SAÚDE PÚBLICA
Comitê contra a superlotação
Unidades buscam solução para o principal problema do Hospital São José
Acabar com a superlotação. Este é o objetivo do Comitê de Saúde que está sendo montado em Joinville. Representantes da Secretaria de Saúde, dos hospitais São José, Regional, Infantil e Bethesda, da Gerência Regional da Saúde, do Samu e do Conselho Municipal de Saúde já começaram a traçar metas para evitar o problema da superlotação, principalmente do Hospital São José.“Em até 30 dias queremos ter um plano traçado de integração de emergências de todos os locais que atendem pelo SUS”, afirmou o secretário de Saúde de Joinville, Tarcísio Crócomo, que tomou a iniciativa de montar o comitê.
Na próxima segunda-feira, os representantes devem se encontrar novamente para continuar a discussão das metas.
Um dos pontos principais é tentar solucionar a falta de médico em alguns locais. “Temos que descobrir porque faltam ‘x’ médicos no hospital ‘y’ se constantemente são feitos concursos e processos seletivos. Enquanto isso, os PAs não sofrem com isso. Ou seja, algo não está batendo”, pontua Crócomo.O diretor do Hospital São José, Tomio Tomita, aprovou a ideia. “Vamos contribuir quando o Regional tiver problemas e eles vão colaborar com a gente. Este tipo de auxílio é muito importante”, ressalta. Ele participou do encontro realizado ontem e disse que “é preciso priorizar as ações a curto, médio e longo prazos para ver se conseguimos evitar futuros problemas.”
Já Renato Castro, diretor do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, não pôde ir ao encontro, mas disse que o hospital foi representado. “Os problemas que temos hoje não são novos. Há 25 anos, quando eu era diretor do São José, já tinha falta de clínicos. Hoje, estamos com processo seletivo aberto e vamos continuar por mais um tempo. E olha que nosso salário nem é tão baixo se compararmos com os hospitais particulares”, comenta. Renato também falou sobre o fato de unir forças. “Eu nunca me separei de ninguém. Sempre trabalhei junto com todo mundo.”
PRÓTESES MAMÁRIAS
Cirurgia preventiva gera dúvida
Governo ainda não definiu se a troca dos implantes que não apresentam rompimento poderá ser feita pelo SUS ou convênios
Mulheres que possuem próteses mamárias das marcas Poly Implant Prothèse (PIP) ou Rofil devem seguir a recomendação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP/SC) de que seja feita a troca independente delas apresentarem problemas ou não neste momento.
Mas o que ainda não está claro, segundo a diretora da Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Raquel Bittencourt, é se as pessoas que colocaram estas próteses e que não estão tendo problemas por enquanto terão direito de utilizar o SUS ou o convênio médico para trocar as próteses por outras marcas.
– Ainda não há uma determinação oficial do Ministério da Saúde sobre isso. Mas já temos conhecimento de que, em alguns estados, os responsáveis pelos serviços de saúde pública estão optando por trocar as próteses destas duas marcas mesmo antes delas apresentarem problemas.
Quem tiver problemas de rompimento poderá fazer a cirurgia pelo SUS ou por meiodo seu convênio. Essa determinação foi oficializada durante reunião realizada esta semana entre representantes do governo e das sociedades médicas.A Unimed no Estado informou que em casos de rompimento, a troca das próteses são autorizadas. Para as outras situações, ainda dependerá das determinações da Agência Nacional de Saúde.
Uma cirurgia custa, em média, de R$ 7 mil a R$ 8 mil, segundo o cirurgião plástico Paulo Mendes. Ele acredita, porém, que as mulheres conseguirão negociar com seus cirurgiões um preço mais em conta. A prótese custa cerca de R$ 1,5 mil. O restante são as custas da equipe médica, internação e anestesista.
Médicos pedem mais rigor por parte da Anvisa
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em SC, Zulmar Accioli, destaca que os cirurgiões não têm qualquer relação com os problemas relativos aos implantes:
– Os médicos que utilizaram implantes destas marcas agora proibidas, o fizeram acreditando na certificação que o governo brasileiro, através da Anvisa, havia concedido a estes produtos importados.
