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HOSPITAL REGIONAL
Cirurgia inédita será realizada na segunda

Uma técnica inédita de cirurgia cardíaca será realizada na segunda-feira em Joinville. A cirurgia minimamente invasiva com endoclamp (cateter) diminui a dor no pós-operatório. O Hospital Regional Hans Dieter Schmidt vai receber profissionais da Eslováquia e dos Estados Unidos que treinarão os profissionais do Regional e do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. Dois pacientes que estavam na fila para cirurgias cardíacas em Joinville vão passar pelo procedimento.


SÃO JOSÉ
Raio x digital sem uso há três anos
Faltam computadores e o programa de informática para conferir os exames

Um aparelho de raio x digital, comprado em 2008, continua sem ser usado no Hospital São José. O aparelho está encostado por falta de software (programa) e de computadores nos consultórios médicos, na ortopedia e nas salas de sutura e laudo.

Há três anos, foram investidos R$ 250 mil no equipamento que dispensa a impressão de lâminas para produzir a imagem. Com o equipamento, os médicos podem observar os exames diretamente na tela de um computador.

Neste ano, uma possível solução foi a compra de uma impressora para o equipamento. Mas, na prática, se tornou inviável porque o material impresso perdia qualidade e não poderia servir de base para os laudos médicos.

Atualmente, o aparelho está instalado numa sala no pronto-socorro. De vez em quando, técnicos ligam o equipamento para ser testado e ver se está funcionando.

Segundo o diretor-executivo do Hospital São José, Fabrício Machado, o equipamento poderá ser usado a partir do começo do ano que vem, quando será aberta uma licitação para a compra do programa. Ele deve custar entre R$ 100 mil e R$ 150 mil.

Parte do problema começa a ser resolvido no mês que vem, quando o programa informatizado de gestão hospitalar começa a funcionar. Para isso, a unidade vai ganhar computadores interligados por uma rede

Para o futuro, o diretor-executivo já pensa em transformar os outros dois aparelhos de raio x comprados este ano também em digital e otimizar o sistema.

A coordenadora de radiologia do São José, Viviane Darrosi Vieira, defende que a implantação do equipamento, além de gerar agilidade para o hospital, traz benefícios ao paciente. Como a imagem pode ser tratada, a necessidade de refazer o exame é muito baixa, o que evitaria a exposição do paciente novamente à radiação.

O novo equipamento digital também evitaria problemas como a falta de processadora de filme de raio x. Dos sete equipamentos que o São José tem, apenas seis estão funcionando.

gisele.krama@an.com.br

 


MENINGITE EM JOAÇABA
Número de casos chega a 11
Doença foi confirmada em alunos de três escolas da cidade, que suspenderam as aulas

O 11º caso de meningite viral na região Meio-oeste foi confirmado ontem em Joaçaba. Uma criança de sete anos que estuda no Centro Educacional Roberto Trompowski (Cert) é a vítima mais recente. A escola suspendeu as aulas até segunda-feira.

A suspensão das aulas, conforme a Vigilância Epidemiológica, é porque há outros casos suspeitos da doença entre os alunos do Cert. A medida de paralisar as atividades é preventiva e quer evitar a aglomeração de pessoas e novas infecções. O intervalo deve servir para a higienização dos ambientes e desinfecção de materiais, principalmente da cozinha. A água e os alimentos estão entre os principais meios de transmissão do vírus da meningite.

Em Joaçaba, a doença é considerada surto no município, desde que seis estudantes do Centro Educacional Infantil Girassol contraíram a doença. Uma menina de quatro anos, do Centro Educacional Infantil Pequeno Pensador, em Herval d’Oeste, também está com o vírus.

Conforme a Vigilância Epidemiológica, a incidência da doença ocorre, quase sempre, na primavera. E um dos motivos seria o descuido da população. No inverno, por exemplo, são adotadas medidas extras para evitar gripes e outras doenças respiratórias. O que geralmente passa despercebido no calor.

A grande diferença das infecções atuais para as outras é que há relação direta entre os casos. Seis das vítimas estudam na mesma escola, em Joaçaba. E este seria o motivo para a preocupação gerada entre os pais e para a suspensão de aulas. Conforme a gerente regional de Saúde de Joaçaba, Ivanilce Ângela Peccim, ambas as situações são desnecessárias. “O pessoal se apavorou porque notificamos a doença como surto. Mas, não há motivos para pânico”, garante.

Os 11 pacientes que contraíram meningite viral passam bem. Seis permanecem internados. Além de Joaçaba, foram registrados contágios de meningite em outras três cidades da região esta semana. Crianças de Herval d’Oeste, de Treze Tílias e de Capinzal também contraíram a doença.

Preocupação com surto
Sintomas

- Febre alta.
- Dor de cabeça forte.
- Vômitos (este sintoma nem sempre no começo).
- Rigidez no pescoço (dificuldade em movimentar a cabeça).
- Manchas vinhosas na pele.
- Estado de desânimo, moleza.
Orientação
Nesta semana, foram realizadas reuniões informativas com diretores das escolas de Joaçaba e funcionários do Hospital São Miguel, onde os pacientes infectados foram internados. Profissionais das unidades de saúde pública também receberam orientações da Vigilância Sanitária do Estado.

 

 

Em dia
O governo do Estado voltou a fazer repasses ao Hospital Infantil de Joinville e ontem mesmo os salários dos médicos, parcialmente em atraso, foram pagos pela organização social responsável pela administração da unidade.

Atendimento normal
Com o pagamento, está descartada a ideia de os médicos restringirem o atendimento o partir da semana que vem, caso o atraso continuasse. O contrato do Estado era de R$ 5 milhões mensais com a OS. Agora, será de R$ 4,2 milhões porque a demanda de determinados serviços ficou abaixo do esperado.

 


RUTH CARDOSO
Hospital pede verba ao governo

O Conselho Municipal de Saúde (Comus) encaminhará ao governo do Estado uma carta pedindo recursos para a manutenção do Hospital Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú.

Ocusto de operação da unidade de saúde, aberta no dia 10, está estimado em R$ 1,8 milhão. O faturamento corresponde a R$ 800 mil, menos da metade deste valor, e o restante será absorvido pelo município. O hospital está incluído no plano plurianual do governo do Estado a partir do ano que vem. Mas a intenção do conselho é garantir realmente o repasse.

Nos primeiros 16 dias de funcionamento, o Hospital Ruth Cardoso, único da cidade a atender somente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contabilizou mais de 3,2 mil atendimentos, entre eles 290 internações e 58 partos. A unidade faz cerca de 300 exames ao dia.

Em seis meses, serviços devem ser ampliados

A procura pelo hospital aumentou devido ao fechamento do Pronto-Socorro do Hospital Santa Inês, que é particular, mas sofre intervenção municipal desde 2008.

O município optou por devolver a unidade, que é particular, aos proprietários, por entender que não haveria recursos para manter os dois hospitais.

Por enquanto, os atendimentos no Hospital Ruth Cardoso estão concentrados em baixa e média complexidade – o que sobrecarrega o Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, único a atender casos mais complicados na região.

A intenção do Comus é que, em seis meses, Balneário Camboriú possa arcar também com esse serviço em áreas como cardiologia, obstetrícia e tratamento do câncer.

 

Balneário Camboriú


SURTO DE MENINGITE
Mais uma escola é fechada em Joaçaba

O 11º caso de meningite viral na região Meio-Oeste foi confirmado ontem em Joaçaba. Uma criança de sete anos que estuda no Centro Educacional Roberto Trompowski (Cert) é a vítima mais recente. A escola suspendeu as aulas até segunda-feira.

A suspensão das aulas, conforme a Vigilância Epidemiológica, é porque há outros casos suspeitos da doença entre os alunos do Cert. A medida de paralisar as atividades é preventiva e quer evitar a aglomeração de pessoas e novas infecções.

O intervalo deve servir para a higienização dos ambientes e desinfecção de materiais, principalmente da cozinha. A água e os alimentos estão entre os principais meios de transmissão do vírus da meningite.

