Fitoterápicos
Merss regulamenta a lei das plantas medicinaisO prefeito Carlito Merss assinou ontem à noite a lei que regulamenta o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos no sistema público de saúde de Joinville. A assinatura aconteceu na Mitra Diocesana – a Pastoral da Saúde é uma das apoiadoras do projeto. A Secretaria de Saúde, a Fundação Rural 25 de Julho, a Escola Agrícola Carlos Heins Funke e universidades vão elaborar o Plano Municipal de Plantas Medicinais nos próximos seis meses.
Gripe A
Pacientes continuam internados em FlorianópolisOs dois pacientes – um homem de 51 anos e uma mulher de 59 – diagnosticados com gripe A na semana passada, em Florianópolis, continuam internados na Casa de Saúde São Sebastião, no Centro. A direção da unidade não repassa informações sobre o estado de saúde.
Antirretrovirais
Combate à Aids no dia seguinte
Remédios poderão ser usados por pessoas que assumiram atitudes de risco
O uso de remédios antiAids como uma espécie de “pílula do dia seguinte” para evitar a doença foi ampliado pelo governo federal. Documento com recomendações a profissionais de saúde, lançado ontem, prevê a oferta dos medicamentos como prevenção de emergência para pessoas que mantiveram relação sexual sem camisinha com portadores do vírus, profissionais do sexo, usuários de drogas e gays.
Hoje, antirretrovirais já são usados como prevenção de emergência em hospitais para reduzir o risco de infecção, mas apenas para vítimas de violência sexual ou em caso de acidentes, principalmente entre profissionais de saúde. O texto tem um capítulo com recomendações a soropositivos que desejam ter filhos. A ideia é esclarecer casais sobre as metodologias para reduzir ao máximo o risco de contaminação do bebê e do parceiro, caso ele não tenha o vírus.
“É um direito de todos. Se ter filhos é a decisão do casal, cabe ao governo orientar para que esse desejo seja colocado em prática com a maior segurança”, afirmou o assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Ronaldo Hallal. Integrantes de um grupo técnico convocado pelo governo para preparar o documento levaram cinco meses para acertar os detalhes finais das recomendações. O debate começou em abril. Hallal sabe que os temas agora abordados podem provocar polêmica. “É uma proposta corajosa. Mas é preciso encarar o debate.”
Já a Secretaria de Saúde de São Paulo lançará nesta semana uma cartilha e um jogo pedagógico que ensinam como falar com os pacientes infantis que contraíram o vírus HIV da própria mãe. No Estado, 78% dos menores de 13 anos que convivem com o HIV foram expostos ao vírus da Aids na gravidez da mãe ou na amamentação.
Noberl de medicina
Pai da fecundação é agraciado
O britânico Robert Edwards, 85 anos, considerado o pai da fecundação in vitro, ganhou o Prêmio Nobel de Medicina, anunciou ontem o Comitê Nobel, em Estocolmo. Edwards foi premiado pelo “desenvolvimento do tratamento da fecundação in vitro. Suas descobertas tornaram possível o tratamento da esterilidade que afeta uma grande parcela da humanidade e mais de 10% dos casais no mundo”, explica o comunicado do Comitê Nobel.
O cientista foi o responsável pelo nascimento do primeiro “bebê de proveta”, Louise Joy Brown, em 1978, um acontecimento histórico que foi notícia no mundo. Mais de quatro milhões de pessoas nasceram desde então graças à fecundação in vitro. “A fecundação in vitro é uma terapia eficaz quando o esperma e o óvulo não podem unir-se dentro do corpo”, completa o comitê, que considera a terapia uma “etapa importante no desenvolvimento da medicina moderna”.
Robert Edwards, o 30º Nobel de Medicina britânico, trabalhou em conjunto com o compatriota Patrick Steptoe, ginecologista que faleceu em 1988. Edwards mora em Manchester.
Corpo e alma
Um hospital para ir além do físico
Centro de Apoio ao Paciente com Câncer busca fortalecer quem enfrenta a doença com tratamento complementar ao clínico
No Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, há um lugar que muda a vida de quem adoece do corpo e da alma. Começou com a médica de cabelos negros e falar manso que, em 1998, teve câncer de mama. A cura, claro, só foi possível pelo tratamento médico convencional – ela mesma não tem dúvidas disso. Mas não fosse este lugar, talvez nada mais teria sido igual.
