 dias para iniciar a terapia. "Certamente estamos entre os mais rápidos no âmbito do SUS a iniciar o tratamento do paciente após a confirmação do diagnóstico", destaca a diretora Maria Tereza Schoeller.
A gerente técnica do Cepon, Lucilda Cerqueira Lima, afirma que o início da intervenção terapêutica na unidade é muito rápido. “Em muitos casos, já na primeira consulta, se está tudo certo com os documentos e outros exames solicitados, o paciente já inicia a quimioterapia. E a radioterapia também inicia logo, pois trabalhamos com o serviço em três turnos”, explica a médica oncologista.
No ano de 2015, o Cepon recebeu 4.634 pessoas de todo o Estado, as quais realizaram 128.556 atendimentos de quimio e radioterapia. No Ambulatório de Intercorrência Oncológica foram feitos 28.201 atendimentos em 6.872 pacientes. E também foram realizadas 88.651 internações de 1.658 pessoas na unidade.
Segundo informações do Cepon, no ano passado, o tumor de mama foi o teve maior incidência entre os pacientes da unidade, com 1.847 casos. Na sequência foram os tumores hematológicos (linfomas e leucemias), próstata, colo do útero e pulmão, respectivamente, com 520, 493, 194 e 164 pacientes que realizaram tratamento na unidade.
O Cepon possui 18 cadeiras para quimioterapia de curta duração (onde o paciente leva de 30 a 90 minutos) e seis camas para quimioterapia de longa duração (onde o paciente leva de cinco a oito horas para fazer o tratamento). Além disso, para o tratamento com radioterapia a unidade conta com um simulador (equipamento que verifica o local exato que deve ser feita a radiação); dois aceleradores lineares, sendo um deles com elétrons; e um equipamento de braquiterapia ou radioterapia interna (forma de radioterapia onde uma fonte de radiação é alocada dentro ou junto à área que necessita de tratamento).
Lei dos 60 dias
Apesar de existir a lei 12.732 de 2.012, a chamada lei dos 60 dias que diz que todos os casos de câncer devem receber tratamento em até dois meses após o diagnóstico, esse prazo não é respeitado por todas as unidades de saúde que tratam de câncer no país. Dados do Ministério da Saúde mostram que, dos 27.248 casos com data de tratamento registrada no Siscan, só 57% tiveram atendimento em até 60 dias. Outros 43% iniciaram tratamento depois desse prazo, inclusive a maioria após 90 dias ou mais.
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para o biênio 2016-2017 aponta a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer no Brasil. Excetuando-se o câncer de pele não melanoma (aproximadamente 180 mil casos novos), ocorrerão cerca de 420 mil casos novos de câncer.