Em Joaçaba, a doença é considerada surto, desde que seis estudantes do Centro Educacional Infantil Girassol contraíram a doença. Uma menina de quatro anos, do Centro Educacional Infantil Pequeno Pensador, em Herval d’Oeste, também está com o vírus.

Conforme a Vigilância Epidemiológica, a incidência da doença ocorre, quase sempre, na primavera. E um dos motivos seria o descuido da população. No inverno, por exemplo, são adotadas medidas extras para evitar gripes e outras doenças respiratórias. O que geralmente passa despercebido quando o tempo começa a esquentar.

Durante esta semana foram realizadas diversas reuniões informativas com diretores das escolas de Joaçaba e funcionários do Hospital São Miguel, onde os pacientes infectados foram internados. Os 11 pacientes que contraíram meningite viral passam bem. Seis permanecem internados. Além de Joaçaba, também foram registrados contágios de meningite em outras três cidades da região esta semana. Crianças de Herval d’Oeste, de Treze Tílias e de Capinzal também contraíram a doença.

As escolas que suspenderam as aulas retomam as atividades na segunda-feira. Somente a Creche Municipal Irmã Cássia Windemeyer, de Treze Tílias, estende a paralisação até quarta-feira para finalizar os trabalhos de higienização.

daisy.trombetta@diario.com.br

DAISY TROMBETTA | Joaçaba

 

Vida e Saúde


CORAÇÃO
Colesterol em dia
Teste simples revela uma das doenças que mais matam no país

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) aponta que as doenças cardiovasculares ocupam, no Brasil, o primeiro lugar entre as causas de mortalidade. E o colesterol elevado é um dos principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Para descobrir como está a saúde, o primeiro exame a ser solicitado pelos médicos exige apenas uma picadinha no braço ou no dedo – simples e a mais eficaz forma para revelar a presença de gorduras indesejadas na corrente sanguínea, já que o colesterol elevado não apresenta sintomas. Rápido e altamente confiável, o perfil lipídico é feito com 12 horas de jejum.

– Excessos alimentares, álcool e atividades fora da rotina nos três dias anteriores ao exame devem ser evitados – explica a cardiologista Tânia Martinez.

Menos invasiva e mais ágil, a punção digital, exame que analisa apenas uma gotinha de sangue, é ideal para avaliar o colesterol da população, técnica normalmente utilizada em grandes campanhas e ações. O objetivo do exame de sangue é analisar, além do nível de colesterol total no organismo, índices de LDL (lipoproteínas de baixa densidade), popularmente conhecido como “colesterol ruim”, de HDL (lipoproteínas de alta densidade), o “colesterol bom”, e triglicérides.

 
CORAÇÃO
O que é?

Colesterol é uma molécula similar à gordura que age na composição da membrana que envolve as células, é essencial para a fabricação de hormônios e na composição da vitamina D, necessária aos ossos e ao crescimento. Obtido nos alimentos de origem animal ou produzido pelo fígado, circula pelo corpo, mas não é solúvel no sangue.

Problemas podem ocorrer, especialmente, quando se ingere alimentos que contenham colesterol em demasia, como carnes gordas e ovos. O excesso se deposita nas artérias, formando placas que podem endurecê-las e entupi-las, e o processo pode gerar problemas cardiovasculares.

 
CORAÇÃO
Prevenção

A prevenção do colesterol e a conquista de uma vida saudável estão diretamente ligadas à boa alimentação e à prática de exercícios físicos regulares. Consultar-se anualmente com um cardiologista aumenta as chances do diagnóstico precoce, reduzindo a ocorrência de doenças graves e acelerando o início do tratamento. Uma dieta equilibrada, com pouco sal, rica em frutas, verduras, legumes, fibras e com restrição de gorduras também é fundamental. E engana-se quem acha que somente os gordinhos podem sofrer deste mal.

– Magros com alimentação desregrada podem ter alteração nos níveis de colesterol. É ne- cessário que se faça exames periódicos – afirma a nutricionista Bernardete Azevedo.

 


NOTAS
Uma vitamina esquecida

Um dos nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo tem sido esquecido pelos brasileiros. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, divulgada neste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a população brasileira consome quantidades extremamente inadequadas de vitamina E.

