Só nos três primeiros meses de 2018 foram atendidos 1.422 motociclistas vítimas de ocorrências no trânsito nos cinco principais hospitais públicos do Estado (Celso Ramos, Regional de São José, Infantil Joana de Gusmão, Waldomiro de Colautti e o Regional de Joinville). Dentre eles, o Regional de São José desponta nesse tipo de atendimento, tendo sido responsável por receber 3.530 motociclistas acidentados durante todo ano de 2017.
De acordo com o diretor geral da unidade, Valdir Ferreira, os atendimentos de emergência são prioritários devido à gravidade dos traumas apresentados. Portanto, sua ocorrência modifica a rotina dos hospitais e dos pacientes que aguardam por atendimentos menos complexos, ou mesmo pela realização de cirurgias eletivas.
“Vemos com frequência cirurgias eletivas sendo desmarcadas pela falta de leito no centro cirúrgico ou de UTI, devido ao ingresso na emergência de um acidentado de moto. Temos que enviar para casa aquele paciente que fez todos os exames pré-operatórios, que está ali com sua família, em jejum, aguardando pela cirurgia que vai lhe conferir uma melhor qualidade de vida. É frustrante para ambas as partes”, alega o diretor.
Impactos no atendimento e nos recursos
Segundo calcula o diretor geral do Regional de São José, metade dos R$ 220 milhões aplicados no custeio do hospital durante todo ano são revertidos para bancar os gastos dos atendimentos com traumas na unidade.
O setor de internação também sofre forte impacto. No caso do Hospital Regional de São José são disponibilizados 311 leitos de internação, sendo 70 deles de ortopedia. Mas devido ao grande volume de acidentados de moto, muitas vezes o hospital não consegue acomodá-los adequadamente. Há mais pacientes do que leitos disponíveis. Nesta semana, por exemplo, o hospital registrava 120 pacientes para atendimento de ortopedia, ou seja, 50 a mais do que o número de leitos disponíveis.
Mensalmente, o Hospital Regional de São José realiza, em média, 1.500 cirurgias, sendo 900 divididas entre eletivas e de emergência; 300 partos e 300 de traumas. Em geral, os acidentados de moto chegam ao hospital apresentando politraumatismos, o que requer a dedicação de uma equipe de especialistas focada no seu atendimento. “Com isso, impactamos o centro cirúrgico todo, demandando a atenção de médicos de várias áreas e, muitas vezes, dos dez leitos de UTI que temos”, analisa Valdir Ferreira.
Um acidentado de moto politraumatizado, que são os casos mais graves, fica em média de 30 a 45 dias internado, sendo dez desses dias no leito de UTI. “São pacientes de longa permanência no hospital já que passam por mais de um procedimento cirúrgico, dependendo da gravidade dos traumas”, conclui.
Indicação de fonte:
Diretor geral do Hospital Regional de São José: Valdir Ferreira (48) 3271-9002
Foto: Paulo Goeth