SAÚDE PÚBLICA
Capacitação e comemoração para dentistas de Joinville
Os 110 dentistas que atendem na da rede pública de Joinville participam de uma capacitação que faz parte da programação do Dia do Dentista, que é comemorado hoje. No dia 29, haverá o 1º Seminário de Promoção da Saúde Bucal, que avaliará os resultados das oficinas “Aprenda a Sorrir Brincando”, realizadas entre agosto a outubro com atendentes em saúde bucal.
SUPERBACTÉRIA
Temporão pede tranquilidade
Ministro diz que medidas da Anvisa podem auxiliar na prevenção
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu tranquilidade à população em relação à proliferação da superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KCP). “A população fique tranquila porque essa é uma situação que acontece apenas em ambiente hospitalar e em pacientes debilitados”, disse, ontem, após participar de encontro na capital paulista sobre a definição de diretrizes para minimizar o risco cardíaco em pacientes em tratamento contra o câncer.
Segundo o ministro, com a adoção de medidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “a situação vai ficar sob controle”. Entre as ações da agência, ele destacou a norma que determina a retenção da receita médica na compra de antibióticos. “Vai impedir muito o que hoje é um problema seríssimo, que é a automedicação, o uso abusivo e indiscriminado”, garantiu.
Além disso, o ministro lembrou a importância de procedimentos simples de higiene, como lavar as mãos, que diminuem muito o risco de contágio.
CÉLULAS
A célula da esperança
Avanços dos cientistas brasileiros nas pesquisas com células-tronco prometem tratar de doenças hoje incuráveis a problemas estéticos
Dentro de laboratórios, diante de microscópios e culturas celulares invisíveis a olho nu, cientistas de todo o mundo tentam quebrar a patente divina da criação da vida. Não, eles não querem ser deuses e dar origem ao ser humano. Mas estão ávidos para descobrir como as células funcionam e como elas se transformam em cada órgão e pedacinho do corpo. Buscam desvendar o surgimento das doenças e encontrar uma maneira de freá-las ou de tratá-las.
Esse é o objetivo de um grupo numeroso de pesquisadores que se dedica a decifrar a essência das células-tronco (CTs). As conhecidas células-mães são capazes de se transformar em qualquer tecido humano. Com o domínio sobre elas, os médicos falam na tal terapia celular, que permitiria substituir as células defeituosas por outras novinhas em folha. Bastaria reprogramá-las e pronto: elas dariam origem a outras saudáveis. Teoricamente, isso abriria um leque de opções para a cura das mais diversas doenças, tornaria possível reverter danos surgidos no percurso da vida ou até interromper o envelhecimento. Será?
Quando se fala em células-tronco, mistura-se o fascínio do controle sobre a natureza, a esperança e as dúvidas. Apesar do engajamento do mundo científico, ainda será preciso testar o comportamento dessas células em laboratório antes de ser uma realidade terapêutica. Muitos resultados já foram obtidos em animais de pequeno porte e até em humanos, mas a maior parte dos testes ainda não pode ser estendido para a espécie humana, já que as células-tronco ainda não foram totalmente “domadas” e, em alguns casos, podem causar danos se injetadas no corpo.
No entanto, o uso terapêutico delas está mais próximo do que se imagina. Os especialistas falam em um prazo entre cinco e dez anos para que a terapia celular seja efetivamente aplicada em seres humanos e, assim, mude a vida de muita gente que sofre com doenças graves e sem cura. Até lá, pode-se dizer que as pesquisas estão cada vez mais avançadas – em todas as áreas, inclusive com aplicações que já apontam resultados bem-sucedidos.
Confira um levantamento em laboratórios e universidades brasileiros para ter uma ideia do tamanho da promessa. A conclusão é que essas estruturas invisíveis serão usadas para tratar da calvície a problemas cardíacos. E o melhor: poderão acontecer em breve.
Para entender o funcionamento da célula-tronco de maneira simplificada, tente responder à seguinte pergunta: como é possível que um corte seja cicatrizado ou um osso regenerado? A resposta é que existem, em todos os 216 tecidos do corpo, células que podem se transformar, a qualquer momento, em outra com uma função específica. Assim, seria possível substituir uma célula com dano, desde que a célula-mãe fosse reprogramada com a orientação de corrigir o erro.
O que ainda não se sabe explicar exatamente é o mecanismo que desencadeia a diferenciação dessa célula. O que faz com que ela se transforme em uma célula do sangue e não na de um músculo, por exemplo? Outra questão que ainda está em aberto é como interromper tais modificações. Para injetar uma célula-tronco no organismo com o objetivo de que ela se transforme em um determinado tipo de célula, é necessário ter segurança do momento em que o processo será concluído. É preciso, então, desenvolver um sistema que faça com que a célula-tronco se incorpore à parte do corpo desejada e funcione como se fosse parte natural dela. Caso contrário, poderá se transformar em estruturas perigosas e se diferenciar em tumores.
A geneticista Lygia Veiga Pereira, chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (Lance), é uma das profissionais brasileiras dedicadas a encontrar tais respostas. Ela foi a primeira cientista brasileira, em 2008, a conseguir multiplicar as célula-tronco retiradas de embriões congelados em clínicas de fertilização em São Paulo. Hoje, se dedica a pesquisar o funcionamento e a transformação do embrião. “Queremos definir qual o comando do DNA dado para essa célula se especializar. Buscamos entender o complexo caminho em que genes são ligados e outros desligados.”
FLÁVIA DUARTE | CORREIO BRAZILIENSE
SAÚDE
O poder das células-mãe
Ainda falta um longo caminho a ser percorrido para que as células-tronco salvem a vida de milhares de pessoas, mas muitos tratamentos já se tornaram realidade
Apesar das lacunas e do longo caminho de testes e análises antes de a terapia celular beneficiar de fato milhares de pessoas, alguns tratamentos com células-tronco (CTs ) já são realidade. As CTs retiradas do cordão umbilical, por exemplo, são reconhecidamente eficientes no transplante de medula óssea. “Há 21 anos, um menino de seis anos com anemia de Fanconi foi transplantado em Paris com o sangue de cordão umbilical (SCU) de seu irmão. Embora imunologicamente compatível, a maioria dos pesquisadores e médicos, na época, duvidava que seria possível recompor a medula óssea após a quimioterapia. Mas o transplante ocorreu sem incidentes e a criança teve reconstituída a medula, o sangue e o sistema imune com as células da doadora”, exemplifica a médica hematologista Fabiana Serra, diretora da Cryopraxis, um banco particular de sangue. A tal criança está viva e participou das comemorações de 20 anos do primeiro transplante de células-tronco obtidas de sangue do cordão umbilical, no fim do ano passado.
Atualmente, o sangue do cordão é congelado e armazenado em Bancos de Cordão Umbilical e Placentário, públicos e privados, que representam a chance de cura para milhares de pessoas com leucemia, linfomas, anemias graves e outras 70 doenças relacionadas ao sistema sanguíneo e autoimune. Ao se implantar células-tronco do cordão no organismo da pessoa doente, elas substituem as cancerosas, eliminadas por quimioterapia, por outras normais.
A expectativa, porém, é de que essas mesmas células, obtidas na hora do parto, possam ser a solução para outros tipos de patologias.
Na Universidade de Brasília (UnB), os esforços estão concentrados em descobrir como as células-tronco podem ser úteis nos tratamentos de doenças bucais. Uma equipe, composta por mais de uma dezena de profissionais, se debruça para padronizar a obtenção das células-tronco a partir da polpa dental e multiplicá-las. “Nós separamos as que têm características de células-tronco e diferentes proteínas fazem com que elas se transformem em tecido dental”, simplifica o geneticista Márcio Poças.
