COM DEFEITO
Hospital São José devolve seringas ao fornecedor
Um lote de 32 mil seringas de 10 ml foi devolvido pelo Hospital Municipal São José, em Joinville, à empresa fornecedora do material, de São Paulo. O material (apenas a parte plástica, sem as agulhas) não estava dentro de específicações técnicas, segundo o departamento de padronização hospitalar. Para suprir a necessidade, o São José irá usar seringas de 20 ml e comprará uma quantidade menor de 10 ml para casos específicos.
MORTES POR ENDOSCOPIAS
Julgamento será no mês que vem
Inquérito do CRM vai apurar conduta e responsabilidade de médico de Joaçaba
O Conselho Regional de Medicina (CRM) marcou para agosto o julgamento do médico Denis Conci Braga, responsável pela clínica onde três pacientes morreram em maio de 2010 após exames de endoscopia em Joaçaba, no Meio-oeste. A pena pode variar de advertência até a cassação do registro profissional.
O presidente do órgão não deve se pronunciar sobre o assunto enquanto o processo estiver em andamento. O médico será julgado do ponto de vista ético.
Nesse sentido, um dos principais objetivos do inquérito é apurar a conduta e a responsabilidade de Conci e saber se houve uma possível negligência durante as endoscopias. Todo o procedimento está sendo conduzido pelo CRM de Florianópolis e o julgamento será feito por uma das câmaras de ética do conselho.
Este processo administrativo é um paralelo ao inquérito policial, porque houve a identificação de indícios de infração ao Código de Ética Médica. Todas as decisões tomadas pelo conselho são passíveis de recursos.
Por enquanto, a defesa do médico não deve se pronunciar sobre o julgamento. Conci não está impedido de exercer a profissão, mas a clínica onde as pacientes morreram foi fechada ainda no ano passado.
Além das três mortes, outras cinco pessoas foram internadas em estado grave após realizarem endoscopias na clínica do gastroenterologista. Morreram após o exame a dona de casa Maria Rosa dos Santos, de 57 anos, e a agricultora Santa Aparecida Sipp, de 62 anos. Quinze dias depois, morreu também a adolescente Iara Penteado, de 15 anos, que estava internada desde o dia do exame.
O exame toxicológico confirmou que as duas pacientes que morreram no dia do exame foram submetidas a superdosagem da substância lidocaína. Já no caso da adolescente que morreu 15 dias depois, não foi possível detectar a substância no exame, por causa do tratamento e do tempo que ela passou no hospital.
O processo criminal continua em andamento na Justiça. Conci deve responder por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) e lesão corporal culposa. O inquérito policial aponta que a causa das mortes está relacionada ao uso indevido da lidocaína.
Segundo o documento, o médico teria agido com imprudência – ao deixar de observar as normas técnicas da profissão – e também imperícia, por usar a substância de forma inadequada.
LEITOS CONTINUAM FECHADOS
Mesmo com o reajuste da AIH (a diária de internação hospitalar) para mais de R$ 400, ainda assim o Bethesda de Joinville vai manter 40 leitos fechados – outros 20 estão em operação. O hospital calcula em R$ 1,2 mil o custo médio por internação. Para bancar a diferença, tenta convênio com o município ou Estado. No Hospital São José, a AIH, com valor um pouco maior, também não cobre o custo da internação. A grana vem da Prefeitura, para sustentar a folha dos servidores. O Bethesda tenta ativar as duas salas de cirurgia (em uma delas ainda faltam equipamentos) para produzir mais e ver se sobra algo para a internação. Leitos fechados em uma cidade carente justamente de leitos mostra que só estrutura física não adiante. O Bethesda é filantrópico e, portanto, atende pelo SUS.
Retomada
O secretário Dalmo Claro de Oliveira (Saúde) acompanha o governador por um périplo pelas cidades de Blumenau, Joaçaba, Videira, Caçador, Campos Novos e Criciúma. O roteiro inicia-se hoje e tem como principal objetivo a assinatura de convênios que, somados, chegam ao valor de R$ 12,7 milhões.Os recursos serão aplicados na ampliação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), aquisição de equipamentos, reformas e melhorias na estrutura física de unidades hospitalares. Sinal de que o fim da greve dos professores tem tudo para acelerar o ritmo das ações de governo neste segundo semestre.Planejamento e comunicação das políticas públicas é tema do 9º Congresso Catarinense de Municípios, que a Fecam promove nos dias 25 e 26 de julho, na Capital. Entre as presenças confirmadas, destaque para Raimundo Colombo e Ideli Salvatti. A organização articula a vinda do vice-presidente Michel Temer, tornando assim o evento bem representativo. O encontro será dividido em ações do governo federal em Santa Catarina e iniciativas da administração estadual. Para a Fecam, é a oportunidade para os prefeitos conhecerem e cobrar os projetos que têm a participação dos municípios.
