Em apenas oito meses, Santa Catarina já atingiu o mesmo número de óbitos (90) de dengue do que o registrado em todo o ano passado. Há ainda outras oito mortes suspeitas em investigação. Os dados atualizados foram divulgados hoje (02) pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (DIVE/SC) e também revelam que mais de 98 mil casos da doença já foram registrados em 2023, contra 83.523 de 2022.
Confira aqui o informe epidemiológico completo.
Diante desse cenário e planejando ações para o próximo período sazonal da doença, o estado recebeu a visita técnica do Ministério da Saúde nesta semana. As reuniões e debates, que começaram na terça-feira (01) e seguem até amanhã (03), devem ter* um* efeito prático na vigilância da dengue em SC. “É sempre importante fortalecer e integrar as ações entre estado, município e União. A partir desta visita técnica do Ministério da Saúde, iniciamos uma série de atividades que se estende pelos próximos meses, de forma a reforçar as medidas de prevenção”, destaca João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
Além do cenário epidemiológico apresentado na visita do Ministério da Saúde, os técnicos do nível federal discutiram a vigilância dos óbitos por dengue e apresentaram uma proposta de mapeamento de risco, para reconhecer áreas com maior probabilidade de transmissão da dengue, chikungunya e Zika vírus. A partir disso, será possível planejar e direcionar ações diferenciadas para estes locais, otimizando os recursos disponíveis. Essa proposta será discutida nos próximos meses, de forma a ser incorporada na Estratégia Operacional do Estado.
Nesta visita técnica, além dos técnicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), também participaram técnicos das Gerências Regional de Saúde de Florianópolis e Joinville e dos municípios de Blumenau, Brusque, Chapecó, Florianópolis e Joinville. “Neste primeiro momento participaram os municípios de grande porte, com uma transmissão importante entre os anos de 2022 e 2023. Mas essa atividade será realizada com os demais municípios, em atividades previstas para os próximos meses” reforça o diretor.
Prevenção
Mesmo com a incorporação de novas atividades e estratégias, a melhor maneira de prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, Zika e chikungunya) ainda é eliminar locais com água parada. “E isso precisa ser feito ao longo de todo o ano. Retirar os pratinhos dos vasos de plantas, tampar caixas d’água, destinar corretamente o lixo, manter os quintais limpos, ações que parecem bem simples, mas que são fundamentais para a saúde pública e para o controle do mosquito”, explica Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE/SC.
Para ajudar no recolhimento de pneus inservíveis no estado, já estão abertas as incrições da segunda etapa anual da campanha “Penso, logo destino”, em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e a Reciclanip, entidade gestora do sistema de Logística Reversa de Pneus Inservíveis em todo o Brasil.
Os municípios que tiverem interesse em participar, podem se inscrever neste link.
Você sabia?
- O ciclo do Aedes aegypti se completa em sete dias, ou seja, em apenas uma semana ele se transforma em mosquito (ovos, larva, pupa, mosquito adulto) e, por isso, é tão importante que semanalmente seja feita uma vistoria nas casas, quintais e ambientes de trabalho.
- Cada fêmea deposita mais de 100 ovos por vez nas paredes internas de recipientes que podem acumular água.
- Os ovos podem durar até um ano e meio na parede desses recipientes, mas precisam do contato com a água para se transformarem em mosquitos.
- Ao entrar em contato com a água, os ovos eclodem em 10 minutos.
- O mosquito vive de 35 a 45 dias, sendo que sua alimentação, reprodução e postura dos ovos acontece durante o dia.
- As fêmeas necessitam do sangue humano para fazer a maturação dos ovos. E é nesse momento (picada) que pode ocorrer a transmissão das doenças tanto para os seres humanos, como a infecção do mosquito, ao picar uma pessoa doente durante o período de viremia.
Sinais e sintomas
A infecção pelo vírus dengue varia desde formas mais leves até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Podem ocorrer também náuseas e vômitos.
Ao apresentar sinais e sintomas, deve-se procurar atendimento em um serviço de saúde. A hidratação intensa é uma das principais medidas de manejo na dengue, sendo importante que as pessoas com sintomas se hidratem desde o momento de espera pelo atendimento.