SAÚDE
Exercício físico até sob chuva
Para lembrar combate ao diabetes, cerca de 200 participantes mantiveram o ritmo
A chuva não deu trégua, mas também não impediu que um trecho da avenida Beira-rio fosse tomado por cerca de 200 maratonistas na disputa da 3ª edição da Corrida e Caminhada Todos pelo Diabetes, ontem de manhã, em Joinville. Nas duas modalidades (cinco e dez quilômetros), os vencedores foram os mesmos que cruzaram a linha de chegada em primeiro lugar em 2010.
Para Edmilson Cardoso, 30 anos, a estratégia de manter o ritmo desde o começo do percurso deu certo. Ele se manteve à frente dos outros corredores nos primeiros metros e garantiu a vitória nos cinco quilômetros sem dificuldade.
“A chuva foi um desafio, principalmente por causa do vento. Mas deu para manter a estratégia”, comemorou o bicampeão da prova. O outro vencedor do dia, Ireno Alves de Souza, 30, preferiu controlar o ritmo na primeira metade da prova dos dez quilômetros. “No começo, segurei um pouco e acompanhei. Depois, fui apertando o ritmo até me distanciar.”
A largada concentrou atividades de incentivo à prática de esportes para prevenção e combate do diabetes. Sozinha, a doença causou a morte de 83 moradores de Joinville no ano passado. Em 2000, foram 60, segundo o Datasus. Participantes puderam testar o nível de glicemia e aferir a pressão arterial em tendas em frente ao Fórum.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
Demora angustia familiares
O esmerilhador Fábio Thuroh, de 33 anos, acredita que a greve dos servidores trouxe a ele momentos de desespero no Hospital Municipal São José. Ele afirma que a mulher dele, Edlaine de Oliveira, 31, está internada desde segunda-feira passada após sofrer um acidente de motocicleta, no qual teve o osso da bacia trincado e a panturilha de uma das pernas lacerada.
Ela teria passado parte do sábado em um leito improvisado no centro cirúrgico, à espera de um procedimento que exige anestesia, e depois foi para um quarto no 1ª andar sem passar por ele. “AN” fez contato no dia com a chefe de enfermagem do andar, que não quis se identificar nem permitiu a entrada da equipe no hospital.
Segundo Fábio, Edlaine teria procedimento marcado para sexta, mas o procedimento teria sido transferido para hoje. Queixando-se de dor e chorando, Edlaine falou rapidamente por celular com a reportagem no sábado. Disse que, mesmo com a perna infeccionada, estava sem receber novos curativos e sem receber informações.
O marido de Edlaine admite que teve de criar confusão com enfermeiros e médicos para que a mulher recebesse atendimento. “Me orientaram a procurar a Ouvidoria, fui até lá e me disseram que funciona de segunda a sexta-feira. Está o caos”, relatou.
Segundo ele, a equipe reduzida mostrava sinais claros da sobrecarga de trabalho. No fim da tarde de sábado, Edlaine recebeu limpeza e curativos na perna, sedativos e higienização. Ela ainda esperava, na noite de ontem, para ser submetida ao procedimento.
Diretor clínico do hospital, o cirurgião Luís Carlos Ferreira informou que Edlaine precisa passar por uma limpeza profunda no ferimento, que deve ser feita hoje. Ele afirma que o procedimento acabou adiado porque não foi considerado de urgência pelo médico que chefiava a equipe.
Segundo Luís Carlos, o São José faz cirurgias emergenciais independentemente do dia da semana e de paralisações dos servidores. Até ontem, a Prefeitura de Joinville e o sindicato dos servidores divergiam sobre uma decisão judicial que restringia a greve em curso nos setores de saúde municipais.
HOSPITAL SÃO JOSÉ
Atendimento cirúrgico está reduzido
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Hospital São José informou que a greve dos servidores estaria interferindo no atendimento de pacientes que esperam por cirurgias. Apenas uma das seis salas cirúrgicas estava em funcionamento nos últimos dias.
