O Hospital Materno-Infantil Santa Catarina (Hmisc), de Criciúma, fez na manhã desta quinta-feira, 5, a primeira videocirurgia de apendicite de sua história. O procedimento foi comandado pelo cirurgião Christian Escobar Prado, e foi viabilizado pela aquisição dos equipamentos necessários.

Foto: Divulgação/Ideas


A videocirurgia ou laparoscopia é uma técnica minimamente invasiva, caracterizada por incisões pequenas (de 0,5cm a 1cm) com a utilização de instrumentos especializados e o auxílio de uma microcâmera para a visualização do interior do organismo.

Até então, a estrutura do hospital para cirurgias por vídeo era limitada para procedimentos mais específicos como os de simpatectomia (tratamento de hiperidrose). Mas para cirurgias mais comuns, como as de apendicite, não havia os materiais adequados. A apendicectomia videolaparoscópica realizada nesta quinta-feira é recomendada para casos de apendicite aguda, inflamação que hoje afeta aproximadamente 7% da população em algum momento da vida. A utilização da via laparoscópica permite recuperação pós-operatória mais rápida e diminui o risco de complicações relacionadas a aderências no pós-operatório tardio.

“Parece uma pequena vitória, mas mais de 20 apendicectomias são realizadas todos os meses no Hospital Santa Catarina, que agora terá a oportunidade de oferecer o mesmo tratamento dos hospitais privados”, comemorou o doutor Christian. “O hospital adquiriu os equipamentos que permitirão que grande parte das cirurgias pediátricas e ginecológicas que, até agora, eram feitas de forma convencional, se beneficiem de uma cirurgia com menos dor, cicatrizes e melhor recuperação pós-operatória. Agora poderemos fazer a cirurgia do refluxo gastroesofágico, gastrostomias, colecistectomias, videotoracoscopias e muitos outros procedimentos por vídeo”, destacou o cirurgião.

Os primeiros relatos de videocirurgia no mundo são da década de 1980, mas ela ganhou força mesmo após os anos 1990. Desde os primeiros estudos verificou-se uma série de benefícios em relação aos métodos convencionais, de cortes maiores no paciente. Entre as vantagens apontadas estão, além de incisões mínimas, melhores resultados estéticos, menor dor pós-operatória, menores chances de complicações, menor sangramento, recuperação mais rápida e menor tempo de internação hospitalar.

O Hospital Materno-Infantil Santa Catarina é administrado pela organização social Ideas em parceria com o Governo do Estado. Em dezembro de 2018, a instituição, com investimentos públicos superiores a R$ 5 milhões, inaugurou uma série de melhorias, como uma nova área anexa de três andares de estrutura para atendimento com UCI neonatal, maternidade, clínica cirúrgica da mulher e pediátrica, centro cirúrgico e Central de Material Esterilizado (CME), além de 70 novos leitos, chegando a mais de 100. A nova maternidade, com capacidade para 300 partos mensais, virou referência para nascimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Criciúma e municípios da região carbonífera.

Atualmente, a instituição oferece Pronto Atendimento pediátrico 24 horas. Com a reforma e ampliação da estrutura, o hospital também passou a operar como uma maternidade de alto risco, tornando-se efetivamente um hospital materno-infantil como idealizado desde a sua concepção, há mais de 20 anos.

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Marilene Rodrigues Correia.
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