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HOSPITAL DE CARIDADE
Câmara ameaça trancar a pauta
Vereadores querem pressionar prefeito a manter repasse mensal à instituição

A informação de que a Prefeitura de São Francisco do Sul não irá mais administrar o Hospital de Caridade pegou os representantes políticos, funcionários do hospital e moradores de surpresa nesta semana. Por isso, na tarde de ontem, o assunto foi discutido na Câmara de Vereadores e resultou em cobrança por parte do Legislativo.

“O hospital arrecada R$ 330 mil e gasta R$ 400 mil. Já existe um déficit, e sem os R$ 203 mil não teria como manter a unidade”, avaliou o presidente da Câmara, João Carlos de Miranda, sobre o repasse que era feito pela Prefeitura e que o prefeito anunciou que será cortado. “Pensamos até em trancar a pauta, e não se trata de politicagem. Tem muita gente que depende deste hospital”, complementou Miranda.

O prefeito Luiz Zera (PP) reafirmou que irá cortar o repasse, a partir de 1º de outubro, quando entregar a direção da unidade para a Venerável Ordem da Terceira de São Francisco da Penitência, ligada à Igreja Católica. “Infelizmente, por força de lei, a Prefeitura não pode conveniar com uma entidade que seja investigada pela Justiça”, afirmou Zera.

O prefeito disse que se a Câmara de Vereadores trancar a pauta, ele recorrerá à Justiça para aprovar os projetos de lei enviados ao Legislativo. “Se o convênio fosse legal, até poderíamos conversar. Mas não é. Não posso usar o dinheiro do contribuinte de São Francisco do Sul para investir em um saco sem fundo”, enfatizou.

O provedor da Ordem, Heraldo de Oliveira Couto, afirmou que, mesmo com o impasse, é cedo para falar em fechamento do hospital. “Vamos conversar com o Ministério Público e com a Prefeitura. Vamos tentar reverter a situação.”

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde de Joinville e Região, Lourival Pisetta, espera que o prefeito se sensibilize. “A Prefeitura até pode sair como interventora do hospital, mas é indispensável o repasse. O hospital não conseguiria sobreviver.”

A Ordem administrou o Hospital de Caridade até abril de 2009, quando o Ministério Público de Santa Catarina exigiu, por meio de um termo de ajustamento de conduta (TAC), que a Prefeitura passasse a administrar a entidade. O salário dos funcionários estava atrasado e havia dívidas com fornecedores de medicamentes e outros materiais. O fim da intervenção teve o aval do MP.

Com relação à construção do novo hospital da cidade, o prefeito garantiu para março o início das operações. Ele disse que em dezembro a parte física já deve ser entregue.

  

OPINIÃO
Doação de órgãos: a caminhada continua, por Alfredo Leonardo Penz

*“Santa Catarina é líder nacional na doação de órgãos. Grande parte deste sucesso se deve ao apoio constante da imprensa com sua postura consciente e solidária em relação a este ato. Muito obrigado.”

Este agradecimento é de um amigo virtual, o Fernando César P. Santos, um transplantado hepático que mora na nossa coirmã Blumenau e preside o Grupo Hércules, entidade que tem como objetivo “compartilhar experiências de pacientes, familiares e amigos em hepatites virais e transplantados de fígado”.

Ontem e como todos os dias 27 de setembro, comemorou-se o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, e o Fernando continua firme na sua caminhada pela causa da doação. Diga-se de passagem, ele continua, graças a Deus e a uma alma complacente que se sensibilizou pela causa da doação e fez prevalecer sua vontade de doar seus órgãos post mortem.

Aqui em Joinville, também aconteceu um lindo exemplo para a humanidade: graças a um transplante de rim, intervivos, realizado entre um homem e uma mulher após anos de separação matrimonial. Ela, num ato de amor descomunal, doa um de seus rins ao seu ex-marido.