Em nota oficial, a SBCP/SC acrescenta que os médicos brasileiros e seus pacientes esperam que os demais produtos certificados pela Anvisa tenham controle mais rígido.
viviane.bevilacqua@diario.com.br
VIVIANE BEVILACQUA
PRÓTESES MAMÁRIAS
Troca não é urgente
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que recomendou a troca das próteses mamárias mesmo sem terem se rompido, esclarece que a troca não precisa ser feita de forma emergencial.
– Não é preciso correr para fazer a troca. Mas a paciente também não deve esperar que a prótese se rompa ou apresente algum problema para depois procurar o médico. É sempre melhor prevenir do que remediar _ comenta o presidente da SBCP em Santa Catarina, Zulmar Accioli
Em março do ano passado, a agência sanitária francesa detectou irregularidades na produção das próteses mamárias das duas marcas. Descobriu-se que os implantes eram preenchidos com silicone industrial, ao invés do gel de silicone coesivo, que garante muito mais segurança em relação aos tecidos mamários.
Segundo os especialistas, o emprego do silicone industrial pode causar reações inflamatórias e levar a problemas como a mastite, além de uma maior chance de ruptura deste material. Em vista disso, as autoridades francesas recomendaram que as 30 mil pacientes no país retirassem suas próteses.
No Brasil, cerca de 12 mil mulheres colocaram próteses da PIP ou da Rofil, segundo a Anvisa. Em Santa Catarina, segundo a diretora da Vigilância Sanitária, Raquel Bittencourt, foram 1,6 mil (da marca PIP).
PRÓTESES MAMÁRIAS
Sem risco de contaminação
O cirurgião plástico Carlos Casagrande assegura que o rompimento da prótese mamária de silicone não se configura uma emergência médica nem risco de contaminação.
Segundo ele, o próprio corpo cria um encapsulamento em volta da prótese, não deixando o material (que é gelatinoso) se espalhar.
– Em todos os casos, a principal recomendação para as pacientes que possuem próteses destas marcas com problemas é conversar com o seu médico, fazer alguns exames e, com calma, planejar a cirurgia.
Na opinião do especialista, trocar a prótese é importante também para a estabilidade emocional da paciente.
– Uma mulher que sabe que tem em seu corpo um material que pode um dia provocar danos à sua saúde nunca ficará tranquila. Este componente psicológico precisa ser levado em conta – arremata.
HOSPITAL REGIONAL
Espera de três meses por cirurgia
Devido à falta de leitos, pacientes não conseguem fazer operações cardíacas como troca de válvulas e ponte de safena
Pacientes que precisam fazer cirurgias cardíacas complexas, como troca de válvulas e ponte de safena, no Hospital Regional de São José, estão tendo que esperar até três meses pelo procedimento. Devido à falta de leitos, alguns aguardam até mesmo na emergência, onde permanecem internados.
A dona de casa Zulmira Zilda Oliveira, 58 anos, já arrumou por duas vezes a bolsa com os poucos pertences que trouxe para o quarto em que está internada, pensando em ir embora do Instituto de Cardiologia, localizado dentro do hospital.
Esposa de pescador, Zulmira é uma mulher batalhadora, mas a saudade da família, de Governador Celso Ramos, e a angústia de uma espera de quase três meses provocam momentos de desesperança completa. A nova perspectiva é que a cirurgia de troca de válvulas, que Zulmira aguarda, seja realizada na próxima semana, mas a data já foi adiada tantas vezes que ela não se apega ao calendário.
– Cada vez é um motivo diferente. Até chegar a hora, eles já colocam outro na frente. Ou então falta material ou vaga na coronária para o pós-operatório – conta, desanimada.
No mesmo corredor, em outro quarto, a aposentada Elenice da Cunha Rosa, 44, já completou três meses esperando pela mesma cirurgia de Zulmira. Os dias, agora, parecem se arrastar e, à noite, as dores nas costas provocadas pelo desconforto do colchão dificultam o sono.
– A parte mais difícil é manter a paciência para esperar, longe de casa e da família – desabafa ela, que veio de Tijucas para fazer o tratamento.
No primeiro andar do Hospital Regional, mais de 15 pessoas estão internadas na emergência do Instituto de Cardiologia, aguardando a abertura de leitos.
A dona de casa Luci Salete Fortes, 58, está há uma semana no hospital esperando para realizar uma arteriografia e uma angioplastia, dois procedimentos considerados simples pela própria direção do Instituto.
