OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Mais transplantes
O excelente índice de aproveitamento de órgãos para transplantes em Joinville
– pelo menos em comparação com o restante do Estado – poderia ser ainda maior não fossem as resistências familiares à doação, como mostra a edição de hoje. Lamentavelmente, uma das grandes maravilhas da medicina, a possibilidade de melhoria da qualidade de vida ou mesmo de sobrevivência, não pode chegar a muitos por causa dessa resistência. Felizmente, é possível encarar o tema com esperança e otimismo porque o boicote à doação já foi maior em passado recente. Pode ser que chegue a zero em pouco tempo.
Quanto mais o tema da doação estiver presente na mídia, em campanhas de conscientização, mais fácil será de convencer as pessoas sobre a importância dos transplantes. Com o tema popularizado, a interpelação de uma família em momentos tão dolorosos como aqueles logo após a morte de um ente não será algo tão inesperado. A tarefa nunca será fácil, mas a acolhida poderá se tornar mais receptiva se o tema estiver mais popular.
Esse avanço científico, de proporcionar mais vida por causa dos transplantes, não pode ser desperdiçado. O sistema de saúde pública também deve manter os investimentos no setor, elevados, mas indispensáveis. O País já é exemplo internacional nesse campo e pode evoluir ainda mais. Se governos e famílias derem suas respectivas contribuições.
Destaque
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
“Quero é viver, viver e viver”
Histórias de sucesso fazem parte do 5º Encontro de Transplantes do Sul do Brasil, que acontece em Joinville
Se Edimar Francisco da Silva, de 40 anos, soubesse que um senhor de 94 anos, médico de um posto de Saúde de Juazeiro do Norte, iria diagnosticar o seu problema de saúde, teria se mudado para Joinville muito antes. Foi no Ceará que o técnico em agropecuária descobriu que tinha um problema renal. E foi em Joinville que ele fez o transplante que salvou sua vida.
O processo foi rápido e certeiro. O rim foi doado por um familiar – um dos tipos de doações –, e o transplante mudou a rotina e o modo de viver de Edimar. Tudo começou quando ele descobriu a doença e ligou para a irmã Mônica da Silva, 31, moradora de São Francisco do Sul. Prontamente, ela se candidatou para ser doadora, mesmo sem saber se o rim seria compatível. “Ela foi até Juazeiro para ver a possibilidade de ser doadora. Viu o que precisava e começou a fazer os exames em Joinville”, conta Edimar. Quando descobriram que era compatível, Edimar, já aposentado por causa da doença, decidiu ir até São Francisco e ficar com a irmã. “Estava muito debilitado. Foi uma ação divina tudo ter dado certo”, diz.
Em julho deste ano, as hemodiálises começaram na Pró-Rim. Foram 70 dias de ‘máquina’, como os transplantados dizem. E em outubro, o transplante foi realizado no Hospital São José. A cirurgia fez Edimar mudar conceitos. Depois de um mês transplantado, ele conta ter mudado muita coisa na vida. “A gente repensa alguns conceitos. Eu estava muito descrente e desde quando tudo começou, passei a acreditar em sinais divinos. Fez mudar os meus paradigmas”, confessa.
Segundo ele, há muitos mitos com relação a transplante. As pessoas precisam buscar conhecimento e tirar essa carga negativa. Claro que não quero passar por esse problema de novo, mas depois da transferência de órgão a vida se torna fantástica. É preciso incentivar o doador”, revela Edimar. A irmã dele também acredita que esse ato de amor deve ser passado adiante. “As pessoas têm medo, mas é tudo muito simples. Não muda a alimentação, não tem prejuízo, pelo contrário, só tem a ganhar”, completa Mônica.
Para os dois, foi uma possibilidade de Edimar continuar a viver. “Por que deixar um ente querido sofrendo se você pode ajudar a salvá-lo e acalmá-lo? É um ato de amor. É algo especial.”
Essa é uma das muitas histórias de sucesso de transplante. Agora, Edimar só tem um plano para o futuro: “Quero viver, viver e viver.”
Histórias como a de Edimar fazem parte do 5º Encontro de Transplantes do Sul do Brasil, que acontece em Joinville, hoje e amanhã.
taisa.rodrigues@an.com.br
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Alegria voltou após cirurgia
De sorriso no rosto, Maria de Fátima Alves Pinheiro Mazzotto, de 57 anos, só pensa em desfrutar a vida e curtir a família. Essa semana, ela completou um ano de transplante renal e diz estar “muito bem”.