O estudo também constatou uma inadequação de 99,9% entre os homens de 19 a 59 anos, e de 100% entre as mulheres da mesma idade. Na faixa das pessoas com mais de 60 anos, a inadequação atinge 100% para ambos os sexos.


NOTAS
Saiba mais

As principais fontes alimentares de vitamina E são os óleos e as gorduras de origem vegetal, embora o nutriente seja parcialmente removido no processo de refinação. As sementes de oleaginosas, como amendoim, castanha e amêndoa, também contêm quantidades significativas de vitamina E. O ideal é consumi-la no mesmo horário, todos os dias, e junto com as refeições que contenham uma certa quantidade de gordura para melhorar a absorção. Os efeitos antioxidantes da vitamina E podem ser potencializados quando ela é ingerida junto a antioxidantes, como a vitamina C, por exemplo.


NOTAS
Terapia comunitária de graça na Universidade Federal

O projeto Amanhecer, desenvolvido junto ao prédio da capacitação do Hospital Universitário, em Florianópolis, convida para nova atividade de terapia comunitária desenvolvida pela psicóloga Simone Rockenbach Duarte. A terapia comunitária é um espaço de promoção da saúde através da partilha, troca, comunhão de vivências e experiências de vida, desafios, sofrimentos, problemas e autossoluções. Os encontros ocorrem às quintas-feiras, das 10h30min às 12h. Informações: (48) 3721-8055.

 


GENÉTICA
Mais comum do que se imagina
Caracterizada por um defeito no cromossomo x , a síndrome do X frágil é uma das doenças hereditárias e genéticas mais frequentes. Mas estima-se que até 90% dos portadores ainda não foram diagnosticados

A síndrome do X frágil (SXF) é uma doença genética e hereditária, classificada de três formas: afetados, pré-mutados ou zona gray. Sua ocorrência é alta principalmente quando se fala em pré-mutados (também chamados de portadores). Neste caso, está presente em uma de cada 280 mulheres no mundo. Mas você já ouviu falar da doença? A maioria das pessoas não, e a falta de informação é a principal dificuldade para se chegar a um diagnóstico.

Estima-se que entre 80% e 90% das pessoas portadoras do X frágil ainda não foram diagnosticadas. Isso acontece porque boa parte dos portadores só apresenta sintomas expressivos na vida adulta, Por outro lado, eles são carreadores da síndrome, podendo transmiti-la aos filhos. Esses, sim, correm o risco de terem comprometimento maior, como autismo e dificuldade de aprendizado. Algumas pesquisas mostram que 13% dos autistas têm a SXF.

A síndrome do X frágil é uma falha em um gene presente no cromossomo X (veja detalhes ao lado). Dependendo do nível da falha, a pessoa pode ser uma pré-mutada (tem o defeito no gene, mas pode não apresentar nenhum sintoma); ou pode estar na zona gray ou ser afetada. Nestes dois últimos casos, apresentará os sintomas mais graves.

– A doença é muito mais comum do que se imagina. Temos feito um trabalho muito forte para divulgar e informar as pessoas sobre a síndrome. Acreditamos que a prevenção da deficiência intelectual pode existir nestes casos, principalmente quando os pré-mutados são previamente diagnosticados. As escolas e alguns médicos são nossos parceiros. Mas ainda é preciso que a população e a própria classe médica se informem mais – comenta a bióloga-geneticista Ingrid Barbato, presidente da Associação Catarinense da Síndrome do X Frágil e responsável técnica por um dos laboratórios que fazem o teste da síndrome.

Em parceria com um grupo de pesquisadores norte-americanos, a associação catarinense está fazendo um mapeamento da doença. A ideia é fazer um levantamento nas escolas e Apaes para determinar o índice de afetados no Estado. Outro objetivo é aprovar um projeto sobre o teste preconcepção em mulheres que queiram engravidar e que têm histórico na família.

– Para mim, a grande importância do diagnóstico é que a mulher passa a ter o direito de escolher se quer ou não correr o risco de ter um filho afetado – comenta Ingrid.

