CONTRA O CÂNCER
Tratamento adiado para 2011
Acelerador linear será inaugurado hoje no Hospital Municipal São José
Horas antes da inauguração no Hospital Municipal de São José, em Joinville, técnicos de um setor da oncologia se dedicavam a aprender a manejar o aparelho que a Prefeitura considera a maior realização da saúde neste ano. A entrega da nova máquina que usa radiação para destruir células cancerígenas será na manhã de hoje, cinco meses após a conclusão do abrigo antirradioativo necessário para que ela pudesse funcionar. É quase o fim de uma reinvidicação que dura dez anos e precisou de três licitações em duas gestões municipais. Mas ainda há caminho até que doentes comecem a ser tratados. Isso só deve ocorrer no início de 2011.
É preciso concluir o treinamento dos profissionais que vão operar o aparelho. A equipe que hoje trabalha na bomba de cobalto (o único aparelho radioterápico da cidade há 20 anos) estuda o funcionamento do acelerador linear desde a semana passada. O ideal é que isso leve um mês. Na terça-feira, existia expectativa de manter a garantia reiterada em março a “AN”: inauguração acompanhada do início do atendimento. No dia seguinte, com a cerimônia marcada, direção e equipe médica decidiram por esperar.
“O equipamento está pronto para funcionar, mas leva um tempo para que a equipe se sinta segura a atender pessoas”, afirmou ontem o diretor administrativo do hospital, Renato Monteiro. O aparelho, similiar aos existentes em cinco cidades do Estado (alguns há dez anos) ainda exige um serviço específico que será licitado em janeiro. A procuradoria do município aprovou o esboço de um edital para contratar a empresa que fará os moldes usados na nova radioterapia. As peças de metal precisam ser esculpidas de acordo com a anatomia de cada paciente. Servem para direcionar o feixe de radiação ao ponto do corpo onde está o tumor.
Segundo o chefe de radioterapia do hospital, Ricardo Polli, os primeiros pacientes a serem tratados no acelerador não devem ser os cerca de 60 hoje submetidos à cobaltoterapia. “Em geral, não existe benefício em reunir as duas formas de tratamento”, diz. Ele conta que a fila de espera para o novo aparelho não está definida. A ideia, diz o médico, é “começar devagar”, em turno único a ser estabelecido. Para que doentes não aguardem, todos têm sido encaminhados à bomba de cobalto.
Assim que existir demanda de até 30 pacientes, o turno deverá ser dobrado. Mas a bomba de cobalto não será aposentada. O São José está importando uma nova pastilha radioativa para manter o antigo aparelho funcionando. A pastilha dura sete anos.
SAIBA MAIS
Em dez anos, o número de mortes decorrentes do câncer aumento em Joinville. Em 2000, a doença era responsável por 14,4% das mortes na cidade. O índice subiu para 38,1% em 2009.
CAMILLE CARDOSO
CONTRA O CÂNCER
Fila que deve ser diminuída
A principal esperança sobre o acelerador linear no Hospital São José é que reduza a fila para o tratamento de radioterapia. Ainda que uma portaria municipal, publicada em 2007, limite a espera para doentes de câncer assim que a doença é descoberta, existe gargalo no tratamento centralizado no hospital. O cálculo é possibilitar o dobro de atendimento, já que a sessão no acelerador consome três vezes menos tempo que na bomba de cobalto.
Mas também demanda mais pessoal e técnica. Apesar de mais moderno que a bomba de cobalto hoje em operação, parte do trabalho de aplicação da radiação exige técnicas até artesanais, como a confecção de moldes para cada paciente e imobilizadores para manter a estabilidade na maca.
O novo setor de radioterapia do São José foi uma parceria entre o governo estadual, que comprou o acelerador linear de US$ 930 mil em 2006, e a Prefeitura, que custeou a casamata (R$ 1,55 milhão). Na cerimônia de hoje, a intenção é que o prefeito Carlito Merss (PT) divida a palavra com o governador Leonel Pavan (PSDB). A inauguração não estava na agenda do governador ontem.
