MATERNIDADE DARCY VARGAS
Primeiros exames na segunda
Ultrassom recém-instalado substituirá o antigo aparelho no hospital de Joinville
Já instalado na Maternidade Darcy Vargas pelo fabricante, o novo aparelho de ultrassom comprado pela Prefeitura de Joinville com recursos do Sistema Único de Saúde deve começar a atender às gestantes da região na segunda-feira. O aparelho será reservado a pacientes do pronto-socorro e deverá substituir o único ultrassom na instituição, em funcionamento há cerca de 15 anos. Ontem, o hospital estadual recebeu o nobreak – espécie de estabilizador de energia elétrica para o ultrassom. A substituição das máquinas na sala reservada aos exames deve ocorrer na própria segunda.
Segundo o diretor da maternidade, Armando Pereira Dias Jr., os cinco médicos que operam o ultrassom precisarão do apoio de um técnico para esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do aparelho. “O que usamos hoje é uma tecnologia totalmente diferente, apesar de a maioria dos médicos lidar com aparelhos modernos em outros hospitais”, afirma o obstetra.
Ele conta que o treinamento não impedirá que os exames comecem no início da semana. O aparelho antigo será usado em outro setor, no ambulatório, para exames pré-agendados de uma especialidade médica que avalia o desenvolvimento dos fetos no útero. O pronto-socorro da maternidade volta, então, a operar com apenas um aparelho. A redução da fila para o ultrassom deve vir indiretamente: a máquina nova apresenta mais precisão, o que diminui o tempo do exame.
Ainda ontem, houve casos de grávidas que esperaram cerca de quatro horas para fazer o exame. Pereira Jr. diz que a demora é causada por picos de atendimento. Por enquanto, a maternidade tem ainda um problema a solucionar: a falta de médicos. Dois profissionais devem sair de licença nos próximos meses. “Esperamos que o próximo concurso público do Estado solucione isso”, avalia o diretor. Em abril, a Darcy Vargas registrou cerca de 1.030 ultrassonografias (média de 34 por dia).
TRISTES LEMBRANÇAS
Recomeço fora de Joinville
Pais de Felipe, que morreu no Hospital Infantil, estão de mudança para Schroeder
Dez dias depois da morte de Felipe Malaquias, um ano e cinco meses, a dor e a dúvida continuam sendo rotina nas vidas de Ana e Wagner Malaquias, os pais do menino. Há uma semana, eles foram ao Ministério Público protocolar uma denúncia contra o Hospital Infantil Jeser Amarante Faria. Acreditam que perderam o filho por conta de um erro de procedimento da enfermagem.
Desde que a criança morreu, Ana se envolveu de forma profunda na investigação da causa da morte. Foram dias de desespero e agonia, em busca de uma explicação. Hoje, ela se prepara para deixar a cidade. Não quer mais morar na casa onde criou o filho. O berço, as roupas e os brinquedos do menino já foram doados. “Estamos nos mudando para Schroeder. Isso não estava planejado, mas eu não quero continuar aqui”, desabafa.
O filho de Ana e Wagner morreu no dia 4 de maio, enquanto era amamentado, nos braços da mãe. Ele foi internado com princípio de pneumonia. Segundo a versão dos pais, já estava se recuperando quando uma injeção intravenosa tirou a vida do menino. Um antialérgico misturado a cloreto de potássio é considerado pelos pais como a causa da morte. “Eu pesquisei e pessoas de lá de dentro dizem que essa combinação não podia ser dada. Ele morreu quase que na hora. Não tenho dúvidas”, diz Ana.
Longe de Joinville, eles esperam recuperar parte do sossego que morreu junto com Felipe. Vão continuar acompanhando as investigações. Pelo menos uma vez por semana, Ana pretende estar na cidade para verificar o andamento do caso. Ela sabe que a dor não vai ficar escondida na antiga casa onde morou por quatro anos e onde Felipe deu os primeiros passos. “Vai ser difícil refazer a minha vida”.
amanda.miranda@an.com.br
Nova paralisação dos servidores da Saúde
Cerca de 60 servidores estaduais da Saúde em Joinville fizeram uma paralisação na manhã de ontem. Eles cruzaram os braços das 7 horas às 9 horas para reivindicar a incorporação ao salário do abono de 16,78% que já recebem mensalmente. A maioria dos profissionais que pararam é da Maternidade Darcy Vargas, que tem um total de 439 funcionários. Os funcionários teriam feito um revezamento para manter o atendimento. No do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, apenas dois funcionários aderiram ao movimento e foram até a maternidade participar da paralisação.
Visor
O ARCANJO DECOLOU
Numa cerimônia disputada, em especial por pré-candidatos, o Corpo de Bombeiros e a secretaria da Saúde apresentaram, ontem pela manhã, o helicóptero Arcanjo, para operações de resgate em SC. Depois do discurso do governador Leonel Pavan, a senadora Ideli Salvatti (PT) aproveitou para anunciar a liberação de R$ 15 milhões para a compra de um helicóptero com UTI móvel, capaz de transportar até duas vítimas, além de outros R$ 7 milhões para a PM também adquirir uma aeronave. Ao término da solenidade, ela embarcou no helicóptero do governo, com Pavan e o ex-governador Luiz Henrique. Foram para a região Sul cumprir agenda.