Ela conseguiu o transplante por meio de um doador falecido – um dos tipos de doação. Desesperada e sem esperança, dona Maria não acreditava mais na recuperação. “Depois da cirurgia tudo mudou. Sei que é sofrido para quem fica porque vai um ente querido, mas esse gesto da família... Ai, nem sei explicar. É um gesto de amor, de carinho, afeto, compaixão e solidariedade. Tem que doar. Assim é possível salvar vidas”, se emociona dona Maria.
Todas as noites, antes de dormir, ela reza em agradecimento. Pede a Deus para que dê um bom lugar para as pessoas que morreram, principalmente por aquela que deu a chance de ele seguir vivendo. “Peço também para proteger e abençoar a família. Sem o consentimento dela, eu não estaria aqui.” E é assim que Maria de Fátima vive: rezando, agradecendo e melhorando a cada dia. Mas, segundo ela, o que mais gosta de fazer é tomar água. “Fiquei muito tempo na ‘máquina’ e não podia beber água. Que sofrimento. Depois da cirurgia, pedi um copo para beber. Bebi com gosto”, sorri.
Antes dessa alegria toda, Maria era triste. Tinha descoberto o problema renal há 15 anos e não deu importância. Começou a ter crises e só em 2007 aceitou a doença e iniciou a hemodiálise. “Entrei em desespero. Em 2008, tirei os rins e aí fiquei na fila de espera. Não tinha mais forças para viver”, conta.
Agora, é diferente. Maria leva uma vida normal e conta, principalmente, com o apoio. “A família é muito importante, mas mais importante ainda é alertar sobre a importância de ser um doador.”
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Evento hoje e amanhã
Para debater da importância da doação e os resultados relacionados aos transplantes, a Fundação Pró-Rim promove hoje e amanhã o 5º Encontro de Transplantes do Sul do Brasil. Uma das propostas é compartilhar experiências entre estudantes e profissionais de saúde sobre a situação atual dos transplantes.
O evento será realizado no auditório da Pró-Rim e também tratará de temas como o modelo catarinense de captação e distribuição de órgãos, a atuação de equipes e das centrais de transplantes, o papel da mídia e da comunicação e os transplantes de rins, fígado e pâncreas. Os interessados podem se inscrever no local. Os valores variam de R$ 60 a R$ 150.
Estado
TUBARÃO
Morte de criança ainda sem explicação
A morte do menino Pedro Henrique Ayala, três anos, na terça-feira, durante atendimento no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, no Sul do Estado, ainda é cercada por dúvidas e silêncio.
Além do sofrimento de perder o menino, a família do garoto enfrenta a falta de informação. Até agora, os pais não sabem qual medicamento e a dosagem da injeção aplicada no garoto minutos antes de ele morrer. O hospital mantém a posição de só se manifestar sobre o caso depois de concluído o procedimento interno que busca esclarecer o episódio.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) de Santa Catarina vai analisar as circunstâncias da morte do menino. O delegado do CRM na região de Tubarão, Flávio Vieira, informou que o órgão irá designar um médico conselheiro para analisar o caso. “Iremos avaliar todos os procedimentos feitos pelo médico que atendeu à criança. O atendimento feito por enfermeiros ou outras pessoas não compete ao CRM”, ressalta Vieira.
SÃO JOSÉ
Vigilância não aprova ala do Centro São Lucas
A ala 3 do Centro Educacional São Lucas, em São José, na Grande Florianópolis, que deveria receber os 12 adolescentes que estão no nível 4, não foi aprovada, ontem, pela Vigilância Sanitária. O grupo continua no local interditado, onde foram constatadas irregularidades na infraestrutura. A gerência não quis falar sobre o assunto. O prazo para adequações é de 60 dias.
OLIMPÍADA DO SAMU
Mais de 90 profissionais do Samu de todo o País participaram ontem da 1ª Olimpíada do Samu 192 em Brasília. O objetivo é a integração e construir uma identidade nacional de assistência à população.
CENTRO SÃO LUCAS
Sem avanços nas melhorias
A ala 3 do Centro Educacional São Lucas, em São José, na Grande Florianópolis, que deveria receber os 12 adolescentes que estão no nível 4 não foi aprovada, ontem, pela Vigilância Sanitária do Estado. Os jovens permanecem no local interditado, onde foram constatadas irregularidades quanto à higiene e infraestrutura da instituição. De acordo com a chefe da Divisão de Fiscalização de Estabelecimentos de Interesse da Saúde do Estado, Maika Arno Roeder, a gerência do Centro Educacional não cumpriu a medida cautelar que exigia a solução dos problemas de esgoto e de condições de habitação. Maika afirma que o nível 3, para onde os adolescentes seriam transferidos, também não suporta a demanda. Além disso, nada mudou no mato e no esgoto.