– Eu nunca vi internarem pessoas numa emergência. O atendimento de médicos e enfermeiros é ótimo, mas a estrutura é uma vergonha. Onde é que tá a nossa saúde? – revolta-se Luci, que não dorme direito desde que foi internada, sofrendo com dores nas pernas provocadas pelas artérias obstruídas.
Questionada a respeito da situação de Luci, a direção do Instituto de Cardiologia explicou que a cirurgia atrasou em função da falta de material esterilizado, mas informou que a operação está marcada para esta semana.
LAÍS NOVO | São José
HOSPITAL REGIONAL
Diretor admite a falta de leitos
O diretor do Instituto de Cardiologia do Hospital Regional de São José, Jamil Cheren Schneider, explica que a demora na realização de cirurgias complexas, como troca de válvulas e ponte de safena, ocorre em função da falta de leitos de pós-operatório para internar os pacientes.
– Dispomos de apenas quatro leitos de UTI para fazer o pós-operatório desses pacientes, que ficam internados no mínimo dois dias, isso quando não ocorrem complicações.
Além destes, o instituto dispõe de outros 10 leitos para terapia intensiva – todos ocupados.
Ele argumenta que, como a rotatividade de pacientes nos leitos é baixa para a demanda, existe a necessidade constante de que muitos fiquem internados na própria emergência, enquanto não há vaga.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, está programado para julho o início de uma licitação para a instalação de mais 10 leitos no Instituto de Cardiologia.
Estrutura não foi ampliada para atender a demanda
O Instituto de Cardiologia de Santa Catarina é uma unidade de saúde que, desde 1987, está instalada no espaço físico do Hospital Regional, mas atua separadamente.
Há quatro anos, o Ministério da Saúde determinou que o instituto assumisse também as cirurgias vasculares, antes realizadas pelo hospital, mas a estrutura não foi ampliada para atender a nova demanda, o que, segundo a direção, contribui para atrasar o atendimento.
HOSPITAIS DE JOINVILLE
Comitê vai buscar solução para superlotação
Em Joinville, está sendo montado um comitê para tentar acabar com a superlotação nos hospitais públicos da região. Fazem parte do grupo representantes da Secretaria de Saúde, dos hospitais São José, Regional, Infantil e Bethesda, da Gerência Regional da Saúde, do Samu e do Conselho Municipal de Saúde.
– Em até 30 dias teremos um plano de integração de emergências de todos os locais que atendem pelo SUS – afirmou o secretário de Saúde de Joinville, Tarcísio Crócomo
HOSPITAL SANTA TEREZA
Visita teve um clima tenso
Relatório sobre o local, que abriga pacientes com hanseníase, será encaminhado aos Direitos Humanos
Um clima de tensão entre usuários e direção foi identificado na visita feita ontem por representantes do Movimento Nacional de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e da Secretaria Especial de Direitos Humanos no Hospital Santa Tereza, em São Pedro de Alcântara.
O lugar abriga pacientes com hanseníase e houve denúncia de cerceamento de liberdade. Foi feito um relatório que será encaminhado para a ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos.
– As duas partes, moradores e direção, têm seus erros e acertos. Por causa do clima, decidimos conversar em separado – explica Arthur Custódio, coordenador do Morhan.
Foram mais de três horas de reunião, pela manhã, com a direção da instituição. Os representantes do Morhan e da Secretaria Especial de Direitos Humanos chegaram antes ao local. Arthur Custódio conversou com profissionais e também com os pacientes. O trabalho foi retomado à tarde, mas somente com os usuários:
– Temos aqui um problema recorrente em outros hospitais: a administração é hospitalar, embora a área seja comunitária. É preciso entender que aqui estão pessoas idosas, gente que no passado, por causa da doença, foi arrancada da família e não tem laços fora daqui – observa Custódio.
Algumas regras precisam ser seguidas
Por outro lado, reconhece, por serem usuários do Sistema Único de Saúde, o SUS, precisam seguir determinadas regras. O desafio é buscar alternativas, a exemplo do que foi e está sendo feito em outras das 33 antigas colônias do país.
Na busca de uma saída, representantes da direção e da comunidade foram convidados a participar de um encontro, no mês de fevereiro, no Rio de Janeiro. Promovido pelo Organização das Nações Unidas, a ONU, o evento pretende esclarecer sobre questões de legislação para pacientes com hanseníase. Hoje o tratamento não precisa mais de internação.
