SAÚDE PÚBLICA
Mães ganham novo espaço no Hospital Infantil
Com dinheiro repassado pelo Rotary Club, um novo espaço foi montado para as mulheres e os recém-nascidos no alojamento conjunto do Hospital Materno Infantil, em Joinville. No local, enfermeiros e técnicos em enfermagem orientam as mães, principalmente as adolescentes, sobre amamentação e outros cuidados com o bebê.
DIA DE VACINAÇÃO
Zé Gotinha voltou e espera hoje por você
Joinville vai oferecer a imunização em 46 postos de saúde e em cinco barreiras
A campanha de vacinação contra paralisia infantil abre hoje, em Joinville, com 46 dos 56 postos de saúde do município aplicando a vacina das 8 às 17 horas. Além disso, haverá postos-volantes e barreiras nas entradas e saídas da cidade (veja ao lado).
A coordenadora do setor de imunização da Secretaria Municipal da Saúde, Maria Goreti, não arriscou um número esperado de vacinados, já que a greve, que terminou ontem, abalou o atendimento e pode influenciar o resultado neste dia “D” de vacinação.
Nas edições anteriores, onde a meta era vacinar 40 mil crianças de até cinco anos, metade era atendida já no primeiro dia. Só que hoje, segundo Goreti, não dá para saber se conseguirão atingir este número.
As doses da vacina de poliomielite estão nos postos de saúde e os kits para as unidades-volantes estão preparados. Quem vai dar o ar da graça durante o dia será o Zé Gotinha, que circulará pelos postos para chamar a atenção da criançada. Para tomar a gotinha, é preciso apresentar a carteirinha de vacinação ou a certidão de nascimento da criança.
Organizadora de campanhas de imunização por mais de 20 anos, Cleide Cunha, mesmo aposentada, não pode deixar passar em branco este dia. Se prontificou a trabalhar voluntariamente para garantir a vacinação dos pequenos. Hoje, ela será mais uma das enfermeiras a garantir a gotinha.
Estado faz Dia D da vacinação
Para evitar que a poliomielite atinja as crianças catarinenses, hoje ocorre em todo o Estado o dia D da vacinação contra a doença. Responsáveis por crianças menores de cinco anos devem levá-las ao posto de vacinação mais próximo.
Em SC, a campanha começou na última segunda-feira, e 107 mil crianças já tinham recebido sua dose até ontem. O número representa 26% das 412 mil que a Secretaria de Estado da Saúde pretende vacinar até o fim da campanha, que termina na próxima semana.
Mesmo quem já foi vacinado anteriormente, e ainda está dentro da faixa etária, precisa tomar a gotinha. A vacina da pólio previne a paralisia infantil, doença viral aguda que pode levar à morte e de difícil diagnóstico.
Além dos centros de saúde, em algumas cidades do Estado a vacinação também ocorre em postos volantes, como escolas e supermercados. Em Florianópolis, os pontos estarão em funcionamento das 8h às 17h.
diario.com.br
ARTIGOS
Inibidores de apetite, por Antonio Carlos Lopes*
Desde o início do ano, um tema controverso tem ocupado páginas e páginas das editorias de saúde e medicina. Trata-se da possibilidade de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibir no Brasil a comercialização e o uso dos inibidores de apetite à base de sibutramina, de anfetamina e derivados. A discussão tem como ponto de partida uma falsa polêmica. Dizer que tais fármacos possuem efeitos colaterais é algo que os mais antigos classificariam de chover no molhado. Até porque todos os medicamentos, sem exceção, os têm, em maior ou menos escala.
Antes de acirrar qualquer debate, portanto, é essencial analisar a questão do ponto de vista da saúde pública. Os inibidores de apetite são importantes no combate à obesidade, hoje uma das principais causas de diabetes, câncer e hipertensão arterial, entre outras enfermidades. Proibi-los certamente só agravará uma situação já preocupante. Em nosso país, mais da metade da população está acima do peso. O número de obesos cresce a cada dia, reproduzindo um mal que é mundial.
