A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (DIVE), divulgou nessa quinta-feira, 16, uma nota de alerta aos municípios catarinenses sobre o perfil dos casos confirmados de dengue no estado.
O perfil epidemiológico em 2023 comparado com o do ano passado apresenta uma proporção maior de casos registrados em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade.
O registro da doença nessa faixa etária, passou de 19% para 26,2% dos casos. Além disso, o número de casos com sinais de alarme para cada 100 casos de dengue, aumentou nessas idades, de 1,7 passou para 6,7. O mesmo se reflete nas hospitalizações. Enquanto 2,5% dos casos na população em geral são internados, na faixa etária de 0 a 19 anos, a taxa vai para 31,4%.
“A dengue na criança pode ser assintomática. Ou ela pode apresentar um quadro febril agudo ou ainda sinais e sintomas inespecíficos, tais como fraqueza, fadiga, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas”, alerta Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
A nota também traz ainda um alerta sobre outros sinais e sintomas da doença em menores de dois anos de idade: choro persistente, adinamia (fraqueza muscular) e irritabilidade, podendo ser confundidos com outros quadros infecciosos frequentes nessa faixa etária.
“O agravamento nas crianças, em geral, é mais rápido que no adulto. Por isso, a importância de suspeitar da doença logo no início dos sintomas e realizar a classificação do paciente o mais precocemente possível, de acordo com o fluxograma de manejo clínico do paciente com dengue. Seguindo as recomendações do documento é possível evitar a ocorrência de casos graves e óbitos pela doença”, ressalta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
Confira o fluxograma de manejo clínico para pacientes com dengue aqui.
Além das crianças, são considerados grupos de risco para dengue: gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, pessoas com comorbidades, como hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), asma, obesidade, doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes.
Confira aqui a nota de alerta completa.
Todos os casos de dengue devem ser monitorados quanto à presença de sinais de alarme, que são os seguintes: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, hipotensão postural, sangramentos de mucosa, letargia (sonolência) ou irritabilidade.
“Outro ponto importante: o tratamento da dengue é a hidratação adequada. Por isso, desde a entrada na unidade de saúde até a alta, a recomendação é hidratar. Isso é essencial para evitar a evolução dos casos leves em graves”, explica Gaudenzi.
Dengue em SC
De acordo com o último informe, divulgado nessa quarta-feira, 15, o estado já registra mais de 20 mil focos do mosquito, em 209 municípios. Já foram confirmados 1.731 casos de dengue. Desses total, a maioria (1.507) são autóctones, ou seja, com transmissão dentro do estado.
Confira aqui o informe completo.
Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Podem ocorrer também náuseas e vômitos.
A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus. A principal medida de prevenção da doença é eliminar os criadouros do mosquito.
O que fazer?
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
• Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Limpe as calhas, evitado que galhos ou outros objetos não permitam o escoamento adequado da água;
• Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
• Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito.