Opinião Grupo RBS
A maior das urgências
O caos nas emergências é a face mais visível do drama enfrentado pela grande maioria que depende do atendimento público de saúde no Brasil. A situação chegou ao limite e exige que União, Estados e municípios assumam finalmente obrigação constitucional, ou todas as esferas de governo continuarão sendo relapsas com o mais prioritário de todos os serviços que devem oferecer à população.
Esgotaram-se todas as desculpas para que se adie a solução de problemas crônicos, que representam hoje mais do que incompetência administrativa. O descaso das autoridades expressa uma atitude desrespeitosa com os cidadãos, caracterizada pela transferência de responsabilidades e manobras escusas que buscam, em muitos casos, camuflar os escassos recursos que destinam à saúde, da prevenção ao atendimento mais complexo.
Congresso e governos já tiveram tempo suficiente para desfazer controvérsias sobre as atribuições de cada um e sobre as definições e destinações de verbas para o amplo leque de ações e serviços públicos de saúde.
Chega deste jogo de empurra, que valoriza discussões e evasivas enquanto a população é maltratada, como foi lembrado ontem em Porto Alegre no lançamento da Campanha Nacional pelos Direitos Humanos nas Urgências Hospitalares. A emenda 29 poderá contribuir, acompanhada de melhorias de gestão, para dar efetividade a iniciativas como essa e garantir atendimento digno a quem não dispõe hoje de um direito elementar.
Geral
SUPERBACTÉRIA
Após quatro meses, paciente tem alta
Homem de 30 anos que não teve nome divulgado deixou hospital recuperado
O homem de 30 anos que contraiu a superbactéria recebeu alta ontem do Hospital Dona Helena, em Joinville. Depois de quase quatro meses internado, ele deixou o hospital recuperado. O caso de infecção pela KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) foi o primeiro registrado em SC e comprovado depois de exame enviado a um laboratório no início da abril.
O paciente, que não teve o nome divulgado, foi internado em fevereiro depois de levar cinco tiros em uma tentativa de assalto. Durante o tempo em que permaneceu internado, ficou isolado para evitar que a superbactéria se alastrasse. Segundo o hospital, o homem saiu totalmente recuperado da infecção e deixou o local caminhando normalmente, já que os ferimentos provocados pelas balas também estão praticamente curados. O paciente ficou boa parte do tempo em estado grave na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos e sofreu com diversas infecções hospitalares.
Joinville foi a segunda cidade do Sul do Brasil a registrar o caso. A primeira foi Londrina (PR), em 2010, quando pacientes foram contaminados dentro do Hospital Universitário. Em Santa Catarina, houve registros de pessoas que teriam a superbactéria no organismo, mas não ficaram doentes porque estavam em boas condições imunológicas.
Do ano passado até agora, hospitais de pelo menos 12 Estados tiveram registros de hospitais com a KPC. Na época da divulgação do caso, o infectologista Luiz Henrique de Melo confirmou que, em dezembro do ano passado, houve suspeitas de superbactéria no Dona Helena, mas todas foram descartadas.
SAÚDE
SUS tem 223 mamógrafos parados em todo o Brasil
Levantamento do Ministério da Saúde concluiu que 15% dos mamógrafos do SUS estão sem uso. São 1.514 aparelhos. Desses, 223 estão parados, 111 têm pouca produtividade, 85 estão com defeito e 27 nas embalagens. Falta assistência técnica e pessoal qualificado para operá-los.
SUPERBACTÉRIA
Paciente recebe alta
O homem de 30 anos que contraiu a superbactéria recebeu alta ontem do Hospital Dona Helena, em Joinville.
Depois de quase quatro meses internado, ele deixou o hospital recuperado. O caso de infecção pela KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) foi o primeiro registrado em Santa Catarina e comprovado depois de exame enviado a um laboratório no início da abril.
O paciente, que não teve o nome divulgado, foi internado em fevereiro depois de levar cinco tiros em uma tentativa de assalto. Durante o tempo em que permaneceu internado, ficou isolado para evitar que a superbactéria se alastrasse.
Segundo o hospital, o homem saiu totalmente recuperado da infecção e deixou o local caminhando normalmente, já que os ferimentos provocados pelas balas também estão praticamente curados. O paciente ficou boa parte do tempo em estado grave na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos e sofreu com diversas infecções hospitalares.
Joinville foi a segunda cidade do Sul do Brasil a registrar o caso.
Joinville
GERAIS
Capital terá teste gratuito da hepatite C
Florianópolis receberá, de segunda a quarta-feira da semana que vem, o programa Procura-C, que realizará 2 mil testes gratuitos para diagnóstico da hepatite C. Os resultados são imediatos e todos os pacientes positivos serão encaminhados para acompanhamento.
Colunista Cacau Menezes
Nova psiquiatria
Antigamente, mas não tão antigamente assim, pessoas com problemas mentais mais graves eram simplesmente isoladas da sociedade. No caso de Santa Catarina, os casos severos eram encaminhados para o Hospital Colônia Santana, em São José, ou ficavam simplesmente abandonados nas suas cidades, perambulando pelas ruas.
Um quadro sombrio. Quando se descobria que uma pessoa foi encaminhada para a Colônia, adquiria a fama de louco e ficava com o estigma para o resto da vida. A psiquiatria evoluiu, o isolamento praticamente não é mais adotado e a medicação pode ser dada em casa ou em hospitais dos municípios dos doentes. Mas a fama do hospital de São José ainda não se dissipou totalmente. Só o tempo fará isso
EDITORIAIS
A MAIOR DAS URGÊNCIAS
O caos nas emergências é a face mais visível do drama enfrentado pela grande maioria que depende do atendimento público de saúde no Brasil. A situação chegou ao limite e exige que União, estados e municípios assumam finalmente uma obrigação constitucional, ou todas as esferas de governo continuarão sendo relapsas com o mais prioritário de todos os serviços que devem oferecer à população.