Claro que não defendemos a utilização indiscriminada, pois, em medicina, a permissividade é inaceitável. Dessa forma, é imperioso que sejam estabelecidos critérios rigorosos de controle. Também é necessária forte fiscalização da Vigilância Sanitária sobre a prescrição destes. Por fim, um dos focos da controvérsia deve ser colocado no seu devido lugar. A prescrição médica envolve ciência e arte. Só ciência e só arte não resolvem. Para bem fazê-la, necessitamos de médicos competentes e bem formados, mas esses não estão sobrando no mercado. O grande problema é que muitos que prescrevem não têm a qualificação adequada. Pior, sentem-se na obrigação de fazer o indivíduo emagrecer a qualquer custo. Com rigor na formação dos profissionais, controle na venda e fiscalização sobre abusos resolveremos o problema, ou boa parte. Resta-nos, assim, somente adotar um remédio que sempre faz bem: o bom senso.
*Médico, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
Vida e Saúde
CÂNCER
A droga-alvo
Cientistas conseguiram identificar um caminho em que é possível bloquear a sequência de crescimento das células cancerosasUma das drogas apresentadas no Congresso Americano de Oncologia Clínica (Asco), a vemurafenib, representa uma das áreas de maior impacto nos estudos do câncer, a das drogas-alvo, que bloqueiam certas regiões específicas dentro da célula. São agentes biológicos, anticorpos, bem diferente da agressiva quimioterapia.
Um dos grandes avanços é a evolução das chamadas drogas-alvo, que agem diretamente no fator de crescimento dentro das células.
– A célula tumoral é muito complexa, e existem vários caminhos que estimulam a proliferação. Agora já conseguimos identificar uma região onde podemos bloquear a sequência do estímulo de crescimento da célula – festeja o oncologista Sandro Reichow, de Blumenau, que participou do congresso e voltou confiante com relação aos avanços da medicina na área.
O vemurafenib, primeira droga-alvo para tratamento de melanoma, ataca uma mutação que está presente em cerca de 50% dos casos de câncer metastático. Em pacientes jovens, a taxa de mutação é muito maior – cerca de 80%. Após pesquisas, associada à quimioterapia tradicional, a nova droga reduziu o risco de morte em mais de 60%, representando um dos maiores “ganhos” na história da oncologia, na avaliação do médico Antonio Carlos Buzaid.
– Em mais da metade dos casos, temos grande redução tumoral, então, é possível tirar o paciente de uma ameaça de morte imediata. Isso é uma grande notícia para aqueles pacientes que têm a vida ameaçada por causa de um tumor – ressalta.
A combinação
O próximo passo no tratamento do melanoma é aprender a combinar estas novas drogas promissoras. Por exemplo: o ipilimumab começa a funcionar só meses depois do início do tratamento; o vemurafenib age imediatamente. Uma possibilidade de combinação dos dois teria, primeiro, a diminuição do tumor, e, depois, o fortalecimento do sistema imunológico para combatê-lo.
– O ipilimumab e o vemurafenib têm forças e necessidades complementares. Precisamos descobrir como fazer um tratamento com estas duas drogas combinadas, e como combiná-las com outras drogas já conhecidas – avalia Jedd Wolchok, pesquisador do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering, em Nova York, e um dos maiores especialistas do mundo em melanoma.
O especialista explica que é muito claro que as drogas beneficiam muitos pacientes, em alguns deles com uma melhora significativa, por anos.
– Queremos beneficiar mais pacientes por um período maior de tempo – analisa Wolchok.
CÂNCER
A imunoterapia
O poderoso Food and Drug Administration (FDA), organismo americano que aprova o uso de novos medicamentos, deu seu aval ao ipilimumab em março deste ano
A droga, fabricada pela Bristol com o nome Yervoy, já está disponível no mercado americano
No Brasil, ainda precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
É a primeira droga que conseguiu mostrar algum avanço na expectativa de vida de pacientes com melanoma metastática
Foi testada em 502 pessoas de 24 países, incluindo o Brasil
Estudos comprovaram que o ipilimumab, combinado ao dacarbazine (quimioterapia habitual para o tratamento do melanoma), reduziu em um terço a probabilidade de morte dos pacientes com melanoma em metástase
> O Yervoy age no sistema imunológico
> Teoricamente, ele pode ser usado em outros tumores, não só no melanoma
> Está sendo realizado um estudo para utilizá-lo em câncer de próstata
CÂNCER
Aliados potentes
Prevenção e cura do câncer contam com novas armas“
É incrível o que eles estão descobrindo. Se meu marido tivesse tido o câncer há quatro ou cinco anos, talvez não tivesse sobrevivido.” A voz da norte-americana Sonia Wosnjuk Duffles tem o timbre do alívio de quem superou o momento mais crítico da doença ao lado do marido. Os dois moram no território gelado do Alasca.