Junto às medicações e às sessões de quimioterapia, a médica também buscou ajuda no Nosso Lar, um hospital espírita que se autodenomina Centro de Apoio ao Paciente com Câncer (CAPC), e já recebeu mais de 21 mil pessoas, em 19 anos de funcionamento. Lá, porém, não se cura ninguém: tenta-se consertar os males da alma e ajudar os doentes a resgatar a força necessária para enfrentar a doença. Segundo o diretor José Álvaro Farias, o que se faz, na verdade, é um processo terapêutico complementar ao tratamento clínico. Porque, quando um corpo adoece, todo o espírito também fica doente:
– A doença não está relacionada apenas à causa física. Ela é precedida de um estresse que debilita emocional, espiritual e fisicamente. E a cura não vem só pela medicação, mas também pelo equilíbrio – explica.
Mais de 800 pessoas trabalham no local, todas ex-pacientes, e a maioria, voluntários. São terapeutas, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas e médicos. No CAPC, porém, não se faz diagnóstico. Também não se recebe paciente sem recomendação médica. Todos que são internados lá devem apresentar e seguir a orientação prescrita pelo tratamento clínico. De acordo com Farias, é isso que ajudará na cura. Esse seria o segredo que elevou para 68% o índice de cura de todos que já passaram pelo local, conforme a estimativa da unidade.
– Nada mais é o mesmo depois de lá. Aprendemos a viver a vida que nos resta, seja ela curta ou longa – ensina a médica curada do câncer.
Lugar para todos
- O hospital espírita recebe pessoas de todas as partes do mundo, principalmente da Europa. Artistas, celebridades, atletas e políticos famosos também já passaram por lá.
- O local é administrado pelo Núcleo Espírita Nosso Lar, que também mantém um centro semelhante em Forquilhinhas, São José. Lá, porém, o atendimento é exclusivamente voltado para a cura de doenças emocionais e psicológicas. É lá, também, que são selecionados os pacientes a serem atendidos pelo hospital.
- Aberto há 35 anos, o Núcleo já atendeu mais de 150 mil pessoas.
- Ambos os núcleos têm atendimento gratuito e são mantidos com doações.
- Hoje, mais de 28 mil pessoas ajudam os centros no anonimato: elas doam determinados valores por meio das contas de luz e de água. Por mês são arrecadados mais de R$ 50 mil.
- O atendimento de ambos os núcleos também é feito via e-mail e telefone. Por meio deles são feitos 1,5 mil atendimentos por dia e é preciso oito funcionários só para realizá-lo.
Serviço
Núcleo Espírita Nosso Lar
Rua Vereador Arthur Manoel Mariano, 2280.
Forquilhinhas, São José
Informações: (48) 3357-0045
Centro de Apoio ao
Paciente com Câncer
Rua Baldicero Filomeno, 1747.
Ribeirão da Ilha, Florianópolis
Informações: (48) 3337-6363
Nos cinemas
Baseado na obra de Chico Xavier, o longa Nosso Lar é o filme brasileiro que está em cartaz e já se tornou campeão de bilheteria da história do cinema do país. Ele conta a trajetória de um médico pelo mundo espiritual. Após o sofrimento pelo umbral, ele é levado para a cidade que intitula o filme, um local onde os espíritos aprendem a evoluir.
Enquanto, no, filme a cura espiritual é feita após a morte, no hospital acontece o contrário: a cura do espírito ocorre ainda em vida.
– Aqui, nós adiantamos o que é mostrado no filme. Quando estamos vivos é preciso passar por uma fase de espiritualização, como forma de preparo para o depois. Lá é o contrário: o espírito sente fome, por exemplo, porque ainda pensa que está vivo. É o tratamento evolutivo. Somos um eterno evoluir – esclarece o diretor do CAPC José Álvaro Farias.
Corpo e alma
Levados pela esperança da cura
Os que procuram o Nosso Lar são levados pela esperança. Sabem que nem sempre a medicina consegue dar conta de todas as dimensões da doença. E que, por isso, a cura também está dentro de si e é preciso resgatá-la. Foi o que levou um bancário e uma funcionária pública ao Ribeirão da Ilha para pedir socorro.
Bancário aposentado, o senhor simpático de cabelos brancos ainda se emociona ao lembrar o “milagre” que viveu há dois anos. Hoje, aos 58, ele conta com exatidão cada detalhe do dia em que recebeu a notícia: o caroço que tanto o incomodava debaixo do braço tratava-se de um câncer de pele, originado dois anos antes, quando retirou pintas pelo corpo. Era março de 2008.
– Foi o pior fim de semana que já passei na minha vida. Não sabia o que fazer, para onde correr.
