OPINIÃO DO GRUPO RBS
Lícita, mas perigosa
Estudo divulgado na semana passada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que quase 4% das mortes no mundo estão relacionadas ao consumo de álcool, droga lícita e aceita socialmente em muitos países. Segundo o relatório, a bebida mata mais que a Aids, a violência e a tuberculose e vitima principalmente adultos entre 25 e 39 anos. A estimativa é de que o álcool provoque 2,5 milhões de mortes por ano. Além disso, está na origem de questões sociais como a violência doméstica, a negligência infantil, abusos e faltas ao trabalho.
Diante de tal quadro, a organização recomenda que os governos regulem o mercado de venda de bebidas, reforçando restrições que evitem que motoristas dirijam depois de ingerir álcool.
Todas as advertências servem aos brasileiros. Basta conferir o percentual de motoristas alcoolizados envolvidos em acidentes a cada semana nas estradas do País. A legislação do País disciplina a comercialização de bebidas. Mas temos problemas sérios, no que se refere à fiscalização das leis e à educação dos jovens e adolescentes, que começam a beber cada vez mais cedo. A tolerância das famílias está entre as causas da permissividade coletiva, que gera os problemas apontados pela OMS. Não se trata de moralismo, mas, sim, de uma questão de saúde pública: álcool em excesso gera doenças, acidentes de trânsito, violência e mortes. E, invariavelmente, condena pessoas à dependência e à exclusão social.
Socorrista morre de parada cardíaca
Maria Aparecida foi uma das primeiras mulheres a integrar a corporação
A comunidade de Joinville perdeu um dos seus anjos da guarda. A socorrista Maria Aparecida Machado, 53 anos, que há 12 anos atuava no Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, sofreu uma parada cardíaca e morreu na madrugada de sábado. Ela chegou a ser atendida e levada ao Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, mas já chegou sem vida.
Heitor Ribeiro Filho, comandante operacional dos bombeiros, destaca em Cida, como era conhecida, o senso de compromisso com a corporação. “A maneira simples e espontânea da socorrista, que conquistava o respeito dos colegas de corporação, traduzem o espírito dos bombeiros voluntários”, lembra o comandante.
Ele comenta que “Cida é para nós uma referência, como uma das primeiras mulheres a atuar na corporação e no Atendimento Pré-hospitalar, estimulou outras mulheres à função”, conta Ribeiro. O comandante lembra ainda que, na sexta-feira, Cida havia cumprido sua jornada de trabalho normalmente.
O subcomandante dos bombeiros voluntários, Rodrigo Monteiro, também elogia a dedicação da colega.
“Ela deixa uma trajetória que orgulha todos que vivem o dia a dia na corporação por seu altruísmo. A vontade em ajudar o próximo, com um sorriso nos momentos mais difíceis, será sempre um exemplo”, observa.
O corpo de Maria Aparecida Machado foi velado na unidade central do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e levado em cortejo com os carros da corporação até o Cemitério São Sebastião, no bairro Iririú, ontem de manhã.
ESTADOS UNIDOS
A misteriosa doença da Mansão Playboy
Uma misteriosa doença respiratória que atingiu dezenas de pessoas estaria relacionada a uma festa de arrecadação de fundos realizada na famosa Mansão Playboy, a residência em Los Angeles, nos EUA, de Hugh Hefner, o fundador da revista. Na festa, em 3 de fevereiro, teria sido usada uma máquina de fumaça para criar neblina.
Viver Bem
INFELICIDADE CONTAGIOSA
Humor sombrio e outras complicações cerebrais podem ser causados por vírus e bactérias
Muitas vezes, mau humor, depressão e falhas na memória não são culpa de problemas emocionais ou mentais. Por trás da tristeza, talvez escondam-se vírus e bactérias. Cada vez mais, pesquisas mostram que o sistema imunológico, ao contrário do que se imaginava, está em perfeita sintonia com o nervoso.
O mais recente congresso anual da Sociedade Americana de Imunologia apresentou pistas interessantes de como uma infecção pode desencadear problemas emocionais ou de comportamento – incluindo o transtorno obsessivo compulsivo. Por exemplo, quando um agente infeccioso quebra a barreira do cérebro, as células de defesa relacionadas ao lúpus – doença autoimune do tecido conjuntivo – são acionadas e podem danificar o hipocampo. Essa área do cérebro está relacionada à memória.
O poder dos micro-organismos exógenos sobre o cérebro foi demonstrado em um estudo feito com ratos de laboratório por pesquisadores da Universidade de Bristol e da Universidade College London, ambas na Inglaterra. Os cientistas descobriram que a bactéria Mycobacterium vaccae, facilmente encontrada no solo, altera o comportamento de forma similar à ação de antidepressivos. O artigo, um dos destaques científicos de 2010, foi publicado na revista especializada “Neuroscience”. Nesse caso, a “bactéria amiga” trouxe bem-estar, em vez de infelicidade.
Segundo Chris Lowry, principal autor do estudo, o interesse pelo tema surgiu depois que foi reportado que pacientes de câncer, cujo quimioterápico era composto pela bactéria, apresentavam melhor qualidade de vida.
