INTOLERÂNCIA A LACTOSE
De mal com o leite
Tire suas dúvidas sobre um problema comum na infância: a intolerância à lactose
Vicente Sayão Lobato Castro tem três anos e sete meses. Hoje, pode comer de tudo. Mas nem sempre foi assim. Diagnosticado com intolerância à lactose aos seis meses, exigiu dos pais um cuidado especial com a alimentação. Não podia compartilhar o leite com a família, comer bolo, doces de festa, iogurte. Aos dois anos – um e meio sem lactose na dieta – foi refeito o exame. O resultado apontou que o garoto não era mais intolerante.
“Nos aniversários, eu levava um kit para ele, com iogurte de soja e uma mamadeira com leite em pó sem lactose”, conta a mãe do menino, a representante comercial Tatiana Sayão Lobato, de 45 anos.
Provavelmente, você já ouviu falar em casos como o de Vicente. Mas você sabe o que é esse problema, como detectá-lo e quais os cuidados que devem ser tomados? O pediatra Benjamin Roitman e a nutricionista Magali Martins esclarecem algumas dúvidas dos pais. As crianças intolerantes apresentam sintomas comuns a outros problemas, como alergia à proteína do leite, ou que são normais em bebês.
Mesmo com intolerância à lactose, é possível levar uma rotina normal, tomando alguns cuidados. Mas nunca se esqueça: antes de adotar qualquer medida, é importante conversar com um médico. Tire suas dúvidas no quadro a seguir:
ENTENDA A INTOLERÂNCIA
O que é e quais são os sintomas
A intolerância à lactose é a incapacidade de digerir o principal açúcar do leite e se caracteriza pela ausência ou deficiência da enzima lactase. Os principais sintomas são diarreia, náuseas, distensão abdominal, gases e fezes ácidas.
Como se faz o diagnóstico
Há três exames. O teste de hidrogênio expirado, o teste de intolerância à lactose e o ph fecal. Mas analisando a história clínica da criança, o pediatra pode fazer o diagnóstico. Para confirmá-lo, retira-se a lactose da dieta e acompanha-se os efeitos da mudança.
Intolerância de diferentes tipos
Um tipo raro de intolerância à lactose é a congênita, que nasce com o bebê. A secundária, mais comum em crianças, ocorre seguida de uma infecção intestinal (após retirar o leite da dieta e as fezes se normalizarem, pode-se voltar a consumir a bebida e seus derivados). Há também a do tipo adulto: de acordo com Roitman, atinge cerca de um quarto da população brasileira.
Intolerância à lactose x alergia à proteína do leite
É uma confusão bastante comum, pois elas compartilham alguns sintomas, como diarreia e cólicas, por exemplo. No entanto, a alergia à proteína do leite, típica dos primeiros anos de vida, também pode se manifestar por meio de doenças de pele e respiratórias, assim como outras alergias.
Fim ou regressão
Nas crianças, é possível que a intolerância à lactose não se perpetue. Em alguns casos, mesmo intolerantes podem ingerir leite em quantidades moderadas. Exemplo: em derivados, como iogurtes, ou em alimentos que tenham leite na composição, como pães e bolos. O consumo deve ser supervisionado por profissionais.
Alternativas ao leite de vaca
Os leites semielementares, que têm o preço bastante elevado, não são a única alternativa. Marcas de leite em pó conhecidas dos pais já contam com versões sem lactose. A partir dos seis meses, o leite de soja também pode ser considerado uma opção.
FONTES: PEDIATRA BENJAMIN ROITMAN E NUTRICIONISTA MAGALI MARTINS
SAÚDE
Saúde milenar
Com status de superalimento, a chia é a nova querida dos nutricionistas brasileiros
Considerado um dos grãos mais eficazes na prevenção e diminuição do risco de problemas cardiovasculares, pressão alta, obesidade, colesterol e diabetes, a chia chegou no Brasil há pouco. Proveniente da região dos Andes, o alimento é considerado uma importante fonte de ácido graxo ômega 3 de origem vegetal.
