TERCEIRA IDADE
Segredos para viver bastante
Longevidade dos japoneses vem de bons hábitos e da qualidade de vidaJá faz um quarto de século que as mulheres japonesas podem se orgulhar de ter a maior expectativa de vida do planeta. Em 2009, a longevidade delas chegou a um recorde: 86,4 anos, quase cinco meses superior à de 2008. Os japoneses também não ficam muito atrás, mas ocupam o quinto lugar no mesmo ranking, com a expectativa de viver 79,5 anos – quatro meses a mais do que em 2008.
Mas qual é o segredo da longevidade? “Acordo às 4h30, lavo a roupa e faço o resto do trabalho de casa”, conta a japonesa Eriko Maeda. Prestes a completar 70 anos, ela goza de uma saúde impecável. O segredo, explicam especialistas, começa com uma dieta com pouca gordura, à base de peixe e vegetais cozidos. Se Eriko é uma japonesa típica, elas irão sobreviver a muitos de nós, ocidentais. “Nunca como carne vermelha ou frituras, mas muito peixe, tipo cavala e sardinha. Nunca fumei e raramente consumo bebidas alcoólicas”, diz.
Além disso, Eriko – que mora com o filho e sua família – credita sua boa saúde ao estilo de vida cheio de atividades. “Faço um jantar japonês para mim e geralmente alguma comida ocidental para a família do meu filho”, relata.
Comer com moderação também é um hábito japonês. Eles têm até um ditado milenar sobre isso: “Hara hachi bu” (“oito décimos da barriga”), que é uma recomendação para a pessoa parar de comer quando faltam 20% para a barriga encher.
DENGUE
Governo emite alerta para todo o país
O Ministério da Saúde emitiu, na sexta-feira, um alerta nacional às secretarias estaduais e municipais para que seja redobrado o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti.
O objetivo é tentar evitar a circulação do vírus 4 da dengue, identificado em três pessoas em Roraima. O ministro José Gomes Temporão evita o termo “epidemia”, mas admite a possibilidade de o sorotipo, que não era identificado no país havia 28 anos, espalhar-se.
Ele ressaltou que o ministério está preparado para “enfrentar uma hipotética ampliação da circulação do vírus 4 no próximo verão”.
De acordo com Temporão, o grupo interministerial, que reúne pastas como Casa Civil, Defesa, Integração Nacional e Cidades, foi convocado para discutir as medidas adicionais que podem ser tomadas pelo governo federal para “qualificar o trabalho de controle” do mosquito.
– Temos de nos preparar para que no próximo verão tenhamos redução drástica da presença do vetor. Nenhum cidadão brasileiro tem imunidade contra esse vírus, que não circula há 28 anos – afirmou Temporão.
A preocupação maior do ministério é com as áreas em que foi detectada alta prevalência do mosquito, que são Acre, Rondônia, Rio de Janeiro, a Região Centro Oeste e alguns municípios de Minas Gerais e São Paulo. Mas o alerta vale para todo o país.
PLANOS DE SAÚDE
ANS cria canal para agilizar reclamaçõesA partir de novembro, usuários de planos de saúde terão um canal direto dentro da Agência Nacional de Saúde (ANS) para reclamar contra as operadoras. O objetivo é tentar resolver mais rapidamente os problemas sobre negativa de cobertura.
A norma dá prazo de cinco dias úteis para que as operadoras respondam à ANS. Caso não atenda o paciente nem justifique, será aberto processo que pode resultar em multa de até R$ 80 mil. Reclamações podem ser feitas no site da ANS (www.ans.gov.br), pelo telefone (0800-701-9656) ou pelos núcleos da ANS.
CRICIÚMA
Hospital suspende cirurgias
Os médicos do Hospital São José, de Criciúma, vão suspender os serviços de cirurgias eletivas (marcadas com antecedência) a partir desta segunda-feira. Os atendimentos de emergência serão mantidos.
Com a paralisação, cerca de 600 procedimentos – entre neurológicos, cardíacos, oncológicos, ortopédicos – vão deixar de ser realizados por 180 médicos.
De acordo com a diretora clínica do hospital, Mari Sandra Petry, os motivos para a paralisação são a falta de pagamento no período de sobreaviso e ausência de reajuste na tabela do SUS (defasada há 12 anos).
Os profissionais também querem 100% do pagamento dos procedimentos realizados. No início deste mês, um documento foi encaminhado à direção do hospital e à promotoria pública para comunicar a iniciativa e a pauta de reivindicações.
A direção do hospital afirma que o problema são os mais de R$ 5 milhões (relativos de 2008 a 2010) em Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs) represadas, procedimentos realizados pela instituição, mas que não foram pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o diretor técnico do hospital, Agenor Silvestre, só de AIHs retidas por mês são mais de R$ 300 mil.
– Quando o volume de atendimentos excede o teto do SUS, o valor não é repassado para a instituição e não se remuneram os médicos, que recebem 30% do valor das AIHs – justifica Silvestre.
Ele acrescenta que o hospital não tem condições de bancar o que falta porque o valor repassado pelo SUS é suficiente apenas para quitar a folha de pagamento dos funcionários, o que não inclui os médicos, que recebem por procedimentos realizados.
TRANSPLANTE DE RIM
Remédio contra a rejeição
A Fundação Oswaldo Cruz produzirá o medicamento tacrolimo, que evita a rejeição do rim em pacientes transplantados. Hoje, o remédio é importado. O Sistema Único de Saúde (SUS) distribui 19,25 milhões de unidades ao ano. O convênio para transferência de tecnologia foi assinado na última sexta-feira.
O laboratório nacional Libbs Farmacêutica e o Instituto de Tecnologia de Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos) serão os responsaveis pelos estudos.
A medida permitirá a economia de R$ 240 milhões nos próximos cinco anos. Esse será o primeiro medicamento produzido a partir de parceria entre empresa pública e privada, depois da publicação da Portaria 1.284, em maio, que estabelece a lista de produtos estratégicos para o SUS.
– Essa medida é importante porque aumenta a capacidade brasileira de acumular conhecimento e nos permite produzir medicamentos que antes eram importados – diz o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
A Fiocruz já está negociando a transferência de tecnologia de medicamento contra tuberculose. Esse remédio é produzido pelo laboratório Luppin, da Índia.
ESQUISTOSSOMOSE
A primeira vacina será feita no Brasil
O Brasil está perto de produzir em larga escala a primeira vacina de grande eficácia da história contra a esquistossomose.
O medicamento, estudado há 25 anos pela pesquisadora titular da Fiocruz Miriam Tendler, já passou por testes de laboratório e aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser testado clinicamente. Depois do aval da Anvisa e vencidas as próximas etapas de avaliações, a vacina será fabricada pela Ouro Fino Agronegócios, empresa 100% nacional.
A esquistossomose é conhecida popularmente como barriga d’água e atinge pelo menos 200 milhões de pessoas em mais de 70 países, causando cerca de 200 mil mortes por ano. Normalmente, é transmitida em águas não tratadas, por contato direto do homem com as larvas do parasita.
Dados do Ministério da Saúde revelam que, entre 2008 e 2009, foram registrados 144,4 mil casos no país. A vacina começou a ser desenvolvida no início da década de 1990, quando a equipe coordenada por Miriam descobriu a proteína SM14, importante antígeno contra o verme schistossoma mansoni, causador da doença. A substância é à base da vacina contra os vermes causadores da esquistossomose e da fasciolose hepática – mal que atinge 300 milhões de bovinos e ovinos.