Sonia teve câncer de pele, e o marido, na próstata. Ele foi obrigado a enfrentar a quimioterapia e hoje ainda faz controle da doença. O casal – ambos já passaram dos 60 anos – perdeu dois amigos na batalha contra o câncer e tem outros seis ainda lutando.
Não é fácil avançar neste terreno. Como ilustra uma edição recente da revista The Economist, o câncer não é uma doença, são muitas. Há os tumores “burros”, com uma mutação dominante e pouca “carga”, e há os tumores “inteligentes”, com várias e abundantes mutações, como o câncer de pulmão provocado pelo cigarro, por exemplo. Por isso, os médicos precisam encontrar uma maneira de atingir alvos específicos com ferramentas genéricas, o que dificulta o tratamento.
Alguns caminhos são definitivos nesse avanço, como a pesquisa genética, a análise molecular, o desenvolvimento das drogas-alvo e a imunoterapia. São caminhos longos e que vão demandar muito esforço, mas as trilhas estão demarcadas e no horizonte de cada uma delas (ou de algumas, combinadas) se vislumbram as melhores chances de cura ou tratamento.
– São os desafios na área do genoma que vão alterar profundamente o cenário no tratamento, nas pesquisas clínicas e na investigação científica do câncer. Isso vai permitir mudar rapidamente nossa compreensão da biologia do câncer, ajudando a identificar novos alvos em doenças que antes eram difíceis de tratar, e explicando a resistência destas doenças às drogas que conhecemos – explicou o presidente da Asco, o médico George W. Sledge Jr, da Universidade de Indiana.
– A era da oncologia baseada na genética já começou – declarou Harold Varmus, vencedor de Prêmio Nobel e diretor do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.
– O próximo passo é trazer a genética para a prática clínica.
CÂNCER
Tratamento individual
O futuro da oncologia é a individualização do tratamento, tanto na quimioterapia quanto na imunoterapia e na terapia-alvo. Ou seja, os médicos terão que estudar o doente e o tumor e individualizar a medicação.
– Começamos a entender que cada câncer tem um mapa genético diferente, que o faz crescer. E o mapa específico de um paciente com câncer pode ser identificado e atacado por estas novas drogas, bloqueando especificamente o gene que o desenvolve – informa Antoni Ribas, da Universidade da Califórnia.
– O que serve para alguns pacientes pode não trazer benefícios para outros. Por isso, a importância da personalização do tratamento. No Brasil, já estamos fazendo isto em alguns tipos de câncer, como os de pulmão e de colo – conta o oncologista Sandro Reichow, de Blumenau.
CÂNCER
Novidades imediatas
Enquanto alguns dos novos tratamentos estão longe da realidade brasileira, outros começam a ser implantados. Um deles interessa especialmente às mulheres, porque diz respeito ao câncer de mama, o mais recorrente entre as catarinenses e que afeta cerca de 1,3 milhão de pacientes no mundo a cada ano, causando a morte de 500 mil.
Estudo apresentado na Asco mostrou que o Exemestano, droga comum no tratamento do câncer de mama, é eficaz também na prevenção – reduziu em 65% o risco de desenvolvimento da doença em pacientes pós-menopausa.
– É um tratamento indicado para pacientes de alto risco. Existem critérios para identificar quem pode receber. Mas já é um grande avanço – afirma Maurício Peressoni, oncologista clínico do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon).
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O oncologista Sandro Reichow participa de chat na próxima segunda-feira, dia 20, às 14h. O especialista vai tirar dúvidas sobre temas relacionados ao câncer.
