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OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Contra o câncer

O enfrentamento do câncer em Joinville deve ser feito em todas as frentes, inclusive na humanização do espaço físico onde os pacientes são atendidos, como mostra reportagem nas páginas seguintes. O exemplo a ser perseguido fica nas vizinhanças, em Jaraguá do Sul, onde a ala oncológica é considerada modelo. Claro que a direção do Hospital São José de Joinville tem consciência da necessidade de aprimorar o atendimento, os investimentos não foram feitos por falta de recursos e pela existência de outras prioridades – para dar um exemplo no setor oncológico, a relativa recente ativação do acelerador linear representou expressiva melhoria na qualidade do atendimento radioterápico. Só que o avanço do câncer demanda cada vez mais esforços em Joinville ou no restante do mundo.

Ontem, organização não governamental apontou crescimento de 20% no número de casos da doença. Em Joinville, a enfermidade matou 275 pessoas neste ano (entre janeiro e junho). Há dez anos, essa era quantidade de pessoas que morria durante um ano inteiro.

Ligado ao envelhecimento, o câncer há muito tempo deixou de ser uma sentença de morte. O tratamento evoluiu, e os casos de cura ou mesmo de maior sobrevida, com qualidade de vida, se tornaram mais comuns. Só que a necessidade de investimentos são sempre crescentes. E desde a relativamente simples humanização das áreas de atendimento até a utilização das técnicas mais sofisticadas de tratamento, tudo é bem-vindo.

 

Destaque


ONCOLOGIA DO SÃO JOSÉ
Humanizar para curar mais

Ambiente antigo e sombrio faz com que a ala que deveria ser modelo de recuperação se transforme em mais um motivo de sofrimento para os pacientes. Hospital admite o problema e pede ajuda

A estreita sala de espera do setor de oncologia do Hospital Municipal São José, em Joinville, é abarrotada de pessoas. Gente de todas as idades e de lugares distintos. As paredes de tom escuro, com manchas e rachaduras por todos os lados não deixam os pacientes esquecer o motivo que os leva até ali: a dura luta contra o câncer. A jornada começa no pequeno recinto, onde não se vê revistas e, muito menos, pressa. A falta de um relógio parece não incomodar os pacientes, que mantêm um olhar perdido, parecendo buscar um pouco de esperança e conforto em algum canto da sala. Mas a procura costuma ser em vão. A falta de humanização no setor é visível em cada detalhe.

A dor silenciosa de quem, por vezes, vê o futuro como um tempo incerto, permanece presente ao longo do tratamento. Dali, eles seguem por um corredor mal iluminado à espera de uma consulta e de respostas às perguntas que não cessam. A primeira delas, segundo o diretor de radioterapia do hospital, Ricardo Polli, costuma ser a mesma: “Eu vou morrer?”. Por dia, ele atende a cerca de 40 pacientes no setor – que foi inaugurado há 23 anos e continua praticamente o mesmo. A enorme mesa de madeira, que tem resistido ao tempo, ocupa quase todo o consultório.

Os cartazes antigos com retratos do corpo humano e detalhes de anatomia passam longe de transformar a sala em um local acolhedor para quem enfrenta uma doença vista com receio e sinônimo de morte. O consolo vem das palavras do médico. Ele aprendeu a assumir o papel de amigo e responsável por um abraço de consolo para quem inicia uma batalha pela vida. “Tenho certeza que se o ambiente fosse diferente, mais alegre, traria um pouco mais de conforto aos pacientes”, afirma Polli.

Diferença pode estar nos detalhes

A diferença para fazer do setor um lugar melhor está nos detalhes: pintura, iluminação, acomodações confortáveis para os pacientes, música para o ambiente. Tudo o que o Ministério da Saúde descreve como um ambiente humanizado. Mas a jornada prossegue sem esses detalhes. Da consulta, os pacientes seguem para uma nova espera para o início do tratamento. O setor de radioterapia conta, desde março, com um acelerador linear, rodeado por paredes de concreto e portas de chumbo, que servem para dar mais segurança ao funcionamento do aparelho usado no tratamento. O equipamento permite mais precisão no ataque às células doentes, preservando as saudáveis.