Por enquanto, a doença não tem cura, mas há dezenas de tratamentos para amenizar os sintomas. Os portadores têm expectativa de vida igual à de todas as pessoas. Ingrid Barbato salienta que é fundamental que a criança diagnosticada com a síndrome frequente uma escola regular.

– Os afetados aprendem muito por repetição. Por isso é muito bom conviver com as outras crianças na escola. Os colégios só devem estar conscientes da doença e alternarem os métodos de avaliação. Crianças com SXF vão muito bem em provas orais, por exemplo, ao passo que têm dificuldade com as escritas, pois possuem severas dificuldades em ler, escrever e pensar ao mesmo tempo. O computador é um grande aliado para elas – afirma a médica.

CRISTINA VIEIRA

 


GENÉTICA
Susto da descoberta

Ana*, 36 anos, não consegue conter as lágrimas quando lembra do momento em que sua única filha, de 13 anos, foi diagnosticada com a síndrome. A doença, pouco conhecida até entre os médicos, tem sintomas muito parecidos com os de outros distúrbios mentais. Para a adolescente, o diagnóstico só foi possível há cerca de um mês, depois que sua tia paterna descobriu ser portadora do X frágil. Ana lembra que o pai de Paula, seu ex-marido, conversou com ela sobre a possibilidade da menina ter herdado a doença. A tia teve uma menopausa aos 31 anos e não pode engravidar.

A confirmação veio por meio de um exame de DNA que custa em média R$ 800 e demora até 40 dias para ficar pronto. A angústia da espera levou Ana a buscar informações sobre a doença antes. Ela procurou um médico, e o curioso foi ver que ele nunca tinha ouvido falar da doença.

– Eu estava diante de algo desconhecido e cada vez mais sentia-me sem chão – conta.

Ainda antes do resultado, ela participou do 1º Simpósio Internacional dos Transtornos Associados à Síndrome do X Frágil e V Encontro Catarinense do X Frágil, realizado em Florianópolis, no final de setembro.

– Vi crianças com mutação completa que tinham retardos mentais e sérios problemas de sociabilidade. Naquele momento, pude agradecer por minha filha ser saudável – conta.

A filha é considerada pré-mutada e não tem nenhum sintoma da doença. No futuro, pode ter menopausa precoce ou nunca ter nenhum problema. Só de 20% a 30% dos pré-mutados apresentam transtornos do SFX. Mas ela poderá transmitir a síndrome aos filhos.

– Fico pensando que existe a possibilidade de eu não ter netos e é algo que me deixa aflita. Mas agora já conseguimos lidar melhor com este assunto – diz Ana.

Alheia aos questionamentos da mãe, a garota passa pela adolescência como qualquer outro jovem. E tem uma rotina bem agitada. Adora passar horas na internet, participa de coral, faz aulas de inglês e violão, além de dedicar-se às disciplinas escolares. A descoberta da doença não mudou em nada a sua rotina:

– No começo foi um choque, mas não acho que seja algo para me preocupar agora – justifica.

A preocupação fica mesmo para a mãe, que marcou uma consulta com um geneticista em Joinville para acompanhar o caso da filha.

– A minha esperança é que a medicina avance e que, em uns 10 anos, quem sabe, descubram uma cura – acredita.

* nome fictício porque a adolescente não quer ser identificada.

 

KARINA SCHOVEPPER


GENÉTICA
Inteligente do jeito dele

Por quase 25 anos, a vida de Lindaura Souza Vieira, 60 anos, foi uma incógnita difícil de contornar. Três de seus quatro filhos eram diferentes do padrão “normal” de comportamento. Lindaura mudou-se para uma cidade pequena, Rio Rufino, para poder trabalhar e cuidar dos filhos. Alternou a escola das crianças e, cada vez que constatava a não alfabetização dos filhos, sentia-se mais angustiada.

Só há cinco anos, quando os dois mais novos, Bruno e Camilo, frequentavam uma escola de educação especial em Florianópolis, é que a angústia virou alívio. A pesquisadora Ingrid Barbato identificou características do X frágil nos rapazes e fez o teste.