A diretora da instituição, Teresinha Serrano, falou a respeito do trabalho desenvolvido. Disse que além da pensão a que têm direito, os pacientes recebem seis refeições, roupa lavada, medicamentos e assistência médica e de enfermagem.
O local, em funcionamento desde 1940, foi fundado pessoalmente pelo presidente Getúlio Vargas. Por muito tempo funcionou como uma cidade independente, tendo Delegacia de Polícia, presídio, cinema, prefeitura, rádio e até moeda própria.
São Pedro de Alcântara
SAÚDE NA CAPITAL
Nove horas à espera de um médico
Doentes, acidentados e pessoas passando mal. Este era o quadro na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Canasvieiras, Norte da Ilha, na noite de ontem.
Por volta das 21h, quando a reportagem chegou ao local, a unidade estava lotada e usuários reclamavam da demora no atendimento, que, segundo eles, passava de nove horas de espera. O autônomo Marcelo Campos, 33 anos, conta que as pessoas, já cansadas de tanto esperar, estavam desistindo e indo embora, mesmo com dor.
– Cada ano piora a situação. Eles querem manter o mesmo quadro de funcionários, mas esquecem que no verão a demanda é maior.
O pedreiro Luiz Juarez da Silva, 50 anos, mal conseguia falar. Ele conta que caiu de um andaime e aguardava por atendimento há quatro horas. O aposentado Antônio Jorge, 54 anos, que chegou por volta das 12h à unidade, conta que recebeu a informação que só havia dois médicos para realizar todo o atendimento, sendo que o pediatra só chegaria às 19h.
O aposentado Jorge Luiz Ribeiro, 57 anos, esperou a tarde toda. Ele reclama que a marcação de consultas demora um mês e o atendimento de urgência, não funciona.
A reportagem tentou entrar em contato com o secretário de Saúde, mas o mesmo não retornou as ligações até o fechamento desta edição.
MONICA FOLTRAN
Colunista Cacau Menezes
De surpresa
O governador Raimundo Colombo tem visitado obras que estão sob a responsabilidade do Estado sem avisar. Ontem, quarta-feira, Colombo esteve no Hospital Florianópolis, que está em obras desde 2008. Diz que gostou do que viu, que havia muita gente trabalhando e que a obra será inaugurada em junho deste ano. Mas, mesmo assim, já pensa na ampliação de unidade. Esse modelo de gestão do governador vem já do tempo da prefeitura de Lages e tem deixado o povo do governo atento.
Artigo
Dia do Farmacêutico, por Hortência Sallet Müller Tierling*
A atuação dos farmacêuticos na prevenção de doenças e restauração da saúde é tão importante quanto a própria terapia medicamentosa. Estes profissionais, que celebram seu dia hoje, 20 de janeiro, são responsáveis pela fabricação e controle de qualidade dentro das indústrias, monitoram a distribuição dos medicamentos, cuidam da logística, avaliam condições de estocagem, temperatura, umidade e transporte. Mais tarde, já na farmácia ou drogaria, são também responsáveis pela manipulação do medicamento de forma segura, conforme as prescrições, promovendo o seu uso racional e a melhoria da qualidade de vida da população.
A farmacovigilância é outro serviço que o farmacêutico presta para prevenir, detectar e avaliar efeitos adversos dos medicamentos depois que eles entram no mercado. Quando as pessoas usam medicamentos, podem apresentar reações adversas, inesperadas ou graves, não previstas nas bulas. Os farmacêuticos registram esses problemas e os encaminham para autoridades sanitárias, para que, dependendo da gravidade, esses produtos sejam retirados de mercado, salvando vidas e promovendo qualidade no tratamento da saúde.
Nos laboratórios, nas análises clínicas, o farmacêutico oferece à população exames e laudos com qualidade técnica e credibilidade.
A valorização do profissional farmacêutico na sociedade, e sua inclusão em toda a Rede de Atenção, no SUS, nas vigilâncias sanitárias, nas farmácias públicas, nas equipes de Saúde da Família, é uma necessidade vital para o aprimoramento da gestão da saúde pública. Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que 50% dos medicamentos são prescritos, dispensados e utilizados inadequadamente.