Para Lowry, ficou claro que esse efeito só poderia ser causado pela ativação de neurônios que contêm serotonina, o neurotransmissor associado à felicidade. Estudos em laboratório confirmaram a hipótese. O cérebro dos ratos que recebiam doses da M.vaccae passou a produzir mais serotonina. Sabe-se que a falta dessa substância é um dos desencadeadores da depressão. “Isso deixa cada vez mais evidente o mecanismo de comunicação entre o corpo e o cérebro, além de reforçar o quanto um sistema imunológico sadio é importante para a saúde mental”, disse Lowry.
Alergia pode piorar a depressão
Pesquisa financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA vincula a alergia à piora da depressão. Segundo o psiquiatra Partam Manalai, da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, pacientes com distúrbios do humor expostos a determinados pólens tendem a ficar mais deprimidos. “A depressão é muito comum, mas a alergia é ainda mais. Uma em cada duas pessoas pode ter algum tipo de sensibilidade alérgica e uma em cada cinco tem rinite alérgica. Quando a rinite chega a um ponto exacerbado, as pessoas ficam mais mal-humoradas e não se sentem bem”, explica Manalai.
A culpa pode estar no pólen que, durante a primavera, é mais abundante. De acordo com o médico, diversos estudos demonstraram um pico nas taxas de suicídios nesta estação, enquanto que, no inverno, os índices caem. Não é que os alérgicos fiquem tristes porque os sintomas pioram. O que ocorre é que, em contato com o agente que desencadeia a crise, o sistema imunológico responde com um antígeno específico, a imunoglobulina E. Embora o anticorpo combata os efeitos do pólen, ele também acaba desencadeando problemas de humor. “Em um grupo de pacientes, todos com alergia e depressão, um tratamento profilático pode prevenir a piora do humor durante o pico da estação. Nossas descobertas podem ajudar”, acredita Manalai.
Risco não calculado
Tomar o remédio que funcionou para o vizinho pode mascarar a doença e, pior, adiar uma solução adequada para o problema
Tratar da saúde por conta própria é uma decisão arriscada e pode ser fatal, afirmam especialistas. Além de todos os danos que uma interação medicamentosa pode causar, como intoxicação e anulação no efeito dos princípios ativos, a automedicação pode tratar os sintomas e mascarar a doença original. A coordenadora da Comissão de Medicamentos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Leila Beltrami Moreira, lembra que o sucesso no tratamento de qualquer enfermidade depende de vários fatores, que incluem uso de medicamentos, em alguns casos, mas que depende também de um diagnóstico correto.
“Se o paciente tem uma dor e sai tomando o remédio que serve para o vizinho, pode estar perdendo tempo de encontrar a melhor solução para o seu problema”, explica Leila.
Mal necessário?
O farmacêutico-fiscal do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul, Éverton Borges, acredita ser fundamental um investimento na qualificação do farmacêutico. Afinal, diz ele, nem sempre é possível esperar pela data da consulta clínica, principalmente no sistema público de saúde. E aí entra o farmacêutico: “O paciente precisa do máximo de informações sobre aquele medicamento antes de tomá-lo. Cabe ao farmacêutico dar todos os subsídios para que o cliente possa optar pela forma mais segura.”
Conforme os manuais médicos americanos, de 10% a 20% das internações hospitalares nos Estados Unidos são em decorrência de reações adversas a medicamentos, que podem ser naturais ou por administração indevida. “No Brasil, as mulheres praticam mais frequentemente a automedicação do que os homens, com um percentual de 59% contra 41%”, explica Flávio André Cardona Alves, médico intensivista e coordenador da área clínica da emergência do Hospital Moinhos de Vento.
Os efeitos adversos mais comuns da prática de escolher o próprio tratamento são os gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia. Os psicoativos podem dar sonolência e causar a perda dos reflexos. A maior parte pode provocar alergias na pele.
“Todo tipo de substância utilizada para tratar determinado problema pode ter efeitos que não são os esperados ou os desejados. Quanto mais adequada for a indicação de determinado fármaco, menores as possibilidades de risco, mas eles sempre poderão existir”, explica o chefe de emergências Leonardo Fernandez.
Apesar dos riscos, Alves lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que, algumas vezes, a automedicação pode ser benéfica: “Se considerarmos países com sistemas de saúde ineficientes, em que as pessoas têm de aguardar várias horas ou até dias para serem atendidas, o uso sem prescrição médica de um antibiótico para uma infecção, que teria consequências graves, pode ser justificável.”
Comunicado
O colunista Moacyr Scliar, que escreve no caderno “Viver Bem”, está internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre em consequência de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido na madrugada do dia 16 de janeiro. Seu estado de saúde era estável até o fechamento desta edição, às 18 horas de ontem.
Cartas
Dengue
Existem muitas formas de se combater o avanço da dengue. O governo insiste apenas no combate às águas paradas, como se isso fosse possível. Há águas paradas em vários locais de difícil acesso. Há águas paradas em pontos desconhecidos. Há águas paradas porque alguns indivíduos não ligam para isso. Agora, o inacreditável é que existem águas paradas protegidas pela legislação ambientalista. Se tentarmos limpá-las, estaremos cometendo um crime ecológico e poderemos ser julgados e condenados. Ou seja, a saúde ambiental é superior à saúde dos seres humanos.
