EMERGÊNCIA
Ufa! Dia sem UTI móvel foi calmo
Manutenção deixou a região sem o principal veículo para salvamentos
Ontem foi um dia atípico para as equipes que trabalham na única UTI móvel que atende Joinville e todos os municípios do Norte do Estado. A região ficou o dia todo sem o veículo, que teve de ser levado para Florianópolis, para uma manutenção. Médicos e enfermeiros retiraram os equipamentos especializados para emergências – como um desfibrilador – e tiveram de usar ambulâncias móveis comuns, que servem normalmente para o transporte de pacientes. Na prática, pela falta de uma segunda unidade, trata-se de um improviso, que não chegou a prejudicar os atendimentos do dia porque não houve emergências graves.
Conforme uma determinação do Ministério da Saúde – que considera ideal pelo menos uma UTI móvel para cada 300 mil habitantes –, a região de atendimento do Samu de Joinville (Joinville, Guaramirim, São Francisco do Sul, Araquari, Garuva e Itapoá) deveria ter pelo menos duas UTI móveis. Segundo a coordenadora do Samu, Juliana Reis Quaresma, na falta da UTI móvel, a equipe médica “pega carona” em outras ambulâncias – numa das quatro unidades básicas de atendimento do Samu ou nas três unidades dos bombeiros. O transtorno, segundo a coordenação, é ter que transportar os equipamentos e medicamentos de forma improvisada.
Não é apenas em relação à UTI móvel que há um gargalo. As ambulâncias que fazem o atendimento diário e o transporte também estão passando por reformulações para dar conta da demanda. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, uma das antigas ambulâncias foi adaptada para atuar na transferência de pacientes do PA Sul, e outras duas serão encaminhadas, na próxima semana, para a oficina. O objetivo é destiná-las ao transporte de pacientes para o PA Sul e transferências entre outras unidades de saúde.
Uma viatura de 2004, que ainda tem condições de trafegar na velocidade necessária para atender às urgências e emergências, será reformada e deve retornar às garagens do Samu, como reserva.
A situação difícil é mais visível em uum almoxarifado da Prefeitura, na rua Guanabara. Duas ambulâncias do Samu, de 2000, e outros seis veículos de modelos mais antigos – que transportavam pacientes e equipes da Secretaria de Saúde para atendimentos domiciliares, por exemplo –, estão paradas há pelo menos dois anos, virando sucata. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, as ambulâncias do Samu e outras viaturas, cujo custo do conserto não compensa o investimento, serão encaminhadas para leilão.
MARIANA PEREIRA
Números
Veículos públicos que atuam nas emergências em Joinville:
7 ambulâncias
- Quatro unidades básicas do Samu.
- Três unidades básicas do Corpo de Bombeiros Voluntários.
- Uma UTI móvel do Samu.
Para setembro
Uma unidade de intervenção rápida
EMERGÊNCIA
Uma solução alternativa a caminho
De acordo com o coordenador estadual do Samu, Alfredo Schmidt, há mais de um ano a Secretaria Estadual de Saúde pediu uma segunda UTI móvel para Joinville ao Ministério da Saúde. De acordo com Schmidt, o Samu de Joinville deve ganhar um importante reforço na frota: uma unidade de intervenção rápida. Trata-se de uma Ford Ranger, que terá condições de atuar como uma UTI móvel, com a vantagem de que o veículo é equipado também para atender catástrofes – tem até barracas para a montagem de um pequeno hospital de campanha.
O Estado recebeu quatro unidades compradas com verbas federais destinadas à recuperação das enchentes. “O Samu de Joinville conseguiu montar uma escala, para que uma equipe médica use veículo de sexta a domingo, e a previsão é de que a unidade de intervenção rápida comece a atuar no feriado de 7 de Setembro”, afirma Schmidt.
COMPLEXO HOSPITALAR
Pró-Rim dá o primeiro passo
Foi lançada ontem à tarde a pedra fundamental do Complexo Hospitalar Vida da Fundação Pró-Rim. A classe médica e autoridades estiveram no evento que marcou o início das obras. Além do descerramento da placa, em um ato simbólico foi batida a primeira estaca. A previsão é de conclusão em 30 meses, em um investimento de R$ 60 milhões e a geração de 1,2 mil empregos diretos.
O prédio a ser construído no bairro Boa Vista, em Joinville, terá quatro módulos: hospital, centro de especialidades, centro comercial e de serviços e um estacionamento para 600 carros. Serão 160 leitos – 30 de UTI, oito salas cirúrgicas e 237 salas para clínicas médicas. A intenção é destinar 30% do atendimento ao SUS.
