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SAÚDE PÚBLICA

Vacinas perdidas em São Bento.
Eletricidade de posto é cortada por vândalos. Doses que protegem contra várias doenças estavam em refrigerador

 

Um ato de vandalismo contra um posto de saúde de São Bento do Sul, no Planalto Norte, resultou no desperdício de 80 doses da vacina contra a gripe A, 30 doses de vacinas que previnem contra a gripe comum e outras 105 doses que fazem parte do calendário de vacinação. A caixa de entrada de energia elétrica do posto de saúde no bairro Mato Preto foi destruída no último fim de semana, afirma a Prefeitura. Com isso, as vacinas que estavam acondicionadas em um refrigerador ficaram horas fora da temperatura ideal e correm o risco de ser descartadas.

Quem procurou o posto na manhã da última segunda-feira precisou retornar à tarde, quando o problema elétrico foi consertado e as vacinas, repostas. O problema é que a Secretaria de Saúde de São Bento do Sul recebe as doses de acordo com uma estimativa da população a ser imunizada. Além disso, há um prejuízo para os cofres públicos de quase R$ 1,7 mil, calculado com base nos preços informados pela gerência de saúde da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville.

A responsável pela Vigilância Sanitária em São Bento do Sul, Maria Hercília de Souza, explica que a Prefeitura já pediu mais doses à Secretaria de Desenvolvimento Regional em Mafra para repor o estoque. A intenção é não comprometer a campanha de vacinação contra a gripe comum, voltada para idosos maiores de 60 anos, que segue até sexta-feira. “Com relação à imunização contra a gripe A, à medida que solicitamos mais doses, o estoque vai sendo reposto e acreditamos que não vá faltar. No caso das demais vacinas, que estavam disponíveis no posto, temos estoque e já fizemos a reposição”, explica.

Segundo ela, o caso foi informado à SDR de Mafra, que analisará as doses para confirmar a necessidade de descarte. “O mais provável é que todas sejam jogadas fora. Quando as vacinas não são conservadas nas condições ideais, tornam-se inúteis”, afirma. Um boletim de ocorrência foi registrado em uma delegacia para que o vandalismo seja apurado.

A técnica da gerência de saúde da SDR de Mafra, Bernardete Araújo, acredita que as vacinas virais terão de ser descartadas. As que protegem contra doenças causadas por bactérias poderão ter ainda serventia. A técnica conta que, até ontem, não havia recebido relatório do posto de São Bento. Se a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Saúde concordar, a gerência tem como repor parte das vacinas. “Mas estamos sem estoque para as vacinas contra a gripe A e a comum”, afirma.


SÃO BENTO DO SUL
ESTOQUE CONTADO

Atualmente, a Prefeitura de São Bento do Sul tem no estoque cerca de 4,6 mil doses de vacina contra a gripe A.

GRIPE A EM JOINVILLE

Meta alcançada para bebês e doentes crônicos

 

 

A meta mínima de vacinação contra a gripe A em Joinville já foi alcançada entre as crianças com menos de dois anos (96%) e portadores de doenças crônicas (89%). Segundo o governo federal, ao menos 80% das pessoas em cada grupo precisam receber a dose contra o vírus H1N1. As crianças entre seis meses e dois anos precisam da segunda meia dose, aplicada 30 dias após a primeira vacina. A vacinação continua nos 56 postos de saúde para idosos (que também precisam se proteger contra a gripe comum). No dia 10, inicia-se a etapa para adultos entre 30 e 39 anos. No Centro, as opções são o PAM do Bucarein ou a sede da Vigilância em Saúde, na rua Itajaí.

MATERNIDADE DARCY VARGAS

Ainda à espera do ultrassom

Prazo para fabricante que levou a licitação da Prefeitura venceu na semana passada. Promessa é até amanhã

Segundo o contrato com a Prefeitura de Joinville, a empresa que venceu em março a licitação para fornecer um aparelho de ultrassom de cerca de R$ 110 mil à Maternidade Darcy Vargas teria de entregar o aparelho até 26 de abril. O novo ultrassom foi comprado com dinheiro do Sistema Único de Saúde, entregue pela Secretaria de Estado de Saúde ao município, responsável por administrar os serviços de saúde. E vai contribuir para reduzir a espera pelo exame mais comum na maternidade.

