A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vai receber do Ministério da Saúde (MS) um repasse no valor de R$ 1 milhão para auxiliar na intensificação das ações de prevenção à dengue em Santa Catarina. A verba vinda do Fundo Nacional de Saúde foi publicada em portaria no Diário Oficial da União.
“Esse montante vai se somar aos recursos já disponibilizados pelo governo do Estado para auxiliar os municípios nas ações de combate à dengue. Com a ampliação do horário de atendimento em unidades básicas de saúde e em pronto atendimentos, por exemplo. Além disso, a secretaria de Estado da Saúde segue em contato com o governo federal para cobrar agilidade dos pedidos já feitos anteriormente pelo estado, como o uso de novas tecnologias na prevenção à doença, com a vacina e os mosquitos estéreis”, afirma Carmen Zanotto, secretária de estado da Saúde.
Além desse recurso, SC já havia disponibilizado R$ 10 milhões para os municípios que decretaram situação de emergência por conta da doença. Desse total, quase nove milhões já foram solicitados. Receberão o auxílio as prefeituras de Joinville, Florianópolis, Coronel Freitas, Saudades, Palhoça, São José, Biguaçu, São João Batista, Garuva, Navegantes e Barra Velha.
Confira algumas ações já realizadas no Estado
- Campanha de comunicação, com divulgação das informações em diferentes meios de comunicação e redes sociais;
- Disparo de mensagens SMS, através do sistema de alerta da Secretaria de Estado de Proteção e Defesa Civil;
- Publicação de Informes Epidemiológicos semanais;
- Apoio técnicos pelos profissionais das Gerências Regionais de Saúde e da DIVE/SC às equipes municipais;
- Capacitação dos Agentes de Combate a Endemias para as atividades de vigilância e controle vetorial;
- Capacitação de profissionais de campo para para aplicação de inseticidas;
- Aplicação do inseticida utilizando os equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV) acoplados a veículos;
- Visitas e reuniões técnicas com os municípios e Gerências Regionais de Saúde;
- Reunião com os Núcleos Hospitalares de Vigilância Epidemiológicas dos Hospitais da Grande Florianópolis;
- Webinar de Vigilância e Manejo Clínico da Dengue;
- Capacitação de Vigilância e Manejo Clínico das Arboviroses com presença de técnicos do Ministério da Saúde;
- Distribuição de inseticidas e larvicidas para bloqueio de transmissão e aplicação residual em pontos estratégicos;
- Processamento de 43 mil amostras para diagnóstico da doença pelo LACEN/SC.
Dengue
A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.
A infecção pelo vírus dengue varia desde formas mais leves até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
“Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça ou atrás dos olhos, náuseas ou vômitos, fraqueza, dores musculares ou nas articulações. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo, podendo atingir face, tronco, braços e pernas”, destaca João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
No entanto, alguns pacientes podem apresentar uma evolução desfavorável da doença. Assim, é necessário manter atenção aos sinais de alarme, que são: sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
“Assim que o paciente apresentar febre, ele já deve procurar atendimento em um serviço de saúde para fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças e para receber as orientações corretas quanto ao seu tratamento e acompanhamento. É importante lembrar que qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles com comorbidades, têm maior risco de apresentarem quadros graves de dengue. Na identificação de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde”, enfatiza Maria Júlia Almeida Rostirolla, médica infectologista da DIVE/SC.
Os profissionais de saúde devem seguir o Fluxograma de Manejo Clínico para atendimento dos casos suspeitos de dengue.
Cenário em SC
Santa Catarina já tem 19.502 casos confirmados de dengue. Desse total, a maioria (15.010) é autóctone, ou seja, casos contraídos dentro do estado. Ainda de acordo com o último informe epidemiológico, 21 óbitos já foram registrados pela doença.
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