Geraldo Siffert Junior
Por e-mail
Cartas
EMERGÊNCIA
Torço para que não sejam unificados os atendimentos dos serviços de urgência. Hoje, tanto o Samu quanto a Polícia Militar são os que têm os atendimentos mais burocratizados e os que mais demoram no atendimento ao cidadão. Já o Corpo de Bombeiros Militar serve de exemplo em agilidade e acolhimento.
Jefferson Santos
Analista de RH - Blumenau
NOTA
Gaspar terá ambulância do Samu a partir de hoje
A partir de hoje o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 192, terá uma ambulância em Gaspar. A Unidade de Saúde Básica fará atendimento às emergências no município e também auxiliará o atendimento nos bairros de Blumenau que fazem limite com Gaspar.
A controvérsia do aleitamento
Pesquisa britânica sustenta que a amamentação exclusiva deve parar aos quatro meses, para evitar deficiências como a de ferro na saúde dos bebês
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno deve ser o único alimento ofertado para os bebês nos seis primeiros meses de vida. Para a instituição, apenas após meio ano de vida é que devem ser introduzidos outros alimentos, como frutas e papinhas. No entanto, um estudo realizado por pesquisadores da University College, do Reino Unido, questiona a exclusividade da amamentação pelo período advogado pela OMS e sustenta que o ideal é que a inclusão de novos alimentos na dieta dos pequenos ocorra já a partir dos quatro meses. Isso ajudaria a prevenir problemas de saúde, como a deficiência de ferro. A proposta reacende a discussão sobre quando devem ser oferecidas outras formas de alimentação para os bebês.
OMS recomenda unicamente leite materno até os seis meses
No estudo, os especialistas britânicos cruzaram dados relacionados ao aleitamento materno e à incidência de diversas doenças. Segundo a pesquisa, as crianças que a partir dos quatro meses consomem alimentos semissólidos, como frutas amassadas e cremes, apresentaram índices menores de doença celíaca. Além disso, a deficiência de ferro, mal bastante comum em crianças que ainda não ingerem outras formas de alimentação, praticamente não ocorre com a alimentação semissólida.
A pesquisa partiu da divergência entre a recomendação da OMS, que afirma que no primeiro meio ano de vida só se deve tomar o leite materno, e da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês), que recomenda apenas quatro meses de aleitamento exclusivo.
De acordo com a líder do estudo, Mary Fewtrell, a pesquisa propõe que os pais ponderem os prós e os contras da introdução de outros alimentos antes de tomar essa decisão.
– Se, por um lado, o aleitamento exclusivo por mais tempo diminui a chance do desenvolvimento de infecções, por outro, a deficiência de ferro, a doença celíaca e alergias podem ser prevenidas com o “reforço” na alimentação logo aos quatro meses – explica.
Para ela, os pais devem ponderar qual a melhor relação custo-benefício na saúde de seus filhos.
No Brasil
Apesar dos resultados apresentados pela pesquisa europeia, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mantém a recomendação da amamentação exclusiva até os seis meses. Para a pediatra Keiko Teruya, diretora de Aleitamento Materno da SBP, vale a recomendação da OMS.
– Pesquisas mostram que o leite materno consegue suprir as necessidades do bebê no primeiro meio ano. Assim, continuam mantidas as determinações da OMS e do Unicef, que afirmam que a alimentação vinda da mãe deve ser a única dos bebês nesse período – completa.
A pediatra pondera, no entanto, que, em algumas situações, podem haver exceções. Sempre com a orientação de um médico, pode-se determinar a adição de alimentos ricos em ferro, nos casos em que o bebê nasceu prematuramente, por exemplo.
– Isso também pode ser indicado quando a mãe não conseguiu a licença-gestação de seis meses, uma realidade ainda infelizmente bastante comum – conta a especialista da SBP.
Independentemente do momento ideal para a introdução de outros alimentos, especialistas – tanto do Reino Unido quanto do Brasil – são unânimes ao defender que o leite materno deve ser mantido até os dois anos, como recomendam todos os organismos internacionais.
CENTRAL
Santo remédio
Com as altas temperaturas, é preciso dobrar a ingestão de água para afastar o risco de cálculo renal
A combinação de carne vermelha, gordura e sal em excesso é a associação perfeita para a formação de cálculos renais. E o cenário só piora. Até a cervejinha está condenada. Uma pesquisa realizada pela Secretaria da Saúde de São Paulo comprovou que o número de pedras nos rins aumenta em 30% no verão. E o trio acima seria o grande responsável. Prejuízo potencializado pela ingestão hídrica menor do que a perda de líquido que o organismo é submetido no calorão.
– Este é um problema de hábito, que no Sul é bem comum. Durante o frio, as pessoas urinam bastante. A perda de líquido é feita quase que só pela urina. Só que, no verão, a desidratação é maior, ocorre pelos poros. A quantidade de líquido ingerida deveria ser dobrada, mas isso não ocorre – explica o urologista Joaquim de Almeida Claro, responsável pela pesquisa paulista.
A água dilui a urina e evita que haja precipitação de cristais, formando cálculo. O urologista costuma comparar o rim a um copo de água com açúcar: uma colher pequena é dissolvida e desaparece em um copo cheio de água. Em compensação, uma grande quantidade do alimento em pouca água faz com que os cristais se concentrem no fundo do copo.
