MEDICINA
Cirurgia em Joinville será transmitida para congresso
A desobstrução das artérias das pernas em pessoas com casos graves de trombose pode ser feita sem anestesia geral e sem que o paciente precise ficar dias internados. Uma cirurgia assim será feita hoje pelo médico joinvilense Roberto Beck e transmitida ao vivo para o Congresso Internacional de Endovascularização, em São Paulo. A doença afeta cerca de 5% da população acima de 50 anos.
PÁSCOA
O dia em que o coelho foi ao hospital
Setor de pedagogia e voluntários da instituição promoveram festa com doces e brincadeiras
Todo mundo tá feliz? Tá feliz! Foi no ritmo da famosa música da Xuxa que a criançada do Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, deixou de lado, ontem, por um instante, os tratamentos e caiu na alegria. Os rostos pintados de coelhinhos, o prazer em comer um brigadeiro e a liberdade de sair da cama para dançar retratavam o sentimento de felicidade.
Teve show de mágica e brincadeiras. Cestas com doces, cachorro-quente e bolo foram distribuídos. A festa acontece há 25 anos e é promovida pelo setor da pedagogia e voluntários do hospital.
A esperança que Existe em Qualquer Criança foi outra música que tocou e, mais uma vez, mostrou que a letra tinha razão:
– Eu sei que não vou ficar aqui por muito mais tempo. Hoje eu passei a mão em um coelho de verdade bem pequeno que o mágico tirou do chapéu. Muito legal – disse Daniel dos Santos, de quatro anos, internado desde fevereiro com linfoma.
A conversa com o coelho começou tímida, mas quando ganhou um cachorro-quente, Thales Bento Gonçalves desatou a falar.
Ele pediu ao personagem de olhos vermelhos e pele branquinha o seu maior desejo:
– Troco o brigadeiro por mais saúde, daí volto para a minha casa.
O menino de cinco anos, que sofre de bronquite asmática, continuou a sorrir quando Thábata Closs, 17 anos, pintou sua mão.
A voluntária passou a tarde enfeitando os pequenos. Foi a primeira vez que ela participou do evento.
– Aqui, a gente vê que os nossos problemas são muito menores do que pensamos. Elas superam dores muito maiores e ainda conseguem sorrir.
A recreacionista Rosângela Maria Goulart estava realizada com o sucesso do evento. Mais uma vez, o papel foi cumprido: todos deixaram os leitos por poucas horas e se divertiram.
A confecção das orelhas e das cestas distribuídas teve a participação de adolescentes internados. O lanche e o suco foram feitos por mães. A decoração foi doada e o show de mágica completou a festa.
– Cada um fez um pouquinho. As crianças merecem. É uma emoção enorme, uma alegria que toma conta da alma – afirma.
THÁBATA CLOSS
Voluntária
"Aqui a gente vê que os nossos problemas são muito menores do que pensamos. Elas (as crianças internadas no Hospital Infantil) superam dores muito maiores e ainda conseguem sorrir."
alessandra.toniazzo@hora.com.br
ALESSANDRA TONIAZZO