SAÚDE
Farmácias não vendem fracionados
Pesquisa feita em cinco capitais mostra que medida não é obedecida
A venda de remédios de forma fracionada está autorizada há cinco anos no País. Entretanto, quem for à farmácia comprar uma quantidade de comprimidos diferente da contida na embalagem original dificilmente conseguirá. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos e a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).
Segundo o levantamento divulgado nesta semana, os pesquisadores tentaram comprar remédios de forma fracionada em 49 farmácias de cinco capitais do País (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro). Nenhuma delas vendia.
Para a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, o consumidor poderia comprar a quantidade exata de comprimidos receitada pelo médico. Com isso, o risco de uso indevido de remédios e de automedicação seria menor.
Segundo o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estimam que 20% dos remédios comprados nas farmácias acabam indo para o lixo. Em um ano, R$ 20 bilhões em medicamentos são descartados por algum motivo. “O fracionamento é uma questão econômica”, disse.
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) disse que o fracionamento dificulta o controle e o combate à falsificação de medicamentos no País.
SAÚDE
Campanha para divulgação
Desde 2006, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei do Executivo que prevê a obrigatoriedade da venda fracionada. Atualmente, esse tipo de venda é facultativa, por isso muitas farmácias não adotaram a medida.
A falta de divulgação sobre a venda de remédios fracionados é um problema que também ajuda a manter esta situação.
Com o objetivo de mudar este quadro, Instituto Ethos e a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) anunciaram ontem o lançamento de uma campanha em que defendem que a venda dos fracionados deixe de ser facultativa e torne-se obrigatória em todas as farmácias do País.
Sobre a Aids
Dos 2,8 mil casos de Aids registrados em Joinville desde o surgimento da doença, mais de 300 atingiram pessoas com mais de 50 anos de idade. Heterossexuais são 72% dos casos da cidade.
Quase 10% dos portadores foram contaminados por meio de drogas injetáveis. Quase dois terços das vítimas são homens, segundo dados da Secretaria de Saúde de Joinville.