Das cidades catarinenses onde existem aceleradores lineares, Joinville está atrás de Criciúma. Na cidade, o primeiro aparelho funciona desde 2009 e há projeto para compra do segundo, com recursos do governo federal. Em Blumenau, dois aparelhos em clínicas particulares prestam serviço à Prefeitura. O acelerador foi comprado pelo Estado, mas a licitação para a obra da casamata ainda não foi aberta.
SAÚDE NA CAPITAL
Cidade cheia na temporada e com três hospitais em obras
Reformas do Florianópolis e das emergências do Celso Ramos e Joana de Gusmão só devem estar concluídas depois do verão
Três hospitais da Capital vão permanecer em reforma durante a temporada de verão, quando a população passa de 500 mil para cerca de 1 milhão de habitantes. A emergência do Celso Ramos, que ficaria pronta em janeiro, deve ter as obras estendidas por mais dois meses. O Florianópolis será entregue somente em abril. E no Infantil Joana de Gusmão, as melhorias de três setores começaram há menos de 30 dias.
Fechado há um ano, o Hospital Florianópolis, no Bairro Estreito, deveria estar com a reforma, que vai custar R$ 2,3 milhões, concluída em novembro. De acordo com a assistente da Superintendência dos Hospitais Públicos da Secretaria de Estado da Saúde, Mara Regina Grando, primeiro seria feita só a reforma da emergência e, depois, as dos segundo e terceiro andares.
Mas quando começou a demolição das paredes, os forros dos pisos superiores se movimentaram, trazendo riscos de segurança para servidores e pacientes. Assim, se optou por restaurar todo o edifício.
Para a obra completa, outras duas licitações precisaram ser feitas. Segundo a gerente de Obras e Manutenção da Secretaria da Saúde, Lea Alt Lovisi, duas empresas que perderam a concorrência recorreram, gerando atraso. O prazo precisou ser estendido, também, por causa de adequações de projetos.
Regional de São José começa a ficar lotado
O atraso na reforma da emergência do Celso Ramos, no Centro, teve o mesmo motivo. Lea explica que são estruturas antigas e precisam de muitas adaptações de projeto. Enquanto isso, somente pacientes trazidos pelo Samu ou ambulâncias são atendidos. Com a reforma, o setor ficará 30% maior e ganhará dois novos centros cirúrgicos. O investimento é de quase R$ 2 milhões.
No Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Agronômica, a reforma da cozinha, unidade de queimados e as rampas de acesso devem ficar prontas em um mês. Outra obra que começou é a restauração do centro cirúrgico, da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o centro de material esterilizado. No totla, R$ 5 mihões serão gastos.
– Para fazer as melhorias, é necessário o sacrifício do usuário. Tivemos que colocar os três hospitais em obra porque o governo estava com orçamento e tínhamos que aproveitar – justifica a superintendente Mara Regina Grando.
Ontem, a promotora do Ministério Público de SC, Sonia Maria Piardi, realizou vistoria nos hospitais Celso Ramos e Florianópolis para verificar a quantas andam as obras e considerou normal o aumento do período para a conclusão, devido às justificativas da Secretaria de Saúde.
Enquanto as reformas não ficam prontas, a população reclama da dificuldade de receber atendimento. Na terça-feira, Silvana Costa, 33 anos, esperava há duas horas por cuidados na recepção da emergência improvisada do Hospital Florianópolis. Com pneumonia, ela reclamava da demora nos procedimentos e da falta de médicos. Mais de 20 pessoas aguardavam na sala de espera.
– Esses dias já tinha vindo aqui à noite e tive que dormi no banco esperando um exame ser levado ao laboratório do Hospital Regional. Falta infraestrutura, e daí mandam a gente ir para o posto de saúde, mas lá ninguém quer atender caso como o meu – lamenta a moradora do Bairro Monte Cristo.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde (Sindsaúde), Edileusa Garcia Fortuna, afirma que o Regional, em São José, está ficando superlotado com a demanda da Capital. Segundo ela, as pessoas chegam a esperar mais de 12 horas por atendimento.