Hoje, a instituição estadual tem apenas um aparelho para atender a região de Joinville. Em caso de quebra do ultrassom, o hospital teria de pedir o aparelho emprestado a outra instituição privada ou pública. Como ocorreu no ano passado com uma peça usada no aparelho em um exame específico.

A Prefeitura afirma ter entrado em contato com o fabricante, a Siemens, para questionar o atraso. Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, o diretor administrativo da secretaria, Vilson Meyer, afirmou que a multinacional alemã deu nova data para a entrega: amanhã. Ainda por meio da assessoria, Meyer informou que a Prefeitura até agora não considera o prazo vencido um atraso preocupante. Mas não explicou o motivo relatado pela fábrica para o atraso.

O diretor geral da maternidade, Armando Pereira Dias Junior, conta que o novo aparelho vai substituir o que está em uso há cerca de duas décadas no pronto-socorro do hospital. O ultrassom em operação atualmente será reservado para exames agendados previamente (eletivos) de um setor específico da maternidade, o de medicina fetal, que checa o desenvolvimento de fetos e aponta indícios de má formação. Hoje, o ultrassom da Darcy Vargas faz uma média de 40 exames por dia. 

JOINVILLE

REFORMA CONTINUA

A Maternidade Darcy Vargas permanece em reforma, com obras previstas para durar mais dois meses. Por causa da adaptação no centro cirúrgico, as cesáreas vêm sendo realizadas em uma das salas de parto.

 



HELICÓPTEROS DA PM

Vêm os comprados. Partem os alugados

Corporação anuncia que irá substituir neste ano suas duas aeronaves por modelos mais novos

 

O governo do Estado autorizou a compra de um helicóptero para a Polícia Militar (PM), que deve entrar em operação em até 35 dias, e anunciou um convênio com o Ministério da Justiça para a chegada de outra aeronave ainda neste ano.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Santa Catarina é o único Estado do Brasil sem helicóptero próprio. Os batalhões aéreos funcionam com aparelhos alugados. O custo de manutenção de uma aeronave locada é duas vezes maior.

O comandante da Polícia Militar, coronel Luiz da Silva Maciel, disse que foram liberados R$ 3,5 milhões para compra de um helicóptero. O edital está pronto e deve ser lançado nos próximos dias. As especificações são de uma aeronave semelhante às duas usadas pela corporação atualmente – cada uma com capacidade para quatro pessoas. A diferença é que o ano de fabricação será entre 2000 e 2009. Hoje, um dos aparelhos têm 27 anos e o outro 29 anos.

No segundo semestre deve chegar mais um helicóptero. De acordo com o comandante da PM, o aparelho terá capacidade para transportar oito pessoas e duas macas. A aeronave vai custar R$ 7,5 milhões. Quase todo o valor será coberto pelo Ministério da Justiça, que vai repassar ao Estado R$ 7,4 milhões. Como contrapartida, a SSP investirá R$ 140 mil.

O processo para a compra da aeronave deve começar em julho. O aparelho começará a operar neste ano.

Com a chegada das duas aeronaves, os helicópteros alugados serão devolvidos. O comandante do Batalhão de Aviação da Polícia Militar, tenente-coronel Milton Kern Pinto, declarou que os modelos comprados terão motor mais potente e componentes aeronáuticos mais modernos.

Corpo de Bombeiros também vai ganhar

A compra dos dois aparelhos foi anunciada ontem à tarde no Centro Administrativo, em Florianópolis, depois de uma reunião entre o secretários da Fazenda, Cleverson Siewert; da Segurança Pública; André da Silveira, e o comandante da PM.

No encontro, também foi resolvida a situação da aeronave do Corpo de Bombeiros, fora de circulação desde o dia 19 de abril, quando acabou o contrato de locação.