Paciente da fundação desde a criação, há 24 anos, José Gomes Santana, 55 anos, há 30 fazendo hemodiálise, emocionou. “Metade da minha vida passo na Pró-Rim e a outra metade com minha família. Por isso, é importante que todos continuem ajudando”, comentou.
DARCY VARGAS
Maternidade e Univille reafirmam parceria hoje
Hoje, às 9 horas, na Maternidade Darcy Vargas, o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, assina o termo aditivo ao termo de cooperação técnica entre a secretaria e a Fundação Universidade da Região de Joinville.O projeto já beneficiou 612 estudantes da Univille.
ESPECIAIS
Apae Joinville consegue credenciamento no SUS
A partir de setembro, a Apae de Joinville estará credenciada ao Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade receberá mensalmente, até dezembro, R$ 34,2 mil para custos de manutenção da saúde e inclusão. A Apae atende a cerca de 600 pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
Duas por semana
Os derrames (AVC) mataram em média duas pessoas por semana em Joinville no ano passado. Foi o maior número da série histórica da doença. Neste ano, até junho, são 39 mortes pelos acidentes vasculares no cérebro, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Se aos AVCs forem somadas os demais problemas cerebrovasculares, foram 224 vítimas no ano passado.
EDITORIAIS
Centro de queimados
Se o dinheiro não faltar e se não ocorrer quaisquer outros desses acidentes de percurso tão comuns no que respeita a obras públicas no país, o primeiro centro de referência hospitalar no atendimento a queimados em Santa Catarina deverá funcionar no segundo semestre do ano que vem. Uma ala especializada neste tipo de atendimento, dispondo de 12 leitos, começou a sair do chão no complexo do Hospital Universitário, em Florianópolis. Um investimento que, somando a estrutura física e o equipamento, está estimado em R$ 8,4 milhões. Além de prever sala de cirurgia e unidade de tratamento intensivo (UTI) exclusivas, o centro disporá de um banco de pele para transplantes, que será o segundo do país.
O atendimento a queimados é uma especialidade médica avançada, que pede, também, instalações e equipamentos específicos, eis que as vítimas de queimaduras são muito suscetíveis a infecções. Atualmente, apenas os hospitais São José, em Joinville, e Tereza Ramos, em Lages, mantêm leitos (um total de 14) para receber queimados. Em Florianópolis, somente o Hospital Infantil Joana de Gusmão tem uma ala de queimados (oito leitos), que recebe apenas crianças e adolescentes até 15 anos. A deficiência é grave, o sofrimento dos pacientes e o risco a que estão expostos são chocantes.
A situação encaixa-se na moldura do descalabro da rede hospitalar pública do Estado e do país, onde as filas de espera são intermináveis, e pacientes, incluindo queimados, amontoados em macas ao longo dos corredores são cenas (ou crimes?) usuais. O anúncio do futuro centro de queimados do HU há que ser registrado e festejado porque atende a uma urgência da Grande Florianópolis e do Estado. Consta que a obra está dentro do cronograma. Que assim seja. Mas vigiar – e cobrar – é sempre necessário quando se trata de investimento público.
Hospitais aderem ao Mutirão
Cirurgias. Pelo menos 11 unidades da região participarão do pacote da saúde
Florianópolis- Pelo menos mais sete hospitais da Grande Florianópolis aderiram ao mutirão de cirurgias da Secretaria de Saúde de Santa Catarina. Até o momento, cerca de cem hospitais optaram por participar do pacote que pretende realizar 20.600 cirurgias eletivas até o fim de 2012. Quando o governo anunciou o mutirão no inicio de agosto apenas quatro instituições da região haviam demonstrado interesse.
De acordo com a Secretaria da Saúde, o governo está encaminhando às unidades os termos de compromissos para fechar a parceria e garantir o pagamento das cirurgias realizadas. Serão cerca de R$200 por procedimento. Segundo o coordenador do colegiado dos secretários de saúde da Grande Florianópolis, Jocélio Voltolini, da Comissão Intergestores Bipartite, cada município está fazendo o levantamento dos moradores que aguardam nas listas de espera.
“A secretaria entregou a relação dos que aguardam no Hospital Regional, no Infantil e no Celso Ramos. Agora, os municípios farão contato com os pacientes para ver quem realmente precisa” afirma Voltolini. Somente na Grande Florianópolis , cerca de dez mil pacientes constam na relação do regional, Infantil e Celso Ramos. Os critérios para a marcação das cirurgias são o tempo na lista de espera e a gravidade do paciente