EFEITO DA GREVE DOS SERVIDORES
Mutirão de cirurgias de joelho no São José
Sábado, o Hospital Municipal São José vai realizar um mutirão de cirurgias eletivas no joelho. Uma equipe de ortopedistas fará dez procedimentos em pacientes que já estavam na fila de espera. O critério para a escolha foi não ter complicadores de saúde, além da necessidade cirúrgica, como doenças cardíacas ou respiratórias, por exemplo.
“Este cuidado contribui para uma recuperação rápida, evitando a permanência prolongada nos leitos do setor de internação”, esclarece o diretor-presidente do Hospital São José, Tomio Tomita.
As cirurgias serão realizadas por meio de uma videoartroscopia — com a qual aparelhos de 4 mm de espessura são introduzina articulação doente por pequenos cortes de 1 cm. O hospital irá custear as lâminas de shaver, material descartável indispensável para este tipo de operação, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) não pagará por este componente, de acordo com a direção do hospital. Cada lâmina está orçada em R$ 206.
Ainda segundo Tomita, a vantagem deste tipo de procedimento é a rapidez na recuperação do paciente após a operação, já que se trata de um método menos invasivo, com o qual quase não há cortes.
Após o período de greve, já foram realizadas 54 cirurgias pelo processo de mutirão — 19 ortopédicas e 35 de vesícula.
OBESIDADE MÓRBIDA
Hospital Regional recebe inscrições de trabalhos
De 1º de agosto a 16 de dezembro, o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt de Joinville, por meio do Ambulatório de Obesidade Mórbida (Obesimor), recebe inscrições de trabalhos acadêmicos e não acadêmicos que abordem a obesidade mórbida. Os escolhidos serão divulgados em janeiro do próximo ano, no www.obesimor.blogspot.com. Mais informações pelo telefone: (47) 3461-5589.
COMPLEXO ONCOLÓGICO
Falta repasse para ampliação
O Complexo do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), de Florianópolis, tem prontos 19 quartos de internação – com capacidade para duas pessoas cada um. As instalações aguardam há mais de um ano por equipamentos e móveis para atender a quem se recupera de cirurgias no tratamento contra o câncer.
Nos quartos com água quente, o investimento nos leitos e nos equipamentos nos dois andares de internação é de aproximadamente R$ 1 milhão. Ainda faltam R$ 15 milhões para finalizar todo o complexo. Depois de tudo pronto, o Cepon poderá fazer até 16 cirurgias oncológicas por dia.
Em 2010, o ex-governador Leonel Pavan chegou a realizar um ato comemorativo pela inauguração da ala de internações. Mas as obras no local estão paradas desde maio do ano passado por falta de repasses do governo do Estado. O hospital especializado em pacientes com câncer começou a funcionar em 2005 e, atualmente, recebe 3 mil pacientes por mês.
O atendimento de quimioterapia, radioterapia e oncologia clínica é referência no setor, segundo o radioterapeuta Norberto Kuhnen. O problema, segundo ele, está em ter que encaminhar pacientes que precisam de intervenções cirúrgicas para outros hospitais. “Câncer não é a mesma coisa que doença benigna. Às vezes, os pacientes entram na fila e, quando vão ser atendidos, não dá mais para operar”, ressalta.
O secretário de Saúde do Estado, Dalmo de Oliveira, afirma que a intenção é concluir o pronto-atendimento – para atender emergencialmente, durante o dia – e ativar o setor de internação até dezembro. Já a UTI e o centro cirúrgico devem estar prontos em 2012. Segundo ele, o governo do Estado deve anunciar as medidas para a conclusão do Cepon já na semana que vem.
O aposentado Aloízio Hoffer, viaja oito horas de Porto União, no Planalto Norte, até Florianópolis, para fazer o tratamento no pulmão. O aposentado, que vem toda semana para o Cepon, aprova o atendimento.
Com a conclusão das obras, Zilda Rodrigues, que vai ao hospital de 15 em 15 dias desde março, para tratar do câncer no pulmão e no baço, espera ter tudo o que precisa para combater a doença em um só lugar e não precisar mais se deslocar a outros hospitais. Com a falta de leitos no Cepon, ela ficou internada no Hospital São José.
Está em andamento no Ministério Público de Santa Catarina, desde maio, um inquérito que apura justamente a falta de leitos no local.
