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FALTA DE MÉDICOS
Bem abaixo das expectativas

A expectativa da Secretaria de Saúde de Joinville ao comprar anúncios, em abril e em maio, em três jornais de circulação nacional era preencher rapidamente vagas abertas há anos na rede de saúde. Mas os resultados estão abaixo do esperado. Os anúncios sucintos que saíram em jornais das regiões Sul e Sudeste custaram R$ 1.181. Até agora, contabilizaram alguns currículos e nenhuma contratação temporária. Ainda assim, a secretaria estuda publicar anúncio em um jornal do Paraná.

Do Rio de Janeiro, vieram nove currículos – seis para médicos e três para técnicos. Segundo a secretaria, nenhum teve interesse. Alegaram que os salários não compensariam a mudança. Três currículos de técnicos vieram de Minas Gerais. Do Rio Grande do Sul, um plantonista enviou currículo, mas não deu retorno. Para a Saúde, a expectativa sobre o Estado era maior porque o salário oferecido supera o inicial para contratados pelo governo gaúcho.

O último concurso com vagas efetivas para profissionais de saúde, em março, também ajudou pouco. Só em três de 13 cargos há mais classificados do que vagas. O saldo mais desanimador foi nas 30 vagas para clínicos, que completariam equipes de postos de saúde. De 12 inscritos, nenhum passou.

O secretário Tarcísio Crocomo admite que a procura foi baixa, para os anúncios e o concurso. “Mantém o nosso problema, que não é exclusivo de Joinville”. Para ele, mais do que salários – que a Prefeitura não pretende aumentar por ora – a procura pelo concurso pode ter sido influenciada pelo mês em que foi feito. “Março não é a época em que médicos procuram emprego”, opina. A Saúde não soube informar o atual déficit de médicos na rede. Concurso e anúncios fora do Estado pouco ajudarão a preencher vagas na Prefeitura

 

 

Mais letal
Nos últimos dois anos, o infarto passou a matar mais em Joinville. No biênio 2007-2008, foram 211 mortes, um número dentro da série histórica, sem nenhuma grande diferenças para os anos anteriores. Nos últimos dois anos, passou para 303 vítimas fatais – 86 delas não tinham completado 60 anos de vida,


Até os 60 anos
Os homens são as principais vítimas em todas as faixas etárias. Mas até os 60 anos de idade, a distância de mortes masculinas sobre as femininas é ainda maior – só para reforçar, o número de mulheres sofrendo infarto também cresce. Como a população está crescendo, o número de mortos tambpem acaba avançando. Mas a proporção dos infartos é acima da média geral. Os dados são da secretaria de Estado da Saúde.

 

Visor

ALÔ, MP
A área externa do Hospital Regional de São José está tomada por floriculturas, lanchonetes e outros tipos de serviços. Todos instalados em terreno público e usando a água e a luz da viúva. Pago com o seu, com o meu, com o nosso dinheirinho...

 


E DAÍ?
Faltam 400 vagas em SC

Governo do Estado não tem previsão de quando vai suprir falta de leitos para tratar dependentes

A resposta deve decepcionar o leitor Oriberto Carneiro: faltam 400 vagas para suprir a necessidade mínima em SC, e não há previsão de ampliar a oferta. Nem as prefeituras dão conta, mesmo mantendo convênios com comunidades terapêuticas.

OEstado dispõe gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de 870 leitos para tratamentos de dependência química e transtornos psiquiátricos, enquanto seriam necessários 1.270. As vagas estão distribuídas em 18 hospitais gerais e três especializados em transtornos mentais, sendo dois particulares – por convênio –, além do Hospital Psiquiátrico de SC, em São José. O investimento anual é de R$ 18 milhões.

Apesar da necessidade, não há previsão de ampliar as vagas. A Lei 10.216/2001, conhecida como lei da reforma psiquiátrica, dá preferência à criação de leitos em hospitais gerais, em vez de unidades especializadas. Segundo a coordenadora estadual de Saúde Mental, Maria Cecília Heckrath, é difícil convencer as direções dos hospitais a oferecerem o serviço, que precisa de área maior e espaços para socialização e terapia ocupacional. Ela diz que há uma negociação para implantar um pronto-socorro no Hospital Regional de São José.

Maria Cecília explica que o não investimento em novas vagas se deve à exigência da lei de internar só quando as tentativas de tratamentos extra-hospitalares são insuficientes.

