SAÚDE PÚBLICA
Cuidado com a coqueluche
Em 2011, cidade teve 13 dos 38 casos de SC
em conhecida por quem tem mais de 40 anos, a coqueluche tem preocupado principalmente pais de crianças pequenas em Joinville. Em 2010, Santa Catarina estava entre os 15 Estados com mais casos da doença – 19 confirmados. Em 2011, o número saltou para 38. Destes, 13 foram registrados em Joinville – 12 doentes eram crianças. E, neste começo de ano, já há registros de crianças contaminadas pela bactéria Bordetella pertussis na cidade. Apenas no Centro Hospitalar Unimed, foram cinco notificações ao Ministério da Saúde.
Apesar de não haver motivos para alarme, já que a doença não tem grau alto de mortalidade, os números de Joinville estão bem acima da média brasileira. A taxa de incidência de coqueluche em Joinville no passado ficou de 2,5 casos para cada 100 mil habitantes. Já no público infantil, foi de 1,7 para cada mil crianças.
Segundo o ministério, a incidência da doença no Brasil era de 0,3 para cada 100 mil habitantes em 2010 e subiu para 0,8 em 2011. A tosse que não para é o principal sintoma da doença, transmitida da mesma forma que a gripe.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Joinville, Tadiana Alves Moreira, explica que a incidência nos bebês tem a ver com a falta de vacinação. São crianças menores de seis meses, que não completaram idade para estarem imunizadas com as três doses; ou as mães não chegam a completar o ciclo vacinal dos bebês. “Nem todas as mães vacinam no dia certo. Demoram para ir ao posto. Outras esperam as campanhas”, diz Tadiana.
Para a coordenadora, o número reduzido de ocorrências – em relação à proporção da população – se deve à cobertura vacinal, que em Joinville chega a 95%. O calendário de vacinas, fornecidas gratuitamente pelo SUS para crianças, prevê cinco doses até os sete anos de idade. Depois disso, a vacina garante proteção por aproximadamente dez anos.
Outros grupos vulneráveis são adolescentes, adultos e idosos. Mas a procura nos hospitais indica que, quando os adultos pegam a doença conhecida como tosse comprida, não buscam atendimento médico. Talvez isso justifique que o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, oficialmente a referência em doenças infectológicas na região de Joinville, não ter registrado nenhum caso de coqueluche nos últimos cinco anos. Joinville já registrou a doença no ano.
SAÚDE PÚBLICA
Perigosa para os bebês
Médico pneumologista do Hospital Infantil Jeser Amarante Faria, Tiago Neves Veras diz que a coqueluche é perigosa para os bebês. Quanto mais nova a criança, maior o risco. Segundo o Datasus, de 1996 a 2011, Joinville registra apenas uma morte causada por coqueluche – justamente a de uma criança com menos de um ano.
Segundo Veras, a tosse que não cessa em bebês tem de ser analisada por um médico. Os pequenos podem parar de respirar ou até sofrer convulsões em meio à crise de tosse. Também não é aconselhável que crianças com tosse frequentem creches ou berçários. No caso de pessoas maiores, a tosse pode ser sintoma de coqueluche se persistir por mais de duas semanas.
Para evitar o contágio, a dica do pneumologista é evitar expor, principalmente em lugares fechados, a criança com menos de dois meses que ainda não recebeu a primeira dose da vacina.
Outro conselho do pneumologista é seguir à risca o calendário de vacinas. Adolescentes e adultos podem ajudar a proteger as crianças, ao se manterem imunes com doses de reforço. Será necessário comprar a vacina, que não é fornecida pelo SUS depois da infância. Em Joinville, a dose da vacina tríplice ou DTP (que também combate tétano e difteria) custa cerca de R$ 120 em clínicas especializadas.
As crianças agradecem a precaução. O pediatra do hospital da Unimed, Álvaro Koning, lembra que, em geral, a coqueluche é transmitida de adultos para crianças. “Com o passar do tempo, crianças maiores podem tornar-se novamente suscetíveis. O ideal é o reforço em adolescentes ou na idade adulta”, destaca Koning.
Constatada a doença, é importante que os adultos que conviveram com a criança também se submetam a exames médicos. Mesmo que não seja tão letal, a coqueluche pode causar sequelas. Uma delas é a bronquiolite obliterante, doença que pode tornar-se crônica. Ela ocorre quando os bronquíolos do pulmão inflamam após serem obstruídos.
Visor
Pé engessado
No último sábado o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, passava o final de semana na região de Bombinhas quando, enquanto banhava-se nas águas da Costa Esmeralda, uma onda forte o desequilibrou e o secretário teve um pé fraturado. Ainda na praia, o secretário ligou para José Roberto Spósito, homem forte da saúde do governo Edson Piriquito, de Balneário Camboriú, para saber onde poderia receber atendimento de urgência. Numa coincidência, Spósito, que também é médico, estava bem próximo de Dalmo Oliveira, indo até a areia da praia para fazer um pré atendimento no secretario estadual.
A solução dada pelo secretário de Balneário Camboriú foi levar Dalmo Oliveira até o Pronto Socorro do Hospital Municipal Ruth Cardoso, inaugurado em 2011 e bancado totalmente com recursos do Fundo Municipal de Saúde. Há alguns meses Estado e Município negociam verbas de custeio para o Ruth Cardoso. No final do ano o Estado sinalizou recursos para obras e compras de equipamentos para o hospital, mas o custeio mensal, que o município solicita, ainda não veio.
Voltando ao pé do secretário, Dalmo Claro de Oliveira teve total atendimento na unidade. No hospital que é 100% SUS, Dalmo foi atendido como qualquer cidadão. Aguardou a sua vez, fez exames, raio-x e fez rasgados elogios ao secretário José ROberto Spósito pelo atendimento na unidade hospitalar que é administrada num convênio com a Cruz Vermelha Brasileira. Depois deste pequeno acidente, em Balneário Camboriú, a expectativa é de que o Estado enfim, resolva ser parceiro total do município no custeio do Ruth Cardoso.