É por isso que os especialistas medem um rim saudável pela quantidade de urina dispensada ao longo do dia. Mas, se a grande sacada é urinar em demasia, e a cerveja provoca essa reação no organismo, por que ela é considerada prejudicial?
Elizete Keitel, nefrologista, explica que a cerveja é a bebida alcoólica mais prejudicial para os rins. Apesar de inibir o hormônio que impede o descontrole urinário, favorece a concentração de ácido úrico e isso ajuda a formar cálculos. E não raro, essas pedras teimam em se desprender do rim e navegar em direção à bexiga. Dependendo do tamanho, podem trancar no meio do caminho em uma região chamada de uréter, resultando em cólica renal.
Quem já experimentou esse tipo de dor relata ser insuportável. Nenhum analgésico é capaz de aplacá-la, e o paciente, na maioria das vezes, necessita de ajuda médica para receber o alívio intravenoso. Os médicos salientam que a maior parte dos indivíduos tem apenas um evento desses na vida. Entretanto, se o problema se repetir ou se houver histórico familiar, recomenda-se que seja procurado um médico para a realização de exames e o descarte de complicações renais.
As doenças renais crônicas, que podem levar à perda do órgão são, em geral, nefrites (inflamação nos rins), nefropatia hipertensiva (doença renal por pressão alta) e nefropatia diabética (por diabete). O cálculo renal e as infecções urinárias também são doenças nos rins, mas não levam à insuficiência renal, com exceção para os casos associados à infecção severa.
Saiba mais
- Dor nas costas, na altura da cintura.
- Em geral, inicia-se com um desconforto e vai aumentando até que nenhum analgésico de uso oral seja capaz de aliviar.
- Nos homens, há também muita dor nos órgãos genitais.
- Náusea e vômito.
- Ardência para urinar, com sangue em alguns casos, e aumento na frequência das idas ao banheiro.
- Muitas das pedras podem ser comparadas com uma roseta. Ou seja, por onde passa deixa o local machucado. Por isso, a urina pode vir acompanhada de sangue.
- A pedra se forma no rim e vai descendo em direção à bexiga. Ela pode entupir em qualquer lugar, causando acúmulo de urina acima da obstrução. O rim começa a ser distendido, causando a dor.
- Depois de tanta pressão provocada pelo rim lotado de líquido, o cálculo vai indo em direção à bexiga. A dor é provocada quando as pedras passam pelos tubos que ligam os rins à bexiga.
- A maior parte das pedras é expelida naturalmente. Cerca de 20% dos casos precisam de intervenção.
- Os cálculos renais podem afetar qualquer pessoa, principalmente as que já têm predisposição genética.
- 24% da população apresenta maior pré-disposição para formar cálculo.
- Evite comer carne vermelha e sal em excesso. A combinação aumenta a produção de oxalato de cálcio no organismo.
- Tome de dois a três litros de líquidos diariamente durante o verão. Metade da quantidade deve ser de água, e o restante é liberado para frutas ricas em água, como melancia, sucos cítricos de laranja e limão, e chás.
- Se ficar muito tempo exposto ao sol ou calor, aumente a dose.
O rim
Cada rim tem a forma de um grande grão de feijão e as seguintes dimensões em um adulto:
Altura 10 a 13cm
Largura 5 a 7cm
Profundidade 2,5 a 3cm
Peso 120 a 180g
- Quando o paciente tem mais de uma queixa de cólica renal ou história familiar de problemas nos rins.
- Nesses casos, o médico pede uma avaliação metabólica capaz de dosar os elementos no sangue e na urina. Se for constatado que um dos elementos (cálcio, ácido úrico, fosfato e oxalato) em demasia, uma dieta é aconselhada, assim como o uso de medicamentos.
- Depende do tamanho e da localização da pedra. Se causa obstrução da urina, o rim dilata. Em alguns casos, ela é expulsa com remédio, em outros é necessário cirurgia, que pode ser por ondas de choque, endoscopia ou invasiva.
- Em casos de cálculo renal de repetição, ou quando a pedra toma conta da pelve dos rins.
- Durante a crise, o paciente precisa procurar um hospital que aplique analgésico na veia.
- São pedidos exames de sangue, de urina e ecografia para avaliar cada caso.
- A cirurgia só é indicada em 10% dos casos.
As pedras
Carne e sal em demasia são potenciais formadores dos tipos de cálculos. Além da dupla, outros alimentos também estão envolvidos no problema. Veja:
- Ácido úrico: frutos do mar e miúdos de galinha ou de gado (20% dos casos)
- Fosfato e oxalato de cálcio: chá preto e achocolatados (80% dos casos)
- Até 0,5 cm: é grande a possibilidade de ser expelida.
- De 0,5 a 1 cm: diminui a chance de sair sozinha, mas ainda é possível.
- Mais de 1 cm: a cirurgia é necessária.
- Quanto mais escura, maior a chance de problemas.
- O ideal é que a urina seja bem clara, parecida com água.
- Aqueles que têm história familiar de doença renal, hipertensão, diabetes ou apresentam inchaço dos olhos e das pernas, dor lombar e sangue na urina devem procurar um médico.
