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SAÚDE PÚBLICA
Equipe faz mutirão no São José
Para diminuir fila, funcionários fizeram 19 cirurgias de trauma ortopédico

Funcionários do Hospital São José fizeram um mutirão ontem para tentar diminuir a fila no setor cirúrgico. Desde as 7 horas até o fim da noite, 19 pacientes com traumas ortopédicos foram operados, em um trabalho que reuniu servidores públicos que aderiram à greve e já começam a repor as horas não-trabalhadas. Mas, segundo o diretor Tomio Tomio, a situação ainda está longe de ser considerada ideal.

Na quarta-feira, pelo menos 30 pessoas aguardavam lugar para entrar na sala de cirurgia e, com a previsão de um feriadão chuvoso, o risco deste número aumentar é grande. “Precisamos fazer essa ação para desafogar o espaço e diminuir o tempo de espera de pacientes que devem chegar nos próximos dias”, afirmou Tomio.

Ontem de manhã foram feitas oito cirurgias de fraturas em membro inferior e uma neurlógica. À tarde e à noite, mais nove pacientes passaram por cirurgias em membros superiores e um com fratura exposta. Tomio não sabe dizer quando a situação do hospital retornará ao que é considerado normal, antes da greve. “Não dá para precisar, porque pacientes com trauma costumam aumentar nos fins de semana, especialmente quando tem feriadão.”

Tomio disse que a equipe pensou em parar no fim da tarde, mas resolveu continuar até a noite. “Eu estou junto, ajudando no que posso, para conseguirmos agilizar as cirurgias. O que conseguirmos desafogar, ajuda bastante”, concluiu. Na segunda-feira, a direção do hospital vai se reunir com uma comissão do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) para definir o cronograma de cirurgias eletivas de menor complexidade, que não requer a internação do paciente.


SAÚDE PÚBLICA
Novos equipamentos nos postos

Os 56 postos de saúde de Joinville vão ganhar um verdadeiro “banho de loja”. Até o fim do ano, todas as unidades básicas receberão novos instrumentos de enfermagem, móveis, computadores, impressoras e aparelhos de ar-condicionado.

Além disso, oito ambulâncias e sete carros para uso administrativo serão comprados com os R$ 4,256 milhões, liberados na última semana pelo Ministério da Saúde.

O dinheiro já está na conta do município. Agora, falta o lançamento do edital de licitações, que provavelmente será realizado em julho, para a compra dos materiais. E a previsão é de que no começo do segundo semestre todas as unidades de saúde já tenham sido reequipadas. O que, segundo a gerente das unidades de atenção básica, Janine Guimarães, deve se refletir numa melhora no atendimento à população.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, há dez anos o município não recebia um investimento tão grande para ser aplicado nas unidades básicas de saúde da cidade. Prova disso, é que, em alguns postos de saúde, os equipamentos e móveis usados hoje são os mesmos desde a inauguração da unidade. O Posto de Saúde de Pirabeiraba, por exemplo, desde 1994 não recebe novos móveis e equipamentos.

 

SAÚDE
Suspeita de dois casos de contaminação por E-coli

A Secretaria da Saúde de Campinas (SP) divulgou ontem a existência de dois casos de infecção pela bactéria E.coli. São dois homens que passaram pela Europa como turistas nos 40 dias em que houve o surto no continente. A contaminação por E.coli causa cólicas abdominais severas e forte diarreia, até com sangramento, e pode causar a morte.

 


INFLUÊNCIA PEEMEDEBISTA
Durante seu último périplo por Brasília, Raimundo Colombo foi cercado por peemedebistas por todos os lados. A partir da esquerda, Casildo Maldaner, Luiz Henrique, Dalmo de Oliveira e Rogério Mendonça (D). Se depender da vontade do governador, o PMDB estará na coligação de 2014.

 


SUSPEITA DE E. COLI
Dois casos no interior de São Paulo

O Ministério da Saúde foi notificado, ontem, pela Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (SP) da suspeita de dois casos de infecção pela bactéria E. Coli circulante na Alemanha. Dois pacientes voltaram da Europa no dia 11 de junho e apresentaram os primeiros sintomas no último dia 14.

Eles passam bem e não estão internados. Não há risco de surtos no Brasil a partir destes casos. As autoridades de saúde aguardam o resultado do exame laboratorial das amostras de fezes para confirmar ou descartar a suspeita.

A doença causa cólicas abdominais severas e forte diarreia, muitas vezes com sangue. A transmissão ocorre pelo consumo de alimentos contaminados crus ou mal cozidos. Outra possibilidade é o contágio por água ou alimentos contaminados por fezes de pessoas infectadas ou quando uma pessoa leva à boca objetos contaminados.

O ministério recomenda que pessoas em viagem internacional, principalmente à Europa e aos Estados Unidos, não comam alimentos crus, sobretudo vegetais e produtos de origem animal. Também reforça que profissionais de saúde estejam atentos a pacientes com histórico de viagem internacional, nos últimos 30 dias, principalmente à Alemanha.

 Campinas, SP

 

GRIPE A H1N1
RS confirma duas mortes no Estado

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou ontem a ocorrência de mais duas mortes provocadas pelo Gripe A H1N1 no Estado. As vítimas são uma mulher de 68 anos, de Santa Cruz do Sul, e um homem de 54 anos, de Cachoeira do Sul. Dos 349 casos notificados como suspeitos da doença, 244 foram descartados e 85 estão em investigação. Dos 20 confirmados, seis morreram. A incidência foi maior em Santa Cruz do Sul, com seis casos confirmados e duas mortes. Em Bagé, houve quatro casos confirmados e uma morte.


PALHOÇA
Laboratório deve voltar a funcionar

Uma decisão judicial determinou que a prefeitura de Palhoça, na Grande Florianópolis, retome o contrato com o Laboratório Bom Jesus, que foi suspenso no dia 1º de maio deste ano. Caso o município não cumpra a decisão pode levar multa diária de R$ 5 mil.

Na quarta-feira, o laboratório, que atende exclusivamente pacientes do SUS, ainda estava vazio. De acordo com a Secretaria de Saúde, na próxima segunda-feira, os pacientes serão novamente encaminhados ao local. Em janeiro deste ano, a prefeitura assumiu a gestão plena do sistema de saúde e passou a administrar a contratação dos serviços que não tem em sua estrutura própria, o que antes era feito pelo Estado. Em maio, o município suspendeu o atendimento no Bom Jesus e realizou uma chamada pública para a contratação de novos serviços de laboratório.

Imediatamente, o Bom Jesus entrou com uma ação anulatória no Ministério Público Estadual, alegando que o correto, neste caso, seria a renovação do convênio, tendo em vista que, por ser uma entidade sem fins lucrativos, o contrato não dependeria de licitação. Um inquérito civil público por improbidade administrativa foi aberto contra a prefeitura de Palhoça. A Justiça determinou, ainda, que os pacientes voltassem a ser encaminhados ao laboratório e suspendeu o edital de chamada pública. O procurador geral do município Ezair Meurer disse que a suspensão era preventiva e seria cancelada assim que fosse resolvido um problema de documentação.

 

Colunista Cacau Menezes

Donativos
A Rede Feminina de Combate ao Câncer, de Florianópolis, presidida por Márcia Helena Blini Barbosa, está necessitando de doações, agasalhos, roupas e calçados para realizar o seu brechó permanente. A comercialização das peças para pessoas carentes, por valores simbólicos, também contribui para o orçamento da instituição.

