Nesta sexta-feira, 6, o Hospital Nereu Ramos (HNR) completa 80 anos de serviços voltados à saúde pública de Santa Catarina. Integrando a rede de hospitais administrados pela Secretaria de Estado da Saúde, a instituição foi fundada para atender os casos mais graves relacionados às doenças infectocontagiosas.
A comemoração iniciará às 17h com uma missa na capela do hospital e, na sequência, terá uma confraternização no pátio central com a presença da banda da Polícia Militar. Durante o evento, haverá a projeção de imagens que contarão a história da unidade e as duas servidoras mais antigas da casa serão homenageadas. A técnica de enfermagem Josiane Espíndola,56, e a auxiliar de serviços hospitalares e assistenciais Janine Santo Duarte,54, estão completando 35 anos de serviços prestados.
Também será feita uma homenagem póstuma ao Dr. Osvaldo Vitorino de Oliveira, falecido em 2022, e que durante 40 anos atuou como médico infectologista na unidade, além de ter dirigido o Hospital em 1990 e exercido o cargo de Secretário de Estado da Saúde em 1980.
“Falar do Hospital Nereu Ramos e dos seus 80 anos é falar da história da saúde pública de Santa Catarina. É nosso grande hospital de doenças infectocontagiosas. Também precisamos agradecer a todos os diretores e colaboradores que por lá passaram, porque a vida de um hospital se faz com os profissionais que lá trabalham. Como referência no estado, é preciso também agradecer a todos os profissionais, porque o Nereu Ramos desenvolveu um papel importantíssimo durante toda a sua vida, mas principalmente nesses últimos anos, no acolhimento e tratamento dos pacientes com Covid-19″, reforça a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.
A instituição possui atualmente 457 funcionários e dispõe de 106 leitos instalados numa área de 6,2 mil metros quadrados. Em 2020 houve um imenso esforço dos profissionais do HNR para o enfrentamento da Covid-19. As rotinas do Hospital sofreram adaptações e reestruturações para aumentar sua capacidade operacional em resposta à demanda crescente de pacientes.
“O Nereu Ramos teve uma importância muito grande durante a Covid. É um hospital que é de retaguarda e foi referência na pandemia em todo o Estado. Por ser um hospital infectológico e tisiológico, o Nereu acolhe e cuida dos pacientes com HIV, tuberculose, hepatite, e tem uma importância epidemiológica grande para todo o estado. Eu sou muito grata e honrada em ser diretora de uma instituição que é referência no estado e no Brasil”, destacou Renata Zomer, diretora da instituição.
Vocação
O Hospital Nereu Ramos passou por várias mudanças ao longo de sua existência, adaptando-se às necessidades como também às novas formas de tratamento, mas manteve o seu papel de referência em doenças infectocontagiosas. Possui uma vocação exclusiva em infectologia e tisiologia – ramo da medicina que estuda a tuberculose – e é o único vocacionado em infectologia do Estado com residência na área.
Em 80 anos de existência tem sido referência no tratamento de pacientes portadoras de doenças transmissíveis, como tuberculose, cólera, meningite, AIDS/infecção pelo HIV, influenza H1N1 e recentemente a pandemia de Covid-19.
Em 1995, recebeu o status de Hospital Dia, credenciado pelo Ministério da Saúde. Dois anos depois, era reconhecido como Centro de Referência Estadual no Tratamento de Portadores de HIV/Aids. Contava, então, com 11 leitos destinados aos pacientes soropositivos. Finalmente, em 1998, o HNR se tornava Centro de Referência também em Imunobiológicos Especiais e no Tratamento de Doenças Pulmonares e Tisiológicas.
Durante sua trajetória contribuiu para a formação de profissionais da área de saúde em parceria com as diversas instituições de ensino e pesquisa. Na década de 1990, a SES celebrou um convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para o desenvolvimento dos Programas de Residência Médica. Em janeiro de 2011, o Hospital Nereu Ramos formou sua primeira turma de especialistas em Infectologia. Em fevereiro de 2020, completou a sua décima turma.
Histórico
A instituição foi concebida e idealizada dentro da política do primeiro governo do presidente Getúlio Vargas, de criação de serviços públicos de saúde no Brasil. No período de sua construção, o governador de Santa Catarina era Nereu Ramos.
O prédio foi construído numa área conhecida por Pedra Grande. Pouco povoada, a região possuía um relevo propício para a implantação de um equipamento hospitalar destinado ao tratamento da tuberculose e demais doenças contagiosas. A construção da edificação iniciou-se em 1940 na parte mais alta da localidade, onde as condições climáticas eram coerentes com as diretrizes e ideologias referentes ao tratamento dessas doenças.
O projeto original foi realizado pelo arquiteto Paulo Motta e pelo engenheiro Udo Deeke. Na concepção projetual usou-se o modelo pavilhonar, cujas unidades se articulam por meio de passagens cobertas voltadas para pátios ajardinados internos. A existência desses jardins envolvendo a edificação permite a orientação em relação à insolação e uma setorização funcional dos espaços, com circulações abertas que os ligam.
A inauguração ocorreu no dia 6 de janeiro de 1943, com a presença do governador Nereu Ramos. Na época, a unidade ficou sob a administração das Irmãs da Congregação da Divina Providência e contava com 100 leitos, dos quais 60 eram destinados aos pacientes com tuberculose. As seis enfermarias existentes eram divididas em alas femininas e masculinas, sendo que quatro eram destinadas aos adultos e duas às crianças.
Foram oito décadas de muitas conquistas. A primeira cirurgia cardíaca do estado foi realizada nas dependências da instituição, em 1960. Cerca de 10 anos depois, em 1971, a unidade foi incorporada à Fundação Hospitalar de Santa Catarina, assumindo a condição de Centro de Referência Estadual em Doenças Infecciosas e Parasitárias e anos depois seguiu sendo administrado pela Secretaria de Estado da Saúde.
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