O estudo ainda está na fase laboratorial, in vitro. Segundo a cirurgiã-dentista Luciana Pereira, mestre em biologia molecular, o procedimento poderá proporcionar, por exemplo, a regeneração do dente sem implante. Seria o biodente, que já foi produzido em laboratórios ingleses. “Trabalhamos com células de origem conjuntiva, que podem se transformar em osso, cartilagem, músculo, tecido adiposo. Poderemos, assim, evitar tratamento de canal e regenerar a polpa com células-tronco”, explica a dentista.
Esperança para doenças autoimunes
Além da eficiência do uso de CTs embrionárias nos transplantes de medula, outro mundo desbravado pelas pesquisas é a aplicação das células-tronco adultas, retiradas de diferentes partes do corpo.
Um estudo realizado desde 2001 por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP-Ribeirão Preto mostrou que é possível tratar doenças autoimunes, como o diabetes do tipo 1, usando células-tronco da medula óssea do próprio paciente. Como a doença, por alguma razão desconhecida, se origina da autoagressão do sistema imunológico, a primeira etapa do tratamento foi destruir as células desse sistema por doses de quimioterapia e de imunoterapia. No fim, o sistema imune defeituoso foi substituído por um novo, sem características autoimunes. Para isso, foram injetadas células-tronco da medula óssea, capazes de reiniciar o sistema imune, como explicou o coordenador responsável pela pesquisa, Júlio César Voltarelli. “A primeira etapa do estudo experimental foi realizada em pacientes no estágio avançado da doença, já que o tratamento apresentava riscos por destruir a imunidade do corpo”, explica. Hoje, um dos focos da pesquisa é acompanhar 25 pacientes com diabetes melito do tipo 1 em estágios precoces.
No futuro, espera-se que o tratamento com células-tronco represente uma alternativa econômica para evitar que pacientes com doenças autoimunes graves, como lúpus e esclerose múltipla, precisem usar medicamentos de alto custo pelo resto da vida.
FLÁVIA DUARTE | CORREIO BRAZILIENSE
SAÚDE
Jovem para sempre?
“Sou entusiasta da ideia de que o envelhecimento será evitável.” A frase é de autoria do pesquisador de células-tronco Stevens Rehen, membro do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias do Instituto de Ciências Biomédicas da Univesidade Federal do Rio de Janeiro (Lance-RJ). O que ele quer dizer é que a dedicação do mundo científico em entender o comportamento das células humanas pode oferecer informações capazes de impedir a degeneração natural do organismo e os efeitos da doença. Uma das linhas de pesquisa coordenada por Stevens é transformar células da pele em neurônios. Simplificando, as células-tronco da pele são reprogramadas a partir da ação de vírus e se transformam em células do cérebro.
O grande ganho disso, entre outras aplicações, é que tendo em mãos, literalmente, um neurônio de um paciente, é possível estudar quais as causas e como reagem os medicamentos contra as doenças do envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson. A partir daí, a expectativa é a cura ou o retardo dos males da idade, graças à terapia celular, que substituiria tecidos comprometidos por novos, criados a partir das células-tronco.
O cirurgião plástico Ithamar Stocchero é um dos coordenadores de uma pesquisa que retira as células-tronco encontradas nos vasinhos da gordura descartada na lipoaspiração. “Elas poderão ser usadas para restaurar volumes, regenerar tecidos, além de tratar sulcos e rugas”, lista. “As pesquisas apontam que elas ainda serão capazes de regenerar uma mama.” Mas são apenas perspectivas. Ithamar explica que eles ainda não identificaram a “tecla pare” das células. “Você pode injetar CTs para aumentar a mama. O problema é fazê-las pararem de crescer.”