SERVIDORES ESTADUAIS
Unimed por mais seis meses
Governo aceita contraproposta de reajuste de 19,6%, mas cooperativa ainda vai dar a palavra final na sexta
O governo estadual aceitou a contraproposta da Unimed de reajuste de 19,6% para prorrogar em seis meses o contrato que garante assistência médico-hospitalar para 180 mil servidores. Mesmo assim, a palavra final sobre a negociação será dada na sexta-feira, em uma assembleia da cooperativa.
Atualmente, o Estado paga R$ 90,85 por mês a Unimed por cada servidor ou dependente, em troca de atendimento. A solicitação inicial da cooperativa era de um reajuste de 29% sobre este valor para prorrogar o contrato. Os técnicos da Secretaria de Administração ofereceram 10,6%. A Unimed pediu 19,6%.
Segundo o secretário Milton Martini, a prorrogação foi necessária para manter o atendimento aos servidores, mas poderá ser interrompida antes dos seis meses caso o sistema de autogestão que está sendo implantado pelo governo fique pronto. No novo formato, em vez de comprar planos prontos, como foi feito com a Unimed, o Estado pretende criar seus próprios planos e credenciar profissionais e empresas que poderão prestar os serviços aos servidores. A abertura das propostas da licitação ocorreu em 5 de julho, mas o processo foi interrompido por uma liminar da Fazenda Pública da Capital, questionando itens do edital.
O plano dos servidores estaduais é oferecido pela Unimed desde 2005, quando ela foi vencedora no processo licitatório. O contrato venceu em 31 de janeiro deste ano e foi prorrogado por seis meses para que a secretaria tivesse tempo de licitar a empresa que implantará o novo modelo.
PLANOS DE SAÚDE
Nova portabilidade de carência passa a valer
Os contratos feitos antes de janeiro de 1999 não vão sofrer mudanças
Com o fim do prazo para as operadoras de planos de saúde se adaptarem às novas regras de portabilidade de carência definidas pela Agência Nacional de Saúde (ANS), a troca fica mais fácil.
A carência é o período no qual o usuário paga as mensalidades, mas ainda não tem acesso a coberturas previstas no contrato.
Com a resolução, publicada em abril, os beneficiários têm o direito de mudar de plano de saúde sem cumprir novos prazos de carência. Desde abril de 2009 isso já era permitido para planos contratados a partir de 2 de janeiro de 1999. As mudanças só valerão para esses planos chamados novos – os anteriores a janeiro de 1999 não sofrerão alteração.
A agência estima que cerca de 12 milhões de pessoas sejam beneficiadas com a medida e informou que, entre os principais ganhos para o consumidor estão “a extensão do direito para os beneficiários de planos coletivos por adesão e a instituição da portabilidade especial para clientes de planos extintos”.
Um dos critérios que deixam de ser exigidos para a portabilidade é a abrangência geográfica do plano – ou seja, não faz mais diferença para pedir a portabilidade se o plano é estadual, municipal ou nacional. A permanência mínima no plano é reduzida de dois anos para um ano a partir da segunda portabilidade.
A operadora do plano de origem também deve comunicar aos beneficiários o prazo exato estabelecido para solicitar portabilidade de carências.
ORIGEM -A iniciativa do governo de realizar 22 mil cirurgias represadas no Estado foi ideia do próprio Raimundo Colombo. Como prefeito de Lages, nos três mandatos, priorizou esse procedimento pelo alcance social e comunitário.
COMPLEXO ONCOLÓGICO
Falta de repasse impede a ampliação de atendimentos
Centro especializado na Capital tem instalações que aguardam há mais de um ano por equipamentos
O Complexo do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) de Florianópolis tem 19 quartos de internação – com capacidade para duas pessoas cada um – prontos. As instalações aguardam há mais de um ano por equipamentos e móveis para atender quem se recupera de cirurgias contra o câncer.
Diante das paredes bem acabadas e dos quartos com luz e água quente que poderiam receber milhares de doentes por mês, o investimento nos 76 leitos e nos equipamentos nos dois andares de internação é de aproximadamente R$ 1 milhão. E mesmo os R$ 15 milhões necessários para finalizar todo o complexo, com a conclusão das obras nas áreas para unidades de terapia intensiva (UTIs) e para realização de cirurgias, parece pouco ao se pensar que, no Cepon, poderão ser feitas até 16 cirurgias oncológicas por dia.