– Saber o que meus filhos tinham mudou minha vida – conta a cartorária.

Camilo Diamico de Souza, 30 anos, é um dos filhos de Lindaura. Quem vai à Assembleia Legislativa de Santa Catarina com frequência, conhece o rapaz simpático, que dá orientações, conhece todos pelo nome e faz sempre a primeira pergunta: mora onde? Pela manhã, ele é oficialmente funcionário do gabinete do deputado Jailson Lima (PT). À tarde, continua trabalhando na AL, mas por puro prazer.

A síndrome foi transmitida por Lindaura, que é uma pré-mutada. Camilo aprende por memorização e, assim, consegue ir para o trabalho sozinho, de ônibus. Eletrônicos são sua paixão. Além do déficit no aprendizado, Camilo tem dificuldade de sair da rotina. Acorda sempre no mesmo horário, faz o mesmo itinerário e tem atitudes repetitivas, como todos os dias levar uma água de coco para Maria – a bela assessora parlamentar que faz a cabeça de Camilo

– Ele é muito atencioso e inteligente do jeito dele. Conversamos todo dia – conta ela.

– Eu tenho o X frágil e sei direitinho o que é. Mas estou tocando a minha vida. E, oh, eu tenho Facebook. Agora preciso ir. Tenho que trabalhar – afirma o rapaz – diferente, é verdade, o que, aliás, é normal.

 

 


PSORÍASE
Marcas expostas
Doença não é contagiosa, mas portadores ainda sofrem muito preconceito

Manchas vermelhas na pele, com escamações esbranquiçadas, expõem os portadores da psoríase. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a doença não é contagiosa e não tem cura, o que faz com que a discriminação seja extremamente prejudicial aos seus portadores, que, às vezes, passam por situações constrangedoras durante toda sua vida.

Para ajudar a diminuir o preconceito, a Sociedade Brasileira de Dermatologia está promovendo a Campanha de Conscientização da Psoríase, com o slogan Um beijo, um abraço, um aperto de mão. O mês foi escolhido com base no Dia Mundial da Psoríase, neste sábado.

Serviços de dermatologia em todo o país disponibilizam fôlderes e panfletos com informações sobre a psoríase, uma das doenças de pele mais frequentes, mas ainda alvo de grande preconceito por puro desconhecimento sobre as suas causas.

Segundo as dermatologistas coordenadoras da campanha, Cláudia Maia e Luna Azulay, a expectativa é de que pelo menos 100 mil pessoas sejam abordadas e aprendam como identificar a doença, que pode ser controlada com o tratamento.


PSORÍASE
Sem dúvidas
O que é?

É uma doença inflamatória crônica da pele que se manifesta, na maioria das vezes, por lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas. Em alguns casos, as lesões podem estar apenas nos cotovelos, joelhos ou couro cabeludo. Já em outros, as lesões se espalham por toda a pele. Frequentemente, há acometimento das unhas. Embora seja pouco habitual, há casos em que as articulações também podem ser afetadas, causando a artrite psoriásica.

A psoríase não escolhe sexo ou idade, embora tenha picos de incidência aos 20 e aos 50 anos de vida. Qualquer pessoa pode desenvolver essa doença, que não é contagiosa e não provoca dor.

A psoríase em placas ou vulgar é a mais comum. Atinge 90% dos pacientes. As áreas mais afetadas são cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombo-sacra e umbigo. Outro tipo, a psoríase nas unhas ou ungueal, é comum em mais de 50% dos casos. Umas das principais características é o descolamento da unha (onicólise). Por isso, é importante manter a unha curta, seca e limpa para diminuir as chances de ocorrerem estímulos que possam intensificar o descolamento.


PSORÍASE
Fatores desencadeantes

A psoríase é causada por vários fatores, destacando-se a existência de um componente genético, o que não significa que seja, necessariamente, hereditária. Aproximadamente 50% a 60% dos pacientes não possuem registro da psoríase em sua família. Vários fatores podem desencadear o surgimento das lesões, como a reação a alguns medicamentos, algumas infecções, ferimentos na pele e, principalmente, o estresse. É comum o surgimento da psoríase estar associado a crises emocionais. Porém, a eliminação de um ou de todos esses fatores não significa que as lesões de psoríase desaparecerão.

