SAÚDE PÚBLICA
Ainda faltam oito remédios
Rede municipal confirma problema no abastecimento de medicamentos
A rede municipal está com problemas na distribuição de pelo menos oito medicamentos liberados gratuitamente para os usuários das unidades básicas de saúde. Os remédios contra gastrite, hipertensão, diabetes e problema vascular estão com os estoques em baixa ou zerados desde dezembro. A previsão é de que o problema comece a ser corrigido a partir de hoje e seja completamente sanado na próxima sexta.
Uma paciente que não quis se identificar relatou que não conseguiu encontrar nenhum dos medicamentos contra diabetes no posto do bairro Saguaçu. Ela usa a Metformina e Glibenclamida. “Tive que comprar, mas tem gente que não tem como manter o tratamento por não ter dinheiro”, diz. Além desses, a Varsarina, para problemas vasculares, também está com o estoque zerado.
O Omeprazol, para gastrite e problemas estomacais, e o Captopril, contra a hipertensão, estão com o estoque muito baixo. Apenas alguns postos têm unidades. No posto do Glória, por exemplo, ainda há Omeprazol, mas trata-se de uma exceção. Já no Jardim Paraíso 3, ainda há Glibenclamida. Em outros, como os do Rio Bonito e Aventureiro 2, ainda não faltaram Captopril e Omeprazol.
No posto do Boa Vista, há um cartaz informando os usuários de que não há Metformina, Omeprazol e Glibenclamida. Também não havia Captopril, mas uma nova remessa chegou. Não há uma relação oficial dos postos que estão com falta de medicamento. “Há uma falta crônica desses medicamentos, por isso não estamos repassando o que as unidades estão acostumadas a receber. Elas fizeram os pedidos de acordo com o consumo médio, mas tivemos que reduzir para atender a todo mundo”, disse a coordenadora da Central de Abastecimento Farmacêutico, Janaína Banin.
De acordo com ela, casos mais urgentes poderão ser resolvidos dentro de cada uma das nove regionais de saúde. Apesar de não ser comum que um usuário busque medicamentos no posto onde não está cadastrado, Janaína considera que “há uma justificativa plausível para que isso aconteça”. Dessa forma, se um paciente cadastrado no posto do Rio da Prata precisar com urgência do medicamento, deverá avisar o farmacêutico da unidade. O profissional poderá procurar um local que não esteja com o estoque zerado para fornecer o remédio.
SAÚDE PÚBLICA
Sem repasse do ministério
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde, o problema na distribuição ocorreu por dois motivos: atraso na liberação da verba da Farmácia Básica, vinda do Ministério da Saúde, e as férias coletivas dos laboratórios que fornecem os medicamentos.
O ministério não repassou cerca de R$ 400 mil para a secretaria comprar os remédios que são distribuídos gratuitamente. A verba deixou de ser compensada em novembro e em dezembro, o que obrigou a secretaria a custear os medicamentos com dinheiro próprio até que este problema seja resolvido.
A secretaria também sofre do mesmo problema que o governo do Estado, que deixou de receber medicamentos por causa de problemas com os fornecedores. Como muitos laboratórios fizeram recesso de fim de ano, a produção foi comprometida e, consequentemente, a distribuição acabou prejudicada.
O preço dos medicamentos em falta varia entre R$ 5 e R$ 17. Segundo “A Notícia” levantou em três farmácias da cidade, um coquetel com todos os remédios que estão com estoque em baixa custaria entre R$ 70 e R$ 80.
SAÚDE PÚBLICA
Situação começa a se resolver
Ontem, o operador de produção Márcio Rocha finalmente conseguiu junto à Farmácia-escola da Univille, a caixa de Mesalazina 800 mg necessária para o tratamento de um problema no intestino. O medicamento chegou quarta-feira, após ficar em falta por um mês.
O problema no abastecimento da farmácia-escola ocorreu porque o governo do Estado, responsável pelo fornecimento dos nove medicamentos que estavam em falta, teve de lidar com o atraso dos fornecedores. Com as férias coletivas dos laboratórios, remédios de alta complexidade deixaram de ser distribuídos. “Eu fiquei um mês tentando. Disseram que ia chegar segunda, depois me disseram para ligar na quarta e finalmente chegou”, afirmou.
Até o fechamento desta edição, ainda não havia informações sobre a distribuição dos outros medicamentos que estavam em falta em Joinville.
Certificado
A Justiça Federal negou a liminar que pedia o cancelamento do certificado ao Hospital Dona Helena que garante a isenção no pagamento de impostos. É a Receita Federal que deve verificar se a instituição tem direito ao benefício.