ROBERTA KREMER
Para onde ir
Em caso de doenças e problemas menos graves
- Dirija-se a unidades de saúde voltadas à atenção básica, como postos de saúde e unidades de pronto-atendimento. Nestes locais, os profissionais terão mais disponibilidade para investigar as causas da doença e estabelecer um diagnóstico.
Em casos de emergências
- Procure o setor de emergência de um hospital. Os casos de emergência são os que implicam em risco imediato de morte, constatado por critérios clínicos. Na Capital, a emergência do Florianópolis funciona em um prédio improvisado, já a do Celso Ramos somente os pacientes vindos de ambulâncias ou pelo Samu são atendidos. Outras opções são os hospitais da Universidade Federal, na Trindade, e o Regional, em São José.
Em casos de urgências
- Vá às unidades de pronto-atendimento Norte e Sul da Ilha. Mas atenção: é preciso avaliar. Urgências são consideradas as necessidades “inadiáveis” que levam as pessoas a buscar assistência com maior rapidez frente a outros problemas de saúde. Estas necessidades, porém, não implicam em risco imediato de morte.
SAÚDE NA CAPITAL
Reclamações de quatro entidades
O atraso nas obras do Hospital Florianópolis, motivou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa a promover uma vistoria junto aos representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência de Santa Catarina (Sindprevs), Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde (Sindsaúde) e Associação de Amigos do Hospital Florianópolis.
Na visita da última semana, as entidades apontaram irregularidades na reforma da unidade. Com base nos relatos, a promotora Sonia Piardi foi conferir a obra na manhã de ontem.
A deputada Ana Paula Lima (PT), da comissão, tinha ressaltado, na última semana, irregularidades nos setores já reformados, como degraus na entrada das ambulâncias, o que dificultaria o acesso de macas.
– Detalhes como teto baixo, altura de pias inadequadas, má ventilação foram pontos visíveis que precisam de reparo – frisou.
Inquérito será finalizado após avaliação da Vigilância Sanitária
A representante do Ministério Público de Santa Catarina confirmou as reclamações na visita de ontem. No entanto, disse ter se convencido de que os problemas não afetariam o atendimento, ao receber as justificativas da Secretaria de Estado da Saúde.
– Antes de finalizar o inquérito civil vou solicitar a vistoria da Vigilância Sanitária, pois não sou especialista no assunto – acrescentou.
Na manhã de ontem, a assistente de direção do hospital Marli Nunes explicou à promotora Sonia que as pias têm 80 centímetros para acessibilidade dos cadeirantes. O teto baixo de um dos consultórios não teria como resolver, por causa de uma viga, e a ventilação será garantida com sistema de refrigeração central.
– Já os degraus que a comissão reclamou, sem consultar o projeto, não continuarão assim, pois falta, ainda, terminar a sala de espera em frente à porta da emergência, onde chegarão as ambulâncias – salienta a superintendência dos Hospitais Públicos Mara Regina Grando, que garantiu a entrega da obra para abril.
ALA DE QUEIMADOS
Definida a empresa para a obra no HU
A Ellos Engenharia Ltda irá construir a ala de queimados do Hospital Universitário, na Capital. A empresa venceu a concorrência com o orçamento de cerca de R$ 2,44 milhões. Os trabalhos devem começar em um mês.
O resultado do edital de licitação foi aberto no final da tarde de terça-feira. Serão construídos três novos andares sobre a lavanderia já existente do hospital –, mas somente o último será destinado à nova unidade. A obra faz parte dos projetos ambientais da duplicação da BR-101 Sul.
A ala de queimados terá 10 leitos e vai atender pacientes adultos de todo o Estado atingidos por queimaduras graves. O espaço vai ter balneoterapia, centro cirúrgico, quartos individuais e com UTI especializada em queimados, banheiros, sala de primeiro atendimento, posto de enfermagem e de higienização. Para ajudar no atendimento, cerca de 50 pessoas formarão uma equipe multidisciplinar que engloba cirurgiões, psicólogos, médicos, residentes, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais.