O farmacêutico interfere nessa realidade para potencializar os resultados da terapia, pois o medicamento por si só, sem informação sobre o uso correto, não tem poder de cura.
* PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE SANTA CATARINA
Reunião nesta quinta apurou denúncia de restrição de liberdade no Hospital Colônia Santa Teresa
O hospital fica no município de São Pedro de Alcântara e atende remanescentes do isolamento compulsório de portadores de hanseníase
Martha Ramos
São Pedro de Alcântara
Integrantes da Secretaria Especial de Direitos Humanos e do Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase) se reuniram nesta quinta-feira (19) com a direção do Hospital Colônia Santa Teresa de Dermatologia Sanitária, antigo Hospital Colônia Santa Teresa, em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. O objetivo do encontro foi de apurar denúncias de restrição de liberdade dos pacientes internados no hospital, que são 16 remanescentes do isolamento compulsório de portadores de hanseníase.
“Conversamos com a direção do hospital para que haja um equilíbrio nas decisões, tendo em vista que não se pode restringir a liberdade das pessoas que tem o direito de ir e vir previsto na constituição”, falou o coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio. Ele diz que o hospital teria que criar uma nova missão, delimitando a área comunitária da hospitalar.
O Hospital Santa Teresa, fundado em 1940, é atualmente o último reduto isolado em Santa Catarina para pacientes com hanseníase.
Saúde abrirá licitação para nova empresa para fornecer alimentos aos hospitais de Santa Catarina
Martha Ramos
São José
Depois de receber diversas denúncias em relação à qualidade das refeições servidas nos hospitais de Santa Catarina, principalmente no Hospital Regional de São José, a Secretaria de Saúde do Estado abrirá um processo licitatório para contratar uma nova empresa.
“O processo será aberto até o fim deste mês (janeiro) e empresas de todo o país poderão participar do certame, tendo em vista que poucas prestam esse tipo de serviço”, disse o chefe de gabinete da secretaria, Fernando Luz. Segundo ele, a nova empresa deve começar a atuar até o fim do primeiro trimestre de 2012.
A empresa NutriBem, que atende aos Hospitais Regional e Celso Ramos, em Florianópolis, é investigada no Ministério Público. A última denúncia foi publicada pelo Notícias do Dia no dia 11 de janeiro, na semana em que um dos pacientes encontrou uma barata na comida. Em outro caso, registrado em junho de 2011, uma funcionária do Regional encontrou pedaços de caco de vidro na refeição.
SUS cobre o exame do sono
Polissonografia- Procedimento é feito de graça só no Hospital Nereu Ramos
Florianópolis- Sentada na cadeira do ambulatório do hospital Nereu ramos, em Florianópolis, Denise Guedes Fontes, de 42 anos, quase cochila enquanto a técnica de enfermagem Rosemeri Dandolini Pimentel cola eletrodos na cabeça e no rosto dela. A aposentada se preparava para um exame chamado de polissonografia, que identifica doenças do sono, entre elas, uma que incomoda há nove anos: apneia .
É um dos primeiros casos de exame gratuito já que o Nereu Ramos é o único de Santa Catarina a fazer o exame pelo SUS. Denise trabalhava como auxiliar de enfermagem e descobriu que tinha a doença quando os filhos a acordaram no meio da noite. “Eles acharam que eu ia morrer” ,contou. Ela tinha ouvido falar de pessoas que ficavam sem ar durante o sono e fez, ela mesma o diagnostico .
Os sinais vitais são monitorados durante o sono, assim é filmado, gravado e transmitido para um computador. Os pacientes dormem das 22h às 6h. Mesmo com os fios que incomodam e podem desgrudar durante a noite, Denise relaxou para o exame.
Saúde
O governador Raimundo Colombo vai estar hoje à tarde em São Francisco do Sul. Ele e o prefeito Luiz Roberto de Oliveira (PP) vão visitar o novo hospital, Nossa Senhora da Graça, que já conta com 99% da estrutura física concluída
O mutirão das cirurgias do Governo do Estado foi lançado em agosto de 2011 e prevê a realização de 22,6 mil cirurgias até o final de 2012.
O objetivo é tirar da fila de espera, pacientes que aguardam por cirurgias eletivas. A primeira fase do projeto atenderá cirurgias oftalmológicas, ortopédicas, otorrinolaringolócias e cirurgia geral.
