Destaque
GOVERNO COLOMBO
O que Joinville espera de Dalmo
Em Joinville, a escolha do médico Dalmo Claro de Oliveira para ocupar a Saúde na gestão de Colombo repercutiu de forma positiva. Entidades da cidade aprovaram a indicação por se tratar de um nome técnico, com atuação na área e comprometimento com a região.
O presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina, Ricardo Polli, disse que um dos principais desafios do secretário em Joinville será o de garantir mais recursos humanos para o Hospital Regional. “Há obstáculos no atendimento por conta da falta de pessoal. Temos, ainda, o Hospital São José, que é importante manter parceria com o governo do Estado também.” “Com certeza, Joinville vai ganhar com essa indicação de um profissional da cidade, sensível às nossas demandas”, emenda.
Para o presidente da Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa (Ajorpeme), Gilberto Boettcher, mais importante do que ter um joinvilense como secretário, é ter alguém com perfil técnico para exercer a função. “Nós sempre defendemos que as escolhas respeitem isso e que os indicados realmente conheçam a área em que vão atuar”, destaca. “Mas claro que o fato de ele ser joinvilense pode fazer com que ele contribua sensivelmente para a cidade”, reforça.
Segundo ele, uma das necessidades mais urgentes da cidade é equiparar o número de leitos hospitalares ao crescimento populacional de Joinville. “A população aumenta e os equipamentos públicos não. Uma das nossas maiores demandas é essa”, acredita.
A executiva regional do PMDB também comemorou a indicação de Dalmo. O vice-presidente do partido, Cleonir Branco, disse que o novo secretário “é um dos principais nomes do quadro”. “Sempre temos bons nomes, mas o dele é bom tanto técnica quanto politicamente. Dalmo é um dos nomes mais expressivos na área da saúde e teve uma excelente votação como candidato a deputado federal”, reforçou.
O presidente da Acij, Carlos Schneider, lembra que Dalmo foi um dos nomes que a entidade indicou para o governador eleito. Segundo o empresário, Dalmo está preparado para a função por ser técnico e, especialmente, ter experiência em gestão. “Espero que os problemas de saúde de Joinville, uma das áreas de maior impacto na vida das pessoas, tenham atenção especial.”A Acij também indicou outros nomes, como Cleverson Siewert, e espera que Colombo faça novos convites.
País
ERRO EM HOSPITAL
Busca por auxiliar que trocou frascos
Polícia identifica funcionária que injetou vaselina na veia de menina
A polícia conseguiu identificar a auxiliar de enfermagem suspeita de causar a morte de Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, no Hospital São Luiz Gonzaga, na zona Norte de São Paulo, após ter aplicado vaselina na menina em vez de soro. O retrato da funcionária foi enviado a Polícia Civil para que a mãe da menina tente fazer o reconhecimento fotográfico.
A morte de Stephanie também mobilizou o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren), que abriram sindicância para apurar o episódio. A Santa Casa de São Paulo, responsável pela gestão do hospital – referência de atendimento na zona Norte –, também investiga o caso.
Desde a morte de Stephanie, no sábado, a polícia ouviu uma médica, uma enfermeira e um segurança. Eles se recusaram a informar o paradeiro da auxiliar e responderão pelo crime de favorecimento pessoal.
Segundo o boletim de ocorrência, policiais foram ao hospital, mas “os funcionários abordados, claramente com objetivos escusos, não fizeram questão alguma de colaborar no sentido de fornecer documentação e nome dos funcionários envolvidos”.
Na manhã de segunda, a mãe da garota foi ouvida e disse a policiais ter visto o vidro de soro fisiológico vazio ser substituído por outra substância. Catorze funcionários serão ouvidos até a próxima semana, incluindo médicos e o diretor do hospital. Dois frascos contendo vaselina líquida e soro fisiológico foram apresentados pela polícia, que disse ter apurado que os potes são guardados em locais diferentes no setor pediátrico.