“É menos agressivo que o antigo aparelho”, garante o diretor de radioterapia. Nas cadeiras da sala de espera, não se ouvem palavras. Com o olhar fixo no chão, os pacientes parecem travar um diálogo interno e reunir forças para mais uma sessão, que costuma trazer consigo efeitos colaterais, como enjoos, vômitos, cansaço e pele mais fina. Quem parte para a quimioterapia encara enormes cadeiras dispostas lado a lado em uma sala apertada, onde recebem o tratamento por meio de um acesso venoso no braço. Apenas uma mesa abriga uma enfermeira, responsável pelos procedimentos burocráticos. Os pacientes, em sua maioria, preferem aguardar o fim do tratamento em silêncio, aproveitando um pouco o sol que invade o ambiente por meio de pequenas janelas basculantes. O tratamento é mais invasivo, podendo causar manchas, descamação, ressecamento e acne, além de enfraquecer as unhas e derrubar os pelos.

O diretor-presidente do hospital, Tomio Tomita, reconhece que existe a necessidade de uma ampliação do setor, mas afirma que ainda não há um projeto. “Existe uma deficiência de espaço físico, visto que a população cresceu ao longo dos anos e o setor continuou o mesmo”, diz.

Segundo o diretor-presidente, uma ampliação deve ser elaborada com base na estimativa de crescimento da população. “Queremos algo visionário. Mas é algo para o futuro. Ainda não temos nada, nem mesmo um orçamento”, diz.


- 1,5 mil
É o número médio de atendimentos feitos por mês na ala. A maior demanda é para a clínica médica e radioterapia.

Como ajudar

Quem tiver interesse em ajudar – pode ser com projetos, campanhas, material ou mesmo doações – deve procurar a direção do hospital para uma conversa. Como o hospital é público, é preciso que a legislação seja respeitada, mesmo para uma doação, por
exemplo. SCHOVEPPER

karina.schovepper@an.com.br

KARINA

 


ONCOLOGIA DO SÃO JOSÉ
O amor da família e o sorriso como armas

Quando Judite Camilo dos Passos, 48 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama, há cerca de seis anos, ela não conseguia ir a uma consulta médica sem chorar. A dona de casa, que se dividia entre os trabalhos domésticos e em ajudar o marido na mercearia que eles administravam no bairro Petrópolis, foi tomada pelo medo. Apesar de os médicos garantirem que ela tinha grandes chances de cura, não conseguia encarar o peso que a palavra câncer carrega. “No primeiro baque, parecia que era a mesma coisa que dizer que eu ia morrer”, recorda.

Passou dias e semanas na ala de oncologia do São José. “Sempre tive muito apoio dos médicos e enfermeiras, que nos fazem esquecer qualquer coisa negativa”, diz, sobre a situação da ala oncológica.

Há quatro meses, Judite descobriu dois nódulos na coluna e recebeu a confirmação que estava com câncer novamente. E lembrou da longa jornada que enfrentaria novamente. “Conto sempre com o apoio do meu marido, o que tem sido muito importante”, fala. O largo sorriso que Judite carrega contagia a sala de quimioterapia. Mesmo quando lembra de sua história, a alegria da dona de casa faz qualquer um esquecer a dor que enfrenta. “Tenho uma família que não me deixa desanimar nunca. E é isso o que realmente importa”, ensina.

Após mais um dia de tratamento, Judite não vê a hora de voltar para casa e para o carinho do netinho, de apenas um ano. Mas semana que vem, a alegria e a confiança da dona de casa estarão de volta para contrastar com os corredores escuros da unidade. “Quando você se dá conta da importância da vida e de que tudo isso é apenas passageiro, você tem uma sensação de paz que parece infinita”, diz.

  

ONCOLOGIA DO SÃO JOSÉ
Bom humor para enfrentar a doença

Cinco vezes por semana, Oswaldo Ranieri, 69 anos, viaja até Joinville em uma van cedida pela Prefeitura de Barra Velha para encarar mais uma sessão de radioterapia. Morador do litoral há 11 anos, ele descobriu um câncer de pele há cerca de três meses. Observou um pequeno nódulo na perna e foi até uma farmácia para se informar de que remédio deveria usar.