De acordo com a nutricionista da Unidade de Doenças Cardiovasculares da Pontifícia Universidade Católica do Chile, Carolina Chica, pesquisadora do grão há quase dez anos, a chia dispõe de proteínas de alto valor biológico, fibras e antioxidantes, o que confere ao alimento um poderoso aliado no combate aos radicais livres. “Além disso, a chia possui ação anti-inflamatória e grande capacidade de absorção de glicose, ideal para a prevenção do diabetes e controle da insulina”, afirma a especialista.
A aparência do grão de chia é próxima ao gergelim, porém com uma coloração mais escura. Uma de suas vantagens é que pode ser consumido em sua forma natural, sem a necessidade de trituração para obter seus nutrientes, como exigem alguns outros grãos. Pode ser usado no preparo de bolos, pães e massas, além de ser normalmente consumido com cereais matinais, sopas, saladas, iogurtes, sucos, vitaminas e frutas.
A grande vantagem da chia é a sua praticidade. Você pode consumi-la em sua forma natural, sem a necessidade de triturar ou moer.
Este alimento tem uma história curiosa: o grão era uma das principais fontes de alimentação dos povos andinos da era pré-colombiana, com plantio desde 2600 a.C. Era cultivado no México e na Guatemala e consumido principalmente pelos maias e astecas para aumentar a resistência física. No entanto, a chia também estava atrelada a rituais sagrados e servia como oferenda aos deuses dessas civilizações, o que despertou a ira de espanhóis católicos que viam a cerimônia como um ritual pagão. Com isso, seu cultivo foi extinto por séculos e só foi retomado no início da década de 90 por um grupo de pesquisadores argentinos em parceria com a Universidade do Arizona (EUA). Desde então, os cientistas têm se voltado para pesquisas com o grão.
Hoje, a chia pode ser encontrada na alimentação dos povos norte-americanos, canadenses, japoneses, australianos, mexicanos, chilenos e de grande parte da América Latina. Estudos científicos apontam seus benefícios na prevenção e no controle de diabetes, colesterol, hipertensão, e câncer de mama, entre outras doenças.
A fibra também é outro ponto importante a se considerar nesse superalimento. Em torno de 40% são fibras dietéticas, sendo 36% de fibra insolúvel e 5% de fibra solúvel. Muitos nutricionistas recomendam seu consumo como um aliado em dietas de redução de peso. “Seu poder de emagrecimento está relacionado a elevada quantidade de fibras que proporcionam sensação de saciedade. Quando entram em contato com a água, essas fibras formam uma espécie de gel no estômago, dando sensação de saciedade”, afirma a nutricionista Fernanda Granja.
UMA GORDURA ESSENCIAL
• O ômega 3 é um ácido graxo essencial. Trata-se de uma gordura importante para o organismo, mas que apesar de necessária, não é produzida pelo corpo humano. Em geral, os ácidos graxos essenciais regulam as funções do organismo e contribuem para a absorção de vitaminas, para a síntese de hormônios e previnem doenças cardiovasculares.
• O ácido graxo ômega 3 tem um papel essencial nas membranas do sistema nervoso e é muito importante para o sistema cardiovascular. Ele impede a formação de trombos, faz com que o sangue flua melhor e protege a camada do endotélio. Além disso, cumpre uma função importante na parte elétrica do corpo como o coração, a retina e também na capacidade de aprendizado do indivíduo como a atenção e a memória, melhorando o desempenho intelectual.
63 mortos
A aids matou 63 pessoas em Joinville em 2011. Nunca tantas pessoas morreram por causa da doença na cidade em um só ano. Em 2010, haviam sido 53 vítimas. A proporção média de anos anteriores foi mantida: em torno de 75% dos mortos eram homens.
Doações
Das 63 notificações de morte cerebral registradas em Joinville no ano passado, 26 se transformaram em doação de órgãos. Recusa familiar (17 situações), parada cardiorrespiratória e contraindicação foram os motivos para a não realização dos transplantes no demais casos. Os transplantes também são realizados com doadores vivos.