Fase de alívio nas emergências
Hospitais- Reabertura do setor no Celso Ramos reduz demanda no Regional e HU
Florianópolis- O período de reforma da emergência do Hospital Celso Ramos, de abril de 2010 a outubro de 2011, aumentou a demanda das emergências dos outros hospitais da Grande Florianópolis. Com a reabertura, no dia 19 de outubro, o setor de saúde passou a respirar mais aliviado. Segundo os responsáveis pelos hospitais Regional e Universitário, caiu , em média, 20% o número de atendimento nas emergências.
Quem chega com o Samu ( Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou Bombeiros é atendido imediatamente. Quem vai espontaneamente é avaliado e atendido conforme o grau de emergência, na escala de um a cinco.
Segundo o diretor do Celso Ramos, Mauricio Cherem, a sala do centro cirúrgico , única que ainda não está funcionado, deve ser equipada até o fim deste mês. De acordo com a enfermeira chefe, Carla Monteiro, dificilmente falta maca. O hospital conta com 60, 20 conquistadas após a reforma.
O diretor de medicina do HU, Sergio Duwe, disse que não pode afirmar que a diminuição da demanda se deve à reabertura da emergência do Celso Ramos . Mas informou que o número de pacientes caiu 28% nos últimos 60 dias.
Apesar do desconforto, os pacientes que estavam no corredor entendiam o motivo. Jorge Barbadillo, 31, sofreu um acidente e foi levado ao Celso Ramos pelo Samu. Ele esperava para saber se faria uma cirurgia na perna” Se eu pudesse, daria nota mil para o atendimento. O acidente foi feio e eu fui muito bem atendido. A estrutura é boa. Sei que é muita gente para um espaço reduzido”,admitiu.
Demanda é sempre maior que a oferta de leitos
Apesar da nova estrutura, havia pacientes em observação nos corredores do hospital Celso Ramos na ultima semana do ano. Dos 14 leitos, nove estavam desocupados. E havia cinco macas no corredor. A prioridade dos leitos internos é para pessoas idosas e para quem precisa de oxigênio ou acompanhamento urgente. “Precisamos deixar leitos vagos para quem chega. Se estiver cheio e chegar em situação muito grave, vai ser difícil tirar quem já está aqui”. Justificou Cherem.
A estudante Karoliny de Oliveira, 18, estava internada na emergência há pouco mais de 12 horas. Ela chegou acompanhada da mãe, Rosita de oliveira,40, com uma infecção urinária e aguardava o médico para saber se precisaria de cirurgia. Karoliny nunca havia sido internada em um hospital e aprovou o atendimento e as instalações.
“ Tirou parte da nossa carga” afirma diretor
A abertura da emergência do Celso Ramos refletiu no atendimento de outros hospitais da região. O diretor técnico de Hospital Regional de São José, Fernando Oto dos Santos, disse que a reabertura da emergência do Celso Ramos influenciou somente no atendimento de alta complexidade.
A demanda de pacientes diminuiu 20%. O Celso Ramos aumentou o limite do espaço físico. Isso tirou parte da nossa carga. O atendimento que não é emergência, de onde partem as reclamações de longa espera, permaneceu inalterado” disse.
A emergência do Regional atende, em média 18 mil pessoas por mês, segundo Santos. Desse total, apenas 20% são casos de emergência. Pedro Pereira, 73, estava internado na emergência do Regional por causa de um infarto. Ele não podia falar, mas a neta dele, Noelly Gonçalves,24, disse que ele já havia sido internado no ano passado e, nas duas vezes, foi muito bem atendido. “ Antes, tinha pacientes nos corredores, agora não. O atendimento sempre foi bom”.
Sobrecarga vem com pacientes sem gravidade
A sala de entrada da emergência do Celso Ramos estava cheia. Cerca de 50 pessoas aguardavam atendimento e a maioria confirmou que esperava, em média duas horas. Nenhuma delas se encontrava em estado grave.
O Celso Ramos atende cerca de 5.0000 pessoas por mês na atualidade mas o diretor do hospital, Mauricio Cherem afirmou que a emergência deveria atender até 2.000 pessoas, quantidade média recebida enquanto o espaço estava em reforma. Na época, só recebiam atendimento os pacientes que eram encaminhados pelo Samu e Bombeiros. O diretor disse que as UPAS ( Unidades de Pronto Atendimento) ajudaram muito e que esse sistema deveria ser implantado em toda Grande Florianópolis. “nosso maior problema é que casos que não são se emergência acabam entupindo nossa emergência”.
GERAIS
Jovem morre após complicação em parto
A polícia deve investigar a morte de uma jovem de 19 anos de Laguna. Bruna Lisboa morreu na quarta-feira, no Hospital Regional de Araranguá, de infecção generalizada. Ela havia dado à luz no dia 31 de dezembro, no Hospital Senhor Bom Jesus dos Passos, de Laguna, onde permaneceu até 2 de janeiro, à espera de transferência. Segundo familiares, não havia médico disponível para acompanhá-la até Araranguá. A diretoria do hospital contesta a acusação e diz que Bruna foi transferida porque precisava de um leito de UTI e o atraso do Samu na transferência prejudicou o tratamento. Segundo a diretoria do Samu, foi oferecido o transporte, mas o hospital de Laguna ficou de providenciar um médico.