A Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta para o risco de aumento no número de casos de leptospirose durante os períodos chuvosos, especialmente no verão, época em que as fortes pancadas de chuva são frequentes no estado.
No ano passado, 262 casos de leptospirose foram confirmados em SC. Desses, sete acabaram indo a óbito. A maioria foi registrada em homens e a maior parte das contaminações aconteceu na área urbana. Em 2018, foram notificados 257 casos da doença e cinco mortes. Nos últimos dois anos, o mês de janeiro foi o que mais registrou casos da doença em SC.
Segundo Miriam Ghazzi, bióloga da SES, é possível associar a distribuição de casos de leptospirose com o regime mensal de chuvas, entre dezembro e março. “Ano passado, os casos permaneceram com número elevado até o mês de junho, devido as enxurradas ocorridas no final do semestre em Santa Catarina”, explica.
A leptospirose é uma doença grave, causada por uma bactéria presente na urina de animais contaminados, principalmente ratos. A bactéria penetra no corpo através de machucados e, até mesmo, da pele sadia quando a pessoa fica muito tempo dentro da água. Por isso, o risco é maior em épocas de enchentes e alagamentos.
Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, começando de forma abrupta, com febre alta, dor de cabeça, mal-estar e muitas dores no corpo. Um sintoma bastante característico é uma forte dor nas panturrilhas (batata da perna). A leptospirose pode evoluir para quadros graves, com aparecimento de icterícia (a pele fica com um tom amarelo-avermelhado). Os sangramentos podem aparecer na fase mais avançada, com dificuldade respiratória e pode levar a óbito.
Moradores das cidades que registraram alagamentos que tiverem febre, dor de cabeça e dores no corpo até 40 dias depois dos alagamentos devem procurar uma unidade de saúde. É fundamental que a pessoa informe ao médico se teve contato com a água ou com a lama.
Medidas de prevenção
- Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que crianças brinquem no local;
- Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos. Se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
- Quando as águas baixam é necessário retirar a lama e desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária, na proporção de dois copos (400 ml) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 10 minutos;
- Jogue fora alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água dos alagamentos.