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Este ano, a campanha propõe atenção especial aos vulneráveis e preparo para os desafios inesperados

Nos últimos anos a Doença Renal Crônica (DRC) tem sido reconhecida como problema de saúde pública mundial. Estima-se que mais de 655 mil catarinenses sofram com a enfermidade. Destes, cerca de 4 mil apresentam um quadro de insuficiência renal crônica em fase terminal e precisam ser submetidos a hemodiálise e 700 evoluem para o óbito. Visando atender essa demanda, anualmente a Secretaria de Estado da Saúde (SES) cofinancia a Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal com aporte de mais de 50 milhões.

Dia Mundial do Rim 2023


A doença renal causa pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano no mundo inteiro, com uma taxa crescente de mortalidade. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas sofram com a enfermidade. Para tentar diminuir essa estatística, a Sociedade Brasileira de Nefrologia coordena no Brasil uma Campanha do Dia Mundial do Rim. O principal objetivo é a disseminação de informações sobre as doenças renais, com foco na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Estes propósitos estão sintetizados no tema central “Saúde dos Rins (e exame de creatinina) para Todos”. A data é comemorada toda segunda quinta-feira do mês de março.

A Secretária de Saúde, Carmen Zanotto, reforça a importância do dia ressaltando que o estado investe pesado nos serviços de hemodiálise e conta também com a Associação dos Pacientes Renais (APAR). A chefe da pasta destaca a importância do fortalecimento da Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal na atenção básica e especializada. “Precisamos cuidar dos rins de cada indivíduo para evitar que eles cheguem numa máquina de hemodiálise ou num transplante renal, por isso o fortalecimento da atenção básica e a linha de cuidado com os pacientes renais é muito importante. Municípios, estados e profissionais da área da saúde precisam estar unidos para que sejam reduzidas cada vez mais a necessidade dos pacientes entrarem em uma máquina de hemodiálise”, propõe.

Este ano os esforços de divulgação da campanha direcionam um olhar especial aos cuidados com os vulneráveis, resumidos no tema específico para 2023, “Cuidar dos Vulneráveis e estar preparado para os desafios inesperados”. A ideia é proteger os pacientes com Doença Renal Crônica que necessitam de tratamento hospitalar especializado, por meio de uma gestão em saúde preparada para eventos adversos.

A médica nefrologista, Carla Wood Schmitz, que atua no Hospital Governador Celso Ramos (HGCR), nos lembra que em 2020 a pandemia veio escancarar à sociedade que as pessoas que precisam de um tratamento de manutenção da vida são expostas a um alto risco diante de um cenário adverso. “A ideia da campanha deste ano é que realmente a gente se prepare enquanto gestão em Saúde, mas não só. Implica também em estratégias que o próprio paciente pode fazer como, por exemplo, saber o seu histórico de saúde, os medicamentos de que faz uso, isso pode ser muito útil numa situação em que o sistema não está em seu pleno funcionamento”, argumenta. A nefrologista recorda ainda que em 2018, durante a greve dos caminhoneiros,  o sistema foi pressionado, mas apesar disso não foi preciso interromper os tratamentos de hemodiálise no HGCR. “Naquele período tínhamos uma reserva, mas é claro que a gente pode se preparar de uma maneira mais adequada para situações que, por ventura, possam vir a ocorrer”, esclarece.

Nova Lei amplia os direitos dos doentes renais

Santa Catarina foi um dos primeiros estados a equiparar através de lei a pessoa diagnosticada com doença renal crônica à pessoa com deficiência. Em 2021 foi sancionado o projeto de lei 263/2019. Com a sanção, as pessoas nessas condições passam a ter os direitos previstos na Lei 17.292/2017, que trata da consolidação da legislação estadual sobre os direitos das pessoas com deficiência. A norma vale para casos de deficiência orgânica renal crônica estágio 5: pessoas com transplante renal, pacientes com insuficiência renal crônica, lesão renal progressiva e irreversível da função dos rins em sua fase mais avançada. 

Doença Renal Crônica (DRC)

Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. A insuficiência renal pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.

Estima-se que haja atualmente no mundo 850 milhões de pessoas com doença renal, decorrente de várias causas. A DRC é um conjunto de alterações clínicas causadas por agressão persistente e irreversível ao rim. Ela decorre de diversas condições clínicas, sendo hipertensão e diabetes as principais causas de doença renal terminal. É uma doença com repercussões globais, que pode ser identificada em sua fase inicial com exames de baixo custo e, assim, possibilitar a prevenção de sua evolução.