Geral
SUSPEITA EM JOAÇABA
Duas mortes após exameDuas pessoas morreram e cinco foram internadas em estado grave depois de realizarem endoscopia em uma clínica particular na região central de Joaçaba, no Meio-Oeste. Até ontem à noite, duas permaneciam na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Universitário Santa Terezinha, em Joaçaba.Três estavam sendo atendidas em hospitais de Videira.
Os exames foram feitos ontem, na Conci Clínica Médica, pelo gastroenterologista Denis Conci Braga. Até o início da noite, o médico não havia prestado esclarecimentos sobre os acontecimentos. Maria Rosa dos Santos, 57 anos, de Joaçaba, e a agricultora de Iomerê, Santa Aparecida Sipp, 62 anos morreram logo após fazer o exame.
A investigação preliminar da Polícia Civil aponta que as mortes aconteceram em decorrência da utilização da anestesia intravenosa Compav Diazepan, aplicada nas pacientes antes dos exames na clínica. As vítimas fizeram o exame e esperavam o momento de ir embora do local quando começaram a passar mal. Elas tiveram parada cardiorrespiratória.
Investigação deve apontar causa
No início da noite, técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) e o médico legista Ricardo Marques, que também é gastroenterologista, estiveram na clínica para acompanhar as investigações.
O investigador Juliano Pedrini informou que os corpos das vítimas passarão por análises bioquímicas e os medicamentos ministrados também serão analisados. Eles recolheram luvas cirúrgicas, amostras de água destilada, seringas, as ampolas das anestesias utilizadas e vistoriaram o consultório.
Carmem Tasca, que acompanhava a agricultora Santa Aparecida na viagem para os exames, conta que foram levadas na ambulância da prefeitura e chegaram perto das 14h.
– O exame estava marcado para as 16h. Ficamos na sala de espera e às 16h12min ela foi fazer o exame, que durou 17 minutos. Fiquei olhando no relógio do computador. Quando ela voltou, estava com sono e comeu uma maçã. Meia hora depois, ela começou a passar mal. Eles a levaram para o consultório de novo e eu não tive mais notícias – conta Carmem.
A agricultora de Iomerê deixa três filho e o marido.
francine.cadore@diario.com.br CADORE | Joaçaba
FRANCINE
Governo indica que concederá aumento
Servidores pedem 16,76% de reajuste salarial. Estado estuda a proposta
Após paralisações dos serviços e mais de um mês em estado de greve, o impasse entre os servidores da saúde e o governo do Estado pode ser resolvido.
O governo decidiu encaminhar à Procuradoria-Geral do Estado a proposta de incorporação do abono de 16,76% reivindicado pelos servidores da saúde. O objetivo é fazer uma avaliação. A decisão foi tomada ontem, após reunião entre o sindicato da categoria e os secretários de Administração, Paulo Eli, e da Fazenda, Cleverson Siewert.
Os servidores, que estão em estado de greve desde 12 de abril, deverão se reunir com o governador Leonel Pavan na próxima quarta-feira, às 10h, no Centro Administrativo, e farão uma assembleia no mesmo dia, às 14h, no auditório do Cine Hitz. A meta é decidir os próximos passos do movimento.
Ontem, antes da reunião, os servidores mantiveram as paralisações. Parte dos trabalhadores suspendeu as atividades em hospitais entre as 7h e 9h. O medida provocou atraso no atendimento das unidades.
No Hospital Regional de São José, cerca de 60 servidores aderiram ao movimento, segundo o sindicato. No Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, pacientes também tiveram de aguardar.
No Hospital Celso Ramos, pelo menos 200 pessoas participaram das manifestações. Parte dos serviços essenciais foi mantida.
Geral
SAÚDE
A saúde pública foi apontada por todos como uma das das prioridades do próximo governo. Ideli disse que saúde sempre exige aumento de gastos e boa gestão. Defendeu um modelo com centro de referência em especialidades médicas espalhados pelo Estado, fazendo com que os grandes hospitais cuidem dos problemas básicos.
Pinho Moreira disse que a chamada “ambulancioterapia” deve se resumir às regiões e destacou obras do governo Luiz Henrique na área. Disse que é preciso avançar.
Colombo também destacou avanços do atual governo na área de saúde e prometeu que dará prioridade “um, dois e três” para o setor. Disse que é preciso qualificar os servidores e fazer a integração com os municípios, porque “construir prédio e equipar não significa resolver o problema”.
Angela também falou da importância de valorizar os profissionais e prometeu maior planejamento na área, ao criticar que três emergências de hospitais da Grande Florianópolis fecharam ao mesmo tempo para reformas
Saúde
Proposta de incorporação do abono de 16,78% para os servidores da Saúde do Estado, apresentada pelo secretário Paulo Eli (Administração), pode ser a saída para evitar a greve da categoria.
O impacto na folha seria de R$ 41 milhões para atender a todos os servidores da área, pouco se comparado aos R$ 39 milhões previsto na MP do pacotaço, enviada à Assembleia, para parte do funcionalismo da Saúde. Um parecer da Procuradoria Geral do Estado dará o aval ao projeto, que precisa ser encaminhado até 3 de junho ao Legislativo.
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