Histórias como estas poderiam ser mais vezes divulgadas, caso as pessoas se conscientizassem de que o tempo no qual passamos aqui nesta casa, neste pequeno ponto azul no infinito, serve apenas para esta passagem. Ao partirmos, nada levaremos, a não ser nossas atitudes perante nossos pares.

É hilário saber que neste início de terceiro milênio as pessoas ainda estejam apegadas à matéria e literalmente deixam de ajudar aqueles que, às vezes por anos, lutam contra males e até a morte pela falta de um órgão. Às vezes me questiono: quantos corações poderiam continuar a bater no peito de um enfermo? Quantas pessoas poderiam passar a ver novamente a beleza de uma rosa vermelha, o pôr do sol, ver seus familiares, por meio da doação de córneas? Quantos rins poderiam continuar filtrando mais uma vez o sangue de um paciente renal crônico?

A resposta é simples e fácil: por meio da caridade e do amor ao próximo, é possível contribuir com a felicidade de dezenas, de centenas e milhares de pessoas. Assim como diz meu amigo transplantado hepático: “Para ser um doador após a morte, basta avisar a família, pois ela será a responsável pela autorização caso haja a possibilidade de doação. As mortes que podem resultar em captação geralmente são inesperadas, então é fundamental deixar muito clara a vontade de doar”. É, Fernando, realmente é fácil. Continue sua luta pelo bem da causa. Conte comigo e com os meus. Se depender de nós, o brilho das estrelas e o pôr do sol continuarão a ser apreciados por meio da doação. Mais famílias viverão felizes pela união da caridade e do amor ao próximo.

 alfredopenz@yahoo.com.br

*Professor, escritor e mestre em educação e cultura


 

Em queda
Em maio deste ano, relatório da Secretaria de Saúde de Joinville enviado a pedido de Patrício Destro apontava uma fila de 82,9 mil pessoas na fila das consultas. Agora, o vereador recebeu um novo relatório, apontando uma queda sensível, embora o número ainda seja alto.


Especialidades
São 78,6 mil pessoas aguardando por consulta com especialista em Joinville. Oftalmologia, ortopedia e otorrino lideram o ranking.

As consultas de retorno também fazem parte do levantamento entregue pela Secretaria de Saúde ao vereador Patrício Destro.

 

 

 

VISOR | RAFAEL MARTINI

NO LUCRO
Dalmo de Oliveira, secretário de Estado, diz que Santa Catarina já ultrapassou o percentual mínimo de investimento em saúde (12%), previsto na Emenda 29, que acaba de ser regulamentada na Câmara dos Deputados. Entre janeiro e setembro deste ano, garante, o governo já destinou R$ 504 milhões para a compra de novos equipamentos, leitos e obras.

  

Dia a dia
- Jantar - Amanhã, a Associação de Voluntários da Saúde do Hospital Infantil Joana de Gusmão (Avos) oferece um jantar de confraternização. O evento será realizado às 20h, no Paula Ramos Esporte Clube, em Florianópolis. No cardápio haverá saladas e massas. Informações: (48) 3251-9017.


 

Colunista Cacau Menezes


Verba para saúde
O Ministério da Saúde vai destinar um total de R$ 250 milhões a 44 hospitais universitários federais. A portaria foi publicada segunda-feira (26) no Diário Oficial da União. O Hospital Universitário da UFSC, em Florianópolis, receberá R$ 7,2 milhões

 

 


Cirurgias eletivas ainda não iniciaram na Serra 

 
Para quem está na fila de espera para fazer uma cirugia eletiva, terá que esperar por mais tempo. Pois, ao contrário do que foi divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Regional de Lages (SDR) as cirurgias eletivas na Serra Catarinense não devem iniciar este mês. No dia 2 de setembro, o gerente da Saúde da SDR, Saulo Tadeu Ramos, afirmou que as cirurgias iniciariam em no máximo duas semanas, o que não aconteceu.