Além da nova ala do HU, o Estado tem outras três unidades especializadas em queimados. Para adultos, há o Hospital Tereza Ramos, em Lages, e outras duas instituições infantis: o Joana de Gusmão, na Capital, e o Jeser Amarante Faria, em Joinville.
Pacientes viajam e não são atendidos
Pacientes que saíram de Lages para atendimento com cardiologista no Hospital Regional do Alto Vale, passaram o dia desta quarta-feira (15) sem serem atendidos. O motivo foi o desencontro de informações entre as Secretarias de Saúde de Lages e Rio do Sul, e o Hospital.
Esta é a segunda vez que a aposentada Zenilda Machado de Oliveira, 84 anos, percorre os quase 120 quilômetros de estrada entre Lages e Rio do Sul, por pouco mais de duas horas, e não consegue ser atendida. Além dela, outros três pacientes, também com idade avançada, saíram da cidade às 5 horas da manhã de ontem. Apenas um conseguiu ser atendido.
Segundo os próprios pacientes, três deles tinham consulta marcada com o cardiologista Marcelo Gambeta, para fazer revisão do marcapasso, e um foi fazer cataterismo, sendo o único que voltou para casa com o atendimento realizado. Os demais precisaram esperar na cidade, sem ter onde ficar, aguardando que o companheiro passasse pelo procedimento e se recuperasse para poderem seguir viagem.
De acordo com a filha de Zenilda, Márcia Machado Finumundo, em setembro ela e a mãe já haviam estado em Rio do Sul para o mesmo procedimento e não havia consulta marcada. “Na Secretaria de Saúde de Lages me avisaram na semana passada que a consulta foi remarcada para ontem, mas ao chegar em Rio do Sul, todos fomos informados de que o médico está de férias e não havia agendamento para ele”, relata.
Márcia conta que no Hospital, foi informada por alguns funcionários que a responsabilidade seria da Secretaria de Saúde de Lages, que não deveria ter encaminhado os pacientes. “Além de serem pessoas debilitadas pela doença e com idade avançada, eles cansam fácil, quase nem dormem direito pra poder sair de madrugada viajar”, desabafa, demonstrando-se nervosa com a situação.
Outro paciente que se sentiu prejudicado com a situação, foi Juvelino Pereira dos Santos, 78 anos. Além de sofrer com diabetes e ter dois implantes de válvulas no coração, ele usa marcapasso e precisava passar pelo mesmo procedimento que Zenilda.
Em conversa com a reportagem, a esposa de Juvelino, Maria Terezinha dos Santos, relatou que ele não se sentiu bem após saber que não conseguiria fazer a consulta. “Eu tô nervosa porque ele precisa desta revisão, já faz tempo que estamos esperando. Desistimos até de ir para Curitiba (fazer o mesmo tipo de consulta) porque aqui é mais perto e a viagem menos cansativa”, lamenta.
Hospital afirma não ter recebido agendamentos, Lages contesta
Por telefone, a responsável pelo setor de cardiologia do Hospital, que se identificou apenas como Jucelir, informou que o estabelecimento não havia recebido o agendamento para Gambeta. “A Secretaria de Lages não enviou agenda de consultas e para fazer avaliação de marcapasso é imprescindível a presença do médico e de um representante da marca do aparelho que o paciente usa. Precisamos agendar também com o representante, com dias de antecedência, mas nada foi agendado conosco”, relatou a funcionária do Hospital.
A auxiliar administrativo do setor de Tratamento Fora Domicílio (TFD) da Secretaria Municipal de Saúde de Lages, Andrelaine de Oliveira Felipe, afirma que na tarde de segunda-feira (13) havia ligado para o Hospital para confirmar os agendamentos.