- O uso indiscriminado de antiinflamatórios também pode causar problemas, assim como a vitamina C, que aumenta a formação de oxalato (uma das composições dos cristais que são eliminados).
- O cálcio ingerido por mulheres com osteoporose aumenta a chance de formação de pedras. O ideal é redobrar a água bebida ao dia.
Risco em dias de calor intenso
Para que o alimento seja diluído, evitando os cálculos, é preciso beber muita água. Durante o inverno, as pessoas estão acostumadas a tomar uma certa quantidade de líquido. Quando o calor começa, e o suor invade o corpo, eliminando boa parte dessa água pelos poros, normalmente não é aumentada a quantidade de água.
– Pense em um dia bem quente, daqueles em que se transpira bastante. Não é raro perceber que a urina torna-se mais escura, criando o cenário ideal para a formação dos cálculos – explica Cínthia Vieira, vice-presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia.
Entrevista: André François, fotógrafo
André François é fotógrafo há mais de 20 anos e, nos últimos seis, dedicou o seu trabalho documental à saúde no Brasil. Para lançar o seu penúltimo livro Escolher e Viver – Tratamento e Qualidade de Vida nos Pacientes Renais Crônicos (Imagemágica Editora, R$ 55), foi de Norte a Sul para ouvir histórias de pacientes. Ele se engajou na luta ao descobrir que 12 milhões de brasileiros sofrem do problema. Boa parte dessa gente precisa de diálise, mas mora em cidades que carecem de clínicas que ofereçam o serviço. Ao iniciar suas pesquisas, conheceu o modo peritoneal de tratamento, onde um aparelho é acoplado no abdômen do paciente, evitando que ele precise sair de casa. Por telefone, de São Paulo, onde mora, François falou com a reportagem.
Por que o interesse nos pacientes renais crônicos?
André - Escolher e Viver nasceu depois de eu ter conhecido uma mulher de 35 anos, que perdeu a função renal, e teve de abandonar o marido e os filhos para morar na capital, São Luís, no Maranhão, e poder fazer a hemodiálise. Fiquei muito sensibilizado com a história dela. Na cidade onde morava, Barreirinha, não tinha clínica de hemodiálise. E, quando você se torna renal crônico, tem de fazer a hemodiálise três ou quatro vezes por semana, preso a uma máquina que filtra o seu sangue durante cinco horas. Então, pensei: como fazem várias pessoas do Brasil, que moram em cidades em que não têm a clínica? Ou morrem ou se mudam. É trágico.
E qual seria a solução?
André - Conhecendo a história dela, soube que existiam outros tratamentos menos divulgados. O principal, além da hemodiálise, é a diálise peritoneal. É um tipo que você faz em casa, e o SUS paga. Então por que pessoas como a dona Maria têm de abandonar as suas casas? Foi aí que veio a ideia de investigar, com esse foco, mostrando um tratamento alternativo à hemodiálise. Não que seja ruim para as pessoas, mas é ruim para aqueles onde não há clínica perto.
O que há em comum em todas as histórias pesquisadas?
André - A vontade de viver bem, com uma vida mais normal possível. Pois quem é doente renal crônico vai ser renal crônico até o fim da vida. Mesmo aquele transplantado ainda é doente. Vai ter o rim por muitos anos, se cuidar, mas provavelmente um dia precisará de um novo rim.
Você notou algum tipo de arrependimento nessas pessoas, de algo que pudesse ter sido feito para evitar o problema e não o foi?
André - Na maioria dos casos não, porque as pessoas nasciam com o problema e demoravam para perceber. É uma doença silenciosa, que só se declara quando o rim perdeu sua função. Às vezes, é falta de qualidade de vida, descuido na alimentação. Mas arrependimento não é algo que tenha me marcado. A preocupação é com o que todo mundo sabe: não comer tanto sal, por exemplo. Inclusive, eu preciso parar de comer tanto sal.
MEU FILHO
Hora do lanche
O início do ano é um bom momento para repensar o cardápio do recreio
Chocolates, salgadinhos, doces, bolos e refrigerantes. São tantas as guloseimas nas cantinas das escolas que fica difícil para a criança saber dosar a quantidade e a qualidade dos alimentos. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008/2009 revelam que 34,8% dos meninos e 32% das meninas entre cinco e nove anos têm excesso de peso, e 16,6% e 11,8%, respectivamente, são obesos. Como contornar o problema? Segundo especialistas, o velho e bom exemplo de casa ainda é a forma mais eficiente de transmitir às crianças o quanto é importante se alimentar de forma saudável.
Para a professora de educação nutricional Priscila Martins, é fundamental oferecer à meninada uma mesa farta e colorida, com opções de hortaliças, legumes e frutas.
– Eles precisam ter contato com esses alimentos desde cedo. É muito mais fácil ensiná-los ainda pequenos do que tentar corrigir os erros depois – ensina.
E quanto ao lanche da escola? Para a administradora Lorena Pereira, 31 anos, no ambiente escolar fica mais difícil convencer as filhas, Gabriela, 14 anos, e Luana, 10, a optarem pelo mais saudável:
– Acredito que tem muito a ver com a influência dos amiguinhos.
Mãe de duas meninas, Lorena resolveu procurar a ajuda de um profissional para mudar os hábitos alimentares das filhas.