SAÚDE
Direto no coração
Os experimentos com o uso das células-mãe do próprio indivíduo também apontam perspectivas para melhora dos quadros de comprometimento cardíaco. Há quase dez anos, o Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, foi um dos idealizadores do tratamento de pacientes que sofriam com insuficiência cardíaca grave.
Os voluntários eram homens e mulheres, em média com mais de 50 anos. Para eles, a única solução de melhorar seria um transplante. Com a terapia celular, receberam no músculo cardíaco uma injeção de células-tronco. O que se constatou foi o aumento da sobrevida de pessoas. O coração de todas apresentou melhor desempenho.
SAÚDE
Dos pés até os olhos
Pacientes que sofreram acidente e tiveram os movimentos do corpo comprometidos, uma opção para sair da cadeira de rodas pode ser a terapia celular. O pesquisador Stevens Rehen explica que os primeiros testes em humanos para tratar lesões da medula usando células-tronco podem começar em breve nos Estados Unidos.
Possivelmente, os primeiros a receber as células para que se transformem em células do sistema nervoso e corrijam os danos na medula serão paraplégicos. A expectativa é que possam recuperar parte dos movimentos.
No caso dos problemas de visão incuráveis com cirurgias e medicamentos, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, em São Paulo, diz que há técnicas avançadas em que se retiram células embrionárias da placenta. Elas conseguem se diferenciar e construir tecidos da superfície ocular. “Os estudos preliminares mostram que o procedimento recupera até 70% de lesões provocadas por queimaduras de contato com sódio, cal e amônia.”
Saiba mais
- As células-tronco são capazes de se diferenciar nos mais variados tecidos do corpo humano. Elas podem ser programadas para desenvolver funções específicas, uma vez que se encontram em um estágio em que ainda não estão totalmente especializadas.
- Há diferentes tipos de células-tronco. As embrionárias, que são pluripotentes e têm a capacidade de se transformar em qualquer célula adulta, são encontradas no interior do embrião, entre quatro e cinco dias após a fecundação.
- Já as células-tronco adultas são encontradas em todos os tecidos do corpo. Pela facilidade de retirada, as mais comuns de serem usadas são as da medula óssea e do sangue do cordão umbilical. São chamadas multipotentes, capazes de se diferenciarem na maioria dos tecidos ou em uma célula idêntica.
- As primeiras células-tronco induzidas foram produzidas em 2007. Cientistas conseguiram fazer com que células da pele voltassem ao estágio de células-tronco.
- Em 2008, o Superior Tribunal Federal (STF) aprovou a continuidade das pesquisas com células-tronco embrionárias no país, obtidas de embriões humanos produzidos em fertilização in vitro e não usados no respectivo procedimento.
FONTE: INFORMAÇÕES DO SITE DA REDE NACIONAL DE TERAPIA CELULAR (WWW.RNTC.ORG.BR).
A CENA MÉDICA | MOACYR SCLIAR
Mas, às vezes, a depressão se apresenta mascarada por outros sintomas, situação que exige do médico argúcia e habilidade: é preciso valorizar detalhes que podem levar ao diagnóstico da situação. Nesse sentido, é muito interessante o trabalho desenvolvido por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. Vocês perguntarão: o que tem a ver um instituto de tecnologia com depressão? Resposta: tem muito a ver.
Esses pesquisadores criaram um software destinado a fornecer elementos para o diagnóstico da depressão mediante análise da voz. Isto mesmo, da voz. Há muito tempo, sabe-se que a pessoa deprimida fala de maneira peculiar. A fala é lenta, a voz é baixa e monocórdica. Estas características correspondem à própria vivência depressiva. É uma vida lenta, é uma vida down, na fossa, e é uma vida caracterizada por um crônico, uniforme e terrivelmente monótono sofrimento.
Falar nos põe em contato com o mundo, um contato que é absolutamente vital do ponto de vista de nosso equilíbrio emocional, e mais, serve para transmitir também nossas emoções. Um estudo feito por pesquisadores americanos mostrou que o tom da voz pode ativar, na pessoa que escuta, diferentes regiões cerebrais; assim, uma voz “alegre” ativa a amígdala, que é um conhecido centro das emoções.