 

Vida e saúde


BACTÉRIAS NO PRATO
Quando os alimentos são tóxicos

Nossa boca é a porta de entrada para nutrientes, mas também para uma série de doençasDoenças transmitidas por meio de alimentos contaminados são um dos principais problemas de saúde pública. Com a notícia de mais de 20 mortes causadas por um tipo violento de bactéria – a E.coli, que também afetou cerca de 2,2 mil pessoas em 12 países, sobretudo na Alemanha –, crescem os alertas sobre os cuidados com o que colocamos no nosso prato. Apesar das chances remotas da superbactéria chegar ao território brasileiro, especialistas afirmam que o risco de infecções alimentares por outros micro-organismos não deve ser minimizado.

Na maior parte das vezes, o que ingerimos não causa problemas, mas quando a higiene não ajuda, os micro-organismos patogênicos proliferam na comida e provocam um grande estrago. Náuseas, vômitos, diarreia e a sensação de que nada para no estômago são sintomas comuns de quem já sofreu com uma intoxicação alimentar.

Não há estatísticas precisas sobre qual a dimensão do estrago que estes micro-organismos causam na Brasil. Os mais recentes dados divulgados sobre o assunto são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Segundo a entidade, mais de 117 mil brasileiros adoeceram e 64 morreram entre 1999 e 2008 devido a complicações das intoxicações alimentares. Número que, segundo a gastroenterologista Cristina Flores, são subestimados.

– A maior parte dos casos é passageira: em dois ou três dias, os sintomas desaparecem. Só são contabilizados os pacientes que chegam ao hospital. Acredito que esse número seja três vezes maior – afirma.

Nos Estados Unidos, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimam que 76 milhões de pessoas sofram um episódio a cada ano. Neste país, uma entidade de defesa do consumidor baseou-se em dados recentes dos CDCs, da FDA (agência que regula fármacos e alimentos) e de universidades para apontar os maiores vilões da alimentação segura. Folhas verdes, ovos, atum, ostras, batata, queijo, sorvetes, tomate, couve-flor e frutas vermelhas, nessa ordem, foram os campeões de problemas. As carnes não entraram no levantamento, mas também são fontes perigosas quando malcozidas ou mal acondicionadas.

– Bactérias como a E.coli são facilmente propagadas de pessoa para pessoa. A tendência de comer fora de casa, em locais que não sabemos a procedência dos alimentos e como são preparados, aumenta a chance de contaminação – ressalta o gastroenterologista Cláudio Rolim Teixeira.

 

 

BACTÉRIAS NO PRATO
E.coli: a mais agressiva

A bactéria E.coli Enterohemorrágica, responsável pela morte de pessoas na Europa, é uma variação mais agressiva de uma bactéria comumente encontrada no trato gastrointestinal. Em nosso organismo, ela contribui com o processo digestivo. Mas existem variações patogênicas, que provocam doenças. A variação encontrada na Europa é identificada por cientistas como O157:H7. Essa cepa (tipo) pode provocar sangramento intestinal, falência renal e até a morte.

Os casos mais graves geralmente são registrados em crianças menores de cinco anos, em idosos ou em pessoas com a saúde fragilizada por alguma outra doença. Em pessoas saudáveis, a bactéria provoca diarreia e pode ser tratada de forma sintomática, com medicações e hidratação.

Nos pacientes de risco, o tratamento requer uso de antibióticos. Em crianças pequenas, a E.coli é frequentemente identificada em testes de urocultura, já que ela causa infecções urinárias – por isso, é importante estar atento para o risco da bactéria prejudicar os rins. É causa comum de insuficiência renal aguda.

A transmissão da bactéria ocorre por alimentos contaminados. No Brasil, já houve registro de casos após a ingestão de carne malpassada. Para evitar, o ideal é ingerir apenas carnes bem cozidas e lavar verduras e legumes com solução de água com hipoclorito (água sanitária). A letalidade da bactéria na sua versão mais branda é considerada baixa: entre 3% e 5%.

