OPINIÃO DE A NOTICIA
Dengue em Joinville
A confirmação do primeiro caso autóctone de dengue em Joinville deve servir como incentivo a mais para esforços na prevenção. A infectada já se recuperou e, as chances de mais casos a partir dessa situação específica são menores. Mas se não há motivos para alarme, fica o alerta de que a doença pode sim chegar a Joinville. O segundo caso registrado em Santa Catarina mostra que o Estado, apesar do trabalho de prevenção destaque no panorama nacional, não conseguiu evitar a contaminação.
Até agora, a prevenção à dengue em Joinville e Santa Catarina tem demonstrado bons resultados. Para ficar só nos Estados da região Sul, já são 85 casos neste ano no Rio Grande do Sul. No Paraná, são 17.811 casos autóctones, com 14 mortes. Em solo catarinense, até agora são dois casos contraídos no Estado, os demais são importados. Santa Catarina e Joinville precisam manter a eficiência na prevenção, uma tarefa que não pode ser menosprezada mesmo com a chegada das baixas temperaturas: a dengue continua atacando, como mostram os boletins da doença nos Estados vizinhos.
A prevenção, como é sabido, não cabe apenas às autoridades. A população pode colaborar com a eliminação de pontos de acúmulo d’água, a já clássica providência para combater os focos de transmissão. Os dois casos registrados recentemente comprovam que a prevenção à dengue não pode esmorecer nunca, por melhores que tenham sido os resultados até agora.
Geral
DENGUE
Nada de alarme, mas atenção
Joinville registra o primeiro caso da doença contraída aqui na cidade
Desde 1996, quando começou o levantamento do Ministério da Saúde sobre a dengue no Brasil, Joinville ainda não tinha detectado uma pessoa que tivesse contraído a doença na cidade. Ontem, a Secretaria de Saúde divulgou o primeiro caso da história. Trata-se de uma mulher de 58 anos, moradora do bairro Saguaçu e que não quis se identificar. Ela ficou doente no fim de fevereiro e já está em casa, totalmente recuperada.
A doença demorou a ser comprovada porque, tanto na região onde mora quanto onde ela trabalha, no bairro Iririú, não foram registrados focos do mosquito ainda este ano. O caso foi confirmado por três exames de sangue realizados pelo Laboratório Central (Lacen), em Florianópolis, e pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. “Queremos tranquilizar a população, mas ao mesmo tempo alertar para que cada um faça sua parte e evite que a doença se instale na cidade”, pediu o secretário de saúde, Tarcísio Crocomo.
A Vigilância Epidemiológica ainda não sabe como a mulher contraiu a doença. Ela ficou internada em um hospital particular do dia 28 de fevereiro a 5 de março. A dengue diagnosticada foi do tipo 1, a forma mais leve. Além do caso da moradora do Saguaçu, outros oito moradores de Joinville foram diagnosticados com dengue. Em todos os casos, a doença teria sido contraída fora de Santa Catarina. Outros dez casos estão sendo investigados.
Crocomo também aproveitou para criticar a greve dos servidores municipais que, segundo ele, está prejudicando o trabalho de prevenção à doença. “Temos 1,7 mil pontos para cuidar e, com essa paralisação, fica complicado de conseguirmos atender”, disse. De acordo com a secretaria, dos 17 funcionários que cuidam das armadilhas, dez aderiram à greve.
A joinvilense é a segunda moradora de Santa Catarina a contrair a doença no local onde mora. O primeiro caso foi confirmado no dia 14 de abril, no município de São João do Oeste, que fica perto da fronteira com a Argentina. Normélio Damer, 77 anos, teria contraído a doença porque um mosquito teria picado a mulher, que pegou a doença fora do Estado.
Saiba mais
Em 2011, já são 58 focos registrados em Joinville. No ano passado, a Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina rregistrou 80 casos na cidade.
Os sintomas da dengue clássica, ou tipo 1, duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo apenas cansaço e indisposição.
MISTÉRIO EM HOSPITAL
Homem se dá tiro no São José
Paciente internado no 2º andar passou por cirurgia após disparar contra o próprio peito
Um estampido por voltas das 22 horas de ontem mexeu com quem estava no segundo andar do Hospital São José, em Joinville. O tiro saído de uma arma calibre 22 acertou em cheio o peito de um homem de cerca de 50 anos e causou correria entre pacientes, médicos e enfermeiros que estavam no local.
Até o início da madrugada, o paciente estava em estado grave na emergência. Ele é de Campos Novos, foi submetido a um transplante de rim havia sete meses, estava internado no São José desde a tarde de segunda-feira e apresentava quadro de depressão.
Segundo informou à Polícia Civil, o paciente que dividia o quarto com a vítima viu quando o homem levantou da cama, foi em direção ao armário, abriu a bolsa de roupas e pegou um objeto. Ao lado da cama, o homem apontou a arma para próprio o peito e disparou. Quando chegaram ao quarto, os enfermeiros viram o homem caído perto da cama, com a arma ao lado, desacordado e já em estado de choque.
A polícia começou ontem mesmo a investigação. O primeiro passo foi conversar com os funcionários do segundo andar e com o paciente que dividia o quarto com o homem. Até o final da semana, deve falar com a mulher do paciente.
A polícia quer entender pelo menos duas situações. Segundo o agente Sandro Flores, a primeira é descobrir quais as razões que levaram o homem a atirar contra o próprio peito. “Precisamos saber pelo menos há quanto tempo ele apresentava o quadro depressivo”, explica Sandro. Além disso, a polícia vai tentar descobrir como o paciente conseguiu a arma e como ele entrou no hospital com o revólver.
A comunicação do disparo foi feita pelo próprio hospital. As armas de calibre 22 são pequenas e podem ser transportadas sem chamar a atenção. Até o fechamento desta edição, à meia-noite e meia, o estado de saúde do paciente era grave. Segundo os médicos, projéteis desse calibre são pequenos e difíceis de retirar.
ABORTIVOS E CONTRA IMPOTÊNCIA
Casal vendia remédios ilegais
Um casal que mora no bairro Floresta, na zona Sul de Joinville, foi preso ontem à tarde acusado de vender medicamentos abortivos e que combatem a impotência sexual que têm a venda proibida no País. Funcionário público licenciado da Prefeitura de Araquari, no Norte do Estado, Edson Zeitz, de 39 anos, foi detido enquanto trafegava de carro pela rua Santa Catarina. A mulher dele, Vera Lúcia Borchardt, de 31 anos, foi presa em casa.
No carro e na residência do casal, homens de uma força-tarefa das polícias Civil e Militar e do Ministério Público Estadual (MP-SC) encontraram caixas de medicamentos e cerca de R$ 4 mil em dinheiro, segundo o delegado Adriano Krul Bini, que coordenou a ação que terminou na prisão.
A quantidade de medicamentos não havia sido contada até o fechamento desta edição, mas era “bastante significativa”, nas palavras do delegado.
Os medicamentos eram espécie de genéricos do Cytotec (abortivo) e do Viagra (contra impotência). De acordo com o delegado, Edson confessou à polícia que buscava pessoalmente os produtos no Paraguai e os revendia há cerca de um ano na cidade. Em julho do ano passado, um idoso de Jaraguá do Sul e um acusado de assalto de Joinville foram presos com cargas dos mesmos medicamentos na região.
O casal foi autuado em flagrante pela venda de medicamentos proibidos, crime com pena prevista de dez a 15 anos de prisão, e foi conduzido ao Presídio Regional de Joinville.
Bini diz que o caso continua a ser investigado porque há suspeita de que Edson também realizaria abortos mediante pagamento. A investigação sobre o casal durou dois meses e começou após denúncia anônima.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
Seminário sobre infecção hospitalar começa hoje
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital São José de Joinville realiza, hoje e amanhã, o 1º Simpósio de Controle de Infecção. A infecção é adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando estiver diretamente ligada com a internação ou cirurgia. As unidades de tratamento intensivo (UTIs) e os centros cirúrgicos são os locais que apresentam os maiores riscos.