COBRANÇAS NA SAÚDE
A Sociedade Joinvilense de Medicina pretende endurecer nas cobranças com a Prefeitura de Joinville. Até agora, a entidade dos médicos vinha esperando pelos resultados das ações da Secretaria de Saúde de Joinville, sem fazer cobranças públicas. “Só que o tempo passou e ainda não sentimos essas melhorias. Há falta de remédios, daí o problema é licitação. O acelerador ainda não tem data para entrar em operação. Enfim, já teve tempo para aparecer os resultados. Vamos começar a fazer as cobranças de forma bem mais incisiva”, diz o presidente da SJM, Ricardo Polli.
Para ele, o atendimento na saúde pública tem de melhorar. A SJM está aguardando uma lista de melhorias na saúde pública que teriam ocorrido durante o governo Carlito. O documento, ainda não enviado à sociedade, servirá para mais análises do desempenho da administração na saúde.
ARTIGOS
SOS saúde SC
A possibilidade de retomada da CPMF está criando uma celeuma. Precisamos repousar este debate na razão do bom senso, com temperança e otimismo, lembrando-nos das ações urgentes que a saúde pública carece, incluindo Santa Catarina no rol das preocupações. Todos sabem, independente da opção partidária, que a CPMF era uma forma eficaz de combate à sonegação. Além disso, a contribuição financiava a saúde pública. Da movimentação bancária dos 10% mais ricos vinham 61%. Pessoas físicas contribuíam somente com 28%, enquanto as empresas contribuíam com 72%. Deste volume, somente 17% representavam a contribuição dos que ganhavam mais de R$ 100 mil anuais. A presidente eleita tem todo o direito e suficiente credibilidade para debater, com os governadores eleitos, uma saída, ainda que temporária, para a questão da saúde. O que me surpreende é a voracidade de algumas lideranças políticas catarinenses no ataque à possível retomada da CPMF ou de qualquer mecanismo paliativo necessário. Seria melhor que, aqui em SC, essas lideranças olhassem com mais zelo para a saúde.
Propus uma ação popular, solicitando que o governo do Estado repasse os percentuais mínimos para a aplicação nas ações e serviços públicos de saúde (12% da receita corrente líquida). Infelizmente, em SC, maquia-se os números, pois na base de cálculo do valor aplicado em saúde estão inclusas as despesas com pagamentos de inativos. Por conta disso, somente em 2009 nosso Estado deixou de investir na saúde mais de R$ 32 milhões.
Além dessa ação, junto com o deputado Décio Góes, apresentei o PL 105/2010, que acaba com a desvinculação da receita tributária líquida, destinada ao Fundo Social, no que se refere aos recursos da saúde. Com a desvinculação atual, somente de 2005 a 2009, a saúde teve uma perda de R$ 110 milhões.
PADRE PEDRO BALDISSERA * | * Deputado estadual (PT)
ÁLCOOL E DIREÇÃO
Uma combinação que destrói vidas
Acidentes, neste ano, por embriaguez, já superam o total registrado em 2009
A combinação álcool e direção está entre as principais causas de acidentes de trânsito no Estado, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. Até 31 de outubro, somente em rodovias federais, foram 799 acidentes relacionados ao consumo de álcool, com 33 mortos e 148 vítimas graves. A rodovia campeã em quantidade deste tipo de ocorrência é a BR-101, a mais movimentada de SC, com 334 registros.
No total, a PRF informa que 579 pessoas já foram presas por embriaguez ao volante este ano, uma média de 1,85 caso por dia. Até 9 de novembro, 31.488 testes de bafômetro foram realizados. Os meses com maior número de registros foram outubro e fevereiro.
O provável motivo, segundo o chefe da Comunicação Social da PRF, Leandro Andrade, seriam as festas do mês de outubro e o Carnaval. No entanto, ele ressalta que os números de acidentes envolvendo embriaguez ao volante não reproduzem a realidade. A cifra pode ser ainda maior.
– Ao atender uma ocorrência, o policial avalia as cenas do acidente, colhe as informações e nem sempre dispõe de meios para averiguar a relação com a ingestão de álcool. Os relatórios são baseados no que foi constatado no atendimento. Mas, sem sombra de dúvida, a embriaguez é uma das principais causas de acidentes de trânsito – afirma Andrade.