– Tenho uma adolescente e uma criança em casa, e elas nasceram nessa cultura de fast food. A minha intenção, ao procurar uma nutricionista, é incentivá-las a cultivar, desde cedo, a alimentação saudável.
Há oito meses, as duas meninas seguem a dieta proposta pela nutricionista e já colhem os frutos da reeducação alimentar. A caçula estava na faixa da obesidade moderada e conseguiu emagrecer.
Para a nutricionista Amanda Branquinho, a indústria sabe como cativar os pequenos com embalagens coloridas e personagens de desenho animado. Então, é importante procurar saber se a cantina e a escola têm o cuidado de oferecer lanches mais saudáveis aos alunos. A nutricionista também orienta os pais a envolverem os filhos no processo de escolha dos alimentos:
– Sempre ofereça opções variadas, tenha a preocupação de perguntar qual é a fruta de que ela mais gosta. Essas atitudes despertam o gosto pela alimentação saudável.
Nutrientes melhoram desempenho
Para garantir a energia e os nutrientes necessários a um bom desempenho físico e psíquico na escola, basta incluir no lanche uma fonte de carboidrato, outra de proteína e uma fruta ou suco natural na lancheira. A nutricionista Amanda Branquinho acrescenta que biscoitos integrais, iogurtes, sanduíches com queijo branco e frutas são ótimas opções. Quanto aos alimentos industrializados, como achocolatados, sucos em caixinha, bolos e biscoitos, um alerta:
– É melhor evitar. Eles são ricos em gordura, açúcar e sódio. E, além disso, estragam o paladar das crianças, que acabam se acostumando a alimentos mais doces.
Vale lembrar que os alimentos preparados em casa são mais saudáveis.
– Os alimentos industrializados são pobres em nutrientes. Ingeri-los em excesso traz risco de obesidade infantil, colesterol alto e diabetes – explica Amanda.
Na lancheira
Uma fruta e uma bisnaguinha, biscoito de maisena, pão ou cuscuz.
Prefira frutas no lugar de sucos, para estimular a mastigação e o reconhecimento delas. Banana, pera e maçã são ótimas opções.
Suco de fruta natural, de preferência sem açúcar. Biscoito integral, torrada ou pão acompanhado por queijo branco e peito de peru. Também são permitidos bolos de cenoura, banana, abacaxi ou laranja.
O que muda para as crianças dessa faixa etária é o tamanho das porções. Permanecem as fontes de carboidrato, proteína e fruta.
Hemosc faz ação para captar doador
Solidariedade foi o que uniu mãe e filha para a doação de sangue. Elas estiveram no Hemosc de Lages no sábado (12) pela manhã. Infelizmente elas fazem parte de uma minoria. Hoje em Lages, apenas uma pequena parte da população tem cadastro de doador.
“Senti que é emocionante doar sangue”, descreveu a babá Infância Prestes Alves (43), que junto com a filha Ednéia Prestes Alves foi motivada a doar para ajudar um amigo da família que está hospitalizado.
“Eu já tinha meu cadastro há três anos, mas só havia doado uma vez, agora vou doar sempre”, prometeu Ednéia. A mãe faz coro: “Vou continuar doando. Antes tinha muito preconceito, mas hoje todos os tabus foram quebrados”, afirmou.
Apesar das campanhas educativas, muitas pessoas ainda sentem medo e acreditam que doar sangue pode trazer algum malefício para a integridade física, o que é totalmente infundado.
“Não tive tontura, nada, e a gente tem de doar, porque além de ajudar os outros temos que pensar que um dia nós podemos precisar de alguém”, definiu.
A doação de sangue dura de 5 a 15min, depois que a agulha é colocada na veia, e varia de acordo com a veia e o estado emocional do doador. Após o procedimento a pessoa é encaminhada para uma sala de alimentação, onde a copeira Maria Zenilda Goulart (38) oferece um lanche, com fruta, bolacha, sanduíche, com suco e café.
“A maioria come e eu ofereço comida e líquido e aproveito para puxar uma conversar, é uma forma de fazer com que eles fiquem no mínimo 15min aqui”, explica a copeira, que admite com um sorriso no rosto que já fez vários amigos doadores.
É importante observar que os homens podem doar quatro vezes por ano, em intervalos de no mínimo dois meses. Já as mulhers podem fazer três doações ao ano, e os intervalos devem ser de no mínimo três meses.
Hemosc quer aumentar doação
Em 2011 o Hesmoc de Lages está abrindo em alguns sábados. Na semana que passou foi o segundo e a ação já tem dado resultados positivos com a conquista de novos doadores como a empresária Angelita Aparecida Muller de Jesus Rocha (41).
“Sempre tive vontade, meu marido já é doador e como é sábado pude vir doar pela primeira vez”, contou. Ela, que também foi motivada pela amiga Vinéia Cristina Koech que estava com ela no Hemosc, ficou sabendo que poderia doar no sábado através da matéria publicada pelo Correio Lageano (edição de quinta-feira). O objetivo dela é ajudar quem precisa, já decidiu que ser doadora de medula e quando morrer que a família doe seus órgãos.