O subcomandante da corporação, coronel José Cordeiro Neto, disse que em 14 de maio outro aparelho vai substituir o que vinha sendo usado. O contrato que garante o helicóptero aos bombeiros custou R$ 1,5 milhão e permite o uso até dezembro.

O valor foi bancado pela Secretaria da Saúde por causa da parceria que a corporação mantém com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Nova verba deve ser liberada para manter o aparelho durante a temporada de verão.

felipe.pereira@diario.com.br

 

GRIPE A

Reforço para crianças de até dois anos

 

 

Pais que vacinaram seus filhos até dois anos contra a gripe A devem ficar atentos para a etapa de reforço da imunização. Em Santa Catarina, durante o período de vacinação da primeira dose, 100% do público-alvo infantil foi alcançado.

Odiretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luis Antonio Silva, explica que o reforço da vacina é importante pois, sem a segunda dose, a imunização das crianças pode não atingir a eficácia esperada. O tempo ideal de intervalo entre uma dose e outra é de 30 dias.

Em 2009, as crianças entre seis meses e dois anos apresentaram alta incidência de casos graves confirmados para influenza A no Brasil, com taxa de 154 por 100 mil habitantes. Para as crianças com mais de dois anos, que tomaram a vacina em clínicas particulares, Silva alerta que não há necessidade de tomar a vacina de novo.

A campanha contra a gripe A está na quarta fase, que inclui adultos de 20 a 29 anos, mas a Secretaria de Saúde mantém a vacinação para pessoas dos grupos anteriores que ainda não se imunizaram. Estão nos grupos prioritários profissionais da saúde, indígenas, grávidas e doentes crônicos. Em todo o Estado, 1,7 milhão de pessoas já foram vacinadas
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Saúde

Fora dos momentos de descontração, o governador Pavan tem uma parada duríssima pela frente hoje.

Vai se reunir com deputados da Comissão de Saúde da Assembleia, às 11h, e com os secretários Paulo Eli (Administração), Cléverson Siewert (Fazenda) e Roberto Hess de Souza (Saúde), no Centro Administrativo, para buscar uma saída para a crise no setor público e evitar a greve da categoria.

 

ARTIGOS

Ética médica, por Desiré Carlos Callegari*

 

 

O novo Código de Ética Médica entrou em vigor no último dia 13 de abril, em substituição ao anterior, que datava de 1988, ou seja, após 22 anos. Neste período, o exercício profissional da medicina incorporou muitas técnicas e situações que exigiram respostas a novas questões éticas e bioéticas que não estavam contempladas. Portanto, houve uma atualização elaborada por cerca de 400 delegados, entre conselheiros federais e regionais de medicina, membros de sindicatos e sociedades de especialidades médicas, além de representantes da sociedade civil.

O código trata, entre outros temas, dos direitos dos médicos, responsabilidade profissional, direitos humanos, relação com pacientes e familiares, doação e transplantes de órgãos, relação entre médicos, sigilo profissional, documentos médicos, ensino e pesquisa médica e publicidade. Atualmente, restrições excessivas são impostas aos médicos, colocando em perigo a confiança essencial na relação médico-paciente, as políticas públicas são deficientes, as práticas privadas são excludentes, os recursos disponíveis são escassos e a saúde tem sido diminuída à condição de mercadoria, com desenfreada incorporação de novas tecnologias.

O imperativo é o princípio de liberdade do médico, que deve estar concatenado com a liberdade do paciente. O médico tem, no código, a preservação de sua independência profissional. Daí a preocupação ética de eliminar conflitos, de afastar o médico de influências desmedidas de empregadores, da indústria, dos interesses puramente empresariais e mercantilistas.

Entendemos que este código aproxima o médico do paciente, na medida em que o exercício da cidadania é o seu ponto alto, conferindo ao paciente, quando possível, o direito de compartilhar a decisão de seu tratamento, após ouvir de seu médico as alternativas possíveis.