As autoridades de saúde da Alemanha fizeram conexões entre a epidemia de E.coli, que já matou 37 pessoas, e brotos de feijão contaminados de uma fazenda alemã. Mais de 3,2 mil pessoas ficaram doentes no surto, e um quarto dessas desenvolveu a complicação chamada Síndrome Hemolítica Urêmica, que afeta o sangue, os rins e o sistema nervoso.

diario.com.br

Lave as mãos cuidadosamente, com sabão, incluindo dorso, entre os dedos, polegar, articulações, punhos e unhas.


Saiba mais sobre as intoxicações
O QUE É?

A intoxicação alimentar é uma infecção causada ao consumir qualquer alimento contaminado. Ela pode ser com bactéria, vírus, toxinas, fungos ou parasitas. Ocorre sobretudo no modo inapropriado de manusear, preparar e estocar a comida. A infecção também pode ocorrer caso se adicionem pesticidas ou medicamentos nos ingredientes que serão ingeridos, ou acidentalmente, quando são consumidos alguns peixes ou cogumelos venenosos. O contato entre alimentos e pestes – moscas, ratos e baratas – também pode causar a contaminação.

Todo alimento tem microorganismos, mas isso só traz problemas quando as bactérias patogênicas estão presentes e damos chances delas se reproduzirem. Entre as infecções corriqueiras, estão as provocadas por bactérias como a salmonela (presente em carnes, laticínios e ovos), pela cloristridium botulinium (comum em enlatados como o palmito) e pelas shigellas (em água contaminada). No verão, os casos são mais frequentes.

APARECIMENTO DOS SINTOMAS

O tempo entre o consumo de alimento contaminado e o aparecimento dos primeiros sintomas da doença é chamado período de incubação, que varia de algumas horas a dias, dependendo do agente e o quanto foi consumido. Se os sintomas aparecerem entre uma e seis horas depois de ingerir o alimento, sugere que a intoxicação foi causada por uma toxina bacteriana, ao invés de bactéria viva.

Durante o período de incubação, micróbios passam pelo estômago até o intestino, prendem-se às células deste último órgão e começam a se multiplicar. Alguns tipos de micróbios ficam no intestino, outros produzem toxina absorvida pela circulação sanguínea e há os que podem invadir diretamente tecidos do corpo.

PRINCIPAIS REAÇÕES
Náusea, dor abdominal, vômito, diarreia, febre, dor de cabeça e cansaço. Na maioria dos casos, o corpo é capaz de recuperar-se completamente em um curto período.
O quadro pode ser perigoso em bebês, grávidas, idosos, pessoas doentes ou com o sistema imunológico fraco, como portadores de HIV.

O ideal é ir ao hospital caso os sintomas não desapareçam em três dias, ou quando há febre e sinais severos de desidratação, pois aí há a necessidade de investigação do que provocou a intoxicação, incluindo uma internação.

Dicas simples para não contaminar os alimentos
> Qualquer tipo de prato preparado deve ser consumido no máximo em 24 horas, isso quando refrigerado.
> Não deixe sobras fora da refrigeração.
> Lave as mãos cuidadosamente, com sabão, incluindo dorso, entre os dedos, polegar, articulações, punhos e unhas.
> Se tiver cortes ou ferimentos, não manipule alimentos e faça um curativo.
> Todos os animais carregam microorganismos e devem ficar longe da cozinha.
> Seque as mãos com papel toalha, pois o pano de prato acumula bactérias com facilidade.
> Unhas devem ser mantidas limpas, aparadas e sem esmalte.
> Use touca ou prenda bem os cabelos.
> Utilize diferentes utensílios para alimentos crus e cozidos.
> Lave pia, mãos e utensílios com água e sabão após o contato com alimentos crus.
> Separe carnes e peixes crus de outros alimentos.
> Prefira recipientes de louça ou de vidro, em vez dos de plástico.
> Não use lixeira de pia, pois ela aproxima as bactérias dos alimentos.
> Prefira utensílios de silicone. Os de madeira são excelente moradia para bactérias.
> Nunca coma ovos crus ou com a gema mole. Tire do seu cardápio maioneses caseiras, ovos mexidos com gema mole, gemadas, mousses ou qualquer outro alimento que seja produzido com ovos e que não vá para o fogo. O cozimento por sete minutos garante a morte da salmonela.
> Antes de armazenar frutas, lave-as com água e sabão neutro. As verduras e legumes devem ser passadas em água corrente e imersas em uma mistura de água sanitária não odorizada por cerca de meia hora.
> Antes de colocar qualquer item no carrinho do supermercado, leia o rótulo e verifique a data de fabricação e se a embalagem está limpa e intacta, sem ferrugem ou estufamento.