FISSURA LABIOPALATINA
Centrinho promove encontro estadual
O Centrinho Prefeito Luiz Gomes, de Joinville, promeve, sexta-feira, o 2º Encontro Catarinense do Serviço Social. O evento será na Acij e terá como tema “A importância da rede de parceiros na reabilitação da fissura labiopalatina no Estado de Santa Catarina”. Além de esclarecer a rotina e a demanda do serviço, serão debatidos com os municípios problemas e orientações para melhorar a assistência aos pacientes.
BARRA VELHA
Horas extras serão investigadas
Médico teria recebido, em quatro meses, R$ 166 mil por jornada adicional
Um médico da saúde pública de Barra Velha, no Litoral Norte, está sendo investigado pelo Ministério Público estadual (MP-SC) por excesso de horas extras. Profissional do Programa Saúde da Família (PSF) em um postinho do bairro São Cristóvão, na região Oeste da cidade, Alessandro de Oliveira teria feito uma média de 515 horas extras por mês, de janeiro a abril. Nem se trabalhasse 24 horas por dia conseguiria ter dado conta da carga horária feita no mês passado.
O assunto foi apurado pela RBS TV de Joinville e apresentada no “Jornal do Almoço”. Funcionários do setor de recursos humanos da Prefeitura estranharam a quantidade de horas extras do médico e trouxeram o caso a público. As horas extras constam em relatórios da Fundação Hospitalar da cidade, mantida pela Prefeitura.
Segundo os documentos, assinados pelo presidente da fundação, Alzerino de Souza, o médico teria feito 491 horas extras em janeiro, 440 em fevereiro, 543 em março e surpreendentes 586 horas extras em abril. Com as 160 horas contratuais, ele teria trabalhado 746 horas em abril, quando o mês tem 720 horas. É como se ele tivesse trabalhado impossíveis 24 horas e 52 minutos por dia. MP-SC, Fundação Hospitalar e Prefeitura não esclareceram se pode haver erros no registro dos dados ou se há horas contadas em dobro, por exemplo, por causa dos adicionais de 50% e de 100% sobre horas extras.
A promotora do MP-SC em Barra Velha, Luciana Filomeno, suspeita de desvio de recursos públicos por meio do pagamento das horas extras e disse que irá pedir uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado sobre as contas da Fundação Hospitalar. Segundo ela, os envolvidos podem responder a processo por desvio de dinheiro, peculato (crime de funcionário público contra a administração) e até por improbidade administrativa, caso haja envolvimento político.
BARRA VELHA
Um caso sem explicação
O diretor-presidente da Fundação Hospitalar, Alzerino de Souza, negou ter assinado os relatórios, mas diz acreditar que o médico possa ter feito as horas extras. O posto de saúde onde o médico trabalha não tem cartão-ponto, outro aspecto que será cobrado em ação judicial.
O prefeito Samir Mattar (PMDB) não quis dar entrevista. O procurador jurídico da Prefeitura, Eurides dos Santos, disse que foi aberto processo administrativo para apurar a denúncia. Segundo ele, o pagamento das horas extras de abril foi temporariamente bloqueados. Eurides não respondeu por que a Prefeitura só percebeu o problema após quatro meses.
O médico Alessandro de Oliveira disse por telefone que não sabe se fez as horas que constam no relatório nem se teria recebido por elas. Segundo o RH da Prefeitura, o pagamento das horas é feito por depósito direto em conta, sem registro em folha. Pelas contas do MP-SC, o médico teria recebido R$ 166 mil de janeiro a abril, uma média de R$ 41,5 mil por mês, quando o pagamento normal é de R$ 8 mil mensais.
GREVE DO SERVIDORES
Sem acordo no 2º dia
Prefeitura avisa que não muda proposta e servidores seguem com a paralisação
O duelo dos grevistas do serviço público municipal e da Prefeitura completa três dias hoje e parece estar longe do fim. Os sindicalistas prometem seguir de braços cruzados enquanto a Prefeitura não colocar uma contraproposta de reajuste salarial em cima da mesa.
Mas a administração municipal também não tem intenção de recuar se os servidores continuarem em greve. Com os dois lados falando línguas diferentes, o dia de ontem teve novas marchas de greve e terminou com a promessa de mais protestos hoje.
