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ARTIGO

 

Cirurgia segura, por Enio Rieger*

 

 Desde 2004, o Centro Hospitalar Unimed (CHU) de Joinville vem adequando procedimentos para maior se§gurança na realização de cirurgias. Este trabalho ganhou ainda mais força em 2008, com a publicação do protocolo de cirurgia segura pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, somos o primeiro hospital da região Norte do Estado a seguir estes protocolos, que compreendem uma lista de 19 perguntas. Este check list é seguido pela equipe profissional cirúrgica do CHU em três momentos: antes da anestesia, antes da incisão e antes de deixar a sala de operação. A lista de verificação também aborda questões como a antecipação de possíveis eventos críticos, contagem dos instrumentos, gazes, compressas, entre outros materiais no final do procedimento.

De acordo com a OMS, de 3% a 17% dos 234 milhões de cirurgias realizadas no mundo resultam em complicações que poderiam ser prevenidas. Estes percentuais crescem quando medimos os números dos países em desenvolvimento, como o Brasil. No CHU, foi criado o “Guia da Cirurgia Segura”, com todos estes itens que os médicos e equipe técnica de apoio do centro cirúrgico devem cumprir antes, durante e depois do término das cirurgias.

Com o Projeto Cirurgia Segura, busca-se a redução de infecção do local a ser operado, além das complicações relacionadas à anestesia. Já está comprovado que o funcionamento da equipe cirúrgica de modo integrado reduz as taxas de eventos adversos. Outra inovação trazida pela OMS é o incentivo à participação do paciente no controle da segurança da sua cirurgia. A prática de marcação do lugar a ser operado antes do procedimento está consolidada nos EUA há mais de 15 anos. No Brasil, o mais comum é as pessoas já chegarem sonolentas ao centro cirúrgico. Mudar esta cultura é uma questão de organização interna e treinamento da equipe. Outra medida importante é o uso de pulseira de identificação pelo paciente. Estudos mostram que usar apenas uma prancheta com prontuário e o número do quarto eleva as chances de erros. São pequenas ações, mas que trazem resultados altamente positivos.
*Diretor técnico do Centro Hospitalar Unimed
 

ARTIGO


Amamentar: um ato de amor, por Alfredo Leonardo Penz*Sabe aquela cena que a gente vê e não esquece? Aquela que marca para o resto do dia? Da semana? Do mês? Talvez do ano? Comigo foi assim. Jamais esquecerei. Na verdade, foi uma cena comum, tanto que é vista na televisão, nas páginas dos jornais e revistas, nos hospitais, porém, a forma que se deu é que me marcou.

Estava dirigindo para mais um dia de aula, quando, de repente, algo chamou minha atenção. Diminui a velocidade e atentamente observei. Uma mãe, que pela distância aparentava ser de meia-idade, desceu da bicicleta, encostou-a contra o muro e sentou-se confortavelmente no chão, pernas cruzadas e costas inclinadas para trás. Aconchegou seu bebê nos braços, como em forma de berço, e na sequência também acomodou sua cabecinha ao lado esquerdo, enquanto sua mão direita foi em direção à sua cintura, até encontrar sua barriga. Deslizou suavemente sua mão espalmada, como num movimento ascendente, até encontrar seu seio. Deslocou seu sutiã, descobrindo-o, e levou até a boca da criança, e ali ficaram, num fitar de olhos penetrante, com amor e cumplicidade.

Comecei a me perguntar: qual a sensação de amamentar seu próprio filho? Qual o sentimento que passa pela cabeça de uma mãe naquele exato momento em que está se doando de corpo e alma?

Lembro de minha esposa, quando amamentava nossa filha, comentando que ao dar o seio, sentia seu útero “se contraindo, se repuxando, voltando para o lugar”, como um dos efeitos daquele ato de amor, efeito cicatrizante do parto, como um bálsamo, como um antídoto para o seu próprio corpo, além da sensação de bem-estar e dever cumprido. Tentei imaginar como seria esta sensação, esta experiência única de um ser humano. Claro que jamais poderei sentir, pelo menos não nesta vida.