São registradas 18 multas por dia
De acordo com um levantamento do Detran, foram 5.587 autos de infração por embriaguez até a última terça-feira em todo o Estado. Em média, são quase 18 multas por dia.
O sargento Rafael Benfica Nicoleit, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), diz que a fiscalização existe, mas a punição, muitas vezes, esbarra no fato de que os suspeitos não são obrigados, pelo Código de Trânsito Brasileiro, a fazer os exames que comprovem o consumo de bebida alcoólica acima do permitido. Nas estradas estaduais, foram 633 multas por embriaguez até 31 de outubro. No mesmo período, as centrais de emergência da Polícia Militar registraram 2.333 ocorrências envolvendo embriaguez ao volante, nem todas resultantes em autuações ou acidentes.
Para o presidente do Movimento Nacional para Educação no Trânsito (Monatran), Roberto Bentes de Sá, é preciso ter responsabilidade e não dirigir alcoolizado. Ele ressalta que os acidentes de trânsito acontecem por uma fração de segundo e o motorista tem de estar sempre atento.
– Antes de pegar o volante, faça uma reflexão. A vida é o bem maior que Deus nos deu. Tem que parar e pensar porque não é só a própria vida que está em risco, mas a vida de outras pessoas também – alerta.
Para orientar e prevenir acidentes, a PRF começou à 0h de hoje, a Operação Proclamação da República. O trabalho segue até a meia-noite de segunda-feira. No último feriadão, de Finados, foram 19 mortes no Estado.
ÁLCOOL E DIREÇÃO
Capital recebe evento de trânsito
Este ano, Florianópolis será a sede nacional das atividades do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito. De acordo com a coordenadora de Convênio de Trânsito e do Registro Nacional de Infrações do Detran/SC, Graziela Maria Casas Blanco, a escolha deve-se ao fato de que o Estado é o segundo com maior índice de mortalidade no trânsito brasileiro.
O evento ocorre no dia 21 de novembro, a partir das 9h, no Koxixo’s, na Beira-Mar Norte. Na ocasião, estarão presentes autoridades, sobreviventes de acidentes de trânsito, familiares e representantes das Nações Unidas e de entidades.
A ideia de se criar um dia para atividades e reflexões a respeito das atitudes no trânsito surgiu em 2005, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução conclamando todos os países para que estabelecessem o terceiro domingo do mês de novembro de cada ano como o dia dedicado à memória das vítimas da violência no trânsito. No Brasil, o evento é itinerante.
DENGUE
Doença põe 11 capitais em alerta
Onze capitais brasileiras estão em situação de alerta, de acordo com a avaliação nacional sobre infestação por larvas do mosquito transmissor da dengue, divulgada ontem.
São elas: Salvador, Palmas, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Goiânia, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória. Todas apresentaram infestação entre 1% e 3,9% nos imóveis analisados.
Dez capitais apresentam índice satisfatório (inferior a 1%). São elas: Florianópolis, São Paulo, Macapá, São Luís, Teresina, João Pessoa, Brasília, Campo Grande, Porto Alegre e Belo Horizonte.
O Ministério da Saúde lançou ontem a campanha nacional de combate à dengue. Cartazes e fôlderes serão distribuídos com a mensagem
“Dengue – Se você agir, podemos evitar”.
HOSPITAL DE TUBARÃO
Morte de criança sem explicação
A morte do menino Pedro Henrique Ayala, de três anos, ocorrida na última terça-feira, durante atendimento no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, no Sul do Estado, continua cercada por muitas dúvidas e silêncio.
Além do sofrimento de perder o menino, a família do garoto enfrenta a falta de informação. Até agora, os pais não sabem qual medicamento e a dosagem da injeção aplicada no garoto minutos antes dele morrer. O hospital mantém a posição de só se manifestar sobre o caso depois de concluído o procedimento interno que busca esclarecer o episódio.
Ontem, a mãe de Pedro Henrique, a recepcionista Maiara Pereira, tentou recomeçar a vida sem o filho com uma consulta em um psicólogo. Ela foi ao consultório na companhia dos pais no final da tarde. Mas passou o dia sob o efeito de calmantes e ainda está extremamente abalada.
– A Maiara precisou tomar muito remédio para dormir e em alguns momentos disse que ouvia o filho chorando. Está sendo um momento muito difícil, é complicado para ela falar sobre isso – disse Arilton Pereira, avô de Pedro Henrique.
