CAMPANHA NACIONAL
Hábitos de alimentação saudáveis
O governo quer estabelecer metas para reduzir níveis de açúcares e gorduras nos alimentos. Para estimular a indústria, vai facilitar o registro de alimentos saudáveis.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dará prioridade ao registro de produtos que se enquadrem nessa categoria. Padilha vem se reunindo com representantes das indústrias de bebidas e alimentos para iniciar campanhas que estimulem hábitos alimentares saudáveis. A ideia é iniciar o movimento em abril.
VANDALISMO
Posto de saúde é depredado
Pacientes diabéticos do posto de saúde do Loteamento Luar, no Bairro Serraria, em São José, costumam passar trabalho por causa de atos de vandalismo no local.
No final de novembro do ano passado, a unidade teve o disjuntor de energia desligado durante a madrugada, e todo o estoque de insulina estragou. Foram 20 frascos, cada um com mil unidades do medicamento. Para se ter ideia do prejuízo, cada paciente usa de 10 a 30 unidades de insulina por dia.
Só na última semana, os 62 insulinodependentes que consultam ali, voltaram a pegar o medicamento no posto. A coordenadora do posto, Kellen Cristina Silva, acredita que o disjuntor tenha sido desligado por gente que queria arrombar o imóvel, para desativar o alarme.
No ano passado, um compressor de ar foi furtado, o contador de água estragado e uma janela arrombada. Uma reforma na unidade começa nesta segunda-feira e equipamentos de seguranças serão reforçados.
ALERTA NA SAÚDE
Brasil deverá ter 500 mil novos casos de câncer ao longo do ano
Aumento no número é reflexo do envelhecimento da população e de hábitos como alimentação inadequada e falta de exercíciosO Brasil deve registrar este ano 500 mil novos casos de câncer, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O dado indica um leve aumento em relação à previsão feita no ano passado pela entidade, de 489 mil casos.
A aceleração da ocorrência de casos da doença no país seria reflexo de uma tendência mundial, mas passou a ser registrada mais recentemente no Brasil devido ao envelhecimento da população e aos avanços no tratamento de doenças infecciosas, antigas causas mais frequentes de morte.
Segundo o Inca, os gastos do Ministério da Saúde com o atendimento de pacientes com câncer cresceu 20% entre 2000 e 2007, atingindo aproximadamente R$ 1,4 bilhão. São custos que cobrem a internação de 500 mil pacientes por ano, além de 235 mil sessões de quimioterapia e 100 mil de radioterapia por mês.
– Estamos diante de um cenário provocado por progressos que permitiram o envelhecimento da população, mas que também proporcionaram hábitos como a alimentação inadequada e a falta de atividades físicas – alertou o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
– Esta situação requer preocupações e ações específicas de toda a sociedade – completou
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o novo governo pretende ampliar o acesso ao tratamento de câncer na rede pública e intensificar o controle de qualidade de exames preventivos, com o objetivo de impedir erros de diagnóstico.
Além do estabelecimento de convênios com a indústria farmacêutica para reduzir os preços de medicamentos, como alguns remédios indicados para o combate à leucemia, Padilha destacou que há um esforço para proporcionar a detecção precoce de alguns tipos da doença.
Para evitar diagnósticos falhos, o ministério pretende criar uma rede de monitoramento de 1,3 mil equipamentos usados para identificação do câncer de mama.
– Nós vamos criar um grande programa nacional de avaliação da qualidade dos exames de mamografia, para que as análises realizadas no Brasil tenham a qualidade necessária – afirmou Padilha.
Diagnósticos falhos preocupam
Em parceria com o Inca, o Ministério da Saúde também quer avaliar a qualidade de exames que detectam o câncer de colo uterino para ajudar municípios em que o índice de diagnósticos falhos chega a 50%, devido ao uso de equipamentos degradados ou material inadequado.
– Fazer exames de má qualidade ou má interpretação é pior que não fazer, pois desvia a atenção do médico e do paciente – avaliou Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde do ministério.
O Inca e o Ministério da Saúde lançaram um alerta para a necessidade de prevenir outras doenças crônicas, como a diabete, doenças cardiovasculares e respiratórias. Ao lado do câncer, essas doenças consomem mais de 70% dos gastos e são responsáveis por 67% das mortes registradas no país. O governo brasileiro deve apresentar, em setembro, na Assembleia Geral da ONU, uma agenda estratégica de ações para reduzir o número de casos e o impacto do câncer e outras doenças crônicas no sistema público de saúde. O tema foi incluído na pauta do evento por decisão das Nações Unidas.
– Essa é uma grande oportunidade para se incluir as doenças crônicas não transmissíveis no centro da pauta de discussão de governantes – afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.