A técnica conhecida como análise das emoções na fala utiliza vários recursos adicionais para avaliar esse componente emocional: por exemplo, a raiva produz alterações na respiração que podem ser percebidas pelo interlocutor. Para avaliar com mais precisão, existem métodos acústicos com softwares específicos. E, claro, essas coisas resultam em conclusões práticas: existem hoje treinamentos para palestrantes, ensinando-os a modular o tom de voz de maneira a “conquistar” seu público.
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É bom que a pessoa deprimida se dê conta desses fatos. Assim como a postura corporal (cabeça erguida, tronco ereto) pode nos dar mais confiança e dignidade, o tom de nossa voz permite uma melhor expressão de nossas emoções, uma melhor comunicação – e, portanto, colabora para o nosso bem-estar psicológico. Ouçamos a nossa voz: ela tem muito a nos dizer.
Visor
QUASE PRONTA
A estrutura dos seis prédios que irão compor o Hospital Regional de Biguaçu já está erguida. Esta parte da obra está em sua última fase e deve ser concluída até o fim deste mês. A informação é do prefeito José Castelo Deschamps, que vistoria as obras semanalmente. O trabalho de cobertura deve ser a próxima etapa, a partir do dia 1º de novembro.
Geral
SUPERBACTÉRIA
KPC seria restrita apenas a hospitais
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu tranquilidade em relação à proliferação da superbactéria KPC, afirmando que é uma situação que acontece apenas em ambiente hospitalar e em pacientes debilitados. Segundo Temporão, com a adoção de medidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a situação vai ficar sob controle.
Entre as ações, ele destacou a norma que determina a retenção da receita médica na compra de antibióticos para impedir a automedicação e o uso abusivo e indiscriminado de medicamentos. Temporão afirmou que a importância de procedimentos simples de higiene, como lavar as mãos, diminuem muito o risco de contágio pela bactéria.
Atualmente não existe um diagnóstico sobre a expansão da contaminação pela KPC no país. Os registros oficiais ainda estão restritos a alguns estados. Os piores cenários são no Distrito Federal, com 183 casos e 18 mortes, e São Paulo, com 70 casos e 24 mortes.
– É importante que haja uma rede de segurança mais efetiva para que tenhamos dados dos municípios, estados e em nível federal, não só desta bactéria, mas de outras bactérias. É uma política de prevenção conhecer a realidade nacional – disse o ministro.
Santa Catarina conta com três casos, mas nenhum deles registrado recentemente. Segundo a coordenadora de Infecção Hospitalar da Secretaria da Saúde, Ida Zoz de Souza, um ocorreu no fim do ano passado e dois no início deste ano. Ela não especificou as cidades em que foi feito o diagnóstico. Em todos os casos eles foram tratados e passam bem.
São PauloTire suas dúvidas
Quem entrar em contato com a KPC vai ficar doente?
A pessoa pode ficar apenas colonizada pela bactéria (tê-la no organismo, mas sem desenvolver nenhuma infecção). Se estiver saudável e com imunidade reforçada, a pessoa corre poucos riscos.
Quem está mais exposto?
O risco principal é para pacientes com baixa imunidade em UTIs, centros cirúrgicos e emergências.
Como se dá a infecção?
As bactérias produtoras de KPC são disseminadas de paciente a paciente através de mãos mal higienizadas de profissionais de saúde e de visitantes em hospitais. Uma vez que um paciente seja exposto à bactéria, poderá ocorrer colonização. Vai depender da quantidade de bactérias e da resistência do paciente. Caso ele seja colonizado, poderá ocorrer infecção.
Por que lavar as mãos?
A lavagem das mãos com sabão ou com álcool gel é importante para evitar o transporte de germes. O simples contato de pele pode não transmitir a bactéria, mas ajuda a espalhá-la.