Em 2010, o ex-governador Leonel Pavan chegou a realizar um ato comemorativo pela inauguração da ala de internações. Mas as obras no local estão paradas desde maio do ano passado por falta de repasses do governo do Estado. O hospital especializado em pacientes com câncer começou a funcionar em 2005 e, atualmente, recebe 3 mil pacientes por mês. O atendimento de quimioterapia, radioterapia e oncologia clínica é referência no setor, segundo o radioterapeuta Norberto Kuhnen. O problema, segundo ele, está em ter que encaminhar pacientes que precisam de intervenções cirúrgicas para outros hospitais.
– Câncer não é a mesma coisa que doença benigna. Às vezes, os pacientes entram na fila para atendimento e, quando vão ser atendidos, não dá mais para operar – ressalta.
O presidente da Fundação de Apoio ao Hemosc/Cepon (Fahece) que administra o complexo, Cláudio Fontes, concorda com as limitações do complexo. Ele explica que o Cepon consegue se manter, principalmente pelo que arrecada por atender os pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas depende dos recursos do Estado para finalizar as obras. Para o diretor técnico e operacional da Fahece, Hamilton de Vasconcelos, a área total de quase 14 mil metros quadrados do complexo pode ser muito mais útil.
– É um sonho ver funcionando.
Os integrantes da administração do hospital afirmam que a “tristeza é ver os guardas mandando as pessoas saírem do hospital porque deu sete horas e o local precisa ser fechado”.
O secretário de saúde do Estado, Dalmo de Oliveira, afirma que a intenção é concluir o pronto-atendimento – para atender emergencialmente, durante o dia, quem tem câncer – e ativar o setor de internação até dezembro. Já a UTI e o centro cirúrgico devem estar prontos em 2012. Segundo ele, o governo do Estado deve anunciar as medidas para a conclusão do Cepon já na semana que vem. Está em andamento no Ministério Público de SC, desde maio, um inquérito que apura justamente a falta de leitos no local.
Pacientes vêm de longe e aprovam o serviço
O aposentado Aloízio Hoffer, viajou oito horas de Porto União, no Planalto Norte, até Florianópolis, para realizar o tratamento no pulmão. O aposentado, que vem toda semana para o Cepon, aprova o atendimento. Zilda Rodrigues também achou bom os serviços. Ela vem ao hospital de 15 em 15 dias desde março, para tratar do câncer no pulmão e no baço.
– Muita gente vem da minha cidade se tratar aqui no hospital – afirma a dona-de-casa.
Zilda acha que será bom quando as obras ficarem concluídas porque os pacientes poderão ter tudo em um só lugar e não precisarão mais se deslocar a outros hospitais, como ela, que já ficou internada no Hospital São José
PLANOS DE SAÚDE
Portabilidade pode ser feita a partir de hoje
Usuários terão direito a mudar de operadora sem cumprir prazo de carência
A partir de hoje, mais de 13 milhões de usuários de planos de saúde terão direito a mudar de operadora sem precisar cumprir novos prazos de carência, que é o período no qual o usuário paga as mensalidades, mas ainda não tem acesso a coberturas previstas no contrato. As operadoras tiveram 90 dias para se adaptar à nova regra estabelecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Esse prazo terminou ontem.
Com a norma, quem se beneficia são os clientes de planos de saúde individual, familiar e coletivo por adesão (contratado por conselhos profissionais, entidades de classe, sindicatos e federações). Esse último grupo representa mais de 5 milhões de usuários.
– A medida aumenta o poder de decisão do consumidor, faz crescer a concorrência no mercado e, em consequência, gera melhoria do atendimento prestado ao beneficiário de plano de saúde – ressalta o diretor-presidente da ANS, Mauricio Ceschin.
Para fazer a portabilidade, o cliente precisa estar com o pagamento das mensalidades em dia. A nova regra permite que ele mude de um plano de abrangência municipal, por exemplo, para outro com cobertura em todo o estado ou nacional. O usuário terá quatro meses a partir do mês de aniversário do contrato para fazer a mudança, e não mais dois meses como era anteriormente.
A ANS criou também uma portabilidade especial para usuário de plano de saúde que está sob intervenção da agência ou em processo de falência e para quem perdeu direito ao plano por causa da morte do titular. Nesses casos, a portabilidade não está limitada ao mês de aniversário do contrato nem é exigida uma permanência mínima no plano para pedir a mudança. A nova norma não vale para planos coletivos contratados por empresas para funcionários, os chamados planos empresariais.
