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DENGUE
1º caso não-importado
Exames confirmaram que aposentado de 77 anos do Extremo Oeste de SC tinha a doença

O primeiro caso de dengue contraída em Santa Catarina foi confirmado ontem pela Secretaria de Saúde do Estado. Um sapateiro aposentado, de 77 anos, que mora em São João do Oeste, foi internado no dia 27 de janeiro, no hospital da cidade, com sintomas da doença. No começo de fevereiro, ele foi levado para o Hospital da Unimed, em Chapecó, onde o primeiro exame acusou dengue.

Uma nova amostra foi encaminhada para o Laboratório Central de Saúde do Estado, que também enviou uma equipe para São João do Oeste para levantar informações, coletar material e orientar as autoridades.

A hipótese mais provável, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, é de que a transmissão ocorreu porque o mosquito Aedes aegypti fêmea picou a mulher do sapateiro, que contraiu a doença em uma viagem para outros Estados. O casal viajou para o Mato Grosso, Rondônia e Paraná de 28 de novembro a 28 de dezembro. No dia 14 de janeiro, a mulher foi internada e houve confirmação de dengue.

O resultado foi contestado pelo secretário de Saúde de São João do Oeste, Vittus Ritter. Ele afirmou que desde 2006 não é registrado um foco do Aedes aegypti no município. “Para nós, é mais um caso importado”, disse Ritter. O secretário afirmou que existem 23 armadilhas instaladas na cidade. Uma delas na casa do aposentado.

O diretor de Vigilância Epidemiológica do Estado, Luís Antônio Silva, ratificou o resultado: “Não tem o que discutir, os exames comprovam. Silva disse que houve um período, em janeiro, em que não foram monitoradas as armadilhas da dengue, pois a funcionária do município estava em férias”. Ritter confirmou que a responsável estava de férias. A armadilha tinha de ser trocada.

A Vigilância Epidemiológica esteve na casa do aposentado e nos locais de deslocamento do casal nos 15 dias anteriores ao sintoma e não encontrou evidência da presença do mosquito

 


Quem?
O Ministério Público está buscando informações em Joinville junto às secretarias de Saúde estadual e municipal para apurar de quem é a responsabilidade em exames, consultas e cirurgias não realizados na área de ortopedia.

 

 


SEM NOIA
Programa em escolas previne depressão infantil
Relaxamento, meditação e orientação ajudam alunos a enfrentarem melhor problemas cotidianos

Depressão e transtorno de ansiedade também são coisas de crianças e adolescentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco pessoas sofre com essas duas doenças. Para a psicóloga australiana Paula Barret, criadora de um programa implantado em mais de 15 países, a arma para acatar o problema é prevenção.

Barret esteve em Florianópolis na semana passada, onde apresentou o programa Friends For Life (Amigos para a Vida), no VII Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas. No encontro, psicólogos, psiquiatras, professores e pesquisadores compartilharam exemplos de terapias que diminem a ocorrência de diversos sintomas ou transtornos em pacientes. Um dos objetivos é a diminuição no uso de medicamentos.

Crianças e adolescentes têm cada vez mais desafios, aponta Barret. Os desastres naturais são mais constantes e pais e mães deixam seus filhos mais tempo sozinhos. Falta de exercício e comida industrial também são apontados pela psicóloga como uma afronta aos pequenos corpos.

E os problemas são globais. Criado há 15 anos, na Austrália, o Friends For Life se espalhou por países como México, Japão, Portugal, Suécia e Nova Zelândia. A Austrália adotou o programa na grade curricular. Em três fases distintas da vida – aos sete, aos 10 e aos 13 ou 14 anos –, os estudantes passam por 12 sessões de terapia, uma vez por semana, orientados pelos professores. As atividades misturam técnicas de relaxamento, exercícios de meditação, dicas de como atuar contra o medo e o bullying e mudança na forma de enfrentar os problemas cotidianos.

– O programa funciona como uma vacina. As crianças e adolescentes ficam imunizados pelo resto da vida – garante a pesquisadora.

Segundo Barret, de cada 10 pessoas que participaram das atividades, nove não apresentaram as doenças depois de cinco anos. Tanto que o projeto é apontado pela OMS como o melhor na área de prevenção à depressão e a transtornos de ansiedade.

Um dos entusiastas da iniciativa é o presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas e diretor do Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva, Marco Callegaro. Na metade do ano, ele conheceu o projeto num congresso mundial e decidiu trazer a pesquisadora para o Brasil.

– Decidi introduzir este programa no Brasil. Falta inteligência emocional na nossa sociedade. Veja o trânsito, por exemplo. Se dois carros disputam uma vaga, um tenta ser mais rápido do que o outro.

A estratégia do psicólogo é implementar o programa primeiro na rede privada de ensino e, depois, atingir as escolas públicas. De acordo com Barret, há uma série de melhoras na vida dos estudantes com a participação no programa, apontado, inclusive, por professores. As crianças e adolescentes se tornaram mais calmos, simpáticos e menos “briguentos”.