 


Como as pessoas desenvolvem os vários tipos de alergias
Há 20 milhões de alérgicos no Brasil, sendo que 2,5 mil morrem por ano. Significa uma pessoa a cada seis minutos
 

Alexandro Albornoz/ND Bárbara Robertson guarda uma lista de substâncias as quais é alérgica

A principal reação do corpo para combater antígenos (vírus, bactéria, veneno de insetos, entre outros) que atacam o sistema imunológico é produzir anticorpos. Porém, algumas pessoas produzem esse mecanismo de defesa contra substâncias externas que não apresentam necessariamente perigo ao organismo. Essas pessoas são alérgicas.

Cada um pode apresentar tipos de alergias diferentes, que são facilmente identificadas por meio de exames na pele. Algumas vezes, a alergia aparece em momentos diferentes da vida ou podem desaparecer com o tempo. Não se sabe como a pessoa desenvolve esses anticorpos, mas acredita-se que são heranças genéticas desencadeadas por exposição.

“A pessoa não nasce alérgica, porém muitas vezes tem pré-disposição. Algumas substâncias que fazem parte da vida da pessoa e nunca provocaram alergia podem passar a causar de um dia para o outro. Da mesma forma, alergias a determinados agentes podem desaparecer”, explica o pneumologista Emílio Pizzichini.

Os alergênicos, substâncias externas que causam a alergias, mais comuns são ácaros, fungos, pó e epiderme de cães e gatos. Alguns ainda apresentam alergia a medicamentos e alimentos. Quando inaladas ou ingeridas, essas substâncias entram na corrente sanguínea e desencadeiam reações inflamatórias que causam sintomas. “É dessa forma que a asma e a rinite, doenças alérgicas respiratórias, aparecem”, comenta o médico.

No mundo, 300 milhões de pessoas possuem asma, sendo 20 milhões delas brasileiras. A maioria não sabe que tem a doença. Por isso, o índice de morte é alto. No Brasil, 2,5 mil asmáticos morrem por ano. “É uma pessoa a cada seis minutos. Falta conscientização das pessoas”, afirma Pizzichini, que também é membro da comissão científica da Gina (Global Initiative for Asthma).

Características da asma

As pessoas que têm asma apresentam limitações e passam a se acostumar a evitar certas atividades sem, muitas vezes, reconhecer que essas atitudes são consequências da doença. “A pessoa tem crises fortes e intervalos sem sentir nada, por isso ignora a asma. Mas cada crise desencadeia reações nos brônquios, que ficam inflamados – processo denominado de bronquite – e só voltam ao normal de seis a um ano depois do combate aos sintomas. Algumas pessoas não conseguem ter a capacidade do brônquio completamente recuperada”, afirma o pneumologista Emílio Pizzichini.

Segundo o médico, o tratamento da asma deve ser levado a sério. Mesmo depois do desaparecimento da tosse e do catarro, normalmente presente nas bronquites, a pessoa deve permanecer sendo medicada com a orientação do médico. “Só assim podemos evitar novas crises e possibilitamos uma vida normal a essas pessoas. Evitamos também quadros mais graves que podem ser irreversíveis”, complementa.