Para o secretário municipal da Saúde, Juliano Polese, as cirurgias não têm prazo definido para começarem a ser realizadas. “O Hospital Infantil Seara do Bem já sinalizou que irá realizar as cirurgias e já tem uma lista dos beneficiados, o Tereza Ramos passou a lista para a aprovação da superintendência estadual de saúde e o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres ainda está em negociação”, ressalta Juliano.

Somente para a cirurgias de catara, existem 400 pessoas na fila de espera em Lages. “Ainda estamos construindo essa parceria, ainda não há nada confirmado, a intenção é que o hospital realize as 400 cirurgias, mas não está garantido”, afirma o diretor do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, Canísio Winkelmann.


Saulo Ramos explica que as cirurgias ainda não iniciaram por tramites burocráticos.

De acordo com informações da SDR, os 18 municípios abrangidos pelas regionais de Lages (12) e São Joaquim (6) terão direito a 1.135 cirurgias, ligadas a quatro especialidades: Oftalmologia (cirurgia de catarata), Otorrinolaringologia (amígdalas e adenoide), Cirurgia Geral (vesícula, hérnia e varizes), e Ortopedia (membros, cirurgias de joelho e retirada de materiais de síntese). O Hospital Nossa Senhora das Graças, de Bom Retiro, fará 225 cirurgias, e o Hospital Sagrado Coração de Jesus, de São Joaquim, 60. As demais serão divididas entre os hospitais Tereza Ramos, de Lages; Santa Clara, de Otacílio Costa; São José, de Urubici, e Faustino Riscarolli, de Correia Pinto.

 


Santa Catarina é o estado que mais obtém doação de órgãos

No Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, as autoridades de Saúde do Brasil comemoram o fato do país ter o maior sistema público de transplantes do mundo Nesta terça-feira (27), Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, as autoridades de Saúde do Brasil comemoram o fato do país ter o maior sistema público de transplantes do mundo. Mais de 98% destes procedimentos são realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). No cenário nacional, Santa Catarina se destaca por ser o estado brasileiro que mais obtém doações. No primeiro semestre de 2011, alcançou a mesma taxa dos Estados Unidos: 26 doadores por milhão de habitantes.

Santa Catarina também é o primeiro estado a ter instrutores com certificação do Curso de Comunicação de Notícias em Situações Críticas. O curso é oferecido pela Organização Nacional de Transplantes (ONT) da Espanha, que possui a melhor estrutura dessa área no mundo. A habilitação dos profissionais da SC Transplantes contribui para aprimorar a qualidade do atendimento e da comunicação dos familiares de potenciais doadores.

No primeiro semestre deste ano, foram realizados no Estado 456 transplantes com córneas, rins, pâncreas, fígados, ossos, esclera e medula óssea. No período, Santa Catarina registrou a notificação de 185 mortes encefálicas, resultando em 80 doações. Isso representa 45% de efetivação, enquanto que no Brasil o índice não passa de 25%. Outro fator relevante está relacionado à qualidade das entrevistas com familiares de doadores potenciais, responsáveis por 66,4% das autorizações para a retirada de órgãos.

Para o coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, a mudança no modelo de gestão, os cursos de comunicação capacitando profissionais para saber como transmitir más notícias, e a melhor qualificação das pessoas responsáveis pelas entrevistas com os familiares contribuíram para o atual índice de doações.

A taxa de doação de uma região, segundo Andrade, é um índice que reflete a qualidade do atendimento hospitalar. “E nosso estado possui um excelente trabalho nessa área, evidenciando os números expressivos de doações alcançados. Somos os melhores na identificação, manutenção e autorização das famílias de potenciais doadores”, complementa Joel de Andrade.

Como proceder

Para ser doador basta avisar a família, pois ela será a responsável pela autorização caso haja a possibilidade de doação. As mortes que podem resultar em captação, geralmente são inesperadas, então é fundamental deixar clara a vontade de doar. Isto pode e deve ser feito agora. Registro em Carteira de Identidade ou de Habilitação não possuem validade. Alguns órgãos inteiros ou seccionados, medula ou sangue podem ser doados em vida.