Esgotaram-se todas as desculpas para que se adie a solução de problemas crônicos, que representam hoje mais do que incompetência administrativa. O descaso das autoridades expressa uma atitude desrespeitosa com os cidadãos, caracterizada pela transferência de responsabilidades e manobras escusas que buscam, em muitos casos, camuflar os escassos recursos que destinam à saúde, da prevenção ao atendimento mais complexo.
O lastro de sustentação dos serviços de saúde é assegurado, por determinação da Constituição, pela interação de esforços dos governos federal, estaduais e municipais. O que cada um tem feito, desde a promulgação da lei maior, em 1988, é a defesa de pretextos gastos, repetitivos, sempre com a alegação de que faltam recursos.
O que falta mesmo, por entendimento da maioria dos especialistas na área, é a normatização de condutas, para que os usuários do Sistema Único de Saúde não se vejam obrigados a aguardar para sempre em filas de espera, com negativas de atendimento e com os subterfúgios dos que deveriam assegurar obediência à Constituição. O SUS é um exemplar modelo de universalização da saúde, mas está cada vez mais distante da sua missão de ser integral e igualitário.
Mesmo que não represente a solução de todos os problemas, a votação da regulamentação da Emenda 29 pode contribuir para que o setor se submeta a normas que hoje inexistem quanto à aplicação de verbas pelas três esferas de governo. Engavetada pelo Congresso, mas com promessa de ir à votação em julho, a emenda se transformou num símbolo do desleixo com a saúde.
Foi desprezada pela União porque engessaria os gastos em momento de aperto fiscal. E acabou sendo ignorada pelos estados, porque metade das unidades da federação não aplica na área o mínimo exigido pela Constituição. A votação poderá ocorrer, finalmente, por pressão dos municípios, que se sentem sobrecarregados pelas omissões da União e dos governadores.
Congresso e governos já tiveram tempo suficiente para desfazer controvérsias sobre as atribuições de cada um e sobre as definições e destinações de verbas para o amplo leque de ações e serviços públicos de saúde. Chega deste jogo de empurra, que valoriza discussões e evasivas enquanto a população é maltratada, como lembraram ontem em Porto Alegre os participantes do 8º Congresso Internacional da Rede Brasileira de Cooperação de Emergências, que lançaram a Campanha Nacional pelos Direitos Humanos nas Urgências Hospitalares. A Emenda 29 poderá contribuir, acompanhada de melhorias de gestão, no sentido de dar efetividade a iniciativas como essa e garantir atendimento digno a quem não dispõe, hoje, de um direito elementar.
Ambulância do Samu está parada há seis meses
A ambulência do Samu de Correia Pinto, que apresentou problemas técnicos, continua parada. Há seis meses o veículo está na Central de Atendimento em Lages, já que não está definido de quem é a responsabilidade pelo conserto.
Em julho do ano passado a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do município de Correia Pinto apresentou problemas. A prefeitura teria providenciado o conserto, mas meses depois quebrou novamente.
Em matéria publicada pelo Correio Lageano no dia 31 de dezembro, a coordenadora regional do Samu, Márcia Sittoni Vaz afirma que em razão dos defeitos, a própria administração de Correia Pinto decidiu que não queria mais os serviços. O tempo passou e seis meses depois a ambulância continua parada.
De acordo com a coordenadora regional do Samu. Viviane Mendes Cunha, nada foi resolvido em função de questões legais. “A regional já encaminhou a devolução desta ambulância para a Gerência Estadual do Samu.
O processo está emperrado por problemas burocráticos. Estamos esperando uma decisão da Gerência Estadual para ver qual destino ela terá. Na verdade, a intenção é relocar essa ambulância, quando ela estiver em condições de andar, para o município de São José do Cerrito”.
A ambulância não foi relocada ainda, porque permanece quebrada. “Ela foi entregue pela prefeitura, assim está até agora e permanece indefinido de quem é a responsabilidade pelo conserto”, afirma a coordenadora.
Enquanto o veículo está parado, pessoas deixam de ser socorridas. Quanto mais veículos estiverem rodando, menor será o risco de quem precisa do atendimento.
Sete ambulâncias básicas atendem os 18 municípios
De acordo com a coordenadora regional do Samu, Viviane Mendes Cunha, são sete ambulâncias básicas atendendo a região da Serra Catarinense. Duas em Lages, e as demais distribuídas pelos municípios de Otacílio Costa, Campo Belo do Sul, Bocaina do Sul, Bom Retiro e São Joaquim.Cada município desses atende de três a cinco municípios vizinhos. Um exemplo é Campo Belo do Sul, que atende Anita Garibaldi, Cerro Negro e Capão Alto.
Viviane explica que dependendo do atendimento, quando o paciênte não está em situação grave, o médico repassa as informações necessárias através do telefone e encaminha para o hospital do município onde a pessoa reside.
“Todas as ligações são reguladas e em 40% delas, o atendimento não necessita de ambulância”, afirma, ressaltando que o número de ambulâncias não é suficiente em função da extensão territorial. “A diferença entre um município a outro é muito grande. Geralmente leva-se de 40 minutos a 1 hora para se deslocar de um local a outro, fazer o atendimento e voltar”, finaliza.