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O ano de 2020 atingiu uma marca negativa em relação à dengue em Santa Catarina. O estado já contabiliza 9.200 casos confirmados da doença. O número é mais do que o dobro do que foi registrado em todo o ano de 2016, também marcado por epidemia e com o registro de 4.379 casos.

Ainda de acordo com o último boletim divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), foram notificados 16.972 casos de dengue no estado. “É um número alto, que mostra que uma grande quantidade de pessoas procurou atendimento de saúde com suspeita da doença. Desses casos, alguns foram descartados, outros foram inconclusivos, 9.200 confirmados e 2.553 continuam em investigação pelos municípios”, destaca João Fuck, gerente de zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A maioria dos casos confirmados (9.200) até agora é autóctone (8.783). O município de Joinville concentra 80,1% do total desses casos do estado (7.034). “Ao todo, são 10 municípios em situação de epidemia em SC. Outro problema deste ano é a circulação simultânea de três sorotipos da doença: DENV1, DENV2 e DENV4, o que significa que quem já pegou dengue uma vez, pode pegar de novo, por outro sorotipo”, alerta João Fuck.

Além disso, 64 casos confirmados (62 em Joinville, 1 em Florianópolis e 1 em Itajaí) apresentaram sinais alarmantes (dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura). Entretanto, todos evoluíram para cura.

A SES monitora diariamente a situação da doença no estado; acompanha e auxilia tecnicamente os municípios nas ações a serem realizadas. “A DIVE/SC em conjunto com as equipes regionais têm apoiado os municípios tanto de forma presencial como remota, avaliando o cenário de cada município e pensando ações estratégicas para cada realidade. Entre as ações podemos destacar a videoconferência realizada em conjunto com o COSEMS no dia 8 de junho com os municípios em epidemia, bem como as aplicações de inseticida nos locais com transmissão da doença”, explica João Fuck.

Dengue em SC

Santa Catarina teve epidemia de dengue em 2015, 2016, 2019 e 2020. Abaixo, os casos confirmados em cada ano:

Ano epidêmico

Casos confirmados

2015

3.619

2016

4.379

2019

1.911

2020 (até 13/06/2020)

9.200

Municípios em situação de epidemia

A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.

Município

Taxa de incidência

Formosa do Sul

1.553,8 casos por 100 mil/hab.

Joinville

1.191,3 casos por 100 mil/hab.

São Carlos

992,8 casos por 100 mil/hab.

Coronel Freitas

841,6 casos por 100 mil/hab.

Bombinhas

617,1 casos por 100 mil/hab.

Tijucas

526 casos por 100 mil/hab.

Maravilha

433 casos por 100 mil/hab.

Caibi

390,4 casos por 100 mil/hab.

Águas de Chapecó

370 casos por 100 mil/hab.

São Miguel do Oeste

336,7 casos por 100 mil/hab.

 

Dengue

Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Todos os quatro sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.

Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados.

Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

  •       Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
  •       Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
  •       Mantenha lixeiras tampadas;
  •       Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
  •       Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
  •       Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
  •       Mantenha ralos fechados e desentupidos;
  •       Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
  •       Retire a água acumulada em lajes;
  •       Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
  •       Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
  •       Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
  •       Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
  •       Caso apresente sintomas procure uma unidade de saúde para o atendimento.