– Não há mais infância. E isso é muito triste. Não se brinca mais com o caixote do supermercado, pensando que é um castelo – lembra ela.

mauricio.frighetto@diario.com.br

MAURÍCIO FRIGHETTO

Atenção aos sinais

Se estes indícios abaixo aparecerem de forma frequente na criança ou no adolescente, é hora de procurar o atendimento com um especialista.

TRANSTORNO DE ANSIEDADE

- Quando a pessoa é colocada na cama, mas não dorme, e isso torna-se algo recorrente.
- Alguns sintomas físicos também podem estar relacionados com o transtorno de ansiedade, como dor de barriga, diarreia e dor de cabeça.
- Se a criança e adolescente é muito perfeccionista é hora de refletir. Se ela é apresentada a um jogo diferente, por exemplo, e não tenta brincar com medo de errar, algo pode estar errado.
- Quando tem muita dificuldade em lidar com mudanças, desde as simples, como a troca do local de um piquenique, até as mais importantes, como mudar de cidade.

DEPRESSÃO

- Quando a criança ou adolescente começa a acordar cedo, sentindo-se mal.
- Quando tem pensamentos negativos com frequência, demonstrando falta de esperança.
- Quando fica isolada, longe de amigos e indiferente com a família.
- Quando ela não sente prazer em nada, nem com comida nem com brincadeiras.
Fonte: pesquisadora Paula Barret
Os novos desafios das crianças
- Sensação de que cada vez há mais desastres naturais
- Ritmo de vida mais rápido que dos pais e avós
- Falta de exercícios
- Comida pouco saudável, com produtos industriais, com muito corante e açúcar, além de agrotóxicos
- Uso constante de tecnologias
- Bullying por internet

 

CONTRAÍDO NO ESTADO
Caso de dengue é confirmado em SC
Aposentado de São João do Oeste teria sido infectado pela doença na região

O primeiro caso de dengue contraída em SC foi confirmado, ontem, pela Secretaria de Saúde do Estado. Um sapateiro aposentado, de 77 anos, que mora em São João do Oeste, foi internado no dia 27 de janeiro, no hospital da cidade, com sintomas da doença.

No início de fevereiro ele foi levado para o hospital da Unimed, em Chapecó, onde o primeiro exame acusou dengue. Uma nova amostra foi encaminhada para o Laboratório Central de Saúde do Estado. A hipótese mais provável, segundo a Secretaria da Saúde, é de que a transmissão se deu pelo fato de o mosquito Aedes aegypti fêmea ter picado a mulher do sapateiro, que contraiu a doença em uma viagem e teve sintomas duas semanas antes.

O casal viajou para o Mato Grosso, Rondônia e Paraná de 28 de novembro a 28 de dezembro. No dia 14 de janeiro, a esposa do sapateiro foi internada e houve confirmação de dengue importada. O sapateiro relatou à Vigilância Epidemiológica que fez uma limpeza no quintal de casa, onde havia copos e pneus com água. O secretário de Saúde do Estado, Dalmo Claro de Oliveira, disse que trata-se de um caso isolado. O resultado foi contestado pelo secretário de Saúde de São João do Oeste, Vittus Ritter.

– Para nós é mais um caso importado – disse Ritter.

Ele afirmou que existem 23 armadilhas instaladas na cidade, inclusive na casa do aposentado. No entanto, o diretor de Vigilância Epidemiológica do Estado, Luís Antônio Silva, ratificou o resultado:

– Os exames comprovam.

Ele disse que o período de incubação da doença vai de 15 a, no máximo, 20 dias, e o aposentado foi internado um mês após voltar de viagem. Mesmo confirmando o caso, a Secretaria de Saúde informa que a situação é isolada. A Vigilância realizou uma investigação na casa do aposentado e não encontrou a presença do mosquito. Silva orienta que, mesmo assim, a população deve tomar cuidado, pois já houve casos nos Estados vizinhos.

 

DARCI DEBONA | Chapecó

 

 

 

R$1,2 mi fechados numa sala

São José- Superlotação da emergência e falta de leitos para acomodar pacientes no Hospital Regional de São José são situações recorrentes. A mais recente denúncia indica a existência de uma sala repleta de equipamentos de  UTI neonatal sem ser utilizados. São 10 equipamentos adquiridos há pelo menos cinco anos que continuam sem utilização. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, uma UTI neonatal com dez leitos custa R$ 1,2 milhão. " Os equipamentos foram comprados pata servir de backup quando algum aparelho em uso precisar ser trocado e também para o caso de aumento de demanda no atendimento da UTI neonatal, além da falta de recursos para a contratação de novos funcionários", argumentou o gerente administrativo do Hospital Regional , Fernando Luz. Segundo ele, atualmente a UTI neonatal tem 10 leitos em uso. Caso os equipamentos estocados  estivessem sendo utilizados, o número de leitos poderia ser duplicados. Em 2010, foram registrados 1658 partos na instituição, e a maternidade teve 3.267 internações.