Lá, foi aconselhado a procurar um médico, que lhe pediu vários exames e o encaminhou para uma consulta no setor de oncologia do São José. O susto foi inevitável quando ouviu a palavra câncer pela primeira vez.

“A gente sempre acha que acontece com os outros, menos com a gente”, conta. O aposentado diz que, por mais que os médicos o alerta da pouco gravidade do caso, ele não conseguia enxergar o problema sem um arrepio na espinha. “No início, eu e minha esposa ficamos bem assustados, mas agora já acho normal”, conta.

Seu Oswaldo já fez cinco das 36 sessões previstas de radioterapia. Inquieto, ele está sempre caminhando pelos corredores da unidade e cumprimentando a equipe médica. Enfrenta o ambiente escuro em que passa as tardes com bom humor.

“Não vejo a hora de poder ficar em casa, caminhar pela praia. Isso vai acontecer em breve. Confio muito na equipe”, diz, enquanto ajeita o boné que não sai da cabeça por nada

 

 

ONCOLOGIA DO SÃO JOSÉ
Um modelo bem perto. E também é Hospital São José

Diferentemente do que acontece no São José de Joinville, os pacientes que fazem tratamento contra o câncer no São José de Jaraguá do Sul encontram uma estrutura bem diferente para enfrentar a doença com dignidade. Inaugurada em novembro de 2008, a ala oncológica do Hospital São José de Jaraguá tem um diferencial e tanto: foi criada e é mantida com o apoio da iniciativa privada. Há espaço amplo e todo humanizado, com sofás, flores e atendimento individualizado. O investimento foi de R$ 5,5 milhões, com recursos doados por um empresário da cidade.

O responsável pela radioterapia no setor é o mesmo médico que cuida da ala no São José de Joinville, o médico Ricardo Polli. Segundo ele, o serviço oferecido em Jaraguá do Sul é considerado modelo para o Estado. No setor são atendidas diariamente cerca de 65 pessoas de toda a região Norte do Estado e do Vale do Itajaí. “Aqui são oferecidos todos os tipos de tratamento que o paciente precisa. Nem todos os hospitais contam com uma estrutura como essa”, afirma.

Além disso, quem precisa esperar o atendimento pode descansar ou se distrair no “conforto oncológico”, uma área de 200 m² que conta com cozinha, sala de TV e jogos e leitos para descanso. O café e o almoço são oferecidos por uma equipe de voluntárias. “Isso faz com que o paciente se sinta bem e se recupere mais rápido. Nossa premissa é cuidar da saúde das pessoas, e não da doença”, destaca o presidente do conselho deliberativo da instituição, Paulo Mattos.

Morador de Mafra, o aposentado Silvestre Afonso Taborda, 57 anos, está em tratamento em Jaraguá do Sul. “Na minha cidade não tem radioterapia, por isso indicaram que eu fizesse o tratamento aqui”, diz. A mulher dele, Alaídes Taborda, 55 anos, elogia o atendimento. “A estrutura é ótima e a equipe nos deixou muito à vontade”, afirma.

 


ONCOLOGIA DO SÃO JOSÉ
A ajuda que vem de quem já passou pelo tratamento

Os coloridos cartões com mensagens simples e carinhosas, escritas com a sinceridade e a dedicação de alunos com idade entre 12 e 13 anos, foi o meio encontrado pela professora Mariza Aparecida de Souza Schiochet, 48 anos, para levar um pouco de alegria aos pacientes que passam o dia na ala de oncologia do São José de Joinville. A ideia surgiu após a experiência que passou a compartilhar com a mãe, Elvira Pavarin de Souza, 83 anos, que descobriu um câncer de pâncreas há cerca de três meses.

Ao entrar pela primeira vez no setor para acompanhar uma sessão de quimioterapia, a professora ficou inconformada com as paredes cinzentas, a falta de opções de leitura e, principalmente, de algum sorriso nos rostos dos pacientes que aguardam. “Acho que o estalo veio quando vi um senhor folheando várias vezes os exames que carregava para tentar passar o tempo. Foi quando percebi que precisava fazer alguma coisa”, lembra. Ela levou a ideia até os alunos do 6º e 7º anos da Escola Caic Mariano Costa, no bairro Adhemar Garcia, onde dá aulas de português há cerca de seis anos. “Nunca escondi nada deles e levei essa oportunidade de poderem mudar o dia dessas pessoas”, conta. A adesão dos alunos surpreendeu Mariza, que recolheu cerca de 60 cartões de diversas cores e tamanhos, mas todos com o mesmo ideal: levar uma mensagem de motivação para quem costuma passar o dia sozinho, muitas vezes sem o apoio de um familiar.