Para esclarecer estes e muitos outros conceitos, inúmeras entidades realizarão atividades alusivas ao Dia Nacional da Doação de Órgãos - 27 de setembro. Será uma excelente oportunidade de agregar novas informações, eliminar mitos, aprimorar a cidadania e a solidariedade.

Transplante de ossos traz qualidade de vida para muitos pacientes

 Quando o assunto é doação, órgãos, sangue e até mesmo leite são os itens mais lembrados pela população. O que muita gente desconhece é que a doação de tecido músculo-esquelético é possível. Ossos, tendões e meniscos são essenciais para levar qualidade de vida, melhoria da auto-estima e capacidade produtiva a inúmeros pacientes que necessitam de implantes, enxertos e restaurações para ter uma vida normal.

Todos os anos muitos pacientes são beneficiados por cirurgias de transplante ósseo no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Só em 2011, até o mês corrente, cerca de 104 pessoas resgataram a qualidade de vida que anteriormente consideravam perdida para sempre, quase o triplo do número de anos anteriores. “Todos, completamente reabilitados, só têm a agradecer aos doadores que lhes permitiram voltar a realizar as atividades comuns do dia a dia. E assim como eles, muitas outras pessoas aguardam pela mesma oportunidade – o transplante de ossos. Pacientes que apresentam tumores ósseos e são submetidos ao transplante podem ter a amputação de membros evitada. Há também pessoas com próteses de quadril e joelho que devem ser trocadas devido ao desgaste do material que necessitam deste tipo de cirurgia. Muitas perdem a capacidade de locomoção devido ao agravamento do problema – o que poderia não acontecer se o número de doações fosse ampliado. Existem, ainda, crianças portadoras de graves deformidades da coluna vertebral que precisam de cirurgias corretivas e dependem do estoque do banco” explica Rafael Prinz, chefe da Divisão de Transplantes de Multitecidos do Into.


O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) possui, desde 1989, o único banco de tecidos público do país. Cadastrado no Sistema Nacional de Transplantes, o banco é responsável por captar, processar e distribuir os tecidos doados para utilização nas cirurgias de transplantes. Para dar conta deste trabalho, equipes especializadas estão disponíveis para realizar captações em tempo integral. O desenvolvimento tecnológico e a pesquisa fazem parte cotidianamente das atividades do Banco de Tecidos do Into. O objetivo é aprimorar constantemente o processamento e a utilização desses tecidos.

Doação

Para ser um doador de osso e tecidos, é importante comunicar esta vontade à família. Quando ocorre o óbito, a cirurgia para retirada do osso pode ser feita somente com a autorização de parente próximo ou representante legal do doador. É importante esclarecer que após a retirada do material, o corpo é reconstruído de forma que sua aparência seja totalmente preservada. No Banco, as peças são armazenadas e preservadas em ultra-congeladores, sob temperaturas em torno de oitenta graus negativos. Em seguida, é realizado o processamento dos tecidos, que passam por um rigoroso controle de qualidade para comprovar a possibilidade de aproveitamento do material captado. Exames bacteriológicos, fúngicos, radiológicos e histopatológicos estão na lista de procedimentos para afastar os riscos de transmissão de doenças infecto-contagiosas que possam comprometer a saúde do receptor.

Informações adicionais

Visando aumentar o número de doações, quem estiver com parente hospitalizado e que venha a falecer, deve solicitar ao profissional de saúde que acompanha o caso que comunique à Central de Transplante do Rio de Janeiro. O Into, então, será acionado. Os telefones do programa são: 2333-7550, 2333-7544 ou 2333-4005. Feita a notificação, um funcionário do programa vai até o hospital e faz uma avaliação sobre a possibilidade da doação, que inclui a realização de um questionário de triagem sobre o possível doador. Após aprovação, o Banco de Tecidos é informado e desloca sua equipe para a unidade de saúde. Mais informações no site do Into: www.into.saude.gov.br