Uma luta à parte ocorreu no plenário da Câmara de Vereadores, envolvendo as discussões sobre o projeto que garante o vale-alimentação aos servidores. Uma das propostas determina a substituição da cesta básica pelo cartão magnético. A diferença é que a cesta custa pouco mais de R$ 90 e é entregue somente aos servidores que recebem até R$ 1,3 mil. Já o cartão terá poder de compra de R$ 150 e será entregue a todos que recebem até R$ 1,5 mil.
Reajuste automático
Mas a Prefeitura comprou briga com os servidores porque não tinha interesse em reajustar os R$ 150 anualmente. Só que os vereadores das comissões de Finanças e Legislação apresentaram uma emenda que determina o reajuste automático a cada ano, sempre acima do INPC.
A inclusão da emenda ao documento original foi aprovada e comemorada pelos grevistas. O projeto também recebeu aprovação no plenário ontem e agora só depende da assinatura do prefeito Carlito Merss (PT) para ser executado. Ao saírem da Câmara, os grevistas seguiram em passeata pela avenida Beira-rio até o Centro.
Como a greve também continuou em postinhos, PAs e no Hospital São José, a Procuradoria-geral do Município tentou uma nova cartada na Justiça para executar a liminar que proíbe a participação da Saúde no movimento.
Uma petição foi encaminhada ao juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Renato Roberge, sugerindo a execução da multa diária de R$ 50 mil ao sindicato. Mas o juiz negou o pedido por entender que a aplicação da multa só deve ocorrer numa possível sentença, no decorrer do processo. O sindicato convocou os servidores a participarem de uma nova manifestação hoje, às 9 horas, em frente à Prefeitura.
SAÚDE
Cirurgias canceladas e maratona aos PAs
O Hospital Municipal São José tem sofrido o impacto da adesão de técnicos de enfermagem e auxiliares, além do pessoal da área administrativa e apoio. O resultado, no segundo dia de paralisação do servidores, é de cirurgias canceladas e a possibilidade de fechamento de uma área do hospital para o remanejamento da equipe.
Segundo Carlos Alexandre da Silva, enfermeiro-líder do centro cirúrgico, a adesão à greve chegou a dos 55%, de manhã, e, à tarde, a 64%. A falta de funcionários motivou o cancelamento de 11 cirugias. Todas eletivas. “Está complicado”, afirma.
No meio da tarde, a promotora Rosemery Machado Silva, que atua na área de cidadania, esteve no hospital para averiguar a situação. Entre os questionamentos feitos por ela, estava o número de pessoas em greve e os nomes delas. Rosemery aconselhou o diretor-presidente, Tomio Tomita, a abrir sindicância individual para todos os servidores que aderiram à greve. “Devemos proteger os nossos pacientes. Infelizmente, não tenho o poder de trazer ninguém para o trabalho”, diz Tomio.
Nos postos e prontos-atendimentos, a peregrinação continuou. Como boa parte das unidades só recebia casos de urgência e emergência, quem precisou de algum serviço teve que percorrer diversas unidades e até outros bairros em busca de um local que esteja em funcionamento.
Em alguns casos, as consultas foram desmarcadas e outras remarcadas. A dona de casa Walkíria Garcia, 35 anos, tinha uma consulta, remarcada com o ginecologista depois do parto. Mas a consulta foi marcada porque a médica aderiu à greve. “Estou preocupada. Só no dia 24 de maio que terei a consulta”, lamenta. Apesar da consulta cancelada, Walkíria teve a confirmação de atendimento para o filho Rodrigo, de um mês, à tarde. “A única opção seria o PA. Para pagar particular, não temos condições”.
SAÚDE
SEM ATENDIMENTO
Desesperados com a possibilidade de perder o prazo de fazer o teste do pezinho da pequena Tifany, de cinco dias, os pais Jeferson Matias, 30 anos, e Pamela Souza Cordeiro, 24 anos, percorreram postos de saúde do Comasa e o Pronto-Atendimento Leste sem nenhum resultado.