No fim de semana, a situação obrigou que pacientes que aguardavam cirurgias ficassem internados improvisadamente no centro cirúrgico ou em quartos onde havia um número reduzido de funcionários para atendê-los.
Segundo o diretor clínico do hospital, Luís Carlos Ferreira, médicos e residentes não estão em greve, ao contrário de parte da equipe de enfermagem. Ele descartou que a demora no atendimento a Edlaine de Oliveira tenha sido causada pela paralisação.
No sábado, a chefia de enfermagem do andar onde Edlaine está internada informou que o único reflexo da greve para o setor seria a transferência de pacientes pré-cirúrgicos que deveriam ir para outras alas, onde havia menos funcionários.
PESO
Polêmica de peso
Epidemia ou alarmismo? Veja o que os médicos falam sobre estar acima do pesoNunca se martelou tanto na mente da população sobre os malefícios do sobrepeso. Dados do Ministério da Saúde mostram que 48,1% dos adultos brasileiros estão acima do peso e que houve um aumento de 5,4% desse contingente nos últimos cinco anos. Mas, o que esses números significam? Será que é preciso estar em dia com a balança sempre? Quem pode ter mais problemas de saúde: um magro que não se cuida ou um gordinho de hábitos saudáveis? Para grande parte dos especialistas, a resposta para tais indagações pode levar a opiniões irresponsáveis.
“A resposta mais lógica seria a que é melhor uma pessoa acima do peso com hábitos saudáveis, mas nenhuma dessas situações é a ideal. Estar acima do peso confere um risco maior de se ter problemas de saúde no futuro, assim como somente ter o peso dentro do normal não assegura uma boa saúde”, pondera o endocrinologista Guilherme Brenner.
Toda essa discussão esteve longe de existir há 50 anos, quando as doenças infecciosas, como a tuberculose, ceifaram populações por falta de um tratamento eficaz. Sobrepeso era sinônimo de sobrevida. Quando esses problemas foram sanados, outras doenças foram descobertas, como diabetes e hipertensão, essas sim, favorecidas pelo sobrepeso. O endocrinologista Giuseppe Repetto explica que dois fatores levam o indivíduo a ser gordo: 70% é genética e 30% tem a ver com hábitos errados e sedentarismo.
Porém, não é motivo para sair por aí traçando todos os sabores do rodízio de pizza. Excesso de peso tende a ser um fator de risco para doenças cardiovasculares. Desse discurso, os cardiologistas não abrem mão. Há uma parcela de médicos que não considera uma gordurinha aqui e outra acolá algo prejudicial, e defende que a obsessão pela magreza não tem nada a ver com saúde.
A discussão é longa e está recheada de detalhes. Veja, a seguir, o que pensam os especialistas provocados a responder essa polêmica questão.
SIM
Embora estatísticas mostrem que o risco de ter problemas de coração ou diabetes aumente proporcionalmente à elevação do ponteiro da balança, o fator não deve ser encarado como uma sentença de morte. Os fatores de risco podem ser divididos em dois grupos: os principais são hipertensão, colesterol elevado, tabagismo e diabetes. Sobrepeso e obesidade são secundários, defende Carlos Vicenti Serrano, cardiologista do Instituto Nacional do Coração (Incor), assim como o estresse e o sedentarismo.
Segundo Serrano, um hipertenso pode ter doença cardiovascular, mas alguém com hábitos saudáveis e apenas com algum excesso de peso dificilmente terá a enfermidade. Pode até ser que os dois indicadores estejam relacionados, mas um só fator, isolado, não causaria problemas.
As evidências não devem funcionar como um aval para o desleixo. Todos os parâmetros que são sinais de doença no obeso, como diabetes, colesterol alto, triglicerídeos, gota, distúrbio do sono, entre outros, devem ser revisados. “Se o indivíduo tem todos parâmetros normais e está moderadamente acima do peso, vamos deixá-lo em paz. Remédios para baixar o peso podem provocar outras doenças”, salienta o endocrinologista Giuseppe Repetto.