Dei uma de pesquisador e fui a campo. Na instituição onde trabalho, comecei a perguntar às minha alunas o que era amamentar e as respostas foram as seguintes: “É se doar, professor”; “É dedicação, é comprometimento”. As declarações foram tão particulares e espontâneas que uma delas escreveu: “Amamentar é a maior expressão de amor que pode existir entre a mãe e seu filho. Quando o bebê procura você para se alimentar, você se sente a pessoa mais importante do mundo e percebe como Deus faz as coisas tão perfeitas, que até fornece o alimento para o ser humano que está chegando ao mundo agora. É simplesmente inexplicável, pois existe uma troca de cumplicidade, de amor e afeto! É o que eu senti amamentando minha filhinha”. A outra deu uma declaração surpreendente: “É a sensação mais gostosa que existe. Porém, quando se para de amamentar, é como se cortasse o cordão umbilical; é uma dor muito grande.”

Nós, homens, jamais saberemos o verdadeiro prazer que existe neste ato de doação e amor. Cabe a nós incentivar as mulheres a amamentar sua prole. O leite é o melhor alimento, pois, além de proteger de doenças, também auxilia na imunidade do bebê. A Organização Mundial de Saúde recomenda que a amamentação deve se dar “exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade e continuar amamentando até o primeiro ano”. E, ainda, segundo o Unicef: “Se todos os bebês fossem exclusivamente amamentados durante os seis primeiros meses de vida e continuassem a mamar até os dois anos de idade, quase um 1,3 milhão de crianças poderiam ser salvas, todos os anos, e outros milhares de meninos e meninas cresceriam muito mais saudáveis em todo o mundo”. Pois é, lembram-se daquela mãezinha que desceu da sua bicicleta? Ela já está fazendo a sua parte. Parabéns!

alfredopenz@yahoo.com.br e mestre em educação e cultura

*Professor

 

Geral


GRIPE A


Mais gente liberada para tomar a vacinaApós vacinar todos os grupos prioritários contra a gripe A, a Secretaria de Saúde de Joinville ainda tem 43 mil vacinas disponíveis. Como o prazo da campanha foi prorrogado até sábado, dia 12, o órgão quer imunizar estagiários que atuam na área de saúde, trabalhadores de cemitérios, funerárias, da Companhia Águas de Joinville, Celesc, Engepasa, serviço de obras, rodoviária, aeroporto, Guarda Municipal e as polícias Militar, Civil e Federal.

Crianças entre dois e quatro anos, bombeiros, presidiários, professores e funcionários de creches e escolas públicas e privadas também podem se vacinar até sábado. Além disso, as pessoas que fazem parte dos grupos prioritários (veja quadro) que não se vacinaram até agora ainda têm a chance de se imunizar.

A gerente de Vigilância em Saúde, Jeane Vieira, alerta ainda que os pais devem lembrar de levar as crianças para tomar a segunda dose da vacina.

Jeane informa que a meta de vacinação não foi atingida no grupo entre 30 e 39 anos e orienta estas pessoas a procurarem os postos da cidade. “Esse foi o grupo que menos se vacinou. Então, eles têm a oportunidade de se vacinar até sábado”, diz Jeane. Para atingir a meta e imunizar estes novos grupos, os 56 postos ficam abertos das 8 às 17 horas, além da Unidade Sanitária. No sábado, também haverá imunização.

De acordo Roberto Hess, secretário da Saúde do Estado, até agora, 2,7 milhões de pessoas foram vacinadas em Santa Catarina. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 73 milhões de pessoas foram imunizadas no País.

Até sábado, as crianças de até cinco anos devem tomar a vacina contra a poliomielite. Neste dia, além das unidades de saúde, haverá 46 postos volantes em shoppings, supermercados e clínicas.

 

 

CONSULTA PÚBLICA


Para ampliar a doação de sangueUm documento que prevê a inclusão de jovens de 16 e 17 anos e de idosos entre 65 e 68 anos como possíveis doadores de sangue já está disponível para consulta pública.
Atualmente, apenas pessoas com idade entre 18 e 65 anos estão autorizadas a fazer doação.

