Em alusão à Semana Estadual de Combate a Hanseníase, de 26 a 31 de janeiro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), alerta a população sobre os sinais e sintomas da doença. Destaca ainda a importância do diagnóstico precoce para prevenção das incapacidades físicas.
De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), o Brasil registrou em 2018 um total de 28.660 novos casos de hanseníase, equivalente a uma taxa de detecção de 13,70 casos por 100 mil habitantes. Em Santa Catarina, em 2018, foram notificados 118 casos novos, correspondendo a uma taxa de detecção de 1,65 casos por 100 mil habitantes. Esses números colocam SC como um dos estados com a menor taxa de detecção do Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul.
Além disso, entre 2001 e 2018, houve uma redução de 43,3% na taxa de detecção dos casos novos. Por isso, o estado passou a ser considerado como de baixa endemicidade para doença. “Apesar de ser uma doença cujo diagnóstico é feito quase sempre a partir do aparecimento de manchas na pele, a hanseníase se inicia nos nervos periféricos e pode se disseminar para vários órgãos. É transmitida pelo ar, através do contato direto e prolongado com o doente sem tratamento. O diagnóstico tardio pode levar a sequelas e incapacidades físicas principalmente em olhos, mãos e pés” alerta Maria Teresa Agostini, diretora da DIVE.
Em 2018, 12,4% dos pacientes diagnosticados como casos novos de hanseníase apresentavam grau 2 de incapacidade física em Santa Catarina. Percentual considerado alto e que sugere diagnóstico tardio da doença. No entanto, 89,6% desses casos tiveram cura.
Segundo Maria da Graça Chraim dos Anjos, gerente de Vigilância de Doenças e Agravo Crônicos da DIVE, a orientação é que as pessoas procurem uma Unidade Básica de Saúde (UBS) caso percebam alterações como: manchas na pele ou colorações diferenciadas, queda de pelos, ressecamento da pele em áreas delimitadas, diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque, sensação de choque, formigamento, aparecimento de úlceras de pernas e pés, caroços (nódulos), entre outros. Estes sinais poderão aparecer em qualquer parte do corpo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado, são os principais fatores para a cura, a redução da transmissibilidade e a maior prevenção contra as incapacidades físicas.
Sobre a hanseníase
A hanseníase é causada por uma bactéria, transmitida pelas vias aéreas superiores, por meio de contato direto e prolongado com o doente sem tratamento. Entre os principais sintomas, que podem demorar de dois a sete anos para se manifestar, estão manchas na pele com alterações de cor e de sensibilidade (a pessoa pode se queimar ou cortar sem sentir dor), dormência, queda de pelos e o comprometimento de nervos periféricos, levando à perda da força dos músculos.
As pessoas que convivem intimamente com o doente também devem ser examinadas, pois assim poderão ter o diagnóstico na fase inicial, prevenindo a progressão da doença e a instalação das incapacidades físicas e deformidades que geram preconceito e discriminação aos portadores.
A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória. O diagnóstico e o tratamento são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).