O projeto “SAMU Reveste Vidas”, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) , que já produziu mais de 150 itens, fechou nova parceria com a Penitenciária de Florianópolis. Desde agosto deste ano, os apenados reaproveitam os uniformes para produzir estojos, bolsas, necessaires, niqueleiras, aventais, lancheiras e porta papel higiênico. As peças serão destinadas às escolas municipais da Capital, que vão beneficiar os estudantes com o material escolar.
O projeto, elaborado em 2021, reduz os desperdícios, fomenta a sustentabilidade e dá um destino correto aos uniformes que não tinham mais condições de uso. “O SAMU possui bastante uniformes em condições de desuso, com isso evitamos que as sobras acabem em aterros sanitários ou sejam incineradas” relata Carine Blomberg, técnica de enfermagem e idealizadora do projeto.
A nova parceria além de fortalecer a sustentabilidade e beneficiar as pessoas envolvidas, possibilita que o apenado trabalhe e ganhe remição de pena e uma melhor integração à sociedade. Segundo Júlio César Sarda, coordenador da atividade laboral na penitenciária, desde que os internos começaram a produzir as peças na malharia, demonstraram muita força de vontade em aprender a nova atividade. “São nove internos que trabalham oito horas diárias de segunda a sexta-feira. É uma maneira de mesmo estando na prisão, poder ajudar o próximo e reduzir a pena. Cada três dias trabalhados menos um dia de reclusão”, comenta.
Para o reeducando, Carlos A. V, o trabalho acaba sendo uma distração, dando a impressão do tempo passar mais rápido. “Gosto de me sentir útil e saber que estou ajudando as crianças, pois faço os estojos. Mesmo estando preso, quero evoluir de alguma forma. Os finais de semana são chatos porque não tem nada para fazer”, explica.
Atualmente, a equipe do projeto utiliza os materiais das Unidades de Suporte Avançado (USAs). A intenção, agora, é ampliar o encaminhamento dos uniformes, buscando também matéria-prima nos municípios. “A ideia não é só o projeto ficar em âmbito estadual, mas ampliar para os municípios e contar com o apoio das Unidades de Suporte Básico (USB)”, finaliza Marcos António Fonseca, Superintendente de Urgência e Emergência da SES.
A outra parceira do projeto é a Organização Não Governamental Irmandade Divino Espírito Santo, de Florianópolis. As costureiras que atuam na ONG confeccionam e vendem as peças. A renda gerada beneficia famílias carentes.