AN Jaraguá
BANCO DE LEITE
Conselho municipal doa carro para Hospital Jaraguá
O Hospital e Maternidade Jaraguá recebeu, na tarde de ontem, um Fiat Uno Mille, doado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança. Comprado com recursos do Fundo da Infância e da Adolescência (FIA), o veículo será usado para coletar leite materno e abastercer o banco de leite do hospital. O valor do carro é de R$ 25 mil.
ABANDONO
Materiais para UPA estão apodrecendo
Conclusão de pronto-atendimento de saúde da Capital ficou para 2012
A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Continente, em Florianópolis, que deveria atender 535 pacientes por dia a partir do primeiro semestre deste ano, não passa de ferros e outros materiais de construções abandonados. A prefeitura diz que houve um problema nas fundações e que a inauguração será em janeiro de 2012.
O atendimento na área da saúde na parte continental da Capital está precário. Outra obra importante na região e que não foi concluída é a reforma da emergência do Hospital Florianópolis – apenas seis dos 80 leitos da instituição estão disponíveis à população. E a UPA, uma segunda opção para aliviar o fluxo de outras emergências, está abandonada.
Nem mesmo as fundações da obra no Jardim Atlântico, iniciada há quase um ano, foram completadas. As ferragens estão se deteriorando e o mato cresce, comprometendo os materiais que ali foram deixados.
Sem operários no local há mais de um mês
Vizinho da construção no bairro, o pastor evangélico Marcelo Duarte, 38 anos, conta que não vê nenhum operário no local há pelo menos 45 dias.
– No lançamento, vieram diversos políticos importantes, mas a obra parou depois disso – reclama.
O investimento total é superior a R$ 3,5 milhões. De acordo com a prefeitura, ela será a maior das UPAs da Capital. As outras estão localizadas no Sul e no Norte da Ilha de Santa Catarina. Outro vizinho da obra, o aposentado Ciro Cassol diz que, devido ao abandono, ladrões estão roubando os materiais.
– Eu preguei o tapume algumas vezes para evitar que continuem entrando – relata Ciro.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que foram detectados problemas nas fundações da obra. O trabalho, entretanto, deve retornar ao normal até o final deste mês.
Quanto ao abandono, a prefeitura diz que vai notificar a empreiteira De Faria, responsável pelo serviço. Se o problema persistir, a empresa poderá ser proibida de participar de outras licitações. O dono da empresa não atendeu às ligações do DC.
Prazo de conclusão estaria sendo atualizado na placa
O aposentado Rui Brito, que mora em frente ao terreno da obra, diz que nem mesmo a manutenção da calçada tem sido feita.
– Quem capina aqui na frente sou eu – conta o aposentado.
Outro problema está na placa. Na ocasião do lançamento da pedra fundamental, o limite para o término da obra era o primeiro semestre deste ano. Para “atualizar a situação”, segundo o aposentado, a parte onde consta o prazo de conclusão tem sido repintada. A informação foi negada pela Secretaria Municipal de Saúde. Ontem, constava que a obra deve ser finalizada no segundo semestre de 2011.
leonardo.gorges@horasc.com.br * colaborou Maurício Frighetto
LEONARDO GORGES *
ENDOSCOPIAS
CRM vai julgar médico em agosto
O Conselho Regional de Medicina (CRM) marcou para agosto o julgamento do médico Denis Conci Braga, responsável pela clínica onde três pacientes morreram em maio de 2010 após exames de endoscopia em Joaçaba, no Meio-Oeste. A pena pode variar de advertência até cassação do registro profissional.
O presidente do órgão não deve se pronunciar sobre o assunto enquanto o processo estiver em andamento. O médico será julgado do ponto de vista ético.
Nesse sentido, um dos principais objetivos do inquérito é apurar a conduta e a responsabilidade de Conci e saber se houve uma possível negligência durante as endoscopias. Todo o procedimento está sendo conduzido pelo CRM de Florianópolis e o julgamento será feito por uma das Câmaras de Ética do Conselho.
Este processo administrativo corre em paralelo ao inquérito policial, porque houve a identificação de indícios de infração ao Código de Ética Médica. Todas as decisões tomadas pelo Conselho ainda são passíveis de recursos.
Por enquanto, a defesa do médico não vai se pronunciar sobre o julgamento. Conci não está impedido de exercer a profissão, mas a clínica onde as pacientes morreram foi fechada no ano passado.
Além das três mortes, outras cinco pessoas foram internadas em estado grave após realizarem endoscopias na clínica do gastroenterologista. Morreram após o exame a dona de casa Maria Rosa dos Santos, 57 anos, e a agricultora Santa Aparecida Sipp, 62 anos. Quinze dias depois, morreu Iara Penteado, de 15 anos.