Em caso de sintomas como cansaço, anemia, redução da urina, câimbra, falta de apetite, esquecimento das coisas, procure uma Unidade Básica de Saúde.

Quanto ao diagnóstico, o exame de creatinina é o principal marcador para as doenças renais e lema da campanha deste ano para a conscientização, principalmente nos estágios iniciais que são silenciosos.

Cuidados essenciais

Os rins são órgãos que executam funções essenciais, das quais depende todo o equilíbrio do corpo. A mais conhecida dela é a filtragem de todas as impurezas e as toxinas de nosso corpo. Mas não para por aí, ele é capaz de regular a água e manter o equilíbrio das substâncias minerais do corpo (sódio, potássio e fósforo), liberar hormônios para manter a pressão arterial e regular a produção de células vermelhas no sangue, além de ativar a vitamina D, que mantém a estrutura dos ossos.

Veja 8 dicas de ouro para a prevenção da doença renal:

1) Mantenha-se em forma, seja ativo;
2) Tenha uma dieta saudável;
3) Confira e controle o açúcar do sangue;
4) Confira e controle a pressão arterial;
5) Beba água em quantidade suficiente;
6) Não fume;
7) Não tome analgésicos e anti-inflamatórios com regularidade;
8) Cuide de examinar sua função renal se tiver um ou mais fatores de risco.

SES regula 28 instituições focadas na Terapia Renal Substitutiva

A doença renal crônica pode surgir quando os rins não funcionam da maneira ideal e ocorre quando a função renal está abaixo de 60%. Como uma das funções do órgão é retirar as impurezas do organismo, quando ele falha iniciam os problemas, como atraso no crescimento, fragilidade óssea, náuseas, vômitos e perda de apetite. Ela não tem cura, mas há tratamentos que contribuem para a saúde do paciente, garantindo mais bem-estar e qualidade de vida. Entre eles, a Terapia Renal Substitutiva (TRS), que compreende a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante renal. Em geral, esses tratamentos são indicados quando a função renal do paciente cai ao nível de 10% a 15%.

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da SC Transplantes, registrou em duas décadas 4.026 transplantes de rim. Atualmente, há 664 pacientes na fila de espera e em fevereiro de 2023 foram realizados 20 transplantes de rim.

Em 2021, o SES passou a contar com uma Política de Atenção ao Cuidado do Doente Renal Crônico e assumiu a gestão e reestruturação de 28 instituições focadas na Terapia Renal Substitutiva, como parte de uma proposta de incremento estadual na linha de cuidado da pessoa com doença renal crônica. Outras duas clínicas (uma de Concórdia e outra de Criciúma) também receberam incremento por produção, mas por meio de convênio. A decisão de trazer a gestão para o Estado foi pactuada no dia 24 de agosto de 2021 na Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

Clique aqui e conheça o protocolo de acesso a TRS em Santa Catarina.

Saiba quais os estabelecimentos hospitalares habilitados pela SES oferecem a TRS:

Foz do Rio Itajaí
Associação Renal Vida de Itajaí
Fundação Pro Rim de Balneário Camboriú

Grande Florianópolis
Hospital Governador Celso Ramos - Florianópolis
São José Clínica de Hemodiálise Ltda - São José
Hospital Universitário - Florianópolis
Clinirim - Florianópolis

Grande Oeste
Unidade de Terapia Renal de Xanxerê
Clínica Renal do Oeste - Chapecó
Clínica Renal do Extremo Oeste - São Miguel do Oeste

Meio Oeste e Serra Catarinense
Hospital São Francisco de Concórdia
Centro de Terapia Renal SC de Lages
Clínica Hemodiálise de Videira
Clínica Hemodiálise de Curitibanos
Clínica do Rim e Hipertensão de Lages
Hemoser Clínica de Hemodiálise de Luzerna

Planalto Norte e Nordeste
Centro de Tratamento de Doenças Renais de Joinville (CTDRL) Unidade Renal Jaraguá Do Sul
CTDRJ Unidade Renal Mafra
CTDR Joinville
Fundação Pro Rim Matriz de Joinville
Clínica Rim e Vida de São Bento do Sul
Fundação Pro Rim de São Bento do Sul

Sul
Clínica de Hemodiálise de Tubarão
Clinefro de Criciúma
Clínica de Nefrologia de Araranguá
Hospital São José de Criciúma