“Liguei para verificar se, caso eles chegassem às 6 horas da manhã, ao invés das 7 horas, teriam onde ficar ou se já seriam atendidos, expliquei que estaria encaminhando para a revisão de marcapasso. Falei com uma moça na cardiologia, e ela me disse que não tinha o agendamento em mãos, mas verificaria e me avisaria. A princípio estava tudo certo. Ela não me ligou mais e como eu não tive retorno, marquei a viagem”, explica.
A funcionária da Secretaria de Saúde de Lages, afirma ter ligado para o Hospital, onde foi informada que houve um desencontro de informações entre a secretaria de Rio do Sul e o hospital. “O Dr. Marcelo entrou em férias em dezembro, só que ele foi chamado para atender no dia 15, para revisão de marcapasso, mas a agenda dos pacientes do dia 15 não foi passada para o hospital”, conta.
Andrelaine destaca que os pedidos de consulta para Zenilda e Juvelino foram enviados ao hospital em 6 de outubro. “Tivemos retorno em 26 de novembro e o agendamento ficou para 15 de dezembro”, diz. A funcionária não conseguiu apurar a informação de que esta seria a segunda vez que Zenilda viaja e não há consulta marcada.
Secretaria de Rio do Sul admite falha e se compromete a marcar novo atendimento
Por e-mail, o Departamento de Comunicação da Prefeitura de Rio do Sul, informou que a Secretaria de Saúde admitiu que, por uma falha no agendamento das consultas para a revisão de marcapassos dos pacientes de Lages, o Hospital Regional Alto Vale não recebeu a informação de que os atendimentos do dia 22 de dezembro haviam sido antecipados para o dia 15. Segundo a Secretaria, como o Hospital não tinha conhecimento do atendimento de ontem, o médico responsável pela revisão dos equipamentos não foi acionado.
No e-mail, a Secretaria de Saúde de Rio do Sul afirmou que uma equipe entrará em contato com cada um dos pacientes prejudicados, ainda nesta semana, para repassar a nova agenda de atendimentos, prevista para o dia 26 de janeiro.
Além disso, se comprometeu que um veículo da Secretaria de Saúde de Rio do Sul fará o transporte dos pacientes prejudicados para não gerar ônus ao município de Lages. O órgão também se colocou à disposição para esclarecer dúvidas ou dar novas informações aos pacientes através do telefone (47) 3531-1401.
Nossa Opinião
A Secretaria de Saúde de Rio do Sul assumiu a culpa pela falha na comunicação, mas pelo depoimento dos pacientes percebe-se que essa não é a primeira vez que idosos viajam quase 300 quilômetros para nada. Todos os dias, doentes são enviados de Lages para receberem atedimento em outros centros.
O atual sistema de agendamento já comprovou que tem problemas e deve ser revisto com urgência para evitar transtornos a pessoas debilitadas e que muitas dependem do atendimento para permanecerem vivas.
Justiça condena hospital a pagar indenização por erro médico em Balneário Camboriú
Adolescente é vítima de negligência médica e desembargador nega recurso a Maternidade Santa Inês
Hélio Costa
Erro médico fatal
Foi corretíssima a decisão do desembargador Stanley da Silva Braga, em negar o recurso do Hospital e Maternidade Santa Inês, de Balneário Camboriu e determinar que a unidade de saúde indenize, em R$ 80 mil, o casal Angela e Rainoldo Loch. Ambos são pais de uma adolescente de 14 anos, vítima de negligência médica. Na há dinheiro que pague a vida de uma pessoa, mas o casal foi à luta e processou o hospital. O exemplo de Angela e Rainoldo deve ser seguido por outros casais. A menina queixou-se de dores no ombro e o médico de plantão diagnosticou lesão torácica. No dia seguinte, outro médico solicitou o engessamento, desde o pescoço até a cintura e recomendou que a paciente fosse para casa. No entanto, horas depois, a garota voltou a sentir dores mais fortes e passou a apresentar febre alta e vômito. Ao ser atendida por um novo profissional, que discordou totalmente dos procedimentos adotados, foi constatada pneumonia dupla e hepatite. A jovem não conseguiu reagir às doenças e, após duas semanas, morreu.