* DIRETOR PRIMEIRO-SECRETÁRIO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
 
 
 
 
Cardiologia. Lages ainda está longe de se tornar referência

Fabiana Nonjah | Lages

Pacientes da Serra Catarinense que sofrem do coração e dependem de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) esperam pelo menos um mês na fila até serem encaminhados para Rio do Sul, município credenciado como referência em cardiologia, mais perto da região. Lages tem o serviço, mas apenas na rede particular, onde uma angioplastia (técnica para desobstruir veias e facilitar a passagem do sangue), por exemplo, custa cerca de R$ 12 mil.

O atendimento prestado em Rio do Sul é pelo regime de cotas, que varia de acordo com a população. Os 18 municípios da Serra precisam respeitar o limite de acesso que, segundo o auditor da 27ª Gerência de Saúde de Lages, Jorge Aires Floriani, em toda região é de 720 consultas por ano ou 60 por mês.

Além das consultas, por ano, a Serra tem direito a 320 (26,6 mês) exames de ecocardiogramas (usa ondas de ultrassom para criar imagens do coração); 210 (17,5 mês) cateterismos (avalia presença ou não de entupimento nas veias) e 70 (5,8 mês) Holter-24 (verifica se o coração responde às atividades normais).

A angioplastia não tem cota determinada, porque a necessidade dela depende do cateterismo. O Consórcio Intermunicipal de Saúde calcula que aproximadamente 10% dos pacientes que passam pelo cateterismo acabam indo para a angioplastia.

A demanda, só em Lages, município com maior população e, portanto, maior número de cotas, é de 50 pacientes encaminhados para os diversos atendimentos todo mês. O secretário da Saúde, Juliano Polese, informa que 50% deles precisa de ecocardiograma e 50% dos outros procedimentos.

Ele explica que o atendimento é custeado pelo Ministério da Saúde, que destina R$ 2 milhões por ano para atender os pacientes da Serra. O município paga apenas o deslocamento de doentes e seus acompanhantes até Rio do Sul. O gasto com passagens é de R$ 40,00 por paciente. Se somados os 50 que vão a Rio do Sul, todo mês, o custo representa R$ 2 mil. No entanto, se considerar que cerca de 90% deles viaja com acompanhante, a despesa sobe para R$ 3.800.00. Para Polese, um custo irrisório para o município, mas penoso para pacientes com problemas sérios de saúde que poderiam ser tratados mais perto de casa.

Credenciamento só foi até um estudo técnico

O Hospital Nossa Senhora dos Prazeres é candidato ao credenciamento como referência em cardiologia da região. A intenção é que preste atendimento em parceria com a Cardiolages, clínica que funciona no prédio do hospital.

O secretário da Saúde de Lages, Juliano Polese, diz que em agosto do ano passado acompanhou uma vistoria da ex-secretária estadual da Saúde, Carmen Zanotto, a Cardiolages. Depois disso, a direção do hospital encaminhou documento à direção administrativa da Cardiolages listando quatro exigências feitas pela portaria do Ministério da Saúde e não atendidas, ou pela clínica ou pelo hospital. Era preciso investir em equipamentos, adequar o centro cirúrgico para pacientes cardíacos e criar leitos com garantia de custeio pelo SUS, além de formalizar o encaminhamento.

Depois disso, Polese afirma não ter obtido novas informações.

O diretor administrativo do hospital, Canísio Winkelmann, não quis falar sobre a cardiologia. "Para evoluir a cardiologia para Lages, primeiro outras questões devem ser evoluídas, uma delas é a emergência com suporte de sobreaviso médico", disse Winkelmann.

O gestor administrativo da Cardiolages, Luciano Lorenz, alega que a clínica atende a todas as exigências para assistir pacientes cardíacos e a uma demanda de 140 pessoas por mês. Ele afirma que a clínica repassou um laudo técnico para a direção do hospital analisar, mas não recebeu resposta. Lorenz observa entender que a direção do hospital tem "N" problemas mais pontuais para resolver.

Risco de vida A.R. reside em Lages. Teve um infarto no final de novembro do ano passado e precisou fazer um cateterismo e uma angioplastia às pressas e teve que pagar pelos procedimentos. "Tive que pagar tudo particular, porque o SUS não cobre em Lages", reclama ele ao acrescentar que "Quantos coitados morrem sem atendimento?"