O cardiologista Raul Dias dos Santos Filho, diretor da Unidade de Dislipidemias do Incor, conta que sabe de casos de obesos que têm os exames metabólicos em dia, mesmo sem a prática de exercícios físicos. O motivo desta bênção é estudado e desconfia-se que genes específicos sejam os responsáveis pelo fato, explica o especialista.
NÃO
Em outra ponta do debate, estão os médicos radicalmente contra o cultivo de excesso de peso. Para eles, dificilmente quilos a mais trazem felicidade ou saúde.
“É difícil achar alguma gorda feliz, assim como encontrar idosos gordos”, diz o endocrinologista Jorge Gross. Segundo ele, a obesidade é uma doença e deve ser tratada como tal. “As pessoas não devem achar que é culpa delas estar acima do peso: na grande maioria das vezes, há fatores genéticos e distúrbios envolvidos”, pondera.
De qualquer maneira, boas condições de saúde não servem de seguro para um futuro livre de doenças. Os médicos explicam que alterações fatais no organismo podem demorar décadas para aparecer. Dora Ullmann, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, defende que nem o magro que se enche de remédios, nem o gordinho que segue todas as determinações de saúde são bons exemplos. “Um gordinho pode ter a bioquímica normal (glicose e colesterol), mas além de sobrecarregar as articulações, ele não fica feliz por estar fora do padrão de beleza. Ser saudável com excesso de peso é difícil, mas alguns quilos acima do normal não são o problema, é claro”, detalha Dora.
Para aqueles que dizem que fazem de tudo, mas não emagrecem, os médicos respondem que o mais provável é que a pessoa esteja pecando em algo. Estudos para identificar se existiria algum “defeito” no metabolismo dos obesos não mostraram nenhuma diferença em relação aos magros. “Na maioria das vezes, quem tem excesso de peso subestima o que realmente come”, diz o endocrinologista Guilherme Brenner.
Sebo nas canelas
Um estudo publicado no final de março deste ano no “New England Journal of Medicine” acompanhou, durante um ano, 107 adultos obesos com mais de 65 anos e constatou que aqueles que aliaram exercícios físicos e boa alimentação foram os que mais perderam peso, ganharam mais qualidade de vida e saúde. Quem fez apenas exercícios saiu na frente daqueles que só reduziram a alimentação.
A pesquisa inglesa verificou, na teoria, o que a comunidade médica já aplicava em seus consultórios: mudar o padrão de gordo para magro exige o esforço de reeducar a própria alimentação e mexer o esqueleto.
Exercícios ajudam a reverter os sintomas da síndrome metabólica (pressão arterial, HDL e colesterol). Mas não adianta apenas sair do sedentarismo e não modificar os hábitos alimentares. Se você come tudo o que quer e faz exercícios físicos, pode engordar ainda mais.
Os mais velhos têm um agravante, já que o metabolismo desacelera com o passar dos anos, propiciando o acúmulo de peso. Além disso, há perda de músculos, os maiores responsáveis por queima de gorduras e de açúcares. Desse processo biológico, salvam-se apenas os que cultivaram o hábito de se exercitar.
A incerteza do meio termo
Nem obeso nem magrelo: quem está no meio do caminho tende a pender para um dos lados. Em geral, o sobrepeso tende a ser um passo para a obesidade, porque na medida em que a pessoa vai engordando, os parâmetros de exigências mudam, e ela já não se importa com o formato mais cheinho do seu corpo.
Para a endocrinologista Dora Ullmann, a direção desse pêndulo depende de cada história. Alguém que acabou de ter filho, por exemplo, pode voltar mais facilmente à velha forma. Mas se é uma mulher que entrou na menopausa e foi engordando aos poucos, há grandes riscos de se tornar obesa.
“Há quem coma de tudo e não engorde, mas é minoria. Não existe quem faz tudo certinho e segue engordando”, salienta Dora.
GORDINHO?
- Não faz exercícios ou pratica de forma inadequada. A regularidade é fundamental.
