CONTRA GRIPE
Ainda dá tempo para se vacinar
66% das 65 mil pessoas que deveriam ser imunizadas procuraram os postos
Hoje é o último dia da vacinação contra a gripe A e a gripe comum. Em Joinville, 34% das pessoas que pertencem aos grupos que são alvo da campanha – gestantes, idosos com mais de 60 anos, profissionais da saúde e crianças até dois anos – ainda não se vacinaram. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até o fim da tarde de terça-feira, 43,2 mil haviam procurado as unidades para se imunizar. A meta do Ministério da Saúde para Joinville é de que pelo menos 80% dos 65 mil recebam a dose.
Segundo o setor de Vigilância Epidemiológica, o número de pessoas imunizadas ficou abaixo do esperado por dois fatores: a fraca procura pela vacina, principalmente entre as gestantes, e a greve dos servidores municipais, que provocou o fechamento de 23 das 56 unidades de saúde.
Para atender a quem ainda não conseguiu se imunizar, a secretaria montou um posto volante no Supermercado Angeloni, na rua João Colin e no Supermercado Giassi, que atenderá a idosos e gestantes das 8 horas às 12h30 e das 13h30 às 18 horas. Já as crianças devem receber a dose nas regionais de saúde ou nas unidades de saúde onde os servidores não aderiram à greve.
Segundo a enfermeira Maria Goreti Cardoso, enquanto entre crianças e idosos o índice de imunização chega a 66%, nas gestantes o percentual é de apenas 45%. Ela lembra que a partir do terceiro mês de gestação as grávidas podem tomar a vacina sem risco.
Em São Francisco do Sul, 13 unidades de saúde atendem em horários diferenciados. Até ontem ao meio-dia, 4.988 pessoas haviam se vacinado, o equivalente a 81% da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que são 6.161. As gestantes também foram as que menos aderiram à campanha. Segundo a Secretaria de Saúde, 540 deveriam se vacinar, mas até ontem apenas 275 receberam a dose.
AN.com.br
GREVE NO SÃO JOSÉ
O diretor do Hospital São José, Tomio Tomita, mandou ofício ontem ao Sindicato dos Servidores para saber quais funcionários grevistas estão disponíveis para trabalhar em caso de necessidade. Os sindicalistas alegaram que há gente disponível. Tomio diz desconhecer quem sejam e afirmou que mais setores do hospital podem fechar se a adesão à greve aumentar. “Precisamos de todos os funcionários e o sindicato diz que há uma escala de greve. Desconheço”, alega Tomio. Os 20 leitos do primeiro andar foram desativados e as cirurgias marcadas com antecedência estão suspensas. Prefeitura e grevistas não se acertaram sobre o número de servidores necessários para manter as “necessidades inadiáveis” na Saúde, conforme determinou o Tribunal de Justiça.
O município cogitava entrar com ação para cobrar o cumprimento da decisão, mas aguarda posicionamento do Ministério Público, que acompanha a paralisação iniciada na segunda-feira da semana passada. A Prefeitura oferece 8% em janeiro e o sindicato quer reposição da inflação mais 5%.
UTIS EM SC
Verba só dá para quatro novos leitos
Governo federal libera R$ 94 milhões, mas o Estado fica com apenas 0,71% deste valorSanta Catarina foi o Estado da Região Sul que recebeu menos verbas do Ministério da Saúde (MS) para investimentos em novos leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com os R$ 689,3 mil que serão repassados anualmente, será possível a habilitação de apenas quatro leitos em SC, enquanto cerca de 30 já estão instalados e aguardam apenas o credenciamento.
O Paraná recebeu R$ 5,7 milhões, e o Rio Grande do Sul, R$ 4 milhões. No país, o Estado que mais recebeu dinheiro foi São Paulo. Ele ficou com 55% dos R$ 94 milhões distribuídos; em seguida veio Pernambuco (15%). O dinheiro repassado a SC corresponde a 0,71% do total. A verba é passada do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Estadual.
O presidente da Federação dos Hospitais de SC, Tércio Kasten, e o presidente da Associação dos Hospitais, Dário Staczuk, questionam os valores e vão encaminhar o assunto ao Fórum Parlamentar Catarinense.
– Queremos entender por que recebemos tão pouco e quais foram os critérios usados pelo Ministério da Saúde. Vamos pedir que esse valor seja revisto – informou Kasten.
O dinheiro é para habilitar o uso de leitos de UTI pelo SUS. Em SC, 704 cumprem esse papel. Eles estão instalados em hospitais públicos estaduais, municipais, federais e particulares (ver quadro). Os 30 leitos que aguardam recursos do Ministério da Saúde, que custeia a diária dos pacientes, poderiam resolver o problema de falta de vagas em Santa Catarina ou acabar com as superlotações de hospitais de Florianópolis.
– Alguns desses leitos instalados, como em Mafra, atendem os doentes mesmo assim, mas é o Estado que está arcando com os gastos, enquanto o governo federal poderia pagar – explicou Staczuk.
Valor das diárias do SUS estaria defasado no Estado
Outro ponto questionado é em relação ao custo das diárias. Sem reajuste desde 1994, para o Ministério da Saúde um paciente em UTI custa por dia R$ 478.
– É por isso que com o dinheiro liberado, calculamos que apenas quatro leitos serão habilitados. O correto seria considerar um custo de R$ 800.
GERAIS
Confirmado primeiro caso em Tubarão
A Vigilância Epidemiológica de Tubarão confirmou, na quarta-feira, o primeiro caso de dengue do município. Uma mulher de 24 anos, que viajou para o Pará no mês de abril, apresentou os sintomas da doença logo após o seu retorno à cidade catarinense.
De acordo com a Secretaria de Saúde, todos os procedimentos foram tomados para evitar a proliferação da doença e o caso está sob controle. A mulher passa bem. Em Tubarão, foram encontrados, neste ano, três focos com larvas do mosquito Aedes aegypti.
GERAIS
Termina campanha para a imunização
Hoje é o último dia da campanha de vacinação contra a gripe. Em Santa Catarina, mais de 81% da população já foi imunizada.
A meta era vacinar 80% do público-alvo – população de idosos com mais de 60 anos, crianças entre seis meses e dois anos, gestantes, indígenas e trabalhadores da saúde das unidades que fazem atendimento para influenza –, o que corresponde a 727,9 mil catarinenses. O grupo que mais atingiu a meta foi o dos trabalhadores em saúde.
Colunista Cacau Menezes
Olha a maionese
Há uns 10 anos, a Vigilância Sanitária proibiu o uso de maionese caseira nos traileres e bares que vendem cheese burger e lanches do gênero em Santa Catarina. Passou a ser permitida apenas a utilização da maionese industrializada, para evitar doenças como salmonela. Os anos passaram, a Vigilância relaxou na fiscalização, e o produto proibido está novamente por aí.
A vida segue
Por que Santa Catarina é o estado do Sul do país que recebe o menor repasse de recursos para investimentos em leitos do SUS em UTI? Isso significa que nossa representação em Brasília não tem força?