SAÚDE
O QUE NÃO FAZER NO CONSULTÓRIO
Saiba como agir para que a consulta não vire um martírio para você – e para seu médico
Por mais que tentasse, a Dra. Lissa Rankin, uma ginecologista norte-americana, jamais esqueceria de uma mulher que planejava seu casamento enquanto estava deitada, nua, em sua mesa de exame.
“A cada 15 segundos, seu telefone celular tocava, e ela atendia. Falava sobre o bolo que não estava de acordo com seu pedido, sobre o vestido. Cheguei a perguntar se esse era um momento ruim para ela estar no meu consultório e perguntei se não seria o caso de eu voltar mais tarde”, ironiza.O exemplo, embora extremo, ilustra bem o que ocorre nos consultórios médicos. Pacientes que não desgrudam do smartphone, esquecem de tomar remédios, mentem para não tomá-los e fazem outras peripécias para tentar enganar o especialista estão, além de desperdiçando dinheiro, cometendo uma tremenda gafe.Uma recente matéria, publicada pela rede de notícias “CNN”, listou as dez coisas que você não pode fazer num consultório médico, com base em entrevistas com diversos especialistas.
SAÚDE
TROQUE O CIGARRO POR SAÚDE
Para largar o vício, é preciso entendê-lo – e saber que é possível parar de fumar sem engordar
Não há dúvidas de que largar o cigarro traz benefícios para a vida de qualquer fumante. Mas essa mudança de postura – que exige muita força de vontade e persistência –, também pressupõe a modificação de hábitos e de estilo de vida. O momento é delicado, sobretudo por tratar de uma dependência que vai além da física: ela também é psicológica. Não é raro, também, que quem trava essa batalha por uma vida mais saudável deva se esforçar ainda mais para não ver o ponteiro da balança acusar vários quilos extras.
Estatísticas apontam que fumantes costumam morrer mais cedo – e também mais magros. Uma recente pesquisa, publicada na revista “Science” e desenvolvida por universidades americanas, destaca a relação entre fumo e peso, uma incógnita para a maior parte dos médicos até então. A nicotina realmente diminui o apetite, e isso acontece por meio da ativação de um conjunto específico de circuitos nervosos centrais, conhecidos como receptores de melanocortina do hipotálamo.
“Fumar não implica ficar magro, mas muitas pessoas dizem que não param de fumar por medo de ganhar peso. O desafio é ajudar as pessoas a manterem a silhueta após largar o cigarro e, eventualmente, ajudar os não-fumantes que lutam contra a obesidade”, afirma Marina Picciotto, da Escola de Medicina da Universidade de Yale, uma das realizadoras do estudo, coordenado por cientistas dos Estados Unidos e do Canadá e publicado na renomada revista.
Um dos graves entraves para romper o ciclo do vício é que, para a maioria das pessoas, isso significa engordar. “Quem para de fumar por conta própria, sem acompanhamento médico, engorda de 10 a 15 quilos, em média”, afirma a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, coordenadora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).
Preocupação feminina
Para as mulheres, a ideia de ver o ponteiro da balança subir aterroriza ainda mais. “Fumei durante 50 anos. Quando pensava em parar de fumar dois obstáculos me impediam: o vício e o medo de engordar. Uma vez, tentei parar de fumar e engordei mais de cinco quilos e acabei voltando ao vício. Em 2010, minha condição era tão problemática que não tinha saída: era o cigarro ou eu. Só com exercícios e mudança de hábitos consegui me livrar do cigarro e manter o peso”, afirma Djacy Serra, 69 anos.
Os médicos são unânimes em afirmar que, para otimizar os resultados na abordagem do tabagismo, sobretudo nas mulheres, devem ser acrescentadas orientações dietéticas específicas e valorizar a necessidade de incorporar a atividade física durante a abordagem. A administração de medicamentos para tratar a abstinência, como o antidepressivo bupropiona, podem minimizar o ganho de peso, diminuindo o apetite.
“Os princípios básicos que apoiam o tratamento antitabagismo são muito similares aos do tratamento do emagrecimento. O exercício físico, essencial para o controle do peso, contribui positivamente para o indivíduo parar de fumar. Além disso, quem é ativo fisicamente tem menos chances de recaídas do que indivíduos sedentários”, afirma a nutróloga Mariela de Oliveira Silveira.