Por que se deve diminuir o uso de antibióticos?
O abuso de antibióticos extermina as bactérias comuns, mas não afeta a superbactéria, que é resistente.
ARTIGOS
A saúde em risco
Neste outubro em que comemoramos o Dia do Médico, a categoria de 350 mil profissionais tem uma pergunta aos gestores, tomadores de decisão e à sociedade. Afinal, qual o futuro da saúde brasileira?
Em 1988, o país viu nascer o SUS, esperança de atendimento universal, integral, gratuito, hierarquizado e descentralizado aos brasileiros. Mas o modelo não evoluiu com a velocidade das mudanças que atingiram o Brasil nas últimas décadas. Para garantir avanços, é urgente repensá-lo dentro de novas bases.
Os problemas se acumulam: o crescimento da população e seu envelhecimento, a mudança do perfil epidemiológico, os avanços científicos, tecnológicos e das relações sociais exibem fatura que aumenta a cada dia. Sem financiamento adequado, o SUS se vulnera com recursos humanos precários, estrutura deficiente e uma assistência pouco resolutiva.
Parte da solução pode vir da regulamentação da Emenda Constitucional 29. Mas a demora em aprová-la tornou o Brasil sede do sistema universal de acesso à saúde com menor financiamento público. Em 1995, de todo o dinheiro que se gastava com saúde no Brasil, 62% era público (União, estados e municípios) e 38% era privado. Em 2009, a proporção havia minguado para 47% público e 53% privado.
Este cenário traz prejuízos à assistência desejável à saúde do povo brasileiro. O caos se materializa nas emergências, sempre lotadas e porta de entrada dos problemas que dependeriam de cuidados no campo da atenção básica, secundária ou da alta complexidade. Na saúde suplementar, a ameaça aparece de outras formas. A interferência de planos e de operadoras coloca o exercício ético da medicina em concordata.
A falta de ações para responder às questões elencadas nos inquieta e deixa os brasileiros sem uma perspectiva de futuro no campo da saúde. Esperamos que, em outros outubros, nossa ansiedade esteja aplacada e possamos, juntos, realmente comemorar a vitória do interesse coletivo na gestão da saúde.
ROBERTO LUIZ D´ÁVILA* | * Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)
Atenção aos corticoides
A osteoporose fragiliza os ossos. Com a doença, a massa óssea diminui a tal ponto que qualquer batidinha ou torção podem resultar em um tornozelo, braço ou quadril fraturados. Por representar uma séria ameaça aos idosos, a enfermidade passou a ser cuidada de perto. Mas, nos últimos cinco anos, já se sabe que há um grupo de risco entre as crianças, que inclui aqueles com dificuldade de absorção de cálcio, intolerância à lactose e, principalmente, com problemas respiratórios e reumatológicos.
Nem todo asmático precisa se preocupar. Estão propensos aqueles que recebem, pelo menos quatro vezes ao longo da vida, corticoide oral durante cerca de cinco dias seguidos para terminar com as crises. Nesses casos, a perda de massa óssea pode ser de 30% a 40%, de acordo com a reumatologista Rosa Maria Rodrigues Pereira.
Para o coordenador do Programa de Pós-graduação em Pediatria e Saúde da Criança da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Renato Tetelbom Stein, o uso excessivo de corticoides está associado, muitas vezes, às consultas nas emergências hospitalares.
– Como é sempre um médico diferente quem faz a consulta, cada ataque é tratado como se fosse único. A prevalência do uso de corticoides em crises respiratórias é maior para crianças que têm como rotina serem atendidas nesses locais do que para aquelas que têm seu médico de referência – detalha Stein.