Desde de abril de 2009 isso já era permitido para planos contratados a partir de 2 de janeiro de 1999. As mudanças só valerão para esses planos chamados novos – os anteriores a janeiro de 1999 não sofrerão alteração.
A ANS disponibiliza em seu site um guia que trata sobre a portabilidade de carências e contratação de um plano. O guia, segundo a agência, é um sistema eletrônico que permite o cruzamento de dados para consulta e comparação de mais de 5.000 planos de saúde comercializados por aproximadamente 1.400 operadoras
SAÚDE PÚBLICA
Hospital Infantil devolve comida
Má qualidade dos alimentos foi constatada seis vezes nos últimos 15 dias no Joana de Gusmão
Devido às constantes devoluções de comida ao fornecedor das refeições do Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, a Vigilância Sanitária Municipal fechou a cozinha da empresa Sepat na segunda-feira.
De acordo com a gerente administrativa do hospital, Fátima Rovares, foram seis devoluções nos últimos 15 dias. Ontem, toda a comida voltou novamente, o que gerou atrasos na entrega. As refeições tiveram de ser feitas em uma cozinha alternativa do próprio hospital, já que a principal está em reforma desde outubro do ano passado.
– Temos um controle de qualidade e impedimos que a comida ruim chegue aos pacientes – diz Fátima.
Apesar disso, alguns deles chegaram a reclamar do gosto da comida nos últimos dias. Uma nutricionista da Sepat não quis comentar o assunto. O custo mensal das refeições é de R$ 80 mil. A Secretaria de Estado da Saúde deve se manifestar hoje.
Governo e Unimed vão prorrogar plano de saúde
Executivo aceitou reajustar cooperativa em 19,6% para manter atendimento por mais seis meses
O governo do Estado aceitou a contraproposta da Unimed com reajuste de 19,6% para prorrogar por mais seis meses o contrato do plano de saúde dos servidores – um universo de 180 mil pessoas. Mesmo assim, a palavra final sobre a negociação será dada na sexta-feira, em uma assembleia dos dirigentes da cooperativa.
Atualmente, o Estado paga R$ 90,85 por mês à Unimed por cada servidor ou dependente, em troca de atendimento (consultas, exames, etc). A solicitação inicial da cooperativa era de um reajuste em torno de 29% sobre este valor para concordar com a prorrogação do contrato.
Os técnicos da Secretaria de Administração, que estão conduzindo as negociações, ofereceram 10,6%, e a Unimed apresentou, então, uma nova alternativa de 19,6%.
Apesar de o governo ter aceitado o novo percentual da própria cooperativa, oficialmente, a Unimed ainda não confirma a renovação pelos próximos seis meses. Em nota, a assessoria da entidade reafirmou que o anúncio oficial sai apenas na sexta-feira, depois de uma assembleia.
De acordo com o secretário da Administração, Milton Martini, a prorrogação foi necessária para manter o atendimento aos servidores, mas poderá ser interrompida antes dos seis meses caso o sistema de autogestão que está sendo implantado pelo governo fique pronto.
No novo formato adotado, em vez de comprar planos prontos, como era feito com a Unimed, o Estado pretende criar seus próprios planos e credenciar profissionais e empresas que poderão prestar os serviços médicos aos servidores.
A abertura das propostas da licitação foi realizada no dia 5 de julho, mas o processo de implantação do plano de saúde foi interrompido por uma liminar da Vara da Fazenda Pública da Comarca da capital, questionando itens do edital.
O plano que atende ao funcionalismo público estadual é oferecido pela Unimed desde 2005, quando a cooperativa foi vencedora no processo licitatório oficial.
O contrato venceu em 31 de janeiro deste ano e foi prorrogado por seis meses para que a secretaria tivesse tempo de escolher a empresa que ficará encarregada de implantar o novo modelo idelizado pelo governo. RINALD
mayara.rinaldi@diario.com.br
MAYARA
Colunista Cacau Menezes
Vergonha
É grave a situação no Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital. Conforme noticiado por Cacau no DC, o Ministério Público instaurou inquérito civil para averiguar denúncias de má qualidade na comida servida aos pacientes e funcionários. Ontem, dia que saiu a nota nesta coluna, a cozinha da empresa terceirizada que fornece o alimento foi interditada pela Vigilância Sanitária.