– Internação não é a única forma de resolver. Saímos do modelo da exclusão social, agora tentamos primeiro tratar nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que têm profissionais habilitados e atividades para o dia. A família também tem que fazer sua parte, não é jogar no hospital e pronto – diz a coordenadora.

Nos municípios, a oferta também é restrita. Na Capital, por exemplo, a prefeitura tem convênios de 160 vagas em comunidades como o Recanto da Esperança, no Bairro Rio Vermelho, quase sempre lotada.

O secretário de Saúde de Florianópolis, João José Cândido da Silva, diz que a cidade também investe nos Caps AD (Álcool, Drogas). São duas unidades, que realizaram 23,7 mil atendimentos no ano passado.

Segundo a secretaria, a Capital não conta com Caps pernoite, pois seria preciso uma emergência psiquiátrica 24 horas próximo à unidade. A entidade afirma que negocia a implantação com o Hospital Universitário (HU), mas não há prazo.

roberta.kremer@diario.com.br

 


E DAÍ?
Comunidade terapêutica é alternativa

Com poucas vagas nos hospitais, as comunidades terapêuticas mantidas por organizações não governamentais (ONGs) são a alternativa para tratamento de dependentes. Mais de cem unidades estão credenciadas no Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen).

As comunidades se mantêm com contribuições de pessoas e empresas, convênios com prefeituras e mensalidades dos internos – de acordo com o que podem pagar. Quem não pode colaborar faz o tratamento de graça.

Dedicados à causa – como o coordenador do Centro de Valorização Humana, Moral e Social, Valmor Chaves – acreditam que o governo não faz seu papel. A comunidade fica em Angelina, Grande Florianópolis, e não recebe qualquer benefício público.

– O Estado não interna. Dependente de droga ilícita só vai para comunidades ou clínicas particulares, caríssimas. O que o governo oferece é, no máximo, 30 dias em hospitais para desintoxicação – diz.

Segundo ele, o governo direciona o investimento para outras áreas da saúde porque o dependente ainda é tratado com preconceito.

 

 

TECNOLOGIA
Ultrassom de bolso atrai as atenções
Aparelho fez sucesso em feira de produtos para hospitais e também pode ser usado por grávidas

Um aparelho ultrassom de bolso, pouco maior que um smartphone, é uma das novidades em equipamentos para a saúde da feira Hospitalar 2011. A 18ª edição do evento, que reuniu 1.250 expositores no Expo Center Norte, em São Paulo, termina neste final de semana.

O miniultrassom, que tem 13,5 cm de altura e pesa menos de um quilo, foi desenvolvido para atendimentos de emergência, como em ambulâncias, e em lugares de difícil acesso, mas também pode ser adquirido por grávidas que queiram acompanhar o desenvolvimento do bebê – e possam desembolsar R$ 22 mil para levar para casa o aparelho.

O uso caseiro não é perigoso para a mãe ou para o bebê, garante César Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

– O problema é interpretar as imagens. É preciso ter conhecimentos de anatomia e das fases da gravidez para ligar as figuras a qualquer alteração.

A portabilidade também aparece em prontuários eletrônicos que podem ser acessados via iPhone, iPad e equipamentos com sistema operacional Android. É o caso do My Alert, apresentado na feira. No programa, o usuário inclui suas informações médicas e insere dados sobre consultas, receitas, exames e remédios e vacinas que devem ser tomados.

O programa pode ser baixado em lojas de aplicativos para celulares e custa R$ 50 por ano. Pode ser de uso pessoal ou familiar. Neste caso, alguém da família fica responsável por gerir as informações.

O médico também pode acessar o histórico do paciente no portal do programa e monitorar informações sobre o controle de diabetes, obesidade e hipertensão.

 São Paulo


VAGAS PARA MÉDICOS
Quem quer trabalhar em Joinville?

Publicidade em outros Estados e concurso ajudarão pouco a preencher vagas na prefeitura. Salário baixo é a justificativa

A expectativa da Secretaria de Saúde de Joinville, ao comprar anúncios, em abril e maio, em três jornais de circulação nacional, era preencher rapidamente vagas abertas há anos na rede municipal de Saúde. Foram gastos R$ 1.181 na divulgação. Até agora, os resultados foram abaixo do esperado. Os anúncios contabilizam somente algumas entregas de currículo e nenhuma contratação temporária. A secretaria pretende fazer mais uma tentativa no Paraná.

