Santa Catarina tem um dos melhores resultados do país no enfrentamento ao novo coronavírus. Um dos números que melhor traduzem esse desempenho são as mais de seis mil pessoas recuperadas da doença no estado. Elas dão rosto e voz ao sucesso das estratégias adotadas desde o início da pandemia.
Fotos: Ricardo Wolffenbuttel / Secom
A partir desta segunda-feira, 8, mais um instrumento estará disponível para aprimorar o combate à doença. Uma ferramenta online com informações detalhadas será disponibilizada aos municípios para que, com apoio do Governo do Estado, tomem as decisões mais adequadas para cada realidade. Por meio desse sistema, será possível adotar estratégias regionalizadas contra a Covid-19.
A aproximação do Estado aos municípios se dá com tecnologia, responsabilidade e conhecimento. Prefeitos e gestores de saúde poderão utilizar a ferramenta tecnológica com dados sobre o coronavírus em cada cidade e região para acompanhar como o vírus se propaga, avaliar os riscos e quais as recomendações deverão ser colocadas em prática. Com base nas informações, será possível decidir com mais segurança sobre flexibilizar ou restringir ainda mais as medidas.
“Temos realidades diferentes da doença em cada região. Com a gestão compartilhada e a parceria dos municípios vamos atuar pontualmente em cada situação. Acreditamos que essa é uma estratégia eficiente com foco na preservação da vida e, ao mesmo tempo, fortalece o Estado para um processo de retomada econômica”, afirmou o governador Carlos Moisés.
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Ferramenta tecnológica para gestão regionalizada do combate à Covid-19
A ferramenta criada no Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) é capaz de mapear e avaliar risco potencial do esgotamento dos serviços de saúde de regiões específicas durante a pandemia da Covid-19. A avaliação servirá como base para identificar prioridades de investimento hospitalar em Santa Catarina, orientar ações municipais e diagnosticar, por meio de indicadores, quais regiões podem ter maior flexibilização de medidas emergenciais durante o novo coronavírus.
“Essa ferramenta é fundamental para compreender uma parte do trabalho desempenhado pelo COES até agora e justifica determinações que tomamos no início. Ela orienta quais regiões representam maior risco potencial e, por consequência, necessitam de maior apoio”, descreveu o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.
Ainda segundo o secretário, com o mapa, cada região terá a oportunidade de saber sua própria situação de risco epidemiológico. Além de apontar fatores, a ferramenta sugere aos prefeitos e secretários o que precisará ser feito para tirar a sua região da área de risco.
Como funciona a avaliação de Risco Potencial
As dimensões de análise medem itens como atividade e quantidade dos casos, o potencial de o vírus se espalhar e a sobrecarga do sistema de saúde ocasionada pela doença. Os critérios adotados estão relacionados à prioridade de atuação e são: Isolamento Social, Investigação, Testagem e Isolamento de Casos, Reorganização de Fluxos Assistenciais e Ampliação de Leitos.
De acordo com o risco apontado em cada região, há uma série de recomendações às pessoas, aos estabelecimentos, à gestão pública e à saúde pública, cabendo aos municípios, organizados regionalmente, definirem suas prioridades e ações.
A avaliação será atualizada semanalmente e permitirá que os gestores percebam se as ações tomadas surtiram efeito no combate ao coronavírus ou se devem ser ampliadas ou revistas.
Outro dado interessante é que a avaliação também orienta quais são as dimensões que estão mais frágeis. “Mudar a Classificação de Risco Potencial na região só será possível com uma atuação coordenada entre os municípios e que avalie constantemente sua capacidade de vigilância epidemiológica na identificação e rastreio de casos, organização dos serviços de saúde na triagem e no isolamento social”, reforçou Maria Cristina Willemann, epidemiologista que atua no COES e é uma das responsáveis pela ferramenta.
Durante a última semana a ferramenta foi testada com os gestores municipais por meio de webconferências.
Salvar vidas é a prioridade
O Governo do Estado segue monitorando todas as ações de enfrentamento à pandemia, bem como o trabalho de aprimoramento dos dados contidos na ferramenta. A prioridade é salvar vidas e ter mais casos como o do repositor de supermercado Allan Willian Teixeira, de 31 anos, que se recuperou da Covid-19.
No início de abril, ele teve o diagnóstico positivo para a doença. Dos primeiros sintomas para o quadro grave da doença foram poucos dias e Allan precisou de atendimento em um leito de UTI. O tratamento ocorreu no Hospital Florianópolis e foram oito dias em coma.
Allan na saída do hospital. Imagem: Reprodução
“Os médicos disseram que no estágio em que cheguei ao hospital, poucos teriam a sorte de sobreviver, o atendimento que recebi, com certeza, ajudou a salvar minha vida”, agradeceu o jovem. Agora, enquanto aguarda para voltar ao trabalho, está em casa, tomando todos os cuidados e aproveitando cada momento ao lado das pessoas que ama, em especial, o filho de três anos.
Garantir leitos de UTI para tratar pacientes com complicações graves da Covid-19 foi uma das principais metas do Governo do Estado para o enfrentamento da doença. A partir da reorganização da rede hospitalar catarinense, foram criados 500 novos leitos de UTI na rede SUS. Com este reforço, em Santa Catarina, a taxa de ocupação nos hospitais está controlada.