Falta de repasse impede a ampliação de atendimentos no Cepon de Florianópolis
Centro especializado tem instalações que aguardam há mais de um ano por equipamentos
O Complexo do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) de Florianópolis tem 19 quartos de internação - com capacidade para duas pessoas cada um - prontos. As instalações aguardam há mais de um ano por equipamentos e móveis para atender quem se recupera de cirurgias contra o câncer.
Diante das paredes bem acabadas e dos quartos com luz e água quente que poderiam receber milhares de doentes por mês, o investimento nos 76 leitos e nos equipamentos nos dois andares de internação é de aproximadamente R$ 1 milhão. E mesmo os R$ 15 milhões necessários para finalizar todo o complexo, com a conclusão das obras nas áreas para unidades de terapia intensiva (UTIs) e para realização de cirurgias, parece pouco ao se pensar que, no Cepon, poderão ser feitas até 16 cirurgias oncológicas por dia.
Em 2010, o ex-governador Leonel Pavan chegou a realizar um ato comemorativo pela inauguração da ala de internações. Mas as obras no local estão paradas desde maio do ano passado por falta de repasses do governo do Estado. O hospital especializado em pacientes com câncer começou a funcionar em 2005 e, atualmente, recebe 3 mil pacientes por mês. O atendimento de quimioterapia, radioterapia e oncologia clínica é referência no setor, segundo o radioterapeuta Norberto Kuhnen. O problema, segundo ele, está em ter que encaminhar pacientes que precisam de intervenções cirúrgicas para outros hospitais.
— Câncer não é a mesma coisa que doença benigna. Às vezes, os pacientes entram na fila para atendimento e, quando vão ser atendidos, não dá mais para operar — ressalta.
O presidente da Fundação de Apoio ao Hemosc/Cepon (Fahece) que administra o complexo, Cláudio Fontes, concorda com as limitações do complexo. Ele explica que o Cepon consegue se manter, principalmente pelo que arrecada por atender os pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas depende dos recursos do Estado para finalizar as obras. Para o diretor técnico e operacional da Fahece, Hamilton de Vasconcelos, a área total de quase 14 mil metros quadrados do complexo pode ser muito mais útil.
— É um sonho ver funcionando.
Os integrantes da administração do hospital afirmam que a "tristeza é ver os guardas mandando as pessoas saírem do hospital porque deu sete horas e o local precisa ser fechado".
O secretário de saúde do Estado, Dalmo de Oliveira, afirma que a intenção é concluir o pronto-atendimento - para atender emergencialmente, durante o dia, quem tem câncer - e ativar o setor de internação até dezembro. Já a UTI e o centro cirúrgico devem estar prontos em 2012. Segundo ele, o governo do Estado deve anunciar as medidas para a conclusão do Cepon já na semana que vem. Está em andamento no Ministério Público de SC, desde maio, um inquérito que apura justamente a falta de leitos no local.
Pacientes vêm de longe e aprovam o serviço
O aposentado Aloízio Hoffer, viajou oito horas de Porto União, no Planalto Norte, até Florianópolis, para realizar o tratamento no pulmão. O aposentado, que vem toda semana para o Cepon, aprova o atendimento. Zilda Rodrigues também achou bom os serviços. Ela vem ao hospital de 15 em 15 dias desde março, para tratar do câncer no pulmão e no baço.
— Muita gente vem da minha cidade se tratar aqui no hospital — afirma a dona-de-casa.
Zilda acha que será bom quando as obras ficarem concluídas porque os pacientes poderão ter tudo em um só lugar e não precisarão mais se deslocar a outros hospitais, como ela, que já ficou internada no Hospital São José.
Inaugurada clínica de oncologia Lages
Foi inaugurado na noite de terça-feira (26) em Lages, a primeira clínica particular de oncologia, Animi - Unidade de Terapia Oncológica, especializada no tratamento quimioterápico. A unidade está localizada na Clínica Médica Ana Carolina. O nome dado ao local é uma palavra em latim e significa “coragem”. O local está dividido em três salas com três cadeiras cada uma e mais um quarto para o paciente fazer o tratamento deitado.
Na Animi, os pacientes serão atendidos na prevenção, através do atendimento clínico, no diagnóstico, através da indicação de tratamentos baseados em protocolos com evidência científica e no tratamento, através da quimioterapia.
O corpo clínico é formado pelos médicos Maitê de Liz Vassen Schürmann e Pedro Ervin Schürmann, ambos especialistas em Oncologia Clínica, além de um bioquímico e uma enfermeira.