Stephanie chegou ao hospital apresentando vômito e diarreia. Recebeu na veia 50 mililitros de vaselina e passou mal quando recebia a terceira bolsa da substância. Morreu oito horas depois.
LARVAS DE MOSQUITO
Risco de surto de dengue em 24 cidades do País
Vinte e quatro municípios em sete Estados têm risco de surto de dengue porque registram presença de larvas de mosquitos em mais de 4% das residências pesquisadas. Pernambuco tem o maior número de cidades na lista – dez. Em Afogados de Ingazeira, no sertão, o índice de infestação é de 11%. O Rio Grande do Norte tem quatro municípios. Bahia e Minas Gerais têm três cidades na lista. No Acre são duas cidades e no Amazonas e em Rondônia, uma.
Dalmo lá
De Joinville no secretariado, por enquanto, apenas o médico Dalmo Claro, confirmado na Saúde. Neste ano, Dalmo disputou sua primeira eleição – foi candidato a deputado federal. No ano que vem, assume um cargo público pela primeira vez. Até lá, o médico terá ocupado funções executivas na iniciativa privada, em especial na Unimed.
Depois de 15 anos, a Sociedade Joinvilense de Medicina volta a contar com um integrante no comando da Secretaria de Estado de Saúde – o último havia sido Ronald Fiúza, no início do governo Paulo Afonso. Na campanha, a SJM chegou a fazer editorial em seu informativo pedindo voto em Dalmo Claro, então candidato a deputado. “É uma grande vitória para Joinville”, disse Ricardo Polli, presidente da SJM, na semana passada.
No dia 16, o Hospital São José quer colocar em operação o acelerador linear, aparelho usado no tratamento do câncer que a cidade luta há pelo menos dez anos.
VIsor
PRATA DA CASA
A pesquisa científica catarinense aparece em destaque na edição deste mês do jornal oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, o Plastic and Reconstructive Surgery. A publicação, que atinge um universo estimado em 13 milhões de leitores no mundo, traz o estudo sobre prótese de silicone que o cirurgião plástico Vilberto Vieira, de Florianópolis, realizou no Hospital Universitário da UFSC e Unisul. A mesma pesquisa também rendeu ao médico o prêmio Ivo Pitanguy.
Geral
ANVISA CONFIRMA
Receita comum vale para os antibióticos
Determinação permite que médicos usem modelo comum de receituário
A prescrição de antibióticos pode ser feita com receita comum, desde que ela tenha os dados necessários do paciente e do medicamento e seja feita em duas vias. O esclarecimento foi feito ontem pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
A entidade convocou reunião com a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na semana passada, para discutir pontos da resolução que passou a valer em 28 de novembro.
De acordo com as novas regras, que valem para todos os antibióticos (pomadas, soluções orais e comprimidos), a compra só pode ser feita com a retenção da receita. A resolução também exige que a venda desses produtos seja registrada.
Segundo o CFM, pouco mais de uma semana depois de a medida entrar em vigor, há relatos de médicos com dificuldades para manter em seus consultórios receituários especiais de medicamentos controlados.
De acordo com a Anvisa, não é preciso adotar receita especial. Segundo a agência, houve uma confusão por parte dos profissionais de saúde, que entenderam que seria necessário um modelo específico de receita.
O texto da resolução diz que a venda de antimicrobianos “somente poderá ser efetuada mediante receita de controle especial, sendo a primeira via retida na farmácia e a segunda devolvida ao paciente.’’
Na reunião, o diretor-presidente da agência, Dirceu Raposo de Mello, deixou claro que a receita pode ser um impresso comum. Só é preciso que tenha as informações e seja em duas vias. É diferente da receita de cor amarela ou azul, com numeração emitida pela Vigilância Sanitária e especial para substâncias como psicotrópicos ou entorpecentes. A Anvisa também lançou um documento com perguntas e respostas, para esclarecer outras dúvidas sobre a medida.
– Ficou claro que houve um mal entendido. Alguns profissionais entenderam que seria preciso uma receita especial, que os dentistas não costumam ter. É importante que a Anvisa tenha feito esse esclarecimento – disse Nilton Miranda de Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Odontologia.