ATUAÇÃO DO MPF NA SAÚDE
O Ministério Público Federal está apurando em Joinville supostos atrasos em cirurgias ortopédicas e ginecológicas, na realização de consultas com urologistas, oftalmologistas, endocrinologistas e neurologistas, determinado exame na área de oftalmologia e falta de vagas para internação. A apuração pode acabar em ações judiciais que buscam o atendimento das demandas.
A lista acima é formada por exemplos dos últimos dias. De acordo com o procurador Mário Sérgio Ghanaggé, uma média semanal de duas pessoas procura cada um dos três procuradores federais de Joinville atrás de ajuda para conseguir medicamentos, consultas, cirurgias ou exames.
A procura pelo MPF tem aumentando porque decisões judiciais têm colocado a União (governo federal) como ré, além do Estado e município. Como cabe aos procuradores federais as ações contra a União, pacientes estão sendo recomendados a procurar o MPF. A movimentação na Procuradoria da República nada tem a ver com a greve e vem crescendo desde o início da década.
Reparadora
A Assembleia Legislativa aprovou projeto inusitado ontem: o pagamento de cirurgias plásticas pelo governo do Estado para mulheres vítimas de violência. Projeto desse tipo, é claro, será vetado pelo governo – criação de despesa, vício de origem etc.
Ficou para depois
A questão da multa de R$ 50 mil diários em caso de greve na Saúde, a grande arma da Prefeitura de Joinville para forçar o sindicato a manter o atendimento, está em aberto. O município conseguiu a liminar e ontem, dado o descumprimento – há greve na Saúde – pediu a aplicação imediata.
Só na greve?
Uma servidora da Saúde de Joinville tem observação a fazer sobre a liminar que impede greve na saúde: mesmo no período “normal”, sem greve, há problemas no atendimento, como falta de médicos e atraso em consultas e exames, por exemplo.
Círculo vicioso
Se for proibida a greve no setor de saúde, continua a médica, os cobranças da categoria não serão atendidas e mais profissionais vão deixar o serviço público, agravando ainda mais a carência de servidores na Saúde.
Visor
DODÓI
A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, com núcleo recém-instalado em SC, está em busca de parceiros para oferecer a crianças com câncer atendidas no Joana de Gusmão o kit do Projeto Dodói, criado por Mauricio de Souza. O material é um auxilio lúdico para amenizar o tratamento e facilitar a comunicação entre as crianças e o os profissionais de saúde. Informações www.abrale.org.br
Geral
GERAIS
OMS quer reduzir mortes pela metade
A Organização das Nações Unidas (ONU) lança hoje uma campanha mundial em favor das ações propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir o número de vítimas do trânsito. De acordo com a organização, o trânsito mata, por ano, 1,3 milhão de pessoas e deixa cerca de 50 milhões de feridos em todo o mundo. No Brasil, o lançamento ocorrerá às 18h, no Rio de Janeiro. A meta da organização é reduzir pela metade o número de mortes.
DENGUE EM JOINVILLE
Mais um caso contraído em SC
Mulher teria sido contaminada no início deste ano na cidade. Vigilância Epidemiológica verifica qual foi a forma de contágioDesde 1996, quando começou o levantamento do Ministério da Saúde sobre a dengue no Brasil, Joinville ainda não tinha detectado uma pessoa que tivesse contraído a doença na cidade. Ontem, a Secretaria de Saúde divulgou o primeiro caso. Trata-se de uma mulher de 58 anos, moradora do Bairro Saguaçu, que ficou doente no fim de fevereiro e já está em casa, totalmente recuperada.
A doença demorou a ser comprovada porque, tanto na região onde mora quanto onde ela trabalha, no Bairro Iririú, não foram registrados focos positivos do mosquito ainda este ano. O caso foi confirmado por três exames de sangue realizados pelo Laboratório Central (Lacen), em Florianópolis, e pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
– Queremos tranquilizar a população, mas ao mesmo tempo alertar para que cada um faça sua parte e evite que a doença se instale na cidade – pediu o secretário de saúde do município, Tarcísio Crocomo.