Segundo a Secretaria, o maior problema são os baixos salários oferecidos. A remuneração básica para 120 horas mensais é de R$ 2.279,66, mais benefícios. Para 220 horas por mês, é de R$ 5.459, 26, mais gratificação de R$ 3.140,75.

Do Rio de Janeiro, chegaram nove currículos – seis para médico (cardiologista, clínico e plantonista) e três para cargos técnicos. Nenhum deles teve interesse, alegando que os salários não compensariam a mudança de cidade. Três currículos eram de profissionais de Minas Gerais, todos para cargo de técnico.

Do Rio Grande do Sul, houve apenas um currículo. A frustração da secretaria em relação ao Estado vizinho foi maior. A expectativa era grande pela proximidade e pelo salário inicial, acima da média dos concursados do governo gaúcho.

Pouca lista de espera no concurso

O último concurso com vagas efetivas para profissionais de saúde, feito em março, também ajudou pouco. Dos 13 cargos, apenas três tiveram mais classificados do que vagas. A maior competição será em um cargo da secretaria: oito médicos classificaram-se para as cinco vagas de plantonista clínico.

O resultado mais desanimador apareceu nas 30 vagas para clínicos, que deveriam completar a equipe de postos de saúde. Houve 12 inscritos, mas nenhum passou. Alguns não fizeram a prova, outros tiraram nota abaixo da mínima. A procura para esse cargo costuma ser maior, por ser a porta de entrada no mercado de trabalho para recém-formados.

Segundo o secretário de saúde, Tarcísio Crocomo, a decisão pela compra de novos anúncios sairá depois que os selecionados no concurso começarem a ser chamados.

 

Joinville

 

Colunista Cacau Menezes

 

Margarina
Quem disse que margarina não é saudável? Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo desenvolveu uma margarina probiótica e livre de gorduras trans. A margarina contém em sua formulação uma mistura de óleos de palma e canola, que são benéficos à saúde humana.


SAÚDE
Coragem para assumir
Atitude de atriz pode auxiliar quem tem o transtorno bipolar

Catherine Zeta-Jones, famosa por atuar em filmes como Traffic e Chicago, assumiu recentemente ter transtorno bipolar. A atriz britânica faz parte de 10% da população mundial portadora da doença e teve coragem de confirmar à imprensa mundial que passou cinco dias em um hospital psiquiátrico em Connecticut, nos Estados Unidos, para se tratar do problema.

Por ter origem genética mesclada com fatores ambientais, o transtorno psiquiátrico pode ser desenvolvido desde o nascimento ou ao longo da vida. Conviver com os sintomas de altos e baixos no humor não é nada agradável. Atitudes como a de Zeta-Jones são capazes de auxiliar no esclarecimento de tabus da doença e encorajar na busca por um tratamento. Para a psiquiatra Marcia Kauer-Sant’Anna, é importante que outras pessoas falem sobre o assunto.

– Quando a população vê que uma mulher bonita, talentosa e de destaque mundial pode ter esse transtorno, fica mais fácil que outras pessoas vençam a vergonha e busquem auxílio – afirma Márcia, que supervisiona um programa de atendimento de transtorno bipolar no Hospital de Clínicas da cidade de Porto Alegre.

O psiquiatra e autor do livro Temperamento Forte e Bipolaridade (2004), Diogo Lara, explica que, em pessoas que têm o transtorno, é como se este termostato do humor se desregulasse.

– Quando isso acontece, ser internado é a melhor opção. Quando não controladas, essas pessoas sofrem um risco de exposição moral – destaca o médico.

 

Saiba mais - A DOENÇA
Existem dois tipos principais da doença. O tipo 1, mais comum, se caracteriza pelo excesso de euforia, que pode se manter por dias ou semanas em alta. Após extravasar a alta energia, em geral, se inicia a depressão. No tipo 2, os sintomas de euforia são menos intensos e a depressão se sobressai, podendo ter uma duração prolongada.

