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Florianópolis, 08 de fevereiro de 2018.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta para o número de focos do Aedes aegypti que, entre os dias 31 de Dezembro de 2017 e 3 de Fevereiro de 2018, apresentou um crescimento de 71,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Foram identificados 2.073 focos do mosquito em 91 municípios. Destes, 64 já são considerados infestados, o que representa um aumento de 20,7% em relação ao mesmo período de 2017, quando Santa Catarina registou 53 municípios nessa condição. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.

Diante do risco de epidemias das doenças transmitidas pelo mosquito – dengue, zika e chikungunya, especialmente durante o Verão, estão sendo intensificadas as ações de prevenção e controle do Aedes aegypti em todo o território catarinense. Destaque para as reuniões mensais da Sala Estadual de Situação, a supervisão e assessoria aos municípios e distribuição de material informativo para ações de educação em saúde.

“As condições climáticas contribuem para o aumento do número de focos no Verão. Combinações de chuvas e altas temperaturas propiciam a proliferação do mosquito”, observa João Augusto Fuck, da Gerência de Vigilância de Zoonoses e Entomologia da DIVE.”Entretanto, a prevenção é responsabilidade de todos, uma vez que locais com água parada são perfeitos para reprodução do mosquito”, complementa Fuck.

Dengue, chikungunya e zika vírus

Entre 31 de Dezembro de 2017 e 3 de fevereiro 2018, foram notificados 232 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 136 (59%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 96 (41%) casos suspeitos estão em investigação pelos municípios. Até o momento não foram registrados casos confirmados em Santa Catarina.

Em relação à febre de chikungunya, no mesmo período, foram notificados 37 casos no estado. Desses, 21 (57%) foram descartados e 16 (43%) permanecem como suspeitos. De febre do zika vírus foram notificados sete casos, sendo que um (14%) foi descartado e seis (86%) permanecem como suspeitos.  

Cuidados

  • Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda
  • Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo
  • Mantenha lixeiras tampadas
  • Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água
  • Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água
  • Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana
  • Mantenha ralos fechados e desentupidos
  • Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo, uma vez por semana
  • Retire a água acumulada em lajes
  • Dê descarga, no mínimo, uma vez por semana em banheiros pouco usados
  • Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário
  • Evite acumular entulhos, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
  • Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde
  • Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.

Dengue

A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

A infecção pelo vírus dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos de vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

Febre de chikungunya

É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos).

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

Febre do zika vírus

É uma doença causada pelo vírus zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3 a 7 dias, geralmente sem complicações graves.

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

>> Mais informações acesse: Boletim Epidemiológico