Apesar de os reumatologistas notarem um aumento nos casos de osteoporose na infância, pesquisas apontam que a probabilidade de se desenvolver a doença é baixa. O último Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância, divulgado ano passado, mostrou que metade das crianças asmáticas precisa usar com fre- quência remédios inalatórios contendo corticoides (popularmente conhecidos como bombinhas). Desses, menos de 5% faz uso da substância em comprimido.
– Em geral, os pacientes conseguem se adaptar às bombinhas e diminuem as chances de precisarem usar o remédio pela via oral. Contudo, não há como fugir: em crises fortes, o método oral é o mais indicado para reanimá-lo e evitar a internação hospitalar – explica o pneumologista pediátrico Gilberto Bueno Fischer.
Mas o médico recomenda cautela. Toda criança que toma cortisona em cápsulas precisa de revisão constante. Exames como a densitometria, capaz de avaliar a densidade da estrutura óssea, podem ser indicados. Se a doença estiver se instalando, contudo, o especialista deverá receitar uma suplementação alimentar rica em cálcio e vitamina D, além da prática de exercícios físicos para fortalecer os ossos.
– Não há certeza de que se recuperará toda a perda óssea, mas os cuidados podem fazer com que a doença não evolua ainda mais – explica o reumatologista Fernando Neubarth
SAÚDE
O amargo do açúcar
O açúcar é o grande inimigo de quem deseja manter a silhueta enxuta. O prazer adocicado de bolos, tortas, chocolates tem uma outra vilania: envelhece a pele, abrindo caminho para o aparecimento de flacidez e rugas.
– O melhor exemplo que temos é a pele do diabético, que tem excesso de açúcar no organismo. É uma pele sem vida, sem brilho e elasticidade – diz a farmacêutica Mika Yamaguchi.
Investigadora do assunto, a indústria farmacêutica acaba de lançar um produto novo à base de carcinina, disponível, por enquanto, sob manipulação. Um laboratório já registrou o medicamento com o nome comercial de Glycoxil. Mika Yamaguchi explica que a carcinina impede a ligação dos açúcares que uma pessoa consome ao açúcar do corpo humano que, juntos, podem causar a formação de A.G.Es (Advanced Glycation End Products). Essas moléculas proporcionam danos às células da elastina e do colágeno que, por consequência, causam o envelhecimento precoce.
O dermatologista Gilvan Alves, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional do Distrito Federal, confirma que a ciência já sabe de possíveis prejuízos do açúcar à pele. O principal deles é a acne, que surge durante o processo de produção excessiva de glicose. Sobre envelhecimento, ele é cético.
– Desconheço estudo que relaciona o açúcar ao envelhecimento da pele – esclarece.
MARIA VITÓRIA|Correio Braziliense
Palavra do especialista
Que tipo de açúcar traz mais danos: o cristal ou o refinado?
Quanto mais processado o açúcar (refinado), isto é, quanto mais rápido ele fornecer energia ao nosso organismo (glicose), mais danos ele pode causar à pele e a outros órgãos.
É aconselhável substituir o açúcar refinado pelo mascavo ou por mel para ter uma pele mais bonita?
Sim, o ideal seria diminuir o consumo de açúcar para ter a pele mais saudável, além de fazer uso de produtos tópicos e orais que combatam os danos do estresse oxidativo e fortaleçam a produção de colágeno e elastina.
O consumo de produtos alimentícios industrializados também traz danos à pele?
Sim. Esses produtos têm um índice alto de corantes e conservantes. Essas substâncias se acumulam no corpo, assim como os A.G.Es. Elas aceleram o nosso processo de envelhecimento.
As frutas são ricas em frutose, um tipo de açúcar. Esse tipo de alimento traz danos à pele?
O açúcar proveniente das frutas são menos prejudiciais à nossa pele. Quando ingerimos a frutose, ela passa por várias etapas para se tornar glicose, sendo uma forma saudável de açúcar.
Fonte: Fonte: Mika Yamaguchi é farmacêutica e consultora técnica da empresa Biotec Dermocosméticos