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Software desenvolvido por estudantes do SENAI para o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) evita superlotação na Emergência e no Ambulatório.

A tecnologia tem sido uma importante aliada do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) para que os pacientes fiquem o menor tempo possível na emergência e no ambulatório à espera de internação. Há três meses o aplicativo Link Leito está sendo utilizado na Unidade D, piloto nesta primeira fase de testes.

                 

Conforme a coordenadora do Núcleo Interno de Regulação (NIR), Claudia Koch, os setores envolvidos são: a Emergência e o Ambulatório, que fazem a solicitação de leito; o NIR, que regula este pedido, registrando os dados do paciente no Link Leito; e a Unidade D, que verifica o pedido e providencia o leito. “Entre os indicadores de eficiência está o tempo que leva entre o pedido de leito e a efetiva internação do paciente”, explica Claudia.

De acordo com o diretor-geral do HIJG, Flamarion da Silva Lucas, a meta é que em até uma hora o paciente seja levado para a unidade de internação. “O problema da superlotação em emergências ocorre em hospitais Brasil afora. Muitas vezes atrasa por que o leito na unidade ainda não está higienizado e organizado para receber outro paciente. Com o Link Leito passamos a ter métricas, o aplicativo avisa para as unidades o status da emergência, se está vazia ou cheia, e marca o tempo para que a Enfermagem ‘puxe’ esse paciente para a internação. Assim, a unidade se preocupa em trazer o paciente em até uma hora”, salienta o diretor-geral.

Duas enfermeiras do NIR se revezam na tarefa de registrar os pedidos de leito no aplicativo. Entre elas, a enfermeira Caroline Scherer lista o que pede o formulário. “Preenchemos a idade, sexo, peso, o diagnóstico, se precisa de isolamento ou não, entre outras observações”, descreve. Assim, o paciente aparece como pendente no aplicativo e começa a contagem do tempo.

O Link Leito é fruto da implantação no HIJG do Projeto Lean nas Emergências, parceria do Ministério da Saúde com o Hospital Sírio-Libanês que visa reduzir a superlotação nos serviços de emergência de hospitais do SUS.

SENAI em parceria com o hospital

Os estudantes Marco Antônio da Silva Júnior e Pedro Henrique Lopes dos Santos, do Curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas do SENAI, foram os responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo, com a mentoria também voluntária dos professores Paulo Eduardo Battistella e Clóvis Lemos Tavares. “Aceitamos o desafio porque agregaria conhecimento desenvolver um software com a orientação de dois professores muito bons e também para ajudar numa causa importante. Foi bem diferente de tudo que já fiz. Foi bom ouvir o que os funcionários do hospital tinham para dizer, o que eles precisavam. A maior dificuldade foi justamente entender esse fluxo de trabalho. Tivemos que aprender como funciona a emergência, o gerenciamento de leitos, enfim, o que cada um faz, em apenas um mês. Foi um aprendizado bastante significativo”, observa Silva Júnior. “Decidimos abraçar a ideia porque não é só um produto, é uma ferramenta de impacto social. Agora eles têm na palma da mão um aplicativo de gerenciamento ágil e eficiente, com o qual a direção do hospital também pode acompanhar o trabalho da equipe”, complementa Santos.

Educação e impacto social

Supervisor dos cursos técnicos do SENAI, João Clayton Aires conta que a ideia do aplicativo surgiu em abril durante conversa com a direção do hospital. “Eles sentiam a necessidade de melhorar a gestão de leitos e UTIs. Imediatamente aceitei o desafio e convidei alunos e professores para fazerem parte do time de desenvolvimento da solução. Essa foi uma excelente oportunidade de os nossos estudantes desenvolverem uma solução com base em um problema real, deixando-os preparados para o Mundo do Trabalho, a partir da criação de múltiplas competências técnicas e socioemocionais”, enfatiza Aires.

O diretor de educação e tecnologia da FIESC, Fabrizio Machado Pereira, ressalta o papel da entidade na preparação de cidadãos capazes de melhorar a comunidade na qual estão inseridos. “É nossa missão formar profissionais alinhados às demandas do mercado, mas também atentos ao impacto social de suas ações. Iniciativas como essa reforçam o espírito solidário e colocam à disposição de entidades, como o hospital infantil, tecnologias capazes de transformar a rotina e aumentar a eficiência de sua gestão”, frisa.

A parceria SENAI e HIJG vem desde 2019, quando estudantes do Técnico em Manutenção e Suporte em Informática deram início à recuperação e conserto de computadores do hospital.