No início, a professora conta que teve receio de entregar os cartões, com medo da reação dos pacientes. “Sinto que eles tiveram uma surpresa e puderam encontrar um pouco mais de força para continuar o tratamento”, fala. Ela lembra de um senhor que perguntou se precisava pagar pela mensagem. “Eles ficam tão solitários que não conseguem entender por que um desconhecido tomaria uma iniciativa assim”, fala.

O gesto faz parte do sonho da professora de, um dia, encontrar um ambiente colorido, com livros e espaço de sobra para acomodar os pacientes. “É responsabilidade de cada um fazer a sua parte. Ninguém sabe o futuro e, daqui uns anos, pode ser que seja eu que esteja lá”, diz.

 

 

ONCOLOGIA DO SÃO JOSÉ
Nada animador

O motivo que me levou ao setor de tratamento oncológico do Hospital São José não era nada animador: suspeita de câncer de pele. A leve sensação de angústia ganhou intensidade à medida em que eu avançava pelos corredores em direção à sala de espera para fazer a consulta. Até então, não fazia ideia do número de pessoas que lutam contra esse mal. Por onde passava, havia pessoas. De todas as idades. Pacientes chegando, pacientes esperando, pacientes aguardando uns aos outros para tomar seus lugares nas vans e retornar às suas casas em cidades vizinhas de Joinville.

Enquanto aguardava, não consegui evitar um mergulho neste mundo, até então desconhecido para mim. Olhares distantes escancaravam dores silenciosas. Expressões poucas vezes interrompidas por lampejos de sorrisos de confiança na sorte maior: a cura. O medo e a incerteza gritavam num silêncio ensurdecedor e encontravam ressonância no local. O ambiente gélido, com paredes esquálidas e cadeiras improvisadas, em nada ajudava a aplacar a dor ou abrandar a agonia. Para mim, sombrio, a ponto de causar arrepios. Nada para inspirar conforto, consolo.

Já se passaram mais de dez anos desde aquele dia. Uma pequena cirurgia pôs fim ao meu problema. E nunca mais voltei àquele setor. Mas as impressões estão até hoje gravadas na memória, numa singela esperança que o ambiente passe a ser mais acolhedor aos que enfrentam a dura batalha contra o câncer.

 

SUZANA KLEIN, EDITORA EXECUTIVA DE A NOTÍCIA

 

 

 

O avanço do câncer
ONG internacional dedicada à pesquisa do câncer apontou ontem avanço de 20% na incidência da doença no mundo na última década. Em Joinville, o número de mortes causadas pela doença cresceu 82% nos últimos dez anos.

 

Só pelo SUS
Patrício Destro está pensando em propor em Joinville aquela ideia do senador Cristovam Buarque: prefeitos, vereadores e ocupantes de cargos de primeiro escalão só poderiam usar o SUS, não teriam acesso aos planos privados de saúde. Não tem como impor isso, mas dá para fazer um debate

 

 

 


VISOR | RAFAEL MARTINI

Colombo vive dias de angústia


Raimundo Colombo é um homem de hábitos simples. Para a Casa D’ Agronômica, residência oficial do governador, levou pouquíssimos objetos pessoais. Sobre o piano, no salão principal, fotos da família. No gabinete, uma imagem da Madre Tereza com o Papa João Paulo II e outra de Nossa Senhora, que carrega há anos. Nada mais. A hospitalidade característica do serrano é percebida logo na chegada. Faz questão de sair da sua sala para receber quem o aguarda para uma audiência. Caminha a passos largos com o braço esticado para o aperto de mão...


...Na tarde de terça-feira, abriu uma janela na agenda para uma conversa exclusiva com a coluna. Regada a café e bolinho de chuva, recém saído da frigideira, com bastante açúcar e canela. A previsão inicial da entrevista foi encurtada em função de outras reuniões. Apesar de breve, foi suficiente para uma revelação:

– Poderia dizer que estou superfeliz, mas estaria mentido. O sentimento, neste momento, é de angústia, por não ver as coisas andarem no ritmo desejado.