Por ano, são coletadas 3,5 milhões de bolsas de sangue no país. Com a ampliação, a expectativa é de que cerca de 13,9 milhões de pessoas sejam estimuladas a doar sangue – perto de 1,8% da população brasileira.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que entre 1% e 3% da população doe sangue regularmente para a manutenção regular dos estoques. Pelo critério, o ideal seria que o país coletasse, anualmente, 5,7 milhões de bolsas.

A proposta, disponível para consulta pública até 2 de agosto, prevê ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fique responsável pelo controle e pela fiscalização dos serviços de coleta de sangue, e não mais o Ministério da Saúde.

Para participar, entre no site www.saude.gov.br/consultapublica.


 

PESQUISA NA ÁFRICA


Anel vaginal contra a Aids será testadoUm estudo para testar um anel vaginal que libera antirretrovirais será lançado na África, informou ontem a organização promotora da iniciativa, International Partnership for Microbicides (IPM). Trata-se de um método anticoncepcional que normalmente consiste em inserir um anel flexível no fundo da vagina, onde o dispositivo libera hormônios.

 


CONCORRÊNCIA


Viagra vai ficar mais acessívelO preço do Viagra, medicamento indicado para o tratamento de disfunção erétil produzido pela Pfizer, será reduzido pela metade a partir de hoje, segundo uma nota divulgada pelo laboratório.

Com a redução, a pílula azul ficará mais barata do que sua versão genérica, uma vez que o valor médio de cada comprimido será de aproximadamente R$ 15.

O objetivo da medida é competir no mercado, após decisão da Justiça que antecipou o vencimento da patente do medicamento no dia 28 de abril, possibilitando a fabricação de genéricos a partir do dia 20 de junho.

– Após a decisão, analisamos todas as opções possíveis para tornar o produto competitivo no mercado. Fizemos um trabalho com nossa matriz e com isso conseguimos obter um valor competitivo para o medicamento, para continuar a ser uma opção ao paciente brasileiro – explica Adilson Montaneira, diretor da Unidade de Negócios Produtos Estabelecidos da Pfizer Brasil.

Outra novidade é o lançamento de uma embalagem com um comprimido único de 50mg.

 

São Paulo

 

PLANOS DE SAÚDE

Reajuste pode chegar antes

Operadoras querem antecipar aumento da mensalidade, previsto para 2011

 

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa as operadoras de planos de saúde, entrou com uma ação na Justiça para antecipar o repasse do custo ocasionado pelas novas regras, válidas desde segunda-feira.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o reajuste, incluindo a entrada de 70 procedimentos médicos e odontológicos, só pode ser aplicado em 2011.

A direção da Abramge informa que a ação deu entrada no dia 31 de maio na 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), não há justificativa para aumentar o preço dos planos de saúde. Conforme Mariana Alves, advogada do instituto, o valor dos aprimoramentos da medicina deve ser considerado na fixação do preço inicial das coberturas.

– Se a pessoa vier a receber alguma cobrança adicional por causa disso é desvantagem para o consumidor.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, minimizou a polêmica e disse que o importante é o atendimento integral dos pacientes.

– O custo fica numa questão secundária. Haverá algum tipo de impacto, mas o que quero destacar é que 40 milhões de brasileiros têm um plano de seguro-saúde.

Os novos serviços – incorporados aos 3 mil já listados pela ANS – atingem todos os planos firmados a partir de janeiro de 1999. Para os demais, fica valendo o contrato original.

 

 

Médicos

Genoir Simoni, que preside a ACM, deixa a coordenação do Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina com uma comemoração: a primeira avaliação da gratificação de desempenho e produtividade médica dos profissionais da área da Secretaria Estadual de Saúde. Para Simoni, é uma vitória histórica da categoria.