Jaqueline Scholz Issa, chefe do ambulatório de tabagismo do Incor, afirma que é verdade que a nicotina aumenta a queima de gordura. Mas a perda calórica provocada pela substância não justifica o fato de que as mulheres engordem tanto ao parar de fumar. Se fosse assim, os homens que abandonam o tabagismo também ganhariam muitos quilos. Não é o que acontece: dados do instituto revelam que os homens, ao deixar o cigarro, não sofrem alterações de peso tão significativas. As ex-fumantes engordam porque, na verdade, tendem a substituir a falta do cigarro por comida, e a substituição é mais frequente porque as crises de abstinência costumam ser mais intensas que a do sexo oposto. A suspeita é que isso ocorre por causa das violentas alterações hormonais que regem o organismo delas.
É natural, também, que ao deixar o hábito, ex-fumantes retomem o paladar mais aguçado. Logo, ficam mais propensos a saborearem uma quantidade maior de alimentos.
SAÚDE
UMA QUESTÃO QUE VAI MUITO ALÉM DA VAIDADE
Pegue uma caderneta e um lápis e faça a conta de quanto você gasta, por mês, com produtos para beleza, como cremes, xampus, salões de beleza e ginástica. Some tudo e pare para pensar que todos estes investimentos perdem quase toda a sua eficácia por conta do cigarro. Um cálculo simples e revelador.
O tabagismo também faz crescer números bem menos agradáveis do que o da balança: ele está associado a um aumento de 50% a 70% no risco de doenças cardiovasculares. Porém, a notícia boa é que, após poucos meses sem acender um cigarro, a probabilidade de desenvolver uma série de doenças diminui consideravelmente.
Uma pesquisa recente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e da Universidade de São Paulo (USP), concluiu que não apenas os cânceres de pulmão, pescoço e cabeça estão correlacionados com o tabagismo. Vários outros, como o de bexiga, por exemplo, surgem no caminho que as substâncias tóxicas do cigarro percorrem no corpo humano. Na lista, também estão os tumores de mama, de intestino e até de colo de útero.
Conheça o novo método de tratamento
- Chamado de Programa de Assistência ao Fumante (PAF) e desenvolvido pelo Incor, o modelo envolve três etapas: um diagnóstico mais preciso do grau de dependência, uma combinação de medicamentos e o uso de uma escala em que o médico vai tratando o desconforto causado pela abstinência do cigarro.
- A taxa de eficácia do programa, em um ano, é de 55% (contra 34% de eficácia antes do seu advento, há cinco anos). Os índices de desistência e de recaída caíram de 40% para 26%. Os dados coletados no estudo, com 400 pacientes, serviram para a criação de um software, que poderá ser acessado via internet por médicos de todo o País.
- O programa permitirá que seja avaliado com maior precisão o grau de dependência do tabaco, levando em conta não só o número de cigarros fumados, mas também as emoções (prazer, ansiedade e tristeza) associadas a ele.
- O tratamento vai sendo ajustado de acordo como grau de desconforto, e é totalmente individualizado.
SAÚDE
COMO LARGAR DE VEZ O VÍCIO?
Contar com a orientação de um médico é essencial para quem não consegue largar o vício de jeito nenhum. Cardiologistas, nutricionistas, psicólogos e demais profissionais podem ser grandes aliados nesse momento. Porém, a grande virada só ocorrerá quando você estiver aberto a essa mudança.
“Só consegui parar de vez após três tentativas frustradas. Fumava três carteiras por dia. Há quem consiga sozinho, mas eu só consegui quando procurei ajuda. Se eu não tivesse essa atitude há dez anos, já estaria morto”, afirma o empresário Walter do Prado Franco Sobrinho. Walter foi atrás de um tratamento aplicado no Kurotel, em Gramado.
“É normal que 60% das pessoas abandonem o vício no médio prazo, ou seja, seis meses após o início do tratamento. O cigarro tem três dependências a serem avaliadas: a física, a emocional e a comportamental. Física são as 4.720 substâncias tóxicas que o organismo precisa eliminar. Emocional porque o hábito preenche um vazio emocional, e comportamental porque fumar se torna um hábito, condicionando o comportamento do fumante ao uso do cigarro”, afirma o psicólogo Michael Zanchet.