Até agora, 100 hospitais de diversas regiões de Santa Catarina aderiram ao projeto em que serão investidos R$ 20 milhões. Em Lages, a fila está caminhando a passos lentos por falta de profissionais e demora na especificação das cirurgias que devem ser encaminhadas pelos municípios à Regional de Saúde.
A gerente da Regional de Saúde, Beatriz Montemezzo, diz que existem algumas situações acontecendo que não estavam previstas. O Hospital Tereza Ramos chamou os pacientes que não quiseram aderir porque era véspera de Natal e Ano Novo, outros não quiseram por causa das férias. “Nós fomos esclarecendo que a gente tem que respeitar a fila. Quem não quiser vai passando para trás. A gente não contava com isso. Pensávamos que a demanda ia fluir, o que não aconteceu”, explica.
Todas as pessoas que foram chamadas e aceitaram a cirurgia já passaram pelo Tereza Ramos e deram entrada ao processo de exames pré-anestésicos para realizar as cirurgias. Montemezzo diz que os procedimentos acontecem todas as quinta-feiras. “No final do ano passado, fizemos contato com todos os municípios da Amures para enviarem uma lista específica, porque a primeira que enviaram só dizia o número das cirurgias. As de catarata foi mais fácil, mas as de ortopedia é preciso saber qual o tipo, se é no quadril, membro superior ou inferior”, diz a gerente.
“Estamos esperando a documentação da Regional de Saúde para fazermos os encaminhamentos dos pacientes. Estamos seguindo com as de catarata”, diz o diretor do hospital Nossa Senhora dos Prazeres, Canísio Isidoro Winkelmann. Desde o dia 19 de dezembro, foram realizadas 13 cirurgias de catarata no HNSP. Para a próxima segunda-feira (23) estão agendadas outras seis. Há 60 pessoas com a pré-avaliação realizada e serão atendidas no início de fevereiro, mês em que uma equipe médica realizará os atendimentos. Em média, estão sendo realizadas cinco cirurgias por semana.
A Regional de Saúde entrou em contato com os municípios no início da semana fazendo a solicitação novamente. “A gente esperava que fosse mais rápido porque é interesse de todos”, ressalta Montemezzo. Ela diz que, embora o processo esteja lento, “a gente tem até o final do ano para fazer as cirurgias. Vamos administrar o tempo e o recurso financeiro”.
Alguns pacientes foram eviados para o hospital de Santo Amaro da Imperatriz e São Joaquim, que foram os primeiros a aderirem ao mutirão. Depois, o governador Raimundo Colombo veio a Lages e firmou acordo com os hospitais da cidade. No Seara do Bem, estão acontecendo as avaliações e nenhuma cirurgia foi feita ainda. A gerente afirma que são poucas. A princípio, o hospital aceitou realizar 70 procedimentos, faltando outras 50. “Eles falaram que não se comprometeriam com as 120 cirurgias, mas a partir do momento que resolvessem essas primeiras, iriam aderir ao restante”, conta Montemezzo.
A falta de dois anestesistas e um cirurgião geral também justifica os atrasos. “Resolveria o nosso problema, tanto que o Teresa Ramos tem cinco salas cirúrgicas e estão sendo utilizadas duas porque não tem profissional”, diz. A baixa remuneração é um fator relevante na falta de interesse pelas contratações.
Há um grupo de anestesistas e a intenção é que eles participem, mas até agora nenhum foi contratado em caráter de urgência para o mutirão. Inicialmente, um profissional aceitou, mas desistiu e o problema não foi resolvido. O responsável pela avaliação pré-anestésica é a mesma pessoa que aplicará a anestesia para a operação cirúrgica. Por isso, não há a chance de outro profissional não aceitar os exames.
Hospital Nossa Senhora dos Prazeres
O hospital foi o último de Lages a aceitar fazer parte do mutirão. Serão realizadas cerca de 200 cirurgias de catarata e 120 ortopédicas. Duas equipes médicas ficaram responsáveis de realizar os procedimentos de catarata. Para cada cirurgia, o governo estadual vai repassar R$ 300 e, no total, o hospital receberá R$ 36 mil, sendo R$ 24 mil para os serviços profissionais e R$ 12 mil para os serviços hospitalares.