- Alimenta-se apenas nos três horários principais (café da manhã, almoço e janta). Mesmo comendo pouco, o organismo estoca energia, diminuindo o metabolismo.
- Não toma café da manhã e acumula a fome ao longo do dia, sobretudo à noite.
- Não faz refeições equilibradas e ingere uma proporção maior de carboidratos refinados, que são metabolizados imediatamente e elevam o nível de insulina.
- Aposta em dietas milagrosas.
- Investe em alimentos saudáveis nas refeições, mas “belisca” em excesso.
- Por comer tudo na forma integral - alimentos que são metabolizados mais vagarosamente - acaba abusando na quantidade.
Santa Catarina vai vacinar contra gripe até 20 de maio
Até agora, 70% da meta estipulada na campanha foi atingida
Sem alcançar a meta prevista, o Ministério da Saúde recomenda que estados e municípios mantenham campanha de vacinação contra a gripe. Cabe a cada gestor local decidir o prazo e os locais onde o público-alvo (crianças com menos de 2 anos de idade, idosos, gestantes, profissionais de saúde e índios) pode se vacinar. O Distrito Federal e 19 estados já anunciaram a prorrogação da campanha.
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina decidiu prorrogar a Campanha de Vacinação contra a Gripe em todos os municípios catarinenses por mais uma semana, até o dia 20 de maio. O objetivo é ampliar a participação dos municípios para que desenvolvam estratégias e busquem alcançar a cobertura vacinal proposta pelo Ministério da Saúde de 80% em todos os grupos da campanha. Até agora a meta alcançada foi de 70%.
Até as 18 horas desta sexta-feira (13), oficialmente o último dia da campanha nacional, mais de 18 milhões de pessoas haviam se vacinado, o equivalente a 60,24% do público-alvo, de acordo com balanço do ministério. O governo esperava imunizar 80% (cerca de 24 milhões de pessoas).
Os maiores percentuais de cobertura, acima de 60%, foram registrados entre idosos, crianças e trabalhadores do setor de saúde. Já entre as gestante e os indíos, o percentual ficou abaixo de 40%.
Apesar de não ter alcançado a meta, o ministério argumentou que o resultado é o segundo melhor dos últimos cinco anos, perdendo somente para 2008, que atingiu 65,35% de cobertura nacional. Nos anos anteriores, foram vacinados apenas idosos e indígenas. A partir deste ano, gestantes, crianças e os profissionais de saúde entraram na lista dos grupos prioritários.
Em 12 estados, a vacinação permanece por mais uma semana, até o dia 20 de maio: Pernambuco, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Sergipe e Espírito Santo.
No Amazonas, a campanha também foi prorrogada até o dia 20 nas cidades, mas nas áreas rurais e aldeias, a vacinação vai até o dia 31. Em Minas Gerais, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a decisão de prorrogar ou não a campanha depende das prefeituras. Belo Horizonte decidiu estender a vacinação até o dia 20.
Mato Grosso, Tocantins e Distrito Federal vão manter acampanha até 27 de maio. Em Roraima, a vacinação vai até o dia 26 e, no Acre, até o dia 30 de maio. Na Paraíba, as pessoas podem procurar os postos de saúde até 10 de junho e no Ceará, até 13 de junho.
Em Mato Grosso do Sul, a vacinação segue nas cidades onde a meta não foi atingida e cada município definirá a data de encerramento da ação. Na Bahia, a Secretaria Estadual de Saúde informou que não haverá prorrogação, mas recomendou aos municípios que mantenham o esforço de vacinação.
A Agência Brasil não conseguiu contato com as secretarias de Saúde do Maranhão, Amapá, Pará e de Rondônia.
A vacina protege contra os vírus que mais circularam no Hemisfério Sul em 2010, entre eles o Influenza H1N1, responsável pela influenza A (H1N1) - gripe suína. A vacina é contraindicada para quem tem alergia a ovo ou apresentou reações a doses anteriores da vacina contra gripe.