O tratamento moderno para este tipo de dependência analisa o paciente de forma completa, definindo objetivos claros e estabelecendo as melhores estratégias para alcançá-los, diminuindo, ainda, as recaídas.
EXPERIÊNCIA
Mentes acuadas
Experiência mostra que estresse causado pelo bullying altera química cerebral
Que o bullying provoca mudanças de comportamento em crianças e adolescentes, tornando-os mais retraídos, ansiosos e socialmente isolados, entre outros sintomas, já se sabia. Agora, um estudo recente acha pistas importantes de como essa forma de violência causa danos ao cérebro.
Na pesquisa, uma equipe da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, analisou o comportamento e a anatomia de camundongos submetidos a uma situação de estresse social crônico, semelhante à pressão sofrida por alunos perseguidos sistematicamente e durante um longo período por colegas. A descoberta foi que o abuso modifica a química cerebral, principalmente em regiões fundamentais para o processamento das emoções.
Principal autor do estudo, publicado recentemente na revista especializada “Psychology and Behavior”, Yoav Litvin explica que as conclusões podem lançar luz sobre os efeitos do bullying e de outras formas de estresse social nas pessoas e levar ao desenvolvimento de tratamentos ou maneiras de prevenir as consequências do estresse crônico. Isso porque as regiões cerebrais nas quais os cientistas focaram estão presentes em todos os mamíferos, dos pequenos roedores aos homens.
Litvin ressalta, no entanto, que outros estudos precisam ser feitos antes de se afirmar que os danos observados nos cérebros dos camundongos se repetem nas pessoas. Também não se sabe se essas alterações – mesmo nos ratos – são permanentes ou se o cérebro volta ao normal depois de um período longo distante da fonte de estresse. “É importante lembrar que os cérebros de camundongos e humanos são muito diferentes”, frisa.
BOA FORMA
Malhar de manhã cedo ajuda a emagrecer
Fazer exercícios intensos de manhã cedo contribui para a maior queima de calorias durante o dia inteiro. Esta é uma das conclusões de recente estudo publicado pelo jornal “Medicine & Science in Sports & Exercise” (em tradução literal: Medicina e Ciência em Esportes e Exercício), da American College of Sports Medicine (Faculdade Americana de Medicina Esportiva). Segundo os pesquisadores, a perda calórica pode chegar a 700 calorias extras, mesmo que a pessoa permaneça em repouso.
Boa notícia para quem quer emagrecer: após atividades físicas de alta intensidade no horário que vai até as 10h30, o corpo utiliza mais reservas de gordura, colaborando para afinar a silhueta. O organismo também libera hormônios que ajudam a elevar o chamado metabolismo basal – o mesmo que faz com que você continue a gastar, durante todo o domingo, boa parte da energia que havia naquele pedaço de pizza do sábado à noite.
MASSA ÓSSEA
Chá-verde e tai chi aumentam massa óssea
Estudo apresentado em um congresso de biologia nos EUA afirma que chá-verde e tai chi chuan melhoram a saúde dos ossos e reduzem a inflamação em mulheres na menopausa. A pesquisa, viabilizada pelos Institutos Nacionais de Saúde americanos, foi feita com 171 mulheres na pós-menopausa. A idade média das voluntárias era de 57 anos. Todas tinham risco de osteoporose e foram divididas em quatro grupos para a pesquisa.
Um grupo tomou placebo e não fez tai chi chuan. Outro tomou pílulas com antioxidantes do chá-verde e também não fez o exercício. O terceiro tomou placebo e fez tai chi três vezes por semana, e o quarto tomou antioxidantes e fez tai chi. Todos os grupos foram acompanhados por seis meses.
O consumo das cápsulas de polifenois (em níveis equivalentes a quatro a seis xícaras de chá por dia) e a participação nos exercícios de tai chi aumentaram a densidade óssea e a força muscular das mulheres, diminuindo os marcadores biológicos do estresse oxidativo, que leva a inflamações.