CARACTERÍSTICAS
Euforia
- Irritabilidade
- Grandiosidade
- Pensamento acelerado
- Fala rápida
- Gastos excessivos
- Desorganização
- Delírios
- Alucinações
Depresão
- Humor deprimido
- Perda do interesse e do prazer
- Alteração do apetite
- Alteração do sono
- Fadiga
- Retardo psicomotor
Tire suas dúvidas -

O QUE PODE DESENCADEAR A BIPOLARIDADE?
A história familiar de Transtorno Bipolar, principalmente em parentes de primeiro grau, aumenta o risco, assim como morte de um ente querido, rompimento de relacionamento ou outras perdas importantes.
COMO TRATAR?
Com medicamentos que podem ser administrados sozinhos ou em combinações de estabilizadores do humor, antidepressivos e antipsicóticos, dependendo do caso. Psicoterapia também ajuda.
TEM CURA?
Remédios reduzem os sintomas, mas ainda não se pode falar em cura.

 

 

 

70% do Complexo Cepon, em Florianópolis, está ocioso
Hospital para tratamento de câncer aguarda equipamentos, funcionários e conclusão de obras 

 Espaços vazios esperando por equipamentos e funcionários para atender pessoas com câncer
O complexo do Cepon (Centro de Pesquisas Oncológicas) da Capital, no Itacorubi, está com 70% do espaço físico sem ser utilizado. A unidade já atende três mil pacientes com câncer por mês, quase integralmente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), no entanto não consegue realizar cirurgias, internações e atendimentos de emergência relacionadas à doença. Sem conseguir cumprir a tudo o que se propôs no projeto, precisa contar com boa vontade de outros hospitais para dar tratamento adequado aos pacientes. As razões para a situação: falta de repasses de verbas pelo governo do Estado para concluir obras, comprar equipamentos e contratar profissionais.


O hospital tem 13.725 m² de área construída e precisa de aproximadamente R$ 15 milhões para ser finalizado, contando a construção e compra de aparelhos. “Já foram feitas licitações, mas ainda estamos esperando a liberação do dinheiro”, afirma o presidente da Fahece (Fundação de Apoio do Hemosc/Cepon), Cláudio Fontes, que administra a entidade em parceria com o poder público.


Só em 2010, deveriam ter sido repassados R$ 4,5 milhões, em três parcelas de R$ 1,5 milhão. “Até agora, nada”, diz Fontes. A promessa foi feita no dia 1º de julho de 2010, em uma cerimônia no Centro, pelo então governador do Estado, Leonel Pavan, e secretário da Saúde, Roberto Hess de Souza.


Para aproveitar toda a capacidade do complexo, batizado Vilson Kleinubing, a equipe de 370 integrantes precisa aumentar para cerca de 800. “O Cepon já é um centro de referência na América Latina, mas tem potencial para ser um exemplo para o mundo”, avalia o médico oncologista e diretor técnico da entidade, Sérgio Müller. Desde que começou a ser construído, em 1999, o centro recebeu investimentos de cerca de R$ 27 milhões.

 Inauguração do complexo desafogaria outros hospitais

O SPA (Serviço de Pronto Atendimento) do Complexo do Cepon está com as instalações prontas para ser utilizadas, o que não acontece. Para o hospital entrar em operação, além das obras e dos equipamentos, números da Fahece apontam a necessidade de contratação de pelo menos 300 funcionários. Quando isso acontecer, as cirurgias dos pacientes do Cepon, atualmente realizadas no Hospital Governador Celso Ramos e na Maternidade Carmela Dutra, serão transferidas para o complexo. “Hoje, temos de implorar à direção dessas instituições para mandar doentes para lá. Eles têm os pacientes deles também”, conta o presidente da Fahece, Cláudio Fontes.


O atual Hospital do Cepon, localizado na rua General Bittencourt, no Centro, atende apenas doentes em fase terminal. “É um hospital de cuidados paliativos. As pessoas vão para lá para tomar morfina, para morrer sem dor. Mas não há centro cirúrgico no local”, explica Fontes.
O secretário de Estado da Saúde, Dalmo de Oliveira, informou por meio da assessoria de imprensa que o número de pessoas necessárias para abrir o hospital será calculado apenas quando o projeto definitivo estiver pronto, e portanto os números apontados pela Fahece “não procedem”. Não foram informados, no entanto, prazos para apresentação deste projeto ou números do repasse mensal à fundação. (Anita Martins/
anita@noticiasdodia.com.br)

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VALORES

 - - O que falta para o hospital ficar pronto
- Centro cirúrgico, Unidade de Tratamento Intensivo, Agências Transfusionais de Sangue, Laboratório e Central de Material Esterilizado R$ 11.295.003,20
- Sala de necropsia R$ 303.927,86
- Cozinha R$ 526.169,85
- Internação R$ 1.008.965,64
- Centro cirúrgico ambulatorial e pronto atendimento R$ 2.429.235,34

 

 

Justiça pede investigação 

 Em nota enviada ao Correio Lageano, os promotores de Justiça da Comarca de Lages esclarecem que há dois anos envidam esforços para que o município regularize o atendimento da emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres.

  Em 2010, ajuizaram ação contra o hospital, os médicos e o município com o objetivo de manter o atendimento à população, especialmente os de urgência e emergência 24 horas e médicos de sobreaviso, todos disponíveis para o SUS, sob pena de multa. O Judiciário atendeu à ação e deferiu liminar. Diante do descumprimento da liminar, a multa foi ampliada.

 
O Ministério Público (MP) também enviou ofício à Procuradoria-Geral de Justiça solicitando a instauração de investigação contra o prefeito, o secretário municipal da Saúde, os médicos e os representantes do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres para apurar ato de improbidade administrativa, o que poderá se estender ao secretário Estadual da Saúde, em razão de haver procedimentos de alta e média complexidade naquela unidade hospitalar, por haver, em tese, crime de responsabilidade e crime comum por omissão.

 A solicitação foi aceita e a Procuradoria-Geral de Justiça irá instaurar um procedimento para apurar a situação. Antecipadamente, a maior emergência de saúde da região fechou. A partir de agora quem precisar de atendimento especializado terá que procurar o Pronto Atendimento Municipal ou as emergências de outras cidades de Santa Catarina.
 

Quem procurou pela Emergência do Hospital Nossa Senhora do Prazeres ontem, encontrou um comunicado informando o seu fechamento. A previsão era que isso acontecesse a partir do dia 1° de junho, porém sete médicos clínicos-gerais pediram demissão na noite de quinta-feira (26) e por volta das 19 horas foi oficialmente decretado o fechamento do setor.
O diretor administrativo do hospital, Canísio Winkelmann, informou que essa medida antecipada foi tomada por unanimidade pelos médicos plantonistas que lá atendiam.

 “Eles nos comunicaram que não haveria mais condições de atender à demanda em função de estresse, pressão e até financeiro, além do mais são 12 horas de trabalho direto, inclusive alguns atendem em outros locais e, por isso, entendemos a situação deles e decretamos o fechamento da Emergência.”
 

Sexta-feira (27) à tarde, o secretário municipal da Saúde, Juliano Polese, em entrevista coletiva, informou que o Pronto Atendimento Municipal (PAM) está tomando as medidas de urgência necessárias, como a organização de novas salas com macas e equipamentos para atendimento de baixa complexidade.

 “A partir do momento que ficamos sabendo, já entramos em contato com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) requisitando a UTI móvel de São Joaquim, para que viesse atender em Lages.

 A UTI móvel de Curitibanos também ficou à disposição. Reforçamos a nossa equipe e toda a estrutura física de apoio necessária para poder atender alguns casos de maior complexidade, até porque, saiu da nossa rotina de Pronto Atendimento e nesta sexta-feira, desde as primeiras horas fizemos alguns contatos com prefeitos e governo do Estado, expondo a situação e esperamos que algum encaminhamento seja feito a partir dos próximos dias”, afirma o secretário Polese

O secretário informou ainda como será o procedimento a partir de agora nos atendimentos. Os primeiros atendimentos serão feitos no PAM. O diretor geral do Hospital Tereza Ramos, Osmar Guzatti, informou que os pacientes com emergências clínicas serão atendidos lá, mas os que precisarem de cirurgia geral, neurocirurgia ou de serviço de ortopedia, primeiro vão passar pelo Pronto Socorro, depois serão estabilizados ao Tereza Ramos e encaminhados para hospitais em Curitibanos, Rio do Sul, Blumenau e outros do Estado onde existirem vagas.
Os novos profissionais contratados pelo município estarão atendendo no Tereza Ramos. No PAM, continuam atendendo dois médicos clínicos, um enfermeiro e sete técnicos de enfermagem.

 Novas medidas aguardam Governador

 O representante da Secretaria Estadual da Saúde, Luiz Alberto Susin, informou que as atitudes que estão sendo tomadas são planos de emergência. O governador Raimundo Colombo retornava para Santa Catarina de uma viagem à Europa e, por esse motivo, ele afirmou que as medidas de mais longo prazo serão debatidas a partir da sua chegada.

 “Mesmo assim, o governo do Estado já sinalizou ajuda aos municípios com equipamentos e transportes caso algum acidente grave necessitar. A Secretaria de Estado também colocou à disposição, as emergências de Curitibanos, Rio do Sul e Florianópolis como suporte para nossa rede”, informou o secretário municipal da Saúde, Juliano Polese.

 O secretário fez questão de ressaltar que essa é uma briga interna entre o hospital e o corpo clínico por questões de remuneração. “Em nenhum momento o Estado ou o município deixaram de estar atentos a essa situação, mas eles não podem estar intervindo e arcando com responsabilidades que não são deles. A partir do momento que o diretor do hospital comunicou o fechamento da Emergência, nós vamos intervir, criando um novo fluxo até podermos resolver definitivamente essa situação”.


Procurador e vereadores sugerem intervenção

 O presidente da Câmara de Vereadores de Lages, Adilson Appolinário (PR), e o procurador da República, Nazareno Wolff, chegaram a essa conclusão de que a intervenção judicial na gestão administrativa do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres pode ser uma das alternativas para solucionar os problemas da emergência.

 Uma série de reuniões deve acontecer a partir de agora. Eles dizem que representantes de órgãos públicos ou comunitários serão convidados a tratar da intervenção judicial, a exemplo do que aconteceu na Universidade do Planalto Catarinense em 2008. “Vamos pedir o afastamento da Sociedade Paranaense Divina Providência da gestão”, diz o procurador.
 

Para esses encontros, Appolinário destaca como fundamental a participação de representantes do Governo do Estado, poder Executivo, Legislativo, corpo médico, Associação Empresarial de Lages (Acil) e Divina Providência. “Uma comissão formada por esses órgãos e entidades deveria avaliar as atividades do hospital, a cada três anos, desde 1997”, revela o vereador se referindo ao que dispõe a lei 9.802 de 26 de dezembro de 1994. Essa lei trata da doação de direito sobre o imóvel à Divina Providencia, assinado pelo Governador Antonio Carlos Konder Reis.

 Para o vereador, a população não pode ficar sem o atendimento médico de emergência. “Essa situação é um absurdo, temos que fazer alguma coisa. E se uma intervenção for necessária, é isso o que vamos fazer”, finaliza.

 
Hospital Tereza Ramos

 O diretor do Hospital Tereza Ramos, Osmar Guzatti, disse que a entidade tem condições para atender apenas a casos clínicos e não de tratar neurologia e ortopedia. E casos que não podem ser atendidos no hospital os pacientes podem ser encaminhados para Curitibanos, Rio do Sul ou até Blumenau.

 
Hospital Regional Hélio Anjos

A informação de um funcionário que preferiu não se identificar é que a emergência do Hospital é para casos menos graves. Segundo ele, casos de traumas graves, inclusive eram enviados para Lages. Casos de ortopedia e traumas leves podem ser atendidos no local, já que há um ortopedista de sobreaviso. “Não temos alta complexidade não adianta mandar para cá”, admite.

 Hospital Regional do Alto Vale

 O presidente da Fundação de Saúde do Alto Vale do Hospital, Vilson Schulle, diz que há 30 dias a entidade teve o mesmo problema que Lages: médicos ameaçaram parar. Com o compromisso do município de ajudar financeiramente os médicos, mantiveram o atendimento.

 “É um grave problema, o que está acontecendo é um movimento orquestrado dos médicos”, acredita. Sobre o atendimento para pessoas que deveriam ser encaminhadas à emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, os 20 leitos da UTI são eternamente lotados. “Os casos de urgência e emergência são sempre vinculados à UTI”. O Pronto Atendimento atende cerca de 299 mil pessoas e na Urgência e Emergência, são quase 700 mil.

 
Hospital Santo Antônio
 

Segundo Siegfried Hildebrand Gerente Geral do Hospital Santo Antonio, a atenção Primária em Saúde é de total responsabilidade do município e, neste caso, é da Prefeitura de Lages. O Hospital Santo Antônio, a nível de emergência, já está superlotado, tornando inviável o atendimento da população de Lages.