Distribuição gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes passa a valer a partir de hoje
Brasília - Medicamentos para hipertensão e diabetes passam a ser distribuídos gratuitamente a partir de hoje (14) pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular. Cerca de 15 mil drogarias em todo o país estão conveniadas ao programa.
Anteriormente, o governo pagava 90% do valor dos medicamentos para hipertensão e diabetes e o cidadão tinha de arcar com o restante.
Para ter acesso aos remédios, é preciso apresentar um documento com foto, o CPF e a receita médica que comprove a necessidade do medicamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 900 mil hipertensos e diabéticos devem ser beneficiados com a medida.
Hemosc faz parcerias para garantir abastecimento de banco de sangue
Projeto Escola é um dos programas mais efetivos, com mais de 15 mil alunos cadastrados
A partir de fevereiro, quando recomeçam a ser realizadas cirurgias, e com as festas do Carnaval, os estoques de sangue do Estado sofrem queda. A informação é do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc). Diante deste fato e com a intenção de manter o seu estoque balanceado, a instituição desenvolve diversas campanhas de incentivo à doação de sangue.
“Um dos programas mais efetivos é o Projeto Escola, que conscientiza, educa, e motiva, por meio de palestras e gincanas, estudantes a serem futuros doadores”, informa a assistente social do Hemosc, Deise Veloso. O projeto existe desde 1996 e já conta com 15 mil alunos cadastrados. “Ainda que os estudantes não possam doar, eles incentivam os pais a doarem para que a equipe deles vença uma gincana, por exemplo”, conta Deise.
A assistente social explica que a parceria com as escolas é mantida por ambos os lados. O Hemosc mantém contato, agradecendo participações anteriores e lembrando que as doações são sempre necessárias, e as escolas procuram a instituição para inserir as doações nos planos de aula e cronogramas escolares.
Segundo Deise Veloso, Florianópolis precisa de 130 doações diárias para manter seu estoque esquilibrado, contudo, geralmente esse número fica entre 80 e 100. “O processo demora mais ou menos 45 minutos e são retirados cerca de 450 ml de sangue. Nossa maior necessidade é de tipos sanguineos negativos”, explica.
Outra ferramenta de incentivo à doação é o projeto Empresa Solidária, que funciona de forma semelhante ao Projeto Escola. Nesse caso, o Hemosc prioriza a participação de empresas no processo de conscientização e educação para a doação de sangue. O projeto tem como meta realizar campanhas anuais em empresas, e estas devem eleger um dia ou período para desenvolver atividades voltadas à doação de sangue.
O Centro dá preferência à coleta na própria instituição porque o volume de atendimentos pode ser maior, mas ele também oferece coleta com agendamento, por meio de uma unidade móvel. A unidade móvel atende nas terças e quintas-feiras, das 8 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, com capacidade de 50 bolsas de sangue em cada período, totalizando 100 bolsas por dia.
“É importante lembrar que o estoque deve estar equilibrado, ou seja, não ter sangue faltando e nem sobrando”, enfatiza a assistente social do Hemosc. Segundo ela, pode haver muitas bolsas e algumas precisarem ser descartadas. “O sangue tem validade de 30 à 45 dias e, passado esse período, infelizmente, temos que nos desfazer das bolsas”, explica Deise.
O Hemosc de Florianópolis realiza atendimentos das 7h15 às 18h30. Outras campanhas realizadas pela instituição: Surfista Doador, Capoeira Tá no Sangue, Banda Sangue Derramado/Hemosc, Qual é o seu tipo?, Clássico Hemosc -Torcida Solidária. Em Santa Catarina, as doações podem ser feitas em Florianópolis, Lages, Criciúma, Joinville, Joaçaba, Chapecó, Tubarão, Jaraguá do Sul, Canoinhas e Blumenau.
Tipos de doação
• Doação espontânea: feita de modo altruísta, como uma atitude solidária com um único interesse: ajudar o próximo.
• Doação vinculada: feita vinculada a algum paciente.
• Doação autóloga: doar para si mesmo.
Quem pode doar? O candidato deve:
• Estar bem de saúde e possuir hábitos de vida saudável;
• Ter entre 18 e 65 anos 11 meses e 29 dias;
• Pesar no mínimo 50 quilos;
• E apresentar um documento de identidade com foto, expedido por órgão oficial.
Quem não pode doar? A pessoa que:
• Estiver em jejum prolongado ou ingeriu alimentos gordurosos nas últimas 4 horas;
• Fez cirurgia recentemente;
• For menor de 18 e maior de 65 anos;
• Tomou bebida alcoólica há menos de 12 horas;
• Não repousou adequadamente na noite anterior a doação;
• Teve febre, gripe ou qualquer tipo de infecção nos últimos 7 dias;
• Teve hepatite viral após os 10 anos de idade;
• For portador da Doença de Chagas;
• Estiver grávida;
• Estiver usando medicamentos;
• Manteve contato sexual com pessoas do mesmo sexo nos últimos 12 meses;
• Usa ou já usou drogas injetáveis - cocaína/heroína e outras;
• Teve contato sexual com muitos parceiros ou com pessoa suspeita de ser portadora do vírus da AIDS;
• For parceiros sexuais de portadores de doenças transmitida pelo sangue (Hepatite B, Hepatite C, HIV, Sífilis e HTLVI/II) com ou sem uso de camisinha;
• Colocou piercing ou fez tatuagem nos últimos 12 meses;
• Realizou acupuntura com profissionais não habilitados nos últimos 12 meses.