O exame toxicológico confirmou que as duas pacientes que morreram no dia do procedimento foram submetidas a superdosagem da substância lidocaína.
Já no caso da adolescente, não foi possível detectar a substância, por causa do tratamento e do tempo que ela passou no hospital.
O processo criminal segue em andamento na Justiça. Conci deve responder por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) e lesão corporal culposa. O inquérito policial aponta que a causa das mortes está relacionada ao uso indevido da lidocaína.
Segundo o documento, o médico teria agido com imprudência – ao deixar de observar as normas técnicas da profissão – e também imperícia, por usar a substância em forma inadequada.
Joaçaba
NA CORREGEDORIA
PM apura denúncias em próprio hospital
Ex-diretor é afastado do cargo após relatar supostas irregularidades
Denúncias de cobranças em consultas médicas, exigência de convênios em atendimentos e internações no Hospital da Polícia Militar, em Florianópolis, estão sendo investigadas em um inquérito policial militar. O ex-diretor do estabelecimento foi desligado do cargo pelo comando-geral. Ele havia editado uma portaria em que relatava as suspeitas e determinava providências no local.
As denúncias das supostas irregularidades constam em uma portaria interna deste mês da Polícia Militar, a que o DC teve acesso. O documento, assinado na época pelo então diretor do hospital, tenente-coronel Sandro Maurício Zacchi, faz uma série de encaminhamentos, como o levantamento de rescisão contratual de funcionários, a suspensão de contratos sem licitação, a proibição de cobrança de consultas por oficiais médicos e da exigência de comprovante de convênio para os atendimentos médicos ou internações. Este último item valeria durante a carga horária em que os servidores estivessem no local como funcionários do Estado.
Dez dias após a portaria ser publicada, o diretor foi substituído em uma solenidade na Capital. A decisão foi do comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro. O comando- geral confirmou a investigação, mas disse que a saída do diretor havia sido decidida antes de ele assinar a portaria e que teria sido para garantir a transparência na investigação.
Na portaria, o tenente-coronel Zacchi cita uma outra portaria de três dias antes à sua (28 de junho), do comandante-geral, em que está incumbido por ele de tomar as providências necessárias sobre as denúncias. Mas Zacchi foi transferido no dia 11 deste mês. Em seu lugar assumiu o tenente-coronel Márcio Pereira.
Nos seus encaminhamentos, o ex-diretor pedia levantamento dos valores necessários para a rescisão contratual de funcionários da Associação Beneficente dos Militares Estaduais (Abepom) à disposição do hospital. Em outro ponto, Zacchi destaca a possibilidade de um comitê de gerenciamento de crise e que fossem disponibilizados recursos materiais e humanos indispensáveis para as atividades do hospital. Ele foi procurado por telefone várias vezes ontem pela reportagem, mas o seu telefone celular estava desligado.
DIOGO VARGAS
NA CORREGEDORIA
Aprasc lamenta saída de diretor
Três dias antes da solenidade de mudança da direção do Hospital da PM, a Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc) divulgou uma nota lamentando a transferência do então diretor, o tenente-coronel Sandro Maurício Zacchi, do comando do estabelecimento. A Aprasc apoia a posição de Zacchi expressa na sua portaria em torno da “implementação de medidas administrativas no hospital”. A nota da entidade defende também a postura de Zacchi em separar os recursos públicos de recursos privados, assim como o interesse público dos interesses particulares. O texto é assinado pelo presidente da Aprasc e deputado estadual, sargento Amauri Soares, e o vice-presidente, Manoel João da Costa.
O DC procurou ontem a Associação Beneficente dos Militares Estaduais (Abepom) para comentar o caso. O vice-presidente, tenente-coronel José Aroldo Schlichting, disse que não sabia das denúncias e que preferia responder as perguntas por e-mail e não por telefone.
ADENDO
- O secretário Dalmo Claro de Oliveira anuncia que o governo do Estado lançará um projeto na área de saúde, na próxima semana, que beneficiará catarinenses de todas as regiões catarinenses.
NOTA
Saúde ganha R$ 6,4 milhões
BLUMENAU - O governador Raimundo Colombo e o secretário de Estado da Saúde, Dalmo de Oliveira, anunciam hoje a liberação de R$ 6,4 milhões para os hospitais Santa Isabel e Santo Antônio, em partes iguais. No primeiro, o dinheiro deve ser aplicado na reforma e ampliação da UTI. No segundo, qualificará os serviços oferecidos à população. Os convênios serão assinados às 9h. Também será anunciado um mutirão para agilizar 2 mil cirurgias.