 

 

 

Servidores da Saúde param mais uma vez

 

Pela quinta vez em apenas um mês, os servidores estaduais  da saúde paralisaram as atividades das 7h às 9 h, na manhã de ontem, em todos os hospitais públicos de Santa Catarina. Como nas últimas manifestações, que ocorreram no mês de abril e makio, foram prejudicadas serviços de atendimentos ambulatoriais, mas não afetou o atendimento de emergência e os procedimentos cirúrgicos.

 

Poliomielite. Começo da campanha de imunização será sábado, mas gotinhas estão sendo  aplicadas

Capital já oferece a vacina

O dia oficial da primeira etapa da campanha de vacinação contra a poliomielite no Brasil é neste sábado, mas os postos de saúde da Capital já estão aplicando as doses da vacina desde a semana passada. Em Florianópolis, estão cadastradas 25.276 crianças abaixo de cinco anos e a merta é vacinar 95% delas (23.957). Para alcançar a expectativa, a Secretaria de Saúde pede aos pais que levem os filhos aos postos de Saúde masis próximo para receber a gotinha.

 

Cidade

 

HU. Falta de médicos obriga pacientes de casos urgentes a esperarem por horas, sem alternativa

Emergência sobrecarregada

 

Mais de três horas de espera e a aposentada Joaquina Alves Barbosa, 86 anos, ainda aguarda atendimento na emergência do HU, em Florianópolis. A demora, segundo pacientes, é comum no local, já que o número de médicos para atender toda a demanda não é suficiente. Quem chegava ontem à emergência do HU era informado de que apenas um médico, em cada turno de quatro horas, é responsável pelo atendimento. Já a direção afirma que atualmente dois profissionais fazem o atendimento diário durante o dia e apenas um fica responsável pelo turno da noite.

 

A direção do hospital reconhece que a equipe está longe do ideal. Em média, 200 pessoas por dia (8 mil por mês) são atendidas na unidade. “Deveríamos ter quatro médicos no período da manhã, três à tarde e dois à noite e feriados”, avalia a diretora de medicina do HU, Maria Lea Campos.

 

Segundo a diretora, o problema está relacionado à falta de concursos públicos nos últimos anos. ”Do último concurso, realizado em fevereiro, estamos chamando agora, por isso temos dois médicos nos turnos matutino e vespertino”, destaca. Outra solução seriam as UPAs que diminuiriam o movimento na emergência do HU. Devido ao intenso movimento, o PA do HU está fechado temporariamente. Os funcionários se desdobram para atender os pacientes que chegam encaminhados da UPA do Rio Tavares, do SAMU e os internados na emergência.


HU. Falta de médicos obriga pacientes de casos urgentes a esperarem por horas, sem alternativa
Emergência sobrecarregada
 

Mais de três horas de espera e a aposentada Joaquina Alves Barbosa, 86 anos, ainda aguarda atendimento na emergência do HU, em Florianópolis. A demora, segundo pacientes, é comum no local, já que o número de médicos para atender toda a demanda não é suficiente. Quem chegava ontem à emergência do HU era informado de que apenas um médico, em cada turno de quatro horas, é responsável pelo atendimento. Já a direção afirma que atualmente dois profissionais fazem o atendimento diário durante o dia e apenas um fica responsável pelo turno da noite.
 

A direção do hospital reconhece que a equipe está longe do ideal. Em média, 200 pessoas por dia (8 mil por mês) são atendidas na unidade. “Deveríamos ter quatro médicos no período da manhã, três à tarde e dois à noite e feriados”, avalia a diretora de medicina do HU, Maria Lea Campos.
 

Segundo a diretora, o problema está relacionado à falta de concursos públicos nos últimos anos. ”Do último concurso, realizado em fevereiro, estamos chamando agora, por isso temos dois médicos nos turnos matutino e vespertino”, destaca. Outra solução seriam as UPAs que diminuiriam o movimento na emergência do HU. Devido ao intenso movimento, o PA do HU está fechado temporariamente. Os funcionários se desdobram para atender os pacientes que chegam encaminhados da UPA do Rio Tavares, do SAMU e os internados na emergência