Segundo a mãe de Maiara, Salete Pereira, ela não lembra o nome exato do remédio receitado ao filho antes dele morrer no hospital.
Mãe assistiu ao sofrimento do filho sem poder fazer nada
Maiara estava junto ao filho quando a injeção foi aplicada pela enfermeira. Ela afirma que o menino começou a gritar e pediu para parar, mas a profissional disse que era uma reação normal. O garoto começou a passar mal e acabou morrendo.
Os avós maternos do garoto até pensaram em levar Maiara para passar alguns dias na casa de um parente em Florianópolis, mas entenderam que isso pouco ajudaria na recuperação da filha e decidiram permanecer em Tubarão. O pai do menino, o cinegrafista Christian Ayala, que não vive com a mãe da criança, continua bastante abalado e só retornará aos trabalhos nos próximos dias.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) de Santa Catarina vai analisar as circunstâncias da morte do menino. O delegado do CRM na região de Tubarão, Flávio Vieira, informou que o órgão irá designar um médico conselheiro para analisar o caso.
– Iremos avaliar todos os procedimentos feitos pelo médico que atendeu a criança naquele dia. Mas o atendimento feito por enfermeiros ou outras pessoas não compete ao CRM.
marcelo.becker@diario.com.br
MARCELO
MOACIR PEREIRA
Saúde valorizada
A assistência médico-hospitalar em Santa Catarina continua sendo o maior problema da população mais humilde quando se trata dos hospitais públicos e dos serviços pagos pelo SUS. A demanda reprimida é crescente, a remuneração pelos serviços está defasada e há demoras inconcebíveis para consultas e cirurgias. Como atendem os pacientes do SUS, os hospitais filantrópicos e comunitários acabam pagando a conta. Vivem situações aflitivas. A proibição aos hospitais públicos de atenderem pacientes de convênios e com planos de saúde agravou terrivelmente a situação. Eles dependem apenas dos recursos governamentais, sempre escassos. Os especialistas sumiram e a qualidade do atendimento despencou. A rigor, o SUS funciona bem nas instituições que atendem pacientes oncológicos (Cepon, de Florianópolis) e que realizam transplantes (Hospital Santa Isabel, de Blumenau).
Para os doentes com planos de saúde, seguro e convênios, o fim de ano não poderia ser mais animador. Estão praticamente prontos para iniciar operações o Hospital Baía Sul, saudado com justo foguetório; o novo Hospital SOS Cárdio, que está sendo negociado com a Unimed; e a nova ala de UTIs do Hospital de Caridade. Todos para assistência à alta complexidade, além de uma retaguarda médica de qualidade invejável.
A partir do funcionamento destas unidades, a população passa a ter mais segurança em relação à saúde, e a medicina aqui praticada é elevada a novo patamar. Todos ganham.
MARCO
Destaque, também, para as características do Hospital Baía Sul. Foi concebido a partir de ousado projeto do arquiteto Roberto Simon, com investimentos de 35 médicos e 10 empresários. Todos priorizando a melhoria da assistência médico-hospitalar, a qualificação dos serviços, o investimento social, e menos o legítimo retorno das aplicações.
O Hospital Baía Sul é um novo marco na melhoria da qualidade de vida da população de Santa Catarina. Ali, os pacientes e seus familiares terão todo conforto, como em nenhum outro. O projeto humaniza tudo no tratamento dos doentes. A decoração, a sinalização, os ambientes, o verde exuberante da Mata Atlântica, a segurança do moderno sistema de informações e os equipamentos de última geração – que se encontram para desembaraço alfandegário no Porto de Navegantes – fazem o diferencial.
Uma semente plantada há 16 anos pelos médicos Irineu Brodbeck e José Nilson Zunino, com a Imagem, que se expandiu com o Baía Sul Medical Center. E que se torna realizada em apenas dois anos, com o mais moderno hospital de Santa Catarina, graças a médicos, trabalhadores e empresários comprometidos com sua terra
Doença
Número de mortes por dengue aumenta 89,7%
O número de mortes provocadas pela dengue no país aumentou 89,7% neste ano (no período entre janeiro e 16 de outubro) em relação a todo o ano passado. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. Houve 312 mortes em 2009 e 592 entre janeiro e 16 de outubro deste ano. Dos casos notificados, 70% estão concentrados em seis estados: São Paulo, Acre Minas Gerais, Rondônia, mato grosso do Sul e Goiás, disse o ministro da Saúde José Gomes Temporão.