 


PSORÍASE
Tratamento

São várias as formas de tratamento. Cabe ao dermatologista avaliar a melhor delas. Nas formas leves, são prescritos medicamentos tópicos sob a forma de pomada, loção, xampu ou gel. Nas formas mais avançadas, além de duas ou três sessões de fototerapia por semana, podem ser indicados medicamentos de uso interno via oral ou injetável, dependendo do caso. As terapias biológicas são os tratamentos mais modernos para psoríase, mas, por serem muito caras, destinam-se a casos especiais.

 


PSORÍASE
Controle

Não há cura para essa doença, mas é possível controlá-la e levar uma vida normal. As lesões podem desaparecer e não reaparecer durante muitos anos. Algumas vezes, nunca mais voltam. Porém, para a maioria dos pacientes, a psoríase é uma doença crônica com períodos de erupções e períodos sem manifestações visíveis. Sua evolução é imprevisível, variando muito de paciente para paciente.

Fonte: Claudia Maya – coordenadora da campanha

 

VERÃO
A briga contra o herpes labial
Saiba como evitar as crises, que tendem a aumentar com o sol

Quem convive com crises de herpes nos lábios deve redobrar os cuidados no verão. Isso se deve ao fato de o sol ser um imunodepressor. De acordo com o médico Omar Lupi, a exposição solar diminui a quantidade de linfócitos e baixa a imunidade.

Mesmo se a dose de sol não causar vermelhidão, já é o suficiente para baixar a imunidade e ativar o vírus do herpes. A reação da crise normalmente começa com uma leve irritação na pele. Depois surgem no local pequenas vesículas cheias de líquido, que se rompem e formam feridas doloridas. É nesse período que o vírus é transmitido de uma pessoa para outra.

– A proteção solar adequada é fundamental. No caso do herpes labial recorrente, o paciente deve usar um protetor labial, cujo fator de proteção não deve ser inferior a 30, podendo ser usado várias vezes por dia – indica o especialista.

Além do sol, mecanismos que detonam as crises – estima-se que, a cada cem pessoas, 25 enfrentaram ou estão enfrentando manifestação de herpes – costumam ser o estresse, alterações hormonais e alguns tipos de alimentos.

Segundo o médico, chocolate é ruim para quem tem herpes, pois o vírus tem uma cápsula proteica que protege o material genético e, em grande parte, é composta por um aminoácido chamado arginina, presente no cacau. Frutas ricas em arginina também dariam um “alimento” extra ao vírus, como abacaxi e kiwi, bem como sementes como amendoim, castanha e nozes.

Embora não haja cura definitiva para o herpes simplex – os tratamentos até hoje não são eficazes porque o vírus habita estruturas do sistema nervoso chamadas de gânglios paravertebrais, onde a medicação não chega bem –, é possível amenizar os sintomas com pomadas que auxiliam na cicatrização das feridas.

Há remédios com base em antivirais – como o aciclovir – que podem promover a regressão da doença, desde que aplicados no início das crises.


PESQUISAS MÉDICAS
Bisfenol A e os problemas de comportamento em garotas

Novo estudo realizado em Cincinnati, Ohio, nos Estados Unidos, sugere que meninas expostas a níveis mais elevados de bisfenol A (BPA) – antes do nascimento, ainda dentro do útero – apresentaram mais problemas de comportamento e estavam mais ansiosas e hiperativas do que as que estiveram expostas a pequenas quantidades deste produto químico.

A substância é usada para fazer plásticos e encontrada em embalagens de alimentos, alguns produtos enlatados e até mamadeiras.

A constatação, porém, não prova que as mães que têm mais contato com o bisfenol A estejam colocando suas filhas em risco. Além disso, segundo a pesquisa, não havia nenhuma ligação entre a quantidade de BPA existente na urina das mulheres grávidas e os problemas comportamentais dos meninos – ou entre os níveis da substância em crianças e seus comportamentos diferenciados.