Segundo a médica Maitê, a iniciativa de montar uma clínica para tratamento oncológico surgiu para constribuir no atendimento que o Hospital Tereza Ramos oferece. De acordo com ela, muitas pessoas viajam para centros maiores em função da demanda de atendimentos que são realizados em Lages.
“Na cidade já é feito o atendimento, mas o espaço do Tereza Ramos está pequeno para toda a demanda. Lages é uma referência, no Estado, em Oncologia Clínica. Nós atendemos a área da Amures e do Alto Vale do Itajaí, e isso compreende aproximadamente 800 mil pessoas. O paciente que tem câncer não vai mais precisar sair de Lages e vai receber um tratamento humanizado e personificado. Esse é o nosso objetivo, oferecer um serviço de qualidade e humanizado, para que esse paciente que já está sofrendo, não venha a sofrer mais”, finaliza a médica.
Hepatite: Doença silenciosa que pode levar à morte Lages
Esta quinta-feira é dia mundial de combate à hepatite. Doença silenciosa que pode levar vários anos para se manifestar, mas que pode ser mortal. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, uma em cada 12 pessoas no mundo está infectada com um dos tipos da doença. Esse número é 10 vezes maior que o da Aids.Em Lages, do início do ano até ontem, foram identificadas 29 pessoas com hepatite C. Esse número fica por volta de mil infectados quando se analisa desde o começo do ano 2000, segundo informa a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Odila Waldrich.
São três tipos de hepatite, segundo informa o médico Osmar Guzatti.
A hepatite A é mais branda, causada, principalmente pela falta de higiene. A prevenção deste tipo de hepatite é feita com medidas simples como lavar as mãos e os alimentos, beber água filtrada ou fervida e cozinhar bem os alimentos.
Já a hepatite B é prevenida com uma vacina. Essa forma da doença leva de 15 à 25 anos para que processos inflamatórios sejam desencadeados no fígado, segundo explica Guzatti. “Cerca de 10 em cada 100 pessoas têm cirrose hepática quando contraem o vírus da hepatite B”. A forma mais comum de transmissão desse tipo da doença é via sexual, segundo explica Odila.
Já o tipo C não possui vacina, pois o vírus, assim como na Aids, é mutante. Esta forma da doença é transmitida via sangue. “A hepatite C é silenciosa. A pessoa pode estar com o vírus por 10 anos e não saber”. Para chegar no nível de cirrose hepática, este tipo da doença leva de 25 à 30 anos dentro do corpo do infectado, segundo informa Guzatti. O médico diz que por volta de 75% dos pacientes com hepatite C desenvolvem a cirrose.
Entre os principais cuidados para se evitar a hepatite C é exigir materiais esterelizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem, dentistas e manicures. “No caso das manicures, é bom que a pessoa leve seus próprios instrumentos quando for fazer a unha no salão”, explica Odila.
O tratamento é feito à base de medicamentos e dura cerca de 6 meses. Na rede pública ele é gratuito.
Na vigilância epidemiológica é possível fazer exame de sangue gratuito que detecta, em uma semana, os vírus de hepatites B e C, HIV e sífilis.
Tapando buracos na saúde
Diante de tantos desvios e desrespeito com os cofres públicos o anúncio esta semana do mutirão das cirurgias, onde serão investidos R$ 20 milhões, não se pode deixar de reconhecer que se trata de uma ação de governo elogiável. Recursos bem aplicados e direcionados a quem realmente precisa e deve ser atendido. Claro que concordo com todos aqueles que consideram os mutirões uma forma de suprir as falhas e pendências da saúde pública.
O ideal seria realizar e atender a todos sem a necessidade desses artifícios. Concordo também que a autopromoção, diante de uma medida para suprir gestões questionáveis mantendo a saúde na UTI não é o caminho. Mas não se trata disso. Para se ter uma ideia, só em Florianópolis a expectativa é de realizar mais de três mil cirurgias nas especialidades de oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia geral e ortopedia. A realidade é de que milhares de pessoas estão na fila aguardando uma cirurgia, que pelo SUS exige anos de espera. É lamentável e até criminoso. Mas vamos então esperar que a saúde tenha uma gestão competente e eficiente? Vamos isso sim, cobrar à exaustão. Enquanto isso, medidas como as tomadas pelo governo Colombo merecem sim aplausos na expectativa de que não voltem a ser necessárias. O que, infelizmente, eu duvido.