Colombo falava do tripé saúde, segurança pública e educação. Acesse www.diario.com.br/visor e confira o o vídeo da entrevista com o governador de Santa Catarina.

 


NÚMEROS PARA RESPONDER ÀS CRÍTICAS

 

Raimundo Colombo usa os números para contestar os que acusam seu governo de inércia. E demonstra convicção ao afirmar que está tudo amarrado para o governo decolar. Primeiro, quis conhecer a estrutura, depois uniu a equipe para só depois definir as prioridades. Destacou o empenho dos secretários como positivo. Mas admite: a greve de 62 dias do magistério exigiu mudanças de rota no planejamento já com o carro em movimento.

Sobre sua mesa, dois projetos são exibidos com orgulho contido. O primeiro é o da quarta ponte de ligação entre a Ilha e o Continente. O anúncio da obra de R$ 1,1 bilhão deve acontecer nos próximos dias com pompa e circunstância. O outro é da nova Arena Multiuso de Canasvieiras.

Ele faz questão de ressaltar que não existe obra parada no Estado, 90% delas herança do governo passado. Só em recuperação de rodovias, diz, são 537 quilômetros. Mas revela que a pressão é maior do que imaginava. Para “baixar a poeira”, uma intervenção em 130 pontos das estradas será lançada.

Colombo vê no calendário político brasileiro a causa dos atropelos.

– O calendário eleitoral brasileiro é um desastre. Ano que vem já tem eleição muncipal – afirma.


SAÚDE
Ao ser questionado se o lançamento do mutirão de cirurgias na saúde não teria sido precipitado, já que a estrutura ainda não estava montada, foi direto:

– Nossa intenção foi criar polêmica mesmo, botamos o bode na sala senão a coisa não andava.

E emenda:

– Estou acompanhando este assunto pessoalmente. Recebo relatórios diários sobre o número de cirurgias que estão acontecendo.

 

 

GERAIS

Governo do Estado apresenta nova proposta

O mutirão de cirurgias prometido pelo governo do Estado deve voltar à pauta de discussões da categoria médica hoje à noite. Às 19h30min, o secretário do Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, deve apresentar a representantes do Sindicato dos Médicos (Simesc), Conselho Regional de Medicina (CRM) e Associação Catarinense de Medicina (ACM) a nova proposta de valores a serem repassados a médicos e unidades hospitalares: a cada 50 cirurgias realizadas, o incentivo será de R$ 10 mil para médicos e R$ 5 mil para hospitais.

Conforme a Secretaria do Estado da Saúde, até agora, cerca de 100 hospitais estão inscritos para participar do programa que pretende realizar 22,6 mil cirurgias até o fim de 2012.

 

 


Contratação

Foi autorizado pelo governador Raimundo Colombo a contratação de 596 novos servidores que atuarão nas 14 unidades hospitalares do Estado. Segundo o secretário Dalmo de Oliveira serão chamados os aprovados em concurso público realizado em 2010 e em caráter emergencial admitidos com a realização de Processo Seletivo Simplificado. De imediato 142 vagas serão preenchidas. Para o setor de emergência do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, será admitido quatro médicos e 33 técnicos de enfermagem.   

  

Tuitando

# Vereador Patrício Destro criticando a situação lamentável e vergonhosa dos hospitais em Joinville, terra do secretário da Saúde Dalmo de Oliveira. “Há pacientes até no chão. Funcionários estressados com a situação que não muda.”

 

 


Estado é obrigado a oferecer leitos psiquiátricos para adolescentes Florianópolis

 Ministério público de SC

 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) deve viabilizar, em no máximo 60 dias, a implantação de 15 leitos para o atendimento e a internação psiquiátrica de adolescentes no Hospital Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, por determinação de uma liminar concedida a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

 O pedido foi feito em uma ação civil pública instaurada pela 4ª Promotoria de Justiça de Joinville, pois o convênio entre o Estado e o hospital previa a oferta de atendimento psiquiátrico a partir de abril de 2009, o que nunca ocorreu.