A prioridade
Raimundo Colombo e Eduardo Moreira liberaram quase R$ 15 milhões para investimentos em infraestrutura, saúde, cultura, esporte e turismo aos municípios de abrangência da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Criciúma, base política do vice-governador.
Do total, R$ 3,7 milhões foram liberados para quatro hospitais da região. “A maior demanda do Estado é a saúde, e estamos fazendo todo o possível para atender às solicitações”, destacou o governador, acrescentando que em breve será feito um mutirão de cirurgias, com a realização de 22,6 mil procedimentos. O secretário Dalmo de Oliveira tem tudo para desempenhar papel estratégico no governo.
Visor
ALTURA
Quanto mais altas, maiores as probabilidades de as mulheres desenvolverem 10 tipos de câncer. A pesquisa realizada pela Universidade de Oxford acompanhou 1,3 milhão de britânicas durante cinco anos. Os resultados foram publicados pela revista The Lancet Oncology. De acordo com os cientistas, não há motivo para qualquer tipo de preocupação exagerada com a revelação
Geral
SUS
Atendimento somente com cartão em 2012
A partir do ano que vem, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) serão obrigados a apresentar o Cartão Nacional de Saúde para serem atendido nas unidades do sistema público de saúde.
A portaria com as novas regras foi publicada no Diário Oficial da União. Pelo cartão, o histórico de atendimento do paciente poderá ser acompanhado em qualquer unidade de saúde em todo o país. Pelas novas regras, se a pessoa não se lembrar do número ou não tiver o cartão em mãos na hora do atendimento, caberá à unidade consultar o cadastro nacional para identificar o paciente.
Caso o paciente ainda não seja cadastrado, o próprio hospital deve fazer o cadastramento. Além disso, os profissionais de saúde terão de registrar os contatos do paciente para que a Ouvidoria do SUS possa, por exemplo, estabelecer um acompanhamento da satisfação do usuário.
De acordo com o Ministério da Saúde, a implementação dessas ferramentas faz parte de uma estratégia para oferecer um atendimento integral ao cidadão e acompanhar a qualidade do serviço prestado.
Diário do Leitor
Cepon
Sugiro ao DC uma reportagem sobre o complexo hospitalar do Cepon, no Bairro Itacorubi, em Florianópolos. O complexo hospitalar está pronto e há anos permanece fechado, enquanto pacientes com câncer mofam nos corredores lotados de emergências do Estado sem qualquer estrutura decente. Só os ambulatórios funcionam, porque as enfermarias, centro cirúrgico e a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) estão parados. Precisamos deste hospital funcionando.
José Cabral de Melo Neto e Amarante
Por e-mail
Colunista Cacau Menezes
Marca histórica
Uma notícia boa que deve ser espalhada para o Estado inteiro. O Hospital Santa Isabel, de Blumenau, realizou neste final de semana o transplante de fígado de número 500. Álvaro de Oliveira, 54 anos, portador de hepatite, poderia fazer a cirurgia em São Paulo, mas foi orientado por médicos a transplantar o órgão em Blumenau. O Hospital Santa Isabel já é referência nacional neste tipo de procedimento
CONVITE. Médico catarinense Ricardo Baratieri foi convidado pelos doutores William Inabnet, Daniel Herron e Nilton Kawahara para o 7º Congresso Internacional da Bariatric Endoscopic Sugical Trends, 3 a 4 de novembro, em New York
Governo do Estado anuncia mutirão de cirurgias em Santa Catarina
A Secretaria de Estado da Saúde anuncia, na segunda-feira (25), a partir das 9h, o Projeto Estadual de Cirurgias Eletivas, que realizará 22,6 mil cirurgias. O evento será durante o 9º Congresso Catarinense de Municípios, no Centro Sul, em Florianópolis.
A perspectiva é para que uma cirurgia de catarata, em que há uma demora de até dois anos para ser feita, levará três meses de espera.
Ao total, o Governo do Estado realizará investimento de R$ 20 milhões. As cirurgias serão realizadas em quatro especialidades: oftalmologia (cirurgia de catarata), otorrinolaringologia (amígdalas e adenóide), cirurgia geral (vesícula, hérnia e varizes). E, por último, ortopedia (cirurgias de joelho, membros superior e inferior e retirada de materiais de síntese).