A Vigilância Epidemiológica ainda não sabe como a mulher contraiu a doença. Ela ficou internada em um hospital particular do dia 28 de fevereiro a 5 de março.
A dengue diagnosticada foi do tipo 1, considerada a forma mais leve. Além do caso da moradora do Saguaçu, mais oito moradores de Joinville foram diagnosticados com dengue. Em todos os casos, a doença teria sido contraída fora de Santa Catarina. Outros 10 casos estão sendo investigados na cidade.
Crocomo também aproveitou para criticar a greve dos servidores municipais que, segundo ele, está prejudicando também o trabalho de prevenção à doença.
– Temos 1,7 mil pontos para cuidar e, com essa paralisação, fica complicado de conseguirmos atender – disse o secretário.
De acordo com o órgão, dos 17 funcionários que cuidam das armadilhas, pelo menos 10 aderiram à greve dos servidores.
São João do Oeste teve o primeiro caso este ano
A moradora de Joinville é a segunda pessoa a contrair a doença dentro do Estado. O primeiro caso foi confirmado em abril, em São João do Oeste, perto da fronteira com a Argentina. Normélio Damer, 77 anos, teria contraído a doença porque um mosquito teria picado a mulher, que havia pegado a doença fora do Estado.
JULIMAR PIVATTO | Joinville
HORAS EXTRAS
Dia de 24 horas e 52 minutosUm médico da saúde pública de Barra Velha, no Litoral Norte, está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPSC) por excesso de horas extras. Profissional do Programa Saúde da Família (PSF) em um postinho do Bairro São Cristóvão, Alessandro de Oliveira teria feito uma média de 515 horas extras por mês, de janeiro a abril. Nem se ele trabalhasse 24 horas por dia conseguiria ter dado conta da carga horária feita no mês passado.
A denúncia foi apurada pela RBS TV. Funcionários do setor de Recursos Humanos da prefeitura estranharam a quantidade de horas extras do médico e trouxeram o caso a público. As horas extras constam em relatórios da Fundação Hospitalar da cidade, mantida pela prefeitura.
Segundo os documentos, assinados pelo presidente da fundação, Alzerino de Souza, o médico teria feito 491 horas extras em janeiro, 440 em fevereiro, 543 em março e surpreendentes 586 horas extras em abril.
Com as 160 horas contratuais, ele teria trabalhado 746 horas em abril, quando o mês tem 720 horas. É como se ele tivesse trabalhado impossíveis 24 horas e 52 minutos por dia. MP-SC, Fundação Hospitalar e prefeitura não esclareceram se pode haver erros no registro dos dados ou se há horas contadas em dobro, por exemplo, por causa dos adicionais de 50% e de 100% sobre horas extras.
A promotora do MPSC em Barra Velha, Luciana Filomeno, disse que irá pedir uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado sobre as contas da Fundação Hospitalar. Segundo ela, os envolvidos podem responder a processo por desvio de dinheiro, peculato e até por improbidade administrativa.
Barra Velha
HORAS EXTRAS
Não tem explicação
O diretor-presidente da Fundação Hospitalar, Alzerino de Souza, negou ter assinados os relatórios (apesar de a rubrica dele aparecer nos documentos), mas diz acreditar que o médico possa ter feito as horas extras. O posto de saúde onde o médico trabalha não tem cartão-ponto, outro aspecto que será cobrado em ação judicial, segundo a promotora.
O prefeito Samir Mattar (PMDB) não quis dar entrevista. O procurador jurídico da prefeitura, Eurides dos Santos, disse que foi aberto processo administrativo. Segundo ele, o pagamento das horas extras de abril foram temporariamente bloqueadas. Eurides não respondeu por que a prefeitura só percebeu o problema após quatro meses.
O médico Alessandro de Oliveira disse por telefone que não sabe se fez as horas que constam no relatório nem se teria recebido por elas. Segundo o RH da prefeitura, o pagamento das horas é feito por depósito direto em conta, sem registro em folha. Pelas contas do MPSC, o médico teria recebido R$ 166 mil de janeiro a abril, uma média de R$ 41,5 mil por mês, quando o pagamento normal é de R$ 8 mil mensais.