 Na ação civil pública, a direção do Hospital Nossa Senhora das Graças, que mantém o Hospital Dr. Jeser, argumentou que só pode implementar o atendimento psiquiátrico previsto no convênio mediante a autorização da SES, que deve oferecer os recursos necessários. Ao ser inquirida, por meio de ofício, sobre a situação, a SES não respondeu ao MPSC. No caso de descumprimento da liminar, a SES estará sujeita a uma multa diária de R$ 5 mil.

 Atualmente, os adolescentes que necessitam de internação por problemas psiquiátricos são levados para uma clínica em União da Vitória, no Paraná, a cerca de 300 km de Joinville. Um adolescente de Joinville já está internado na clínica e dois aguardam vagas para a internação.


 
Ministro espera do Congresso aprovação de mais recursos para a saúde Brasília 
 
 O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que espera do Congresso a aprovação de mais recursos para a saúde. Segundo ele, é preciso debater as necessidades do setor a partir da regulamentação da Emenda 29.

 “Estou confiante. Vamos ouvir muito o Congresso e garantir a aprovação desses recursos com regras estáveis”, disse ao sair do desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios.

 A regulamentação da Emenda 29 deverá ser votada dia 28, na Câmara, sem uma base de cálculo. A ideia é aprovar o texto-base e deixar para o Senado definir a fonte dos recursos. Uma das sugestões é que parte dos recursos arrecadados com a exploração do petróleo do pré-sal seja destinada ao setor.

 Entretanto, segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, os recursos para a saúde precisam ser garantidos imediatamente. “O pré-sal só vai produzir petróleo daqui a sete ou oito anos. Precisamos de recursos já”, disse hoje.

 A Câmara deverá se reunir em comissão geral no dia 20 para discutir o assunto. Deverão participar do debate o ministro da Saúde, representantes de entidades ligadas ao setor, além de prefeitos e governadores.

 

 

 


Região

Família tem internação negada
Saúde. Jovem de 19 anos com transtorno global precisa de atendimento especial

Governador Celso Ramos -  Ao saber que o pedido de internação permanente de Clayton Evaristo Júnior, de 19 anos, foi negado a dona de casa Alcilete Sagas Evaristo, 36, mãe do jovem, desmaiou, aumentando os ferimentos de quedas anteriores. A solicitação foi feita junto à Defensoria Pública Estadual, há cerca de 20 dias. Os pais do rapaz alegam não ter condições físicas, psicológicas e financeiras para tratar do jovem em casa, devido sua excessiva agressividade.

Aflito e sem saber o que fazer Clayton Evaristo, 37, pai do paciente, continua sua jornada em busca de tratamento para o filho mais velho. Evaristo recorrerá da sentença do juiz. “Não posso trancar meu filho em casa, isso seria cárcere privado”, desabafa sobre o drama de ter de buscar o rapaz, que terá de deixar o Instituto Psiquiátrico de SC (IPQ).

“Ele está de alta. Mas como vou cuidar dele? Eu preciso trabalhar. E a mãe dele não para em pé”, diz em tom de desespero. O desejo da família composta ainda por outros dois irmãos, de seis e 11 anos, é de que a Justiça determine a internação do rapaz em uma clínica particular.

 

Esperando apoio da prefeitura

“Recebemos apenas uma visita de uma enfermeira do município”, lamenta Clayton, sobre o descumprimento da promessa da secretária de saúde de Governador Celso Ramos, que se comprometeu a dar suporte à família . A secretária de saúde de Governador Celso Ramos, Mariela Moraes afirmou que o atendimento está sendo prestado. “Estamos atendendo a família de acordo com nossas possibilidades. Quando o rapaz voltar para casa os psiquiatras visitarão a família” assegura.

Defensor recorrerá de decisão judicial

O defensor público responsável pelo caso, Eduardo Duílio Lopes Piragibe, informou que entrará com pedido de recurso junto à 4º Região do Tribunal Regional de Justiça, em Porto Alegre (RS).
“ lamenta a decisão do juiz.A doença do Clayton Junior implica em desagregação do núcleo familiar”, lembra, sobre os danos causados à saúde da mãe e do irmão menor.

Piragibe adiantou que solicitará uma perícia médica em regime de urgência.
“ Entraremos com recurso ainda nesta semana” informa o representante da família Evaristo.