O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, afirmou que as farmácias estão sabendo que não precisa ser uma receita especial’.
Colunista Cacau Menezes
Prevenção duvidosa
Nada contra impor determinadas regras e controles para evitar abusos na automedicação e no consumo indiscriminado de antibióticos. Porém, alguém sabe dizer quais as melhorias que serão efetuadas na área da saúde, como, por exemplo, agilizar as consultas médicas realizadas na rede pública, pelo SUS?
Agora, nada, absolutamente nada, nem mesmo pomadas, podem ser vendido sem a receita, a prescrição do médico. O problema é que os menos favorecidos, muitas vezes, se queixam das dificuldades enfrentadas para ter acesso a consultas e exames. Muitos exames chegam a ser agendados para seis ou mais meses posteriores à consulta. E o paciente tem que ser muito “paciente” para suportar a demora
Os titulares
Dalmo Claro de Oliveira, indicado para Secretaria de Estado da Saúde, irá renunciar aos cargos que ocupa na Federação da Unimed e não se preocupa com a nova missão.Entende que focará na gestão e conversará com todos os segmentos do setor público. Especializado em endocrinologia, Dalmo conhece os atalhos dos distúrbios glandulares que virão por aí.
Geral
Transplante terá fórum no estado
Saúde. Maiores autoridades mundiais do setor se reunirão este mês em Balneário Camboriú
A Secretaria de Estado da Saúde vai trazer a Santa Catarina, nos dias 14 e 15 de dezembro, as maiores autoridades em coordenação de transplantes do mundo, como o presidente da Sociedade Européia de Terapia Intensiva, o médico português Rui Moreno. O 2º Fórum Internacional de Coordenadores de Transplantes será realizado no Marambaia Cassino Hotel, em Balneário Camboriú, e terá dois eventos complementares: um workshop sobre o Papel da Mídia no Processo Doação – Transplante, ministrado pelo médico espanho José Inácio Sanchez Miret, coordenador de Transplantes da Comunidade Antônoma Aragon, e o 9º Curso Estadual de Coordenadores de Transplantes.
Nos últimos quatro anos, Santa Catarina liderou o ranking nacional de doadores. Em 2009 obteve o índice de 19,8 doadores por milhão da população (p.m.p), contra os 8,7 p.m.p no Brasil. “O modelo de gestão da área de transplantes em Santa Catarina é inspirado no padrão da Espanha, que apresenta a maior taxa de doação do mundo, com 36 doadores p.m.p. E uma das chaves deste sucesso é a relação inicial com os familiares do doador. A forma de abordagem é decisiva na reação de quem vive um momento de dor e fragilidade”, explica o médico intensivista Joel de Andrade, coordenador de Transplantes em SC.
Também será lançado, durante o fórum internacional, o novo modelo de coordenação hospitalar de transplantes em SC. A partir de 2011, com um esforço conjunto do Ministério da Saúde e do governo do estado, que permite um aporte de quase R$1,5 milhão/ano ao setor no estado, os coordenadores de transplantes passarão a receber remuneração extra pela função que acumulam nos hospitais.
Em 2004, Santa Catarina contava com dez coordenadores hospitalares de transplante em sua rede hospitalar. Atualmente, mais de 80 profissionais se dedicam à tarefa.
E-MAILS E CARTAS
Hospital Infantil
Escrevo indignado com o que vi no Hospital Infantil. Faltam leitos, estrutura, medicamentos, médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais em número suficiente para suprir o fluxo. Ironicamente, a abundância de técnicos e auxiliares camufla a imensa carência de pessoal experiente. Vejo vigilantes terceirizados desesperados para lidar com o público. Pacientes juvenis, meras crianças, são lançados ao descaso continuo das autoridades públicas. Providências do Ministério Público, OAB, Conselhos Regionais de Medicina e Enfermagem e das autoridades omissas. Vegonha para santa Catarina.
Gilberto Lopes Teixeira
Advogado