• Fez endoscopia há menos de 6 meses
Novo prédio da SOS Cárdio, em Florianópolis, está quase pronto
Grupo de cardiologistas e empresários adota solução caseira para ampliar capital e garantir finalização de novo hospital próprio
O maior empreendimento na área de cardiologia em Santa Catarina estará pronto nas próximas semanas. A viabilização da obra de construção da sede própria da SOS Cárdio só foi possível porque os 18 empresários que formam a sociedade definiram pela entrada de quatro novos médicos, que possuem agora 50% do empreendimento.
“Optamos por uma solução caseira”, resume o cardiologista Luiz Carlos Giuliano, 50 anos, diretor geral da SOS Cárdio, ao comentar a entrada dos quatro novos sócios, também cardiologistas com atuação em Florianópolis. A entrada do grupo ainda não está oficializada, mas já foi acertada em encontros informais.
Todo o negócio está avaliado em R$ 60 milhões, incluindo o terreno, o prédio, equipamentos e contratações. Com a construção das instalações próprias, a SOS Cárdio economiza pelo menos R$ 420 mil, consumidos anualmente com o aluguel do prédio em que está instalada atualmente.
A idealização começou em 2004, quando o projeto começou a tomar forma. No entanto, foi só em 2007 que a obra iniciou efetivamente. Quatro anos depois, o projeto ainda caminhava a passos lentos e foi necessário buscar uma forma para capitalizar o empreendimento.
O novo prédio de seis pavimentos, em construção às margens da rodovia SC-401, no bairro João Paulo, em Florianópolis, ainda está em fase de finalização. “Estimamos que a mudança completa ocorrerá entre 30 e 45 dias”, projeta Giuliano.
Até lá, ainda faltam ser instalados alguns equipamentos e mobiliário, além da documentação administrativa. A última fase da transferência será a mudança da emergência, que ainda permanecerá em funcionamento no atual endereço por até dois meses, segundo a previsão do diretor geral.
A negociação
Além da proposta de entrada de quatro novos sócios, a SOS Cárdio admite ter sido assediada pela Unimed e por outras duas empresas, uma delas suíça. Os valores ofertados não foram divulgados pela empresa.
Com o novo aporte, a configuração acionária da empresa fica praticamente nas mãos de cinco empresários. Isso porque, além dos quatro investidores que detêm, em conjunto, 50% do investimento, outro médico aumentou sua presença na sociedade e passou a deter cerca de 30% das ações. Os demais 20% é distribuído entre 17 cardiologistas.
A Unimed se posicionou a respeito da transação por meio de uma nota, onde explica que “diante da decisão, a Unimed dá nova velocidade à alternativa de viabilizar um hospital que preencha as suas necessidades”.
O projeto da Unimed não assusta a SOS Cárdio, segundo Giuliano. “Não vemos a construção de outro hospital como um risco, porque percebemos com a nossa experiência que levará cerca de seis anos para que o projeto da Unimed seja concretizado e até lá, o mercado crescerá ainda mais”, explica.
Mais de 3.000 atendimentos mensais
A estimativa de Giuliano é que os atendimentos dobrem de volume e alcancem cerca de três mil pacientes por mês, incluindo emergência e internações. “Nosso foco sempre foi na qualidade do serviço prestado, mas agora também oferecemos hotelaria de qualidade para nossos pacientes”, ressalta o diretor.
Com a nova estrutura, o quadro de colaboradores também será ampliado. Dos atuais 220 funcionários, a SOS Cárdio deve contratar mais 150 pessoas. Hoje, há 30 cardiologistas fixos na equipe, além de colaboradores esporádicos.
Novo SOS Cárdio
75 leitos
13 leitos de UTI
4 salas de cirurgia
Heliponto
Equipamentos de última geração, como o ecocardiógrafo tridimensional (único na cidade e segundo em SC)
Consumo de bebidas alcóolicas cresce
Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde sobre álcool mostra o Brasil entre os países com aumento do uso excessivo da bebida, que pode levar à conseqüências graves, como lesões e riscos de acidentes. A OMS considera consumo abusivo quem bebe 60 gramas ou mais de álcool puro, pelo menos uma vez por semana. De acordo com levantamento da OMS, em 2003, dos brasileiros que bebiam, 32,4% dos homens e 10,1% das mulheres abusaram da bebida. Nos dois sexos, a faixa etária analisada é a partir dos 15 anos.
No mundo, 11,5% dos consumidores de álcool bebem em excesso em situações semanais. A proporção é de quatro homens para uma mulher. “Homens praticam constantemente um consumo de risco em níveis muito mais elevados do que as mulheres em todas as regiões do mundo”, diz o relatório.
De acordo com o documento, o consumo de álcool puro no Brasil foi de 6,2 litros por pessoa, em 2005. A média mundial, no mesmo ano, foi de 6,13 litros de álcool per capita. A cerveja é a bebida mais consumida pelos brasileiros, seguida por destilados e vinhos. O relatório da OMS cita a Lei Seca como exemplo de política pública para reduzir o uso abusivo de álcool.