Os níveis de asma são diferentes e podem variar de leve a muito grave. O tratamento desde a infância pode evitar complicações maiores no futuro. “A asma se manifesta como forma de chiado em crianças e em 40% dos casos desaparece depois dos sete anos. Se isso não acontecer, é imprescindível que seja controlado e aconteça a prevenção”, destaca Pizzichini.

Tratamento custa caro

Em Florianópolis, mais de 60% das pessoas que têm asma são alérgicas. A asma não precisa necessariamente ser desencadeada por alergênicos, mas os tratamentos para ambas são muito parecidos. Dessa forma, o pneumologista Emílio Pizzichini explica que os medicamentos para contenção da doença podem variar de R$ 40 a R$ 2 mil por mês, para pacientes com asma de difícil controle. “Apenas 5% dos asmáticos apresentam a doença com tratamento mais caro. Cerca de 60% investe R$ 40 por mês e tem o retorno financeiro, já que não precisa parar com frequência nos hospitais”, diz.

Diferente de alguns Estado, Santa Catarina oferece em seus postos de saúde apenas uma opção de remédio para a asma, mas ele nem sempre é o adequado ao tratamento de todos os asmáticos. “Se o governo investisse no tratamento, disponibilizando os medicamentos, evitaria gastos com internação desses pacientes”, conclui.

A rinite também deve ser controlada

Entre dez pessoas que têm asma, sete também tem rinite. O otorrinolaringologista Eduardo Stefani explica que existem vários tipos de rinites, entre elas a alérgica. “Há medicações e até mesmo cirurgias que amenizam os efeitos da rinite. Elas liberam a passagem de ar pelo nariz, dificultada pelo aumento dos cornetos (projeção de osso e mucosa) que ficam inflamados e obstruídos pela coriza”, comenta.

Pessoas com casos de rinite gravíssima podem ficar com o nariz completamente trancado, já que as crises desencadeiam a reação que incha e desincha o corneto, formando gorduras que não desaparecem.

Os principais sintomas da rinite são nariz entupido, coceira, coriza e espirros. A doença pode evoluir para a sinusite, inflamação das cavidades do seio da face, e para otites, entupimento das tubas auditivas, devido à falta de circulação de ar. “Em crianças, o tratamento deve começar cedo para evitar dificuldades no crescimento e mudanças na arcada dentária causados por problemas de respiração”, afirma Stefani. Segundo ele, o tratamento pode variar de R$9 a R$300 reais por mês.

Convivendo com as alergias

A lista de substância a que Bárbara Robertson, 28 anos, é alérgica não sai da bolsa, assim como os diversos medicamentos para tratar a asma, a rinite e dermatites. Com uma vida adaptada, ela diz que já se acostumou a lidar com as crises, mas às vezes é surpreendida.

“O teste mostrou que sou alérgica a 72 substâncias presentes em diversas coisas que usamos no dia a dia como desodorante, sabonetes e até esmaltes de unha. Substituo por produtos para alérgicos, mas o esmalte, por exemplo, não dura nem um dia. Porém, já aconteceu do dia pra noite eu começar a ser alérgica a alguma coisa e ir parar no hospital”, comenta.

Bárbara ficou dos dois aos oito anos direto em hospitais para tratamento da asma. Hoje, ela enfrenta duas crises fortes por ano, que duram cerca de 30 dias.

“Fico com dor no corpo inteiro pela dificuldade de respirar, dá febre”, explica. Dos 16 aos 22 anos, a cantora desenvolveu alergia a diversas comidas, como morango, tomate e melancia. “Fui parar diversas vezes no hospital. Tomei um medicamento uma vez e não sabia que tinha alergia e quase morri”, relata.

As condições dela afetam os relacionamentos. O namorado Sergio Piazza Borges Filho, 24, conta que teve que comprar roupas sem poliéster e mudar as roupas de cama para que Bárbara pudesse ficar perto dele. “Hoje já estou mais acostumado e quando ela coloca a mão no peito já vou correndo na bolsa pegar a bombinha ou levo pro hospital”, diz.