No mês seguinte, ele foi operado para a retirada do tumor. Porém, não foi o fim da preocupação e, sim, o começo de um novo problema: a recuperação do braço. Por quatro meses, ele permaneceu com o braço paralisado, sem força e sem movimento. Passava as noites em claro, chorando de dor. A previsão dos médicos era de que a situação continuaria complicada por cerca de oito meses.
Sem sentir melhora alguma, buscou ajuda no Nosso Lar. As dores sumiram completamente em 27 dias. Ele nunca mais sentiu nada e, meses depois, os médicos confirmaram de que estava completamente curado.
– Hoje sei que tenho o poder de ficar doente e também o poder de me recuperar – ensina.
“Agora, estou dando mais atenção à vida”
Há um ano, a funcionária pública de voz tímida descobriu o câncer de mama. Ainda estava abalada com a doença da prima, diagnosticada com o mesmo tumor três meses antes. Foi pega de surpresa. Preocupada e querendo curar-se de qualquer maneira, ela seguiu os passos da moça e procurou ajuda espiritual como complemento ao tratamento médico. Foi parar no Nosso Lar.
– Meu mundo desabou. Eu não sabia o que fazer. Não era espírita, mas resolvi tentar. Mal não faria e seria uma ajuda a mais. Lá, eles me reergueram. A gente sente paz, segurança e confiança de que vai dar certo.
E deu. Na semana passada, ao buscar no médico os últimos exames, veio também a notícia: está totalmente curada. Hoje, aos 47 anos, ela sabe que o hospital espírita não a salvou apenas da doença. Mas também da própria vida.
– Eu nunca mais serei a mesma. A gente costuma colocar a vida no automático. Parece que não vê muito sentido nas coisas, vai levando. Agora, estou dando mais atenção à vida.
Hoje, ela ainda ajuda o hospital nas horas de folga, de forma voluntária. É a maneira que encontrou de retribuir tudo o que recebeu lá.
Gerais
Retrovirais liberados para a prevenção
Pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas e correm o risco de se infectarem com o vírus HIV poderão tomar medicamentos antirretrovirais como forma de prevenção. A medida consta de um documento lançado ontem pelo Ministério da Saúde, chamado Consenso Terapêutico. A pessoa deve procurar um centro de referência no tratamento de HIV e Aids em até 72 horas após a relação sexual desprotegida.
Medicina
Pai da fecundação in vitro é o novo Nobel
O britânico Robert Edwards, 85 anos, considerado o pai da fecundação in vitro, é o vencedor do Prêmio Nobel de Medicina, anunciou, ontem, o Comitê Nobel, em Estocolmo. Edwards foi premiado pelo desenvolvimento do tratamento da fecundação in vitro. Suas descobertas tornaram possível o tratamento da esterilidade, que afeta uma grande parcela da humanidade e mais de 10% dos casais no mundo”, explica o comunicado do Comitê Nobel.
O cientista britânico foi o responsável pelo nascimento do primeiro “bebê de proveta”, Louise Joy Brown, em 1978, um acontecimento histórico que foi notícia em todos os jornais do mundo. O primeiro bebê in vitro disse, em entrevista, que está encantada com o prêmio dado ao médico, que ajudou de maneira benéfica casais com dificuldades reprodutivas.
Mais de 4 milhões de pessoas nasceram desde então graças à fecundação in vitro. “A fecundação in vitro é uma terapia eficaz quando o esperma e o óvulo não podem unir-se dentro do corpo”, completa o Comitê, que considera a terapia uma “etapa importante no desenvolvimento da medicina moderna”.
Saúde frágil o impede de conceder entrevistas
Robert Edwards, o 30º Nobel de Medicina britânico, trabalhou em conjunto com o compatriota Patrick Steptoe, médico ginecologista que faleceu em 1988. Edwards mora, atualmente, em Manchester, depois de ter trabalhado por muitos anos em Cambridge. Ele iniciou as pesquisas em biologia da fecundação nos anos 1950.
– Robert Edwards é um de nossos maiores cientistas. Seu trabalho inspirador, no início dos anos 1960 levou a um grande avanço nos estudos da reprodução humana e melhorou a vida de milhões de pessoas em todo o mundo – declarou Mike Macnamee, diretor da Bourn Hall, clínica que o professor Edwards fundou nas proximidades de Cambridge.
Uma porta-voz da clínica Bourn Hall disse que Robert Edwards está com a saúde muito frágil para conceder entrevistas, mas que, durante anos defendeu que “o mais importante na vida é ter um filho”.