Colunista Cacau Menezes
Medicina chinesa
Em 1974, o nosso médico-guru, Rômulo Coutinho de Azevedo, começou a praticar acupuntura aqui na Ilha, quebrando um padrão rígido de exercício de medicina, pois a técnica chinesa era considerada como “exótica” e estranha. Em 1994, o segundo médico a praticar acupuntura em Floripa, Norton Moritz Carneiro, depois de muitas batalhas, consegue transformá-la em especialidade médica, reconhecida nacionalmente como tal.
Hoje, 14, acontece a formatura dos médicos residentes no HU/UFSC em várias especialidades, e dentre elas Acupuntura, coordenada pelo médico de origem chinesa, mas cidadão brasileiro, Li Shi Min. E a aluna que vai receber o primeiro título de especialista na UFSC é Maria Rosa Machado Carneiro, filha da Lindinha Machado e do médico Rômulo Moritz Carneiro
ARTIGOS
Medicina em risco, por Desiré Carlos Callegari *
Desde 2005, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) avalia o desempenho dos estudantes do sexto ano de Medicina das escolas médicas paulistas. Em 2010, 43% foram reprovados na primeira fase e 68% não passaram na segunda etapa, uma prova prática que simula situações de atendimento médico. Mesmo considerando as limitações de um exame, que é facultativo, a alta reprovação pode ser um indicador de falhas graves no ensino de graduação em Medicina e na formação de novos médicos em São Paulo, que já concentra 30 escolas médicas, que formam 2,3 mil jovens médicos por ano.
O Exame do Cremesp, uma proposta inovadora, dá um recado que precisa ser levado em conta. O ensino médico vai de mal a pior, e os atuais mecanismos de avaliação usados pelas próprias faculdades e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) são insuficientes para provocar as mudanças necessárias. À qualidade duvidosa de boa parte das escolas médicas brasileiras, soma-se outro problema: brasileiros e estrangeiros formam-se em cursos do exterior – em Cuba, Bolívia, Paraguai, dentre outros países –, que não garantem o mínimo de conhecimentos, habilidades e competências requeridos para o exercício da medicina.
Com diplomas de cursos que não exigem vestibular e cobram mensalidades mais baratas dos que as escolas privadas brasileiras, centenas de recém-formados entram na ilegalidade e muitos atuam no Brasil, nas regiões de fronteira e periféricas, colocando em risco a saúde do povo. Por isso, ao mesmo tempo em que defendemos uma reforma do ensino médico no Brasil, somos contrários à aceitação automática de diplomas estrangeiros e defendemos rigoroso processo de revalidação, além do incremento na fiscalização do exercício ilegal da Medicina em defesa da população.
* Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo
Hemosc lança campanha junto aos torcedores do Avaí e Figueirense
A ação será durante o campeonato catarinense e visa incentivar doações para manter os estoques de sangue
O Campeonato Catarinense de Futebol terá um diferencial neste ano de 2011. Os torcedores do Avaí e Figueirense terão a oportunidade de doar sangue por meio da nova campanha lançada pelo HEMOSC. A ação será realizada na capital e inicia a partir do primeiro jogo do calendário do campeonato, no dia 15 de janeiro, com Avaí e Chapecoense em campo, no estádio da Ressacada.
O objetivo é ajudar a manter os estoques de sangue na Hemorrede catarinense, bem como conscientizar a população quanto à importância da doação de sangue. Nesta época do ano há uma redução nos estoques sanguíneos devido a alguns fatores como férias e aumento no número de acidentes, principalmente nas rodovias do estado.
Como forma de incentivar as doações, a parceria com os dois times prevê a entrada em campo do mascote do Hemosc, além de torcedores acompanhados de faixas destacando a importância da doação de sangue. Os jogadores dos times também vão participar da ação, autografando camisetas do Hemosc e jogando para as suas torcidas, além de outras atividades durante o período da campanha. A ação encerra no dia 06 de fevereiro, durante o clássico Figueirense e Avaí no Orlando Scarpelli, em Florianópolis.
Para doar sangue é necessário ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos, estar saudável, alimentado e com um documento oficial com foto em mãos. Também é fundamental que o doador tenha dormido pelo menos 6 horas na noite anterior e evite a ingestão de bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação.
Jogos da Campanha:
15/01 – Avaí e Chapecoense – Ressacada
20/01 – Figueirense e Joinville – Orlando Scarpelli
27/01 – Avaí e Imbituba – Ressacada
02/02 – Avaí e Joinville – Ressacada