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Pesquisadores, contemplados com editais da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), apresentaram seus projetos para a Secretaria de Estado da Saúde. Os estudos, realizados em universidades e empresas, têm como foco uma resposta rápida no combate ao coronavírus.

Estado investiu R$ 1 milhão em dois editais que buscam soluções para o combate à Covid-19 - Fotos: Mauricio Vieiria / Secom

Para o presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, essa interligação é fundamental para que propostas e projetos de pesquisas caminhem ao encontro das ações realizadas pelo Governo do Estado e lideradas pela Secretaria de Saúde.

O presidente adiantou que em breve a Fapesc irá lançar mais uma edição do Programa Pesquisa para o SUS, em parceria com o Governo Federal, que também busca soluções para a área da Saúde.

O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, destacou a importância do encontro. “Essa aproximação é fundamental para alinhar a pesquisa com aplicabilidade. Estamos atentos para conhecer os trabalhos e poder posicionar o Estado dentro dessas ações”, pontuou.

“Os protagonistas desse encontro são os pesquisadores, tanto das universidades quanto das empresas, e a filosofia principal é dar conhecimento à Secretaria da Saúde. O nosso papel é fazer a interlocução desse grupo”, reforçou o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesc, Amauri Bogo.

Os  projetos das universidades 

A professora Carla Ivane Ganz explicou o projeto do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A equipe de Lages está adaptando um laboratório para realização de exames para identificação da doença, assim como a criação de um painel de monitoramento dos casos na região. A intenção é colaborar com o Laboratório Central, o Lacen, e fazer com que os resultados possam sair de forma mais ágil. Será possível testar, no mínimo, 90 amostras por dia.

Durante a apresentação já houve uma aproximação com outro projeto, o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Edison Fedrizzi, busca parceria para que o CAV possa testar os voluntários da região serrana e Oeste e que irão participar de sua pesquisa.

O projeto de pesquisa do Departamento de Medicina da UFSC, o qual participa Fedrizzi, está verificando se a imunização usada para prevenir a poliomielite pode prevenir a Covid-19 ou reduzir a gravidade da doença. A avaliação clínica será feita em 1.500 voluntários em todas as regiões de Santa Catarina.


O professor Douglas de Macedo, da UFSC, apresentou o projeto de telemedicina. A plataforma estará disponível, seguindo protocolos internacionais, e poderá ser usada em qualquer unidade de saúde dentro e fora do Estado. O grupo já desenvolve esse tipo de pesquisa há 16 anos.
Da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), o professor Ricardo Machado, apresentou o projeto de pesquisa que pretende aprimorar a eficácia dos testes que detectam a presença do coronavírus.

A outra pesquisa, apresentada pelo professor da UFSC, Glauber Wagner, envolve o sequenciamento do genoma do novo coronavírus (o SARS-COV-2) para avaliar a origem, a dispersão e as mutações da doença em Santa Catarina.

Os projetos de empresas 

Já representando as empresas catarinenses, Douglas Nicolau, da Incentiv – Impacto Social & Incentivos Fiscais, explicou o projeto Monitore-SC: CovidZero, ferramenta que disponibilizará uma lista de projetos sociais que podem receber doações. Os interessados em contribuir poderão acompanhar em tempo real a captação de recursos e o uso do dinheiro, dando maior transparência aos resultados. A intenção é unir doadores, através de leis de incentivo fiscais, e entidades que precisem de recursos para desenvolver seus trabalhos.

Biocelltis está desenvolvendo um tecido pulmonar em 3D 

Fernada Berti, da Biocelltis, relatou o desenvolvimento de tecido pulmonar em 3D. O material servirá para testes contra a Covid-19, dispensando estudos diretamente em humanos nas fases iniciais de análise de novos medicamentos.

A DBM Engenharia e Desenvolvimento Científico produziu um filtro polimérico (em formato de cilindro) com partículas de nanoprata, que fazem barreira extra contra o novo coronavírus. Esse recurso pode ser inserido nas máscaras dos profissionais da saúde, aumentando a proteção durante a pandemia. A apresentação foi realizada por Márcia Duarte. A empresa irá conversar com a Secretaria de Saúde para analisar um projeto de testes em EPIs utilizados pelos profissionais que estão na linha de frente no combate ao coronavírus.

Por fim, Ricardo Vasconcellos, da Brava Biosciences, explicou o sistema para proteção, suporte e monitoramento de pessoas com Covid-19 em estado grave. Ele é destinado a hospitais para gerenciamento de todas as informações, desde a dispersão das partículas virais no ambiente até a quantidade e a qualidade de oxigênio necessárias aos pacientes. O software também envia os dados vitais para um servidor para que médicos e enfermeiros possam acessar remotamente. A plataforma pode ser utilizada para todas as doenças infecciosas.

Investimento de R$ 1 milhão

O Governo do Estado, por meio da Fapesc, investiu R$ 1 milhão em dois editais que buscam soluções imediatas para o combate à Covid-19. Foram selecionados cinco projetos de pesquisas de universidades no Edital 06/2020 e outros cinco apresentados por empresas no Edital 07/2020.