Mesmo com a pandemia de Covid-19, Santa Catarina teve um aumento de 15% em doações de órgãos nos primeiros cinco meses do ano em relação a 2019. De janeiro a maio de 2020, foram registradas 129 doações de múltiplos órgãos, 17 a mais do que o mesmo período do ano passado (112).
Neste ano, apenas no mês de março houve uma queda, se comparado aos dados de 2019. Foram registradas 34 doações em janeiro, 26 em fevereiro e 19 em março, mês marcado pelo fechamento de diversas atividades devido à pandemia. O crescimento foi retomado em abril e maio, com 23 e 27 doações efetivadas.
Vale lembrar que 2019 já havia sido um ano histórico neste quesito no estado. Santa Catarina registrou 332 doadores efetivos em 2019, 45 a mais em relação a 2018. O estado também teve o melhor desempenho da história nos transplantes: foram 1507 procedimentos, contra 1217 registrados em 2018. A melhor marca até então era de 2014, quando o estado contabilizou 1386.
O superintendente de Serviços Especializados e Regulação (SUR) da Secretaria de Estado da Saúde, Ramon Tartari, afirma que os números expressivos alcançados se devem principalmente ao trabalho de um grande número de profissionais comprometidos e apaixonados pela causa. “Com o apoio da Superintendência de Serviços Especializados e Regulação, as dificuldades impostas pela pandemia foram rapidamente superadas por meio de uma logística eficiente e agilidade nos resultados dos exames pelo Lacen”.
Foto: Mauricio Vieira / Arquivo / SECOM
O coordenador estadual da SC Transplantes, Joel de Andrade, confirmou que a pandemia chegou a trazer algumas dificuldades de logística, que logo foram suplantadas devido ao apoio da SES e do Laboratório Central de Saúde Pública. “O Lacen teve um apoio fundamental para conseguirmos manter esses números. O órgão agilizou os processos para os testes de Covid e com isso conseguimos atender quem mais necessitava”.
Ele exaltou os números que colocam o estado como um dos líderes na questão de doação de órgãos. "Mesmo enfrentando esse cenário de pandemia, Santa Catarina foi o único estado do Sul do país que conseguiu apresentar crescimento em relação às doações de órgãos. Isso mostra o tamanho da generosidade do povo catarinense” acrescentou. Os doadores precisam passar por exames para detectar a presença do vírus para garantir a segurança dos pacientes.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, a participação de todos os funcionários da pasta, desde os responsáveis pela coordenação aos motoristas e equipes médicas que atuaram em todo o processo, mostram a união e seriedade com que a SES trabalha para o atendimento à população. “Esse resultado é fruto de um imenso trabalho que envolveu equipes e profissionais dedicados de todo o estado. Temos muito o que agradecer aos envolvidos e principalmente, às famílias que nesse momento de dor foram capazes de tamanho ato de generosidade. O nosso muito obrigado a cada um deles”, completou.