PESQUISAS MÉDICAS
Cerveja x câncer
Péssima notícia para quem tem adoração pelas geladas. Um estudo do Instituto Catalão de Oncologia revela que a combinação de consumo de cerveja em excesso e uma variação genética específica pode levar a um risco maior de desenvolver câncer de estômago. Embora proporcionalmente a cerveja tenha menor teor alcoólico do que uma dose de uísque ou taça de vinho – 5% da cerveja contra 40% do uísque e 12% do vinho –, a dosagem consumida dessa bebida é bem maior que a das outras.
– A cerveja é teoricamente inocente. Enquanto você consome uma dose de 140ml de vinho que tem 14% de álcool, uma taça de cerveja tem 355ml. E raramente as pessoas tomam apenas uma latinha – afirma o clínico geral do hospital Sírio Libanês Alfredo Salim Helito.
O médico alerta para os outros perigos da cerveja, pois é um alimento altamente calórico, o que favorece a obesidade e a formação da gordura abdominal, perigosa para o organismo.
Adolescentes
Um artigo publicado na revista inglesa The Lancet constatou que doenças neuropsiquiátricas são a principal causa de afastamento do trabalho e do estudo na adolescência. Cerca de 45% dos casos de afastamento na faixa etária de 10 a 25 anos estão associados a problemas psíquicos – especialmente depressão, alcoolismo, esquizofrenia e transtorno bipolar.
Esta é a primeira análise científica que tenta traçar um panorama global de fatores que podem levar à invalidez na juventude.
Foi avaliado um índice chamado Daly, que mede o tempo de vida perdido por morte prematura ou doença debilitante.
As três principais causas de afastamento do estudo e do trabalho, na ordem, são: doenças psiquiátricas (45%), acidentes (12%, especialmente no trânsito) e doenças infecciosas ou parasitárias (10%). O estudo também aponta os principais fatores de risco para a saúde durante a adolescência: pela ordem, alcoolismo, sexo inseguro, deficiência de ferro e gravidez.
Comer ou não mais proteínas?
Duas pesquisas esquentam a discussão sobre incrementar ou não a oferta proteica ao cardápio. O primeiro, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, aponta o lado positivo dessa estratégia: a proteína, de fato, aumenta a saciedade e evita ataques à geladeira à noite. Isso porque a digestão desse nutriente é mais difícil e lenta, passando mais tempo no estômago.
No entanto, o nutriente não escapa de acusações. Outro trabalho, este da Universidade de Aberdeen, na Escócia, sugere que os fãs de menus hiperproteicos correm maior risco de câncer no intestino. É que os mais fanáticos pelo ingrediente muitas vezes deixam de lado carboidratos e vegetais. O risco é de a dieta se tornar mais rica em gordura e fornecer menos vitaminas e minerais, abrindo espaço para diversas doenças.
Saiba onde vacinar contra a polio neste sábado em Florianópolis
Campanha, que também inclui vacina contra sarampo, vai das 8h às 17h
Gotinha que salva será administrada em crianças de 0 a 5 anos
Este sábado (18) é dia de vacinação contra a poliomielite, na campanha nacional que abrange todas as crianças de zero a cinco anos. Cerca de 600 servidores da Secretaria da Saúde da Capital estarão em 129 locais de vacinação. Pais ou responsáveis devem levar o cartão de vacinação da criança para atualização das doses. A primeira fase da campanha segue até o dia 22 de julho.
No horário das 8h às 17h todos os 49 Centros de Saúde da Capital estarão vacinando. Alem disso a SMS estará disponibilizando 80 postos volantes. Veja a listagem de todos os pontos de vacinação neste link.
Não há contraindicações à vacina, mas em caso de dúvida basta se dirigir a um dos locais de vacinação. Crianças com febre acima de 38º C ou com alguma infecção devem ser avaliadas por um médico antes de se vacinarem. Também não é recomendado vacinar crianças com problemas de imunodepressão (como pacientes com câncer e aids) ou que já apresentaram reação alérgica severa a doses anteriores.
A segunda dose contra a poliomielite será aplicada a partir do dia 13 de agosto. De acordo com o Ministério da Saúde, a criança só fica completamente protegida contra a paralisia infantil após receber as duas gotinhas previstas.
Embora a poliomielite esteja erradicada do Brasil desde o inicio da